Quinta-feira, 10 de Março de 2022
Isto, a ser verdade, é um acto absolutamente ignóbil, cobarde, diabólico, insano, que deve ser energicamente repudiado e condenado como crime contra a Humanidade.
Não poderei ficar indiferente a tal acto bárbaro. Tomo partido, como sugere Elie Wiesel, porque assim deve ser. Recomendo a leitura dde todos os livros deste HOMEM, assim, em letras maiúsculas.
Não podemos ficar calados. Não podemos assistir à destruição dos Povos, apenas porque mentes insanas assim o querem.

Já aqui disse que todas as guerras são estúpidas, porque assentam na mais gigantesca estupidez humana, e apenas humana, porque os animais não-humanos NÃO sofrem do mal da ESTUPIDEZ. Nada, absolutamente nada justifica uma guerra, a invasão de um Povo, ou a perseguição a seres humanos, por motivos étnicos. Não, nos tempos que correm.
Seria da inteligência do Homo Sapiens Sapiens que nenhum país do mundo tivesse exércitos, armas de qualquer espécie, muito menos, nucleares, químicas e biológicas. Isto só diz da IRRACIONALIDADE desses, que se dizem homens, e não passam de vis criaturas com forma humana.
O MAL maior da Humanidade é a INDÚSTRIA DAS ARMAS, que nenhum país, daqueles que as fabricam, está disposto a destruir. Muito pelo contrário: quanto mais guerras melhor, para encherem os cofres, à custa de milhares e milhares de mortos.
Quanta hipocrisia!
A Ucrânia foi invadida, e limita-se a defender-se. Se o invasor não tivesse armas, não invadiria a Ucrânia. Se a China não tivesse armas, não teria invadido o Tibete, em 10 de Março de 1959 (já hoje aqui recordei essa chacina), nem teria a pretensão de invadir Taiwan.
O tempo das invasões bárbaras já ficou lá muito para trás. É inadmissível, hoje, uma Síria, um Afeganistão, um Iraque, um Tibete, uma Ucrânia, e tantos outros povos oprimidos por TIRANOS que não são bem-vindos no mundo do século XXI d. C..
Todas as invasões são INSANAS.
Opressores do mundo: deixai os POVOS viver em Paz.
Destruí as armas. Não destruam VIDAS.
Nenhum Povo livre deve ser invadido. A ideia dos “impérios” é uma ideia obsoleta, que apenas mentes obsoletas e insanas desejam.
As armas destroem. Gastam-se fortunas a fabricar armas para destruir vidas e cidades inteiras, quando essas fortunas deveriam ser gastas para construir um mundo, onde TODOS os Povos, TODOS, pudessem viver em Paz e abastadamente.
Tanta fome no mundo, tantos países a precisar de ajuda humanitária, tanta seca, tanta desgraça, e um punhado, apenas um punhado, de gente insana tenta destruir o que tanto custou a construir.
Como é possível, no século XXI d. C. estarem a acontecer guerras, em nome de vontades imperialistas ridículas e de opressores insanos?
O mundo civilizado e livre exige que esta guerra sem sentido, que todas as guerras acabem imediatamente, e que a INDÚSTRIA das ARMAS seja destruída, a bem da Humanidade.
E os fabricantes dessas armas que vão plantar hortas, pomares, vinhas, searas, nos campos do mundo, e teriam, desse modo, muito mais utilidade.
Isabel A. Ferreira
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«Na semana passada, divulgámos uma declaração de solidariedade em nome do Movimento pela Liberdade Tibetana, condenando a invasão da Rússia, a agressão em larga escala, e o ataque contra os valores globais da justiça, autodeterminação, e democracia. E apelámos aos governos mundiais para que tomassem as medidas mais fortes possíveis para dissuadir novas agressões e garantir a segurança e a liberdade do povo da Ucrânia.»
Um texto que transcrevo do «Blog Contra a Tauromaquia, em Portugal e no mundo! Pelos Touros, pelos Cavalos, e pelas Pessoas, pelos Direitos Humanos», da autoria de Mário Amorim.
Fonte:

«Sublevação Tibetana!
Olá Mário
10 de Março, Aniversário da Revolta Nacional Tibetana, é uma das datas mais importantes do calendário tibetano.
Neste dia, em 1959, milhares de tibetanos de todos os estratos sociais levantaram-se em revolta contra a invasão e ocupação do seu país pela China.
Os protestos foram seguidos por uma brutal repressão em todo o Tibete, reclamando dezenas de milhares de vidas.
A cada 10 de Março, comunidades tibetanas exiladas, grupos tibetanos e apoiantes reúnem-se nas ruas de todo o mundo para recordar a coragem e a força dos tibetanos, e para manter viva a resistência.
E este ano, à medida que a brutal tentativa da Rússia de invadir a Ucrânia se desenrola diante dos nossos olhos, a ocupação de sete décadas do Tibete é mais pungente do que nunca.
Na semana passada, divulgámos uma declaração de solidariedade em nome do Movimento pela Liberdade Tibetana, condenando a invasão da Rússia, a agressão em larga escala, e o ataque contra os valores globais da justiça, autodeterminação, e democracia.
E apelámos aos governos mundiais para que tomassem as medidas mais fortes possíveis para dissuadir novas agressões e garantir a segurança e a liberdade do povo da Ucrânia.
in: https://blogcontraatauromaquia.wordpress.com/2022/03/09/sublevacao-tibetana/
Quinta-feira, 21 de Outubro de 2021
Estou com o Povo do Tibete, com o Mário e com a Mandie e com todos que que lutam pela libertação do Tibete. (Isabel A. Ferreira)

FREE TIBETE
***
Olá Mário
Estou em Atenas depois do que só posso descrever como alguns dias bem sucedidos de trabalho na nossa campanha No Beijing 2022 – fazendo manchetes em todo o globo e sensibilizando muito necessário sobre o nosso apelo a um boicote aos Jogos Olímpicos de Pequim 2022.
Durante as últimas 72 horas, houve aqui acções de manifestantes tibetanos e aliados apelando à hipocrisia do Comité Olímpico Internacional ao entregarem a Tocha Olímpica – um símbolo de paz, liberdade e humanidade – à China, um dos maiores violadores dos direitos humanos do mundo.
O nosso objectivo aqui, nos últimos dias, foi assegurar que a nossa mensagem fosse manchete mundial e que a ocupação ilegal e brutal do Tibete pela China, e a extensão da preocupação com Pequim 2022, fosse a nossa prioridade.
E tenho o prazer de dizer que temos sido extremamente bem sucedidos! Tivemos milhares de polegadas de coluna a aparecer em dezenas de dezenas de jornais de todo o mundo, e vimos páginas dos meios de comunicação social cheias de posts sobre a nossa campanha.
Ontem, poucas horas antes de o Comité Olímpico Internacional entregar a Tocha Olímpica, organizámos uma conferência de imprensa que contou com a presença de meios de comunicação social bem conhecidos.
Durante a sessão, eu e os meus colegas, Pema Doma of Students for a Free Tibet e Zumretay Arkin do Congresso Mundial Uyghur, apelámos aos governos, às emissoras olímpicas e aos patrocinadores para que não fossem cúmplices nos “Jogos de Genocídio” da China. E exortou os atletas a serem aliados de tibetanos, Uyghurs e Hongkongers.
O seu apoio fez uma enorme diferença para esta campanha e para o trabalho dos grupos tibetanos que estão empenhados em lutar pela liberdade tibetana e proteger as vidas e os direitos do povo tibetano.
A pouco mais de três meses da abertura de Pequim 2022, continuaremos com todas as nossas forças para elevar a nossa mensagem em alto e bom som. Manter-me-ei em contacto convosco para vos informar mais sobre os nossos planos, sucessos, e outras formas de apoio.
Mas por agora, muito obrigado por estarem connosco.
Os nossos melhores votos
Mandie
Fonte:
https://blogcontraatauromaquia.wordpress.com/2021/10/20/o-sucesso-da-campanha-do-tibete-uma-mensagem-de-atenas/comment-page-1/#comment-3961
Domingo, 17 de Outubro de 2021

A análise do total de emissões de dióxido de carbono dos países desde 1850 revelou as nações com maior responsabilidade histórica pela emergência climática. Mas seis dos dez primeiros ainda não fizeram novas promessas ambiciosas de reduzir suas emissões antes da crucial cúpula climática Cop26 da ONU em Glasgow, em Novembro.
Os seis incluem China, Rússia e Brasil, que vêm atrás apenas dos EUA como os maiores poluidores cumulativos. O Reino Unido está em oitavo e o Canadá em décimo. O dióxido de carbono permanece na atmosfera por séculos e a quantidade cumulativa de CO2 emitida está intimamente ligada aos 1,2°C de aquecimento que o mundo já viu.
Nas negociações da ONU, as emissões históricas sustentam as reivindicações por justiça climática feitas pelos países em desenvolvimento, juntamente com a disparidade de riqueza das nações. Os países que enriqueceram com combustíveis fósseis têm a maior responsabilidade de agir, dizem os países em desenvolvimento, e de fornecer financiamento para o desenvolvimento de baixo CO2 e protecção contra os impactos do aquecimento global.
O Reino Unido está hospedando a Cop26 e o primeiro-ministro, Boris Johnson, reconheceu essa responsabilidade em um discurso na ONU em Setembro.
A análise, produzida pela Carbon Brief, inclui, pela primeira vez, as emissões da destruição de florestas e outras mudanças no uso da terra, juntamente com os combustíveis fósseis e a produção de cimento. Isso empurra o Brasil e a Indonésia para os 10 primeiros lugares, ao contrário de quando apenas as emissões de combustíveis fósseis são consideradas.
Os dados também mostram que o mundo já usou 85% do orçamento de CO2, o que daria 50% de chance de limitar o aquecimento a 1,5°C, o limite de perigo acordado em Paris em 2015.

Os EUA, Alemanha, Grã-Bretanha e Canadá são os únicos dez principais países que fizeram promessas de cortes mais profundos de emissões antes da Cop26. Embora os EUA tenham afirmado que dobrarão sua contribuição para o financiamento do clima para as nações em desenvolvimento, alguns ainda vêem isso como muito pouco da maior economia do mundo.
A Rússia fez uma nova promessa, mas permite que as emissões aumentem, e o grupo Climate Action Tracker (Cat) a classificou como “criticamente insuficiente” em comparação com as metas de Paris. China e Índia ainda não fizeram novas promessas, enquanto as do Brasil, Indonésia e Japão não melhoraram as promessas anteriores.
“Há uma ligação directa entre os 2.500 bilhões de toneladas de CO2 bombeados para a atmosfera desde 1850 e o aquecimento de 1,2ºC que já estamos experimentando”, disse Simon Evans, do Carbon Brief. “Nossa nova análise coloca um foco vital nas pessoas e países mais responsáveis pelo aquecimento do nosso planeta.
“Não podemos ignorar o CO2 da silvicultura e das mudanças no uso da terra, porque ele representa quase um terço do total acumulado desde 1850. Depois de incluir isso, é realmente impressionante ver o Brasil e a Indonésia entrando no top 10.”
Mohamed Nasheed, embaixador do Fórum Vulnerável ao Clima (CVF), um grupo de 48 nações, e presidente do parlamento nas Maldivas, disse: “A justiça básica exige que aqueles que mais fizeram para causar a emergência climática assumam a liderança em abordá-la. Esta nova análise deixa claro onde reside a responsabilidade: principalmente com os EUA, mas, posteriormente, com a China e a Rússia.
“Os emissores históricos assumiram todo o orçamento de carbono de 1,5ºC e o gastaram em seu próprio desenvolvimento. Nesse sentido, emprestamos a eles nosso orçamento de carbono e eles nos devem por isso. Chegando ao Cop [26], vimos algumas promessas de financiamento aumentadas, mas ainda está muito abaixo dos US $100 bilhões [£ 73,5 bilhões] por ano que o CVF pede.”
Tom Athanasiou, parceiro do Climate Equity Reference Project, disse que a capacidade diferenciada de nações ricas e pobres de financiar ações climáticas é importante. “A responsabilidade histórica é um princípio fundamental de equidade, mas não é o único”, disse ele. “Considerar a capacidade é essencial se quisermos evitar que a acção climática aconteça nas costas dos pobres.”
A análise do Carbon Brief mostra que cerca de 85% das emissões cumulativas dos EUA e da China são da queima de combustível fóssil e 15% do desmatamento, com o inverso verdadeiro para o Brasil e a Indonésia. A Indonésia fez algum progresso ao deter a derrubada de árvores, mas a derrubada de florestas no Brasil acelerou sob o actual presidente, Jair Bolsonaro.
A inclusão das emissões de desmatamento empurra a Austrália do 16º para o 13º lugar – acredita-se que a Austrália tenha desmatado quase metade de sua cobertura florestal nos últimos 200 anos. A promessa de redução de emissões da Austrália para a Cop26 não aumenta sua ambição e é classificada como “altamente insuficiente” pela Cat.
Os Estados Unidos foram o maior poluidor cumulativo de 1850 até os dias actuais. A Rússia foi o segundo maior poluidor até 2007, quando suas emissões foram superadas pelas da China, cujas emissões começaram a aumentar rapidamente a partir da década de 1970. O Reino Unido foi o terceiro maior emissor em um século, de 1870 a 1970, quando foi ultrapassado pelo Brasil.
“Começamos a revolução industrial na Grã-Bretanha. Fomos os primeiros a enviar grandes baforadas de fumaça azeda para os céus em uma escala que desorganiza a ordem natural”, disse Johnson à assembleia geral da ONU em Setembro. “Entendemos quando o mundo em desenvolvimento olha para nós para ajudá-los e assumimos nossas responsabilidades.”
O presidente da Cop26, Alok Sharma, disse: “Os grandes emissores, especialmente os do G20, têm a responsabilidade de enviar uma mensagem forte e poderosa ao mundo de que estão aumentando a ambição e acelerando as acções contra as mudanças climáticas. Embora aqueles que mais contribuíram para o problema do aquecimento global devam assumir a liderança, todos os países e partes da sociedade devem enfrentar esse desafio compartilhado”.
Robbie Andrew em Cicero, um centro de pesquisa climática norueguês, disse: “Embora as emissões históricas sejam muito importantes, quase dois terços de nossas emissões de CO2 fóssil ocorreram desde cerca de 1980 e em torno de 40% desde 2000 [e] é o que está acontecendo agora sobre o que podemos fazer algo. ”
Na semana passada, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que as economias desenvolvidas precisam assumir a liderança e Greta Thunberg também levantou a questão da responsabilidade histórica.
“Reconheço que os países que mais emitiram carbono [dióxido] não o fizeram com a intenção de prejudicar o clima”, disse Nasheed. “O motor de combustão interna foi inventado para mobilidade, não para afogar nações insulares. Portanto, apelo a uma abordagem colectiva para isso, em que actuem juntos para expandir rapidamente as tecnologias limpas de que precisamos, em vez de jogar um jogo de culpa pós-colonial. ”
A análise do Carbon Brief usou dados do Centro de Análise de Informações de Dióxido de Carbono, Nosso Mundo em Dados, Projecto Global de Carbono, Monitor de Carbono e estudos sobre emissões de desmatamento e mudanças no uso da terra. Começa em 1850, antes do qual dados confiáveis são escassos e, portanto, não inclui as emissões do desmatamento ocorridas anteriormente. Foi responsável pela mudança das fronteiras nacionais ao longo do tempo, mas não atribuiu as emissões dos países anteriormente colonizados à nação colonizadora.
Fonte:
https://blogcontraatauromaquia.wordpress.com/2021/10/17/ganancia-emissoes-climaticas-historicas-revelam-responsabilidade-de-grandes-nacoes-poluidoras/
(Texto transcrito automaticamente para a Grafia Portuguesa)
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Terça-feira, 26 de Janeiro de 2021
… como o idealiza e reflecte a escritora e professora universitária Idalete Giga.
Ser emocionalmente racional é a palavra-chave, para o Mundo que aí vem. Esta é a mensagem.
Isabel A. Ferreira

«O Vírus Justiceiro, como eu lhe chamo, veio acordar o mundo e avisar a Humanidade inteira de que temos urgentemente de mudar de vida, ou seja, os nossos hábitos em todas as áreas do quotidiano. Mas não são só os nossos hábitos que terão de mudar radicalmente. É o paradigma económico, financeiro, educacional, cultural, etc. em todo o planeta que mudará para melhor.
Adeus capitalismo selvagem. Adeus reino da quantidade. Adeus exploração desenfreada. Adeus offshores. Adeus fabrico de armas. Adeus tráfico de seres humanos, de droga, de armas (!). Adeus prostituição. Adeus mercados bolsistas que se regulam pelo absurdo, pelo enriquecimento ilícito, pela completa IRRACIONALIDADE. Adeus mundo do ódio, das guerras absurdas que são alimentadas pelo negócio criminoso, altamente repugnante e desumano da venda de armas. Quem as vende aos países em guerra? Os EU, a China, a Rússia, a Alemanha, a Itália, a França, a Espanha, etc. , etc.. Portugal não vende, mas compra. E eu pergunto: para quê?» (Idalete Giga)
***

Emoção versus banalidade
Ser banal
É ser vulgar
E não se emocionar
Quando passa
No caminho da vida
E apenas vê
De fugida
O chão que pisa
Ser banal
É ser vulgar
E não se emocionar
Com o assobiar
Do vento
O canto dos pássaros
O canto do mar
O cintilar das estrelas
A lua cheia
A beijar o oceano
Com a sua luz prateada
O sol a nascer
No fim da madrugada
Ser banal
É ser vulgar
E não se emocionar
com os campos em flor
O ouro das árvores
Os poentes de fogo
As lágrimas da chuva
Ser banal
É ser vulgar
E não se emocionar
Com a ternura
De um canto de embalar
Ser banal
É ser vulgar
E não se emocionar
Com a profunda tristeza
No olhar
De uma criança abandonada
Ser banal ´
É ser vulgar
É não ter compaixão
É ter medo de amar
Tudo o que pulsa
Em constante vibração
Subindo
E convergindo
Para o Infinito.
Idalete Giga
Paço de Arcos, 17/ Dezembro/2020
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Quarta-feira, 11 de Novembro de 2020
Porque os que se dizem seus guardiães comportam-se como pequenos ditadores: querem, podem, mandam e dizem o que bem lhes apetece, não respeitando a Casa da Democracia.
Por vezes, fazem do Parlamento uma arena de combate, com “olés” e tudo, o que não dignifica a Democracia.
E Democracia é outra coisa.

Se Augusto Santos Silva não é fofinho com tiranos, eu, como cidadã portuguesa, que paga impostos, para ser bem servida pelos governantes que os gerem (infelizmente mal) e a quem ajudo a pagar os salários, também não tenho de ser fofinha com os tiranos que estão no PODER, a pôr por água abaixo com atitudes ditatoriais, o esforço para manter a Democracia, que, aliás, nunca o foi a 100%, porque não houve nenhum político pós-25 de Abril que tivesse a coragem de desembaraçar Portugal de práticas monárquicas, que não dignificam os Portugueses e o País.
Também não posso ser fofinha com o ditador que mantém a Língua Portuguesa cativa, nos calabouços do Poder, estando com isso a destruir um dos nossos mais preciosos patrimónios.
Então, ora chegando-se mais para aqui, ora chegando-se mais para ali, os que se dizem de esquerda, unem-se frequentemente com os da direita, para viabilizar políticas retrógradas, e depois vituperam os da direita, por se unirem à direita para criarem uma geringonça de direita, nos Açores, tão legítima quanto a geringonça de esquerda, que os socialistas criaram no continente, em 2016, quando perderam as eleições para o social-democrata Pedro Passos Coelho.
Se uns podem, por que não os outros? Perguntam os que estão atentos a estes meandros da politiquice, em que se transformou a falsa “democracia” portuguesa.
A verdade é que todos os partidos políticos, incluindo o presidente da República, morrem de medo da ascensão do CHEGA, mas tudo fazem para que o CHEGA, aproveitando a tibieza e atitudes ditatoriais dos socialistas, e do pobre contributo que os comunistas e bloquistas e centristas e sociais-democratas e o próprio presidente estão a dar para a construção de um Portugal que se quer civilizado e longe da cauda da Europa, e que não seja a chacota do mundo, com o seu linguajar básico, que representa um nível baixo de literacia (uma vergonha!), o CHEGA vai se chegando à frente, sub-repticiamente, como quem não quer a coisa…
E de quem é a culpa? É de uma esquerda que baralha todos os cromos, e pretende construir uma sociedade esvaziada da sua História, da sua Cultura [culta, porque a inculta está protegida], das suas Raízes, faz o que quer, e não o que deve. E isto paga-se caro.
Depois há coisas inadmissíveis. Aquela de o primeiro-ministro de Portugal ter mencionado o Partido CHEGA como um partido de extrema-direita e XENÓFOBO. Isto poderá ser dito por qualquer cidadão português, mas não por um primeiro-ministro. Não esquecer que o deputado André Ventura foi eleito. Tem os seus direitos dentro do Parlamento. Não está no Parlamento porque resolveu estar. É extremista? É xenófobo?
Pois… Então há que não ser fofinhos com ditadores, nem de esquerda, nem de direita.
Neste momento temos em curso uma ditadura de esquerda. Todos o dizem. E, pelo andar da carruagem, não me surpreenderá nada que possamos vir a ter uma ditadura de direita, ambas perniciosas, em igual medida.
Haja coragem para mudar os paradigmas, e não pretender apagar Portugal do mapa. Porque é isto que está em causa.
Os Portugueses anseiam por uma DEMOCRACIA, que o seja de verdade. Porque o que temos é uma ditadura, nada fofinha, fantasiada de democracia.
Isabel A. Ferreira
***
“Não sou fofinho com tiranos”, respondeu esta quarta-feira o ministro Santos Silva à acusação da Iniciativa Liberal (IL) de “tibieza” com a China, acusando em contrapartida o partido liberal de estar "encostado a quem gosta de ditadores” nos Açores.»
A notícia pode ser lida aqui.
https://www.publico.pt/2020/11/11/politica/noticia/nao-fofinho-tiranos-santos-silva-il-encostada-gosta-ditadores-1938778
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Segunda-feira, 14 de Setembro de 2020
Que há alguma coisa errada nisto tudo, é uma grande verdade. Também tenho confiança no desmascaramento desta "coisa", que traz o mundo refém do medo.
A ver se eu entendo! – um texto de João M. Félix Galizes para ler e reflectir.

«A ver se eu entendo!
Então em Fevereiro a Directora-Geral da Saúde. Graça Freitas dizia que o vírus da China não ia chegar a Portugal.
E afinal, dizem que chegou em Março.
Agora, em Agosto, já sabem que vão precisar de encatrafiar as pessoas novamente em prisão domiciliar, no Natal!? 🤔
Já sabem isso com tanta antecedência!? 🤔
Ou vão falhar novamente, ou se acertarem, então, é porque o plano terá conseguido ser posto em acção, não o vírus.
As pessoas mais distraídas deveriam despertar e perceber que há um plano para desestruturar a ordem natural. Então, trancam as pessoas em casa, disseram que era para protegê-las, e agora vêm, outra vez, assustar as pessoas, dizendo que "a maioria dos novos casos surge no seio familiar"? Isto é de loucos, e não tem razoabilidade científica. As regras que são alteradas a cada momento não têm lógica. Mas as pessoas acreditam na receita dos mentirosos.
Já vos retiraram a Páscoa, e vocês acreditaram que era para o vosso bem. Mais tarde, adeus Natal! E tu com medo do vírus mortal. O vírus está no Poder, na AR, na PR, na Magistratura, e nas sociedades secretas que dominam a sociedade e as instituições, e não em cada uma das habitações da população.
Se acreditarem nisto, eles vão criar outros vírus sempre que precisarem disso, para vos manter em prisão.
Garanto-vos, que se eu não tivesse confiança em que esta farsa vai ser revelada em breve, preferia MORRER por causa do vírus, ou doutra treta qualquer, do que continuar a viver com medo de morrer, e sem liberdade. ;)
Vivam sem medo de serem felizes! ;)»
JmfG
Fonte:
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1469505129906094&set=a.115100005346620&type=3&theater
Quarta-feira, 20 de Maio de 2020
Um texto para ler e reflectir, obrigatoriamente.
«É um documento de grande lucidez e coragem! Comovente, também. Trata-se de um alerta vigoroso para quem venha a sobreviver a esta calamidade planetária, que atinge os seres humanos. Como se disse, merece ser difundido a vários níveis da sociedade, desde os órgãos de informação, aos responsáveis dos diferentes graus de ensino, da ciência, cultura, dirigentes autárquicos, associativos, sindicais, governantes do poder central e local, dirigentes religiosos, etc... E difundido JÁ! Se assim não for ficará esquecido, como tantos outros, no fundo de uma qualquer gaveta.
Ora, na minha opinião, o depoimento, em si mesmo, tem um valor pedagógico que não deve ser ignorado.
Encaminho para ler e reflectir
Cumprimentos,
Jaime Teixeira Mendes
Presidente da AMPDS (Associação de Médicos pelo Direito à Saúde)
Maria de Sousa
Depoimento póstumo da cientista Maria de Sousa, de 80 anos, falecida a 14 de Abril com a Covid-19. Professora da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e investigadora do Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes.
Percebeu a migração organizada dos linfócitos, células do sistema imunitário, tem o seu nome nos manuais sobre este sistema.
Este texto é uma importante lição, de conhecimento e lucidez, que Maria de Sousa deixa a todos nós.
Este testemunho devia ser dado a ler e explicado a todos os jovens, nas escolas e nas famílias (já para não falar dos adultos, governantes ou simples cidadãos) porquanto representa um aviso e um alerta certeiro apontados aos problemas de hoje e do futuro imediato.
Carta aberta de uma cientista optimista às novas gerações.
A cientista Maria de Sousa, ao saber que estava infectada com a Covid-19 e consciente da sua situação de alto risco, despediu-se dizendo:
«Espero perdurar por via dos que ficam vivos”. Por mais dolorosa e triste que seja a morte, a vida tal como a conhecemos na Terra é infinita. As novas gerações sucedem-se ciclicamente e cabe sempre a elas a construção do nosso futuro colectivo.
Faz parte de ser jovem estar convencido de que vamos ser capazes de mudar o mundo para melhor.
Eu já não sou cronologicamente jovem, mas continuo a acreditar num cenário optimista para o futuro da humanidade!
É preciso coragem para mudar, sobretudo quando o nosso estilo de vida actual é tão confortável.
No entanto, as evidências científicas são irrefutáveis: a exploração que o homem está a fazer da natureza é insustentável.
Vivemos obcecados pelo crescimento económico, mas não é possível que as economias de todos os países continuem a crescer indefinidamente. Considero fundamental que os jovens de hoje se consciencializem dos inevitáveis riscos a curto prazo e façam ouvir a sua voz, pressionando a sociedade para a mudança.
Acredito que a ciência e a tecnologia vão tornar-se ainda mais essenciais nas nossas vidas. Precisamos de observações e medições rigorosas de tudo o que se passa em todos os locais do planeta para estarmos alerta e sabermos onde actuar. Mas acima de tudo precisamos de novas soluções para viver em harmonia com a Terra, desde novas formas de nos deslocarmos a novas formas de nos alimentarmos e reciclarmos o lixo que produzimos. Novas soluções para um problema não surgem de repente a partir do nada. São necessários anos de intensa investigação científica, e muitos problemas estão ainda por resolver.
Por exemplo, a propósito da actual pandemia, importa lembrar que entre 1918 e 1919 ocorreu um surto de infecção causada por um novo vírus da gripe que matou cerca de 50 milhões de pessoas em todo o mundo. Já se usavam máscaras de protecção, desinfectantes e distanciamento social, mas não havia testes de diagnóstico, nem medicamentos, nem ventiladores. A 1ª vacina para a gripe foi desenvolvida em 1940 e aplicada apenas em militares. Só em 1960, após uma pandemia causada por um novo vírus da gripe que entre 1957 e 1958 matou mais de um milhão de pessoas em todo o mundo, iniciaram-se os programas de vacinação para grupos de risco (isto é, pessoas com doenças crónicas ou com mais de 65 anos). Uma vacina confere imunidade contra um tipo específico de vírus. Ora, o vírus da gripe altera com muita frequência a sua informação genética, dando origem a novas formas de vírus que escapam ao efeito da vacina. Esta diversidade genética dá também origem, ocasionalmente, a formas de vírus mais agressivas que causam pandemias. Foi o que voltou a acontecer em 1968, com mais de um milhão de mortes em todo o mundo, e apenas há dez anos, em 2009, causando a morte de cerca de 600 mil pessoas a nível mundial. Porque a capacidade de se reinventar geneticamente é uma característica de todos os vírus, a humanidade sempre esteve e vai continuar a estar sujeita a surtos de infecção por novos vírus. Foi o caso do VIH – vírus da imunodeficiência humana, causador da sida. Esta nova doença começou a ser detectada em 1981 nos EUA e já matou 32 milhões de pessoas no mundo. Em 1994, a sida era, nos EUA, a principal causa de morte de pessoas entre os 25 e os 44 anos. Só em 1995 começaram a ser ensaiados os primeiros medicamentos que viriam a ter um grande sucesso, evitando as mortes e transformando a sida numa doença crónica.
Mais recentemente, em 2003, foram reportados na China os 1ºs casos duma nova doença respiratória denominada SARS, causada por um coronavírus parente do actual SARS-CoV-2. Em plena pandemia, a sociedade pede muito aos cientistas medicamentos e vacinas eficazes.

Que lições tirar para o futuro? Acima de tudo, as novas gerações têm de estar conscientes de que vão ser confrontadas com grandes desafios. A falta de respeito pelos animais selvagens, vítimas de captura e comercialização, favorece a infecção humana por novos vírus (ou outros microorganismos patogénicos) que poderão causar mortalidades bem mais altas do que a actual pandemia. Muitos modelos ainda praticados na indústria agro-pecuária incentivam a destruição de florestas, interferem com a qualidade dos solos, são poluidores e favorecem a propagação de epidemias em plantas e animais. Vão certamente ocorrer grandes desastres naturais como fogos, tempestades e terramotos. As alterações climáticas são uma realidade instalada. Vai faltar a água e aumentar a poluição. As sociedades do futuro vão depender da ciência e da tecnologia para lidar com catástrofes. Mas as sociedades de hoje insistem em ignorar os múltiplos alertas dos cientistas para perigos eminentes que ainda podem ser evitados.
Por isso, deixo aqui o meu apelo às novas gerações para acabarem de vez com a ilusão de que vai ser possível continuar a viver com os hábitos de hoje e a fazer os negócios do costume. O meu outro apelo é para valorizarem e cultivarem a ciência. Todos os jovens, independentemente das suas profissões futuras, devem ser treinados a aplicar o método científico nos problemas com que se deparam no dia-a-dia. Rigor na observação, raciocínio lógico nas deduções, conclusões baseadas em experimentação. Em paralelo, as profissões ligadas à ciência têm de ser atractivas e apetecíveis. Tal implica organização, infraestrutura e recursos em permanente actualização.
Finalmente, um alerta: todas as áreas do saber são igualmente importantes. Os avanços tecnológicos mais transformativos resultaram de descobertas que podiam, à primeira vista, parecer irrelevantes. Para o avanço da ciência não há temas de investigação inúteis, desde que as perguntas sejam bem formuladas.
E a ciência não pode deixar de avançar, sob pena de não sermos capazes de resolver os imensos desafios com que nos vamos deparar!»
***
Ver neste link a mensagem deixada por Maria de Sousa, num belo poema lido na SIC, por Rodrigo Guedes de Carvalho:
https://www.msn.com/pt-pt/video/tvi24/a-mensagem-deixada-por-maria-de-sousa/vp-BB12GAHL?fbclid=IwAR2tv43Ix58mKTWAIaPZJCoNZYghsWe5fc9XgRD3HeKbe7-Qg6PB45fZfsY
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Segunda-feira, 11 de Maio de 2020
«Fomos obrigados a deixar a “fast-vida”, a correria, o massacre da competição e do tempo sem tempo. Com burnout, agora, só os profissionais de saúde. E se pudéssemos aproveitar para mudar?»
Um texto de leitura obrigatória.

Por:
Isabel do Carmo/Jaime Teixeira Mendes/João Durão Carvalho/Martins Guerreiro
«Médicos, um engenheiro hospitalar e um militar, integrados em respectivas associações, entendem juntar-se para em conjunto exprimir que esta pandemia nos coloca problemas políticos que dizem respeito ao Estado em geral e ao Estado social em particular, ao desempenho dos vários actores políticos nesta crise e ao nosso Serviço Nacional de Saúde (SNS). Colocam-se também questões sociais e até filosóficas mais latas, relativas ao ser humano no ecossistema e no modo de vida.
Vários pensamentos esperam do Estado coisas diferentes. Alguns esperam segurança e voz de comando. Outros, como nós, esperam, para além disso, o funcionamento do Estado social. O que é que este significou e significa. Foi a seguir à Segunda Guerra que o Estado Social se corporizou. As decisões dos governos das democracias foram tomadas após grandes movimentos das massas trabalhadoras em geral e dos sindicatos em particular. Portugal, Espanha e Grécia ficaram debaixo do tapete das democracias e bem sabemos as consequências. O espírito que atravessou as democracias, com liderança do Reino Unido e dos países escandinavos, consistiu na nacionalização das grandes indústrias e do caminho-de-ferro. Num levantamento de estruturas de habitação, de saúde e de educação a partir do Orçamento Geral do Estado. Constituído este a partir de impostos progressivos de acordo com o rendimento. Foi um grande salto para diminuir a desigualdade entre as pessoas, com a qual elas nascem. Foram precisos 30 anos para Portugal, após Abril de 1974, adoptar a mesma estrutura, estabelecendo-se informalmente após a revolução, mas só se tornando lei em 1978. O SNS estabeleceu-se e a sua concepção é idêntica à do Reino Unido e dos países escandinavos. Chama-se beveridgiana porque o seu legislador em Inglaterra foi Beveridge. Os outros países da Comunidade Europeia também têm cobertura universal mas na base de seguros obrigatórios ou segurança social.
O problema é que a nossa legislação foi na contra-onda que entretanto se estabelecia na Europa e nos EUA em 1979/80, com R. Reagan e M. Thatcher. Para esta última, segundo as suas palavras, não havia “sociedade”, só havia “indivíduos”. A partir daí o pensamento progressivamente hegemónico foram as privatizações das fontes de rendimento do Estado e a redução progressiva dos serviços públicos a favor da “concorrência” com os privados. Porque o espírito foi e é: mercado, concorrência, individualismo. Está expresso na Lei de Bases da Saúde de 1993, aprovada por um parlamento com maioria de direita.
O nosso medíocre cavaquismo foi o thatcherismo luso, inspiração para uma grande parte da direita portuguesa. Liberais, com várias designações, que falam contra a “carga fiscal” (ressalva-se as dificuldades das pequenas e médias empresas), sabendo que é daí que vem dinheiro para a educação e a saúde, falam contra as “taxas e taxinhas”, quando são aplicadas às bebidas açucaradas, são os que falam em “menos Estado, melhor Estado” (mas qual é que escolhem?). Infelizmente, a pandemia veio demonstrar o que é ter ainda algum Estado social ou não ter nenhum, como acontece nos EUA.
A resposta da Direcção-Geral da Saúde (DGS) e do Ministério da Saúde (MS) foi adequada, serena e resistente ao desgaste do trabalho exaustivo, e dos ataques directos ou enviesados. Duas mulheres sem experiência de uma pandemia, porque ninguém a tem, enfrentaram a crise com inteligência e coragem, tomando medidas proporcionais. O primeiro-ministro tem a liderança necessária com a mesma sabedoria. Realce-se o conhecimento transmitido por cientistas portugueses, virologistas, infecciologistas, pneumologistas, epidemiologistas ao nível do melhor pensamento internacional. Não é por acaso. Tiveram formação e experiência no SNS. Os profissionais de saúde têm feito um trabalho extraordinário com risco de vida, como se constata pelo número de infectados em percentagem superior ao da população em geral. Continuem nesse caminho de generosidade e profissionalismo.
Não é de estranhar, mas é de denunciar o aproveitamento político daqueles que acham o momento bom para atacar a DGS e o MS, evidenciando carências que existem e outras que poderão vir a existir. Mais não fazem do que alarmar, lançando o pânico. Não é boa altura para guerrilhas. É igualmente de denunciar todos os aproveitamentos comerciais de grandes empresas fornecedoras.
Nós sabemos que há muitas questões a colocar no futuro relativamente ao SNS: orçamentação, estrutura hospitalocêntrica, necessidade de auto-suficiência em grande parte dos meios auxiliares de diagnóstico nos Cuidados Primários e articulação destes com os centros hospitalares, retenção dos jovens especialistas no serviço público através de estímulo material (muitos estão agora nas urgências dos privados e bastante falta nos fazem no SNS), substituição e actualização tecnológica de equipamento. Destacamos a perda de 4000 camas de agudos no SNS desde 1995 (de 25.000 para 21.000), agora com 2,1 camas por mil habitantes, macas nos corredores e taxas de ocupação superiores a 90% em vez dos normais 85%. Camas públicas e privadas, temos 3,3 camas por mil habitantes, a França tem 6,2 e a Alemanha 8,2 (Fonte: Eurostat, 2017). Consequência de muitos anos de politica neoliberal com enorme investimento e crescimento dos serviços privados. Para que servem agora? Seria interessante perguntar porque só a 23 de Março os hospitais privados, Luz e Lusíadas, admitem doentes com covid-19 . O que é que têm feito aos doentes com covid que lhes aparecem? E os ventiladores da CUF vieram sozinhos ou com doentes? É certo que a CUF no Porto e na Infante Santo ofereceram-se para entrar na rede. Mas a que preço? E qual é o preço dos testes que fazem? Os serviços privados ofereceram-se também para receber doentes não contaminados para libertar camas do público. A que preço? E qual é o jogo do mercado no fornecimento de materiais de defesa da desinfecção? Tudo isto devia ser transparente.
Verifica-se também que a União Europeia só serve para regular mercados financeiros. Não tem nenhum mecanismo para actuar em casos de pandemia ou catástrofe humanitária. Acentuam-se já as assimetrias dos países do sul da Europa em relação aos do norte. A falta de solidariedade europeia contrasta com a solidariedade da China e Cuba. O tempo é de solidariedade e não de egoísmos nacionais ou de grupo.
No meio do infortúnio torna-se dia-a-dia evidente, através dos contactos à distância, que as pessoas estão a gostar de se sentir no colectivo, que encontraram tempo e paciência para a família, que os sentimentos bons ressurgiram, o desfrute da arte erudita e popular aconteceu. Fomos obrigados a deixar a “fast-vida”, a correria, o massacre da competição e do tempo sem tempo. Com burnout, agora, só os profissionais de saúde.
E se pudéssemos aproveitar para mudar?
É também altura para lembrar que não vivemos sozinhos na terra. Não somos os reis do Universo, nem este é humanocêntrico. Os vírus e muitos outros seres vivos coexistem connosco num ecossistema. Não é Satanás, nem uma conspiração. É o acaso ou é aquilo que cabe no nosso enorme desconhecimento. Mas será a ciência, a divulgação, a paixão de saber que, tal como o vírus, não podem ter preço nem fronteiras, a permitir que se vença este inimigo, tal como já foram vencidas muitas bactérias e como foi prolongada a esperança de vida nos países desenvolvidos.»
Isabel do Carmo, médica, professora da Faculdade de Medicina de Lisboa, associada da Associação de Médicos Portugueses em Defesa da Saúde (AMPDS); Jaime Teixeira Mendes, médico, presidente da AMPDS; João Durão Carvalho, Engenheiro, membro da direcção da Associação de Técnicos de Engenharia Hospitalar Portuguesa; Martins Guerreiro, almirante, militar de Abril
Fonte: https://www.publico.pt/2020/03/27/sociedade/opiniao/virus-estado-social-modo-vida-1909170
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Terça-feira, 21 de Abril de 2020
«Investigadores afirmam que a pandemia de covid-19 deve ser encarada como um aviso mortal. Ou seja, devemos pensar nos animais como parceiros, cuja saúde e habitats têm de ser protegidos para evitar o próximo surto global.»

Fonte da imagem: https://jornaldossportsusa.com/bd-news/china-precisa-combater-consumo-de-animais-selvagens-diz-medico/
Texto: Karin Brulliard
O novo coronavírus, que já atravessou o mundo para infectar mais de um milhão de pessoas, começou como tantas pandemias e surtos no passado: dentro de um animal. O hospedeiro original do vírus foi quase certamente um morcego, tal como aconteceu com o ébola, o SARS, o MERS e vírus menos conhecidos como o Nipah e o Marburg. O VIH migrou para os seres humanos há mais de um século, vindo de um chimpanzé. O influenza A “saltou” das aves para os porcos e para as pessoas. Os roedores espalharam a febre de Lassa na África Ocidental. Mas, segundo os cientistas que estudam as doenças zoonóticas, que passam dos animais para as pessoas, o problema não são os animais, somos nós.
Os animais selvagens sempre foram portadores de vírus. O comércio mundial de animais selvagens no valor de milhares de milhões de dólares, a intensificação da agricultura, a desflorestação e a urbanização estão a aproximar as pessoas dos animais, dando aos seus vírus aquilo de que precisam para nos infectar: oportunidade. A maioria falha, mas alguns são bem-sucedidos. Muito poucos, como o SARS-CoV-2, triunfam, ajudados por uma população humana interligada que pode transportar um agente patogénico para todo o mundo e em poucas horas.
À medida que o mundo se esforça por fazer face a uma crise económica e de saúde pública sem precedentes, muitos investigadores da doença afirmam que a pandemia de covid-19 deve ser encarada como um aviso mortal. Isso significa pensar nos animais como parceiros, cuja saúde e habitats devem ser protegidos para evitar o próximo surto global.
“As pandemias no seu conjunto estão a aumentar de frequência”, afirmou Peter Daszak, ecologista de doenças e presidente da EcoHealth Alliance, uma organização de saúde pública que estuda as doenças emergentes. “Não é um acto aleatório de Deus. É causado pelo que fazemos ao meio ambiente. Temos de começar a ligar essa cadeia e fazer estas coisas de forma menos arriscada.”
Segundo os cientistas, cerca de 70% das doenças infecciosas emergentes nos seres humanos são de origem animal e podem existir cerca de 1,7 milhões de vírus por descobrir na vida selvagem. Muitos investigadores estão à procura dos próximos vírus que poderão passar de animais para os humanos. Os pontos mais propícios à propagação de vírus têm três coisas em comum, disse Daszak: muitas pessoas, diversas plantas e animais e rápidas mudanças ambientais.
Os roedores e morcegos são dos mais prováveis hospedeiros para as doenças zoonóticas. Cerca de metade das espécies de mamíferos são roedores e cerca de um quarto são morcegos. Os morcegos constituem cerca de 50% dos mamíferos nas regiões tropicais com maior biodiversidade e, embora sejam valiosos polinizadores e devoradores de pragas, são também espantosos transmissores de vírus. Têm um sistema imunitário que é uma espécie de super-herói que lhes permite tornarem-se “reservatórios de muitos agentes patogénicos que não os afectam, mas que podem ter um impacto tremendo em nós se forem capazes de dar o ‘salto’”, afirmou Thomas Gillespie, ecologista de doenças da Universidade de Emory, no estado da Geórgia, nos Estados Unidos da América. E cada vez tornamos o “salto” mais fácil.
No final do ano passado, um coronavírus de morcego-de-ferradura surgiu na China, onde o comércio de animais exóticos é impulsionado por gostos de luxo, pela caça e pela procura de produtos utilizados para fins medicinais. No wet market [mercados de animais selvagens ao ar livre] em Wuhan, ligado aos primeiros casos de covid-19, pelo menos uma loja vendeu animais como crias de lobo e gatos-civeta para consumo. Estes mercados, dizem os especialistas, apresentam animais stressados e doentes, empilhados em gaiolas, num ambiente repleto de fluidos corporais, onde também se abatem animais e se corta carne — condições ideais para o “salto” do vírus entre espécies.
Embora os morcegos-de-ferradura sejam caçados e comidos na China, não é fácil perceber como é que o vírus do morcego infectou as primeiras pessoas. O rasto dos primeiros casos levou ao mercado de animais, mas o espaço foi fechado e higienizado antes de os investigadores conseguirem localizar o animal que poderia estar implicado. E provavelmente esta nem foi a localização do tal “salto” do vírus para os humanos em si, o que poderá ter acontecido semanas antes, possivelmente em Novembro. Alguns dos primeiros casos não tinham qualquer ligação com o mercado de animais.
Como o novo coronavírus não é idêntico a nenhum vírus conhecido de morcego, houve algures entre o morcego e o ser humano uma mutação em pelo menos um intermediário, talvez o ameaçado pangolim, um mamífero muito traficado pelas suas escamas.
O surto de SARS de 2003, que acabou por ser associado aos morcegos-de-ferradura por cientistas que se embrenharam em escorregadias grutas forradas por guano [acumulação de fezes de morcegos e aves], foi também rastreado até aos mercados de animais selvagens. Os cientistas acreditam que esse coronavírus “saltou” de morcegos para gatos-civeta — mamíferos semelhantes a gatos, vendidos para carne — para humanos.
“Um dos principais ambientes para a ocorrência destes ‘saltos’ são os mercados e o comércio internacional de animais selvagens”, disse na quinta-feira Chris Walzer, director executivo do programa de saúde global da Wildlife Conservation Society (WCS), aos jornalistas.
Em África, a diminuição das populações de grandes mamíferos faz com que a caça aponte o alvo a espécies cada vez mais pequenas, incluindo roedores e morcegos, afirmou Fabian Leendertz, veterinário que estuda doenças zoonóticas no Instituto Robert Koch, em Berlim. Embora alguns animais sejam consumidos para subsistência ou fins tradicionais, as vendas de carne exótica são também uma “enorme economia” nas megacidades em rápido crescimento. “É algo que eu pararia primeiro”, disse. O risco reside “numa maior pressão de caça e numa maior taxa de contacto para aqueles que vão caçar e para aqueles que depois tratam a carne”.
O comércio internacional de animais de estimação exóticos, como répteis e peixes, também é preocupante, porque os animais raramente são testados para detectar agentes patogénicos que possam adoecer os humanos, disse Daszak. Assim como as grandes “explorações fabris” repletas de animais, afirma Gillespie. “Quando penso no principal factor de risco, é a gripe A, que está ligada à produção de porcos e galinhas”, disse.
Mas a criação de animais não é o único local em que um vírus pode passar a barreira de espécies. Os seres humanos partilham cada vez mais espaço com a vida selvagem e alteram-na de forma perigosa, dizem os investigadores. A doença de Lyme, causada por uma bactéria, propaga-se mais facilmente no Leste dos Estados Unidos porque as florestas fragmentadas têm menos predadores, como raposas e gambás, que comem ratos que albergam carraças que espalham Lyme, dizem estudos. A construção de edifícios leva a uma coexistência mais estreita com alguns animais selvagens, incluindo morcegos, disse Leendertz.
Os cientistas apontam o aparecimento na Malásia, em 1998, do vírus Nipah, que matou centenas de pessoas em vários surtos na Ásia, como um exemplo vívido de um vírus que passou a barreira e “saltou” para os humanos, alimentado pelas alterações ambientais e pela intensificação da agricultura. A desflorestação de florestas tropicais para a produção de óleo de palma e madeira deslocou morcegos-da-fruta, alguns dos quais acabaram em explorações de suínos, onde também cresciam mangueiras e outras árvores de fruto. Os morcegos “caem mais do que comem”, disse Gillespie — a saliva e as fezes infectaram os porcos que se encontravam em baixo. Os porcos adoeceram e infectaram os trabalhadores agrícolas e as pessoas próximas da indústria.
“Onde quer que estejamos a criar novas interfaces, este é provavelmente um risco que temos de considerar seriamente”, afirmou. “Está a forçar a vida selvagem a procurar novas fontes de alimento. Está a forçá-los a mudar o seu comportamento de formas que os colocam em melhor posição para transferir o patogénico para nós.”
À medida que a população humana da Terra se aproxima dos oito mil milhões, ninguém pensa que a interacção entre seres humanos e animais vá diminuir. A chave está em reduzir o risco de um vírus que passe de animais para humanos, dizem os cientistas — e não em matar morcegos. Mas reconhecem que as pressões culturais e económicas tornam esta mudança difícil.
A Wildlife Conservation Society e outros grupos exortam os países a proibir o comércio de animais selvagens para fins alimentares e a fechar os mercados de animais vivos. Anthony S. Fauci, o maior especialista em doenças infecciosas dos EUA e o rosto da resposta do país à pandemia, disse na sexta-feira que a comunidade mundial deveria pressionar a China e outras nações que acolhem esses mercados para os fechar. “Fico perplexo como, quando temos tantas doenças que emanam dessa invulgar interface humano-animal, não nos limitemos a desligá-la”, disse Fauci à Fox News.
A China, que interrompeu brevemente o comércio de gatos-civeta após o surto da SARS, anunciou em Fevereiro uma proibição do transporte e venda de animais selvagens, mas apenas até que a epidemia do novo coronavírus seja eliminada. É necessária legislação permanente, afirmou Aili Kang, directora executiva do programa WCS para a Ásia.
Nem todos estão de acordo. As proibições podem fazer com que os mercados se movimentem nos bastidores, dizem alguns. Daszak observou que os ocidentais também comem animais selvagens, frutos do mar e veados, por exemplo. Da mesma forma, diz, o comércio deve ser regulamentado e os animais devem ser rigorosamente testados quanto à presença de agentes patogénicos.
“É necessária uma vigilância mais rigorosa das doenças dos animais selvagens” — encará-los como “sentinelas”, disse Leendertz. Certo é que há uma percepção generalizada de que a construção em habitats selvagens pode alimentar crises de saúde pública, afirmou Gillespie. Muitos investigadores afirmam que a actual pandemia sublinha a necessidade de uma abordagem mais holística de “saúde única”, que encara a saúde humana, animal e ambiental como estando interligadas.
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“É necessário que haja uma mudança cultural a partir de um nível comunitário sobre a forma como tratamos os animais, a nossa compreensão dos perigos e dos riscos para a biossegurança a que nos expomos”, afirmou Kate Jones, professora de Ecologia e Biodiversidade do University College London. “Isso significa deixar os ecossistemas intactos, não destruí-los. Significa pensar de uma forma mais duradoura.”
Exclusivo PÚBLICO/The Washington Post
Fonte:
https://www.publico.pt/2020/04/07/p3/noticia/covid19-proxima-pandemia-vai-chegar-nao-mudarmos-forma-interagimos-vida-selvagem-1911340?fbclid=IwAR3bhQY3N9A_IXWX0p7qkpt1SFyZxhM493GM86hEOo6L3_JghtM_VHa_PZs
Ler mais sobre esta matéria nestes links:
Responsável da ONU e WWF apelam à proibição de mercados de vida selvagem
https://www.publico.pt/2020/04/06/ciencia/noticia/responsavel-onu-wwf-apelam-proibicao-mercados-vida-selvagem-1911185
Será esta a oportunidade para se acabar de vez com o consumo de animais selvagens na China?
https://www.publico.pt/2020/03/29/ciencia/noticia/sera-oportunidade-acabar-consumo-animais-selvagens-china-1909727
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