Uma vez mais o ritual cruel celebra um Santo católico, junto ao convento dos frades… Que frades serão estes?
A duas senhoras insensíveis?
Quero crer que não.
Exma. Senhora Presidente da Câmara Municipal da Lagoa
Cristina Calisto Decq Mota,
Exma. Senhora Presidente da Junta de Freguesia de Santa Cruz
Adriana Falcão,
É verdade que no próximo dia 7 de Novembro irá realizar-se na Freguesia de Santa Cruz, uma vacada?
Não acredito.
Mas no caso de isto ser verdade, quero manifestar o meu total repúdio por tal acontecimento, que em nada dignifica o concelho da Lagoa, muito menos o São Martinho, um santo católico, que não merece tal aviltamento.
De acordo com o saber científico do Médico Veterinário, Dr. Vasco Reis, “Vacadas e garraiadas contribuem para insensibilizar, habituar e até viciar crianças e adultos no abuso cruel exercido sobre animais, o que pode propiciar mais violência futura sobre animais e pessoas”.
A utilização de animais juvenis submetidos à violência de multidões, não pode ser branqueada como «espectáculo que não tem sangue e é só para as crianças se divertirem».
Para crianças se divertirem com a crueldade?
Mesmo que não tenha sangue, essas práticas provocam grande sofrimento aos animais, e contribui para a perda de sensibilidade das pessoas, principalmente de crianças, e para o gosto pela crueldade e violência da tauromaquia.
Esta é uma prática fútil, sádica e cobarde.
Deste modo, sugiro a Vossas Excelências que não autorizem a realização desta vacada, e aproveito para alertar para os prejuízos que poderão advir para o Concelho da Lagoa, pelo facto do mesmo passar a figurar na lista de cidades e concelhos a serem evitados por todos os turistas e pessoas de bem que, para além de procurarem locais onde a natureza esteja imaculada, também dão preferência a populações que respeitem os animais.
Além disso, minhas senhoras, este tipo de “divertimento” demonstra o grande atraso civilizacional da Lagoa.
Em 2013, mobilizámo-nos para que esta prática fosse abolida na Lagoa, mas pelo que vemos, não houve evolução alguma.
Espero que, com duas senhoras no poder, a sensibilidade seja outra, e como mulheres e (possivelmente) mães, possam entender que esta não é a melhor forma de educar crianças, e gerir os destinos da Lagoa.
Atentamente,
Isabel A. Ferreira