Um discurso brilhante que só os GRANDES HOMENS (reparem que não disse políticos) conseguem fazer, cheio daquela humanidade que vem da alma de um POVO.
Um discurso que talvez os Russos não tivessem ouvido, mas é um discurso que deve ser partilhado por todo o mundo.
Traduzi, das legendas em Castelhano, todo o discurso de Zelenski, que transcrevo depois do vídeo.
Slava Ukraini
Isabel A. Ferreira
- Hoje, telefonei ao presidente da Federação Russa.
- E qual foi o resultado? o silêncio.
- Todavia, o silêncio deveria estar em Donbass.
- Por isso, hoje, faço um apelo a todos os cidadãos da Rússia.
- Não como presidente. Mas como cidadão da Ucrânia.
- Partilhamos mais de 2.000 quilómetros de fronteira.
- Nela se encontra o nosso exército. Quase 200 mil soldados. Milhares de unidades.
- E o vosso líder deu luz verde para que avancem até nós.
- Até ao território de outro país.
- Este pode ser o primeiro passo para uma grande guerra na Europa.
- Em todo o mundo fala-se do que pode acontecer a qualquer momento.
- Qualquer provocação, qualquer fagulha que acabe incendiando tudo.
- Disseram-vos que essa chama trará liberdade ao Povo da Ucrânia.
- Mas o Povo da Ucrânia já é livre.
- Recordam o seu passado, estão a construir o seu futuro.
- Constroem-no, não o destroem, como vos dizem através da televisão.
- A Ucrânia que aparece nas vossas notícias e a realidade são diferentes.
- A diferença mais importante é que a nossa é verdadeira.
- Dizem-vos que somos nazis.
- Como podem chamar nazi a uma Nação que sacrificou oito milhões de vidas para acabar com o nazismo?
-Como posso ser um nazi, quando o meu Avô resistiu à guerra como membro da infantaria soviética,
- e morreu como Coronel de uma Ucrânia independente?
- Disseram-vos que odiamos a Cultura da Rússia. Como se odeia a Cultura?
- Os nossos vizinhos enriqueceram-nos culturalmente.
- Isso não nos converte numa única entidade, tão-pouco nos separa.
- Somos diferentes, mas isso não é razão para sermos inimigos.
- Queremos construir a nossa própria História. pacificamente. Honestamente.
- Dizem-vos que dou ordem de atacar Donbass. Disparar sem perguntar.
- Há duas perguntas afazer: disparar contra quem? Bombardear a quem?
- Donetst? Onde já estive dezenas de vezes? Onde vi os seus rostos?
- Artema, onde estive andando com os meus amigos?
- O Estádio de Donbass? Onde apoiei a Selecção durante o Campeonato Europeu?
- O Parque Shcherbakova, onde fomos beber depois da derrota?
- Lugansk? O lar da melhor amiga da minha Mãe?
- Onde o seu Pai está enterrado?
- Estou a falar Russo.
- Ainda que ninguém na Rússia entenda o que estes nomes significam,
- estas ruas, estes acontecimentos.
- Tudo isto é desconhecido para vós. é a nossa terra, , a nossa história.
- Contra o que lutais? Contra quem?
- Muitos de vós, haveis visitado a Ucrânia, muitos têm família na Ucrânia.
- Alguns de vós, haveis estudado nas nossas universidades, feito amizades,
- conheceis o nosso carácter, o nosso Povo, os nossos princípios.
- Sabeis que é o que mais apreciamos.
- Ouvi o vosso íntimo, o senso comum. Ouvi as nossas vozes.
- O Povo da Ucrânia quem Paz. As autoridades da Ucrânia querem Paz.
- Queremos Paz e fazemos tudo o que podemos.
- Não estamos sós. Muitos países apoiam a Ucrânia. Porquê?
- Porque não falamos na “paz a qualquer preço”.
- Falamos de Paz, Princípios, Justiça. O direito de decidir o nosso futuro, a segurança, e o direito de viver sem ameaças.
- Tudo isto é importante para nós. é importante para a Paz.
- Também é importante para vós.
- Temos a certeza de que não queremos uma guerra. Nem fia, nem quente, nem híbrida.
- Se nos ameaçam, se alguém tenta apoderar-se do nosso país, da nossa liberdade,
- das nossa vidas, das vidas dos nossos filhos… defender-nos-emos.
- Não atacaremos. Defender-nos-emos.
- Se nos atacais, vereis o nosso rosto, não as nossas costas.
- A guerra implica pagar um enorme preço, em todos os sentidos.
- O Povo perde dinheiro, reputação, qualidade de vida, liberdade e a sua família.
- Perdem-se a si mesmos.
- Na guerra faltam muitas coisas.
- Mas o que há de sobra é dor, sujidade, sangue, morte.
- Milhares, dezenas de milhares de mortes.
- Dizem-vos que a Ucrânia é uma ameaça para a Rússia.
- Não era verdade antes, não é agora, nem será no futuro.
- Quereis garantias de segurança da NATO. Nós também.
- Queremos estar seguros de vós, da Rússia e de outras Nações.
- Não fazemos parte de nenhuma aliança de segurança.
- A segurança da Ucrânia depende da segurança dos nossos vizinhos.
- Por isso, agora falamos da segurança de toda a Europa.
- Mas o nosso objectivo principal é a Paz na Ucrânia,
- a segurança dos nossos cidadãos, dos Ucranianos.
- Fazemo-lo saber a todos e avós também.
- A guerra acaba com todas as garantias. Ninguém terá segurança.
- Quem vai sofrer mais? É o Povo.
- Quem quer que isto pare, mais do que ninguém? É o Povo.
- Quem pode prevenir que isto se passe? O Povo.
- É certo que estas pessoas estão entre vós.
- Músicos, actores, atletas, cientistas, doutores, bloggers, comediantes, tiktokers…
- Gente normal, gente sensível.
- Homens, mulheres, velhos, jovens, pais, e mais importante, mães,
- tanto quanto o Povo da Ucrânia, por muito que vos digam o contrário.
- Sei que este discurso não sairá na televisão russa,
-mas os cidadãos da Rússia têm que vê-lo. Têm que saber a verdade.
- A verdade é que isto tem de parar, antes que seja demasiado tarde.
- E se as autoridades da Rússia não querem falar connosco… talvez queiram falar convosco.
- O Povo da Rússia quer a guerra?
- Oxalá que pudesse responder a isto.
- A resposta depende de vós,
- cidadãos da Federação Russa.
- Obrigado.
O que a pandemia do coronavírus está a ensinar-nos.
Obrigatório ouvir e ler.
Está em Castelhano, mas é bastante perceptível.
«Nunca aceitem nada de maneira acrítica. O meu simples princípio didáctico nos meus cursos na universidade, baseia-se em insistir que os estudantes não acreditem em nada do que eu lhes digo, que corroborem, reflictam, confirmem e investiguem por conta própria. Então lá vai isso.» (Arnulfo Arteaga García)
Aqui deixo esta dica, para que não digam que sou eu (Isabel A. Ferreira) que invento esta coisa de chamar Brasileiro ao que se fala e escreve no Brasil, pois se até os próprios Brasileiros e Alemães o dizem.
Eu não invento nada. Tenho opiniões, obviamente, mas não trabalho debruçada nas minhas opiniões, tão-só sobre factos.
Se me perguntarem qual é a minha opinião sobre o que aqui se vai abordar direi: contra factos não há argumentos. E o facto é que, no Brasil, há muito quem considere Brasileiro ao que lá se fala e escreve. E quem sou eu para contrariar aqueles que têm direito a uma Língua que identifique o próprio país, e que não se revêem na Língua que herdaram do colonizador, ao ponto de se afastarem das suas raízes?
Li algures que «alterar o Idioma Português é sinal de falta de Cultura. O Idioma Português é um Idioma, cuja origem é o Latim, daí chamar-se um Idioma Neolatino, tal como o Castelhano, o Galego, o Catalão, o Francês e o Italiano. Os adeptos do AO90 coagem-nos a adoptar o nosso Idioma Neolatino adulterado na sua forma grafada.
É uma ortografia adulterada que queremos para Portugal?
“Ensinar o Brasileiro” - Livro à venda na Amazon
Sinopse do livro:
Há um grande número de perguntas relevantes, comuns aos professores de língua materna, cujas respostas podem interferir na prática docente. Essa necessidade dos professores chamou tanto a atenção do autor, que ele começou a colecionar as perguntas que lhe eram feitas, no intuito de produzir um livro de respostas condensadas, com o objetivo de atender a essa demanda por material informativo. Cinquenta dessas perguntas reais estão aqui, mais ou menos com as mesmas respostas que foram dadas. Existem boas respostas na bibliografia corrente, mas essas respostas são ou dispersas, ou demasiadamente complexas, exigindo um tempo e um conhecimento nem sempre correspondentes à realidade de nossos professores do ensino fundamental e médio. Esse livro é o resultado dessa interação com os docentes do nível fundamental I e II e médio. Ele pretende ser sucinto, claro e objetivo, permitindo uma compreensão básica dos temas abordados. Esperamos que ele auxilie nossos professores do brasileiro na compreensão de alguns temas importantes. Mas é preciso ressaltar que não estamos propondo um receituário. Os conceitos e opiniões aqui apresentados nem sempre são consensuais, além de que precisam ser confrontados com a realidade de cada comunidade atendida e, em última instância, de cada professor e de cada aluno, para que as necessárias adaptações possam ser efetuadas, com bom senso e respeito.»
Fonte:
https://www.amazon.com.br/Ensinar-Brasileiro-Respostas-Perguntas-Professores/dp/8588456680
***
Português do Brasil a caminho da autonomia?
«A análise de documentos antigos e de entrevistas de campo ao longo dos últimos 30 anos está mostrando que o português brasileiro já pode ser considerado único, diferente do português europeu, do mesmo modo que o inglês americano é distinto do inglês britânico. O português brasileiro ainda não é, porém, uma língua autônoma: talvez seja quando acumular peculiaridades que nos impeçam de entender inteiramente o que um nativo de Portugal diz. Veja no vídeo produzido pela equipe de Pesquisa FAPESP como a expansão do português no Brasil, as variações regionais com suas possíveis explicações e as raízes das inovações da linguagem estão emergindo por meio do trabalho de diversos linguistas.»
Vale a pena ver e ouvir atentamente o que se diz no vídeo. E assim falassem todos os Brasileiros, porque era sinal de que, nas escolas, o Português (dito) do Brasil estava a ser ensinado adequadamente.
https://www.youtube.com/watch?time_continue=331&v=0sDuGRKwguY&feature=emb_title
Fonte:
«Adulteração, no Brasil, de livro português. A Ilíada, de Frederico Lourenço»
Chamo a atenção para o facto de este texto, cuja leitura recomendo vivamente (clicar no link), porque além de excelente, está primorosamente bem escrito, ser da autoria de um jurista e professor universitário brasileiro, portanto, não é meu (para que não digam que eu é que ando sempre a implicar com o abrasileiramento de textos portugueses).
Soubessem os acordistas portugueses escrever tão apuradamente como Arthur Virmond de Lacerda Netto! Mas, lastimavelmente, os acordistas portugueses escrevem como meninos da primeira classe da escola básica.
https://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/dulteracao-no-brasil-de-livro-751590
«A mutilação da "Língua-Mater"»
O desabafo de uma cidadã brasileira sobre o acordo do seu descontentamento:
«Ando macambúzia, cabisbaixa e sorumbática, desde o dia 01/Janeiro, quando ouvi oficiosamente em dois jornais televisivos diferentes, que o AO entraria em vigor no Brasil, a partir de então...não pelo que representa aqui, tolices de meia dúzia (se tanto) de regras sem sentido, mas porque um aceite do Brasil, era a chancela de que "pulhíticos" de ambos os lados precisavam, para deflagrar a hecatombe nuclear da Língua Portuguesa, que como o próprio nome diz é a "Língua de Portugal"...»
Ler o texto completo aqui:
https://olugardalinguaportuguesa.blogs.sapo.pt/a-mutilacao-da-lingua-mater-27973
«O objectivo brasileiro é impor o Brasilês sobre o Português»
Quem o diz não sou eu. Quem o diz é Helena Seiler, uma brasileira que vive nos EUA, e tal como eu, sabe o que está por trás da imposição política do AO90.
Embora eu também o diga.
E digo mais: digo que o Português brasileiro, apenas diz respeito ao Brasil. Não diz absolutamente nada a Portugal.
Ver o texto aqui:
https://olugardalinguaportuguesa.blogs.sapo.pt/o-objectivo-brasileiro-e-impor-o-67583
(*) No Brasil, o vocábulo óptico (relativo a visão) não se escreve com pê, escreve-se ótico (relativo aos ouvidos), o que, na minha óPtica, e penso que na óPtica de todos quantos são pela clareza e objectividade da linguagem, deveria ser escrito óPtico, quando falamos de olhar, e ótico, apenas quando falamos de ouvidos, até porque em nenhuma língua europeia se confunde ouvidos com olhos, e o “nervo ótico” é algo que nem sequer existe.
Em Portugal, devido ao abrasileiramento da grafia portuguesa, passámos todos a ouvir pelos olhos e a ver pelos ouvidos, numa promiscuidade, sem precedentes.
É isto que queremos para Portugal?
Isabel A. Ferreira
Nem o Rei mais avoado, cometeu a insensatez de estrangeirar a Língua herdada de Dom Diniz, o Rei Trovador. Nenhum dos mais incompetentes governantes republicanos jamais se rebaixou ao poder estrangeiro. Tinha de vir um socialista (José Sócrates) e um social-democrata (Cavaco Silva) já na era pós-25 de Abril (que se arma em democrata), para substituir a grafia portuguesa, pela grafia de uma ex-colónia que desprezou a língua que herdou, mutilando-a e desenraizando-a das suas nobres origens europeias.
Vem isto a propósito do comentário que recebi de Sérgio Lopes, ao meu texto «(Des)concerto de Ano Novo».
Sérgio Lopes comentou o post (Des)concerto de Ano Novo às 00:26, 03/01/2020 :
Isabel, pode fazer chegar ao Senhor ministro mais isto, sff? https://www.ufmg.br/online/arquivos/015374.shtml |
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Caro Sérgio Lopes,
Não sei a que senhor ministro se refere. O primeiro-ministro? O dos Negócios (DOS) Estrangeiros? O da (Des) Educação? Na dúvida, faz-se chegar isto a todos. E a mais alguns.
Não sei se tudo o que lhes envio é lido por eles ou não. Alguns têm a amabilidade de me responder. Outros, não. Tenho cá para mim, que talvez leiam, quando muito, por mera curiosidade. Se lêem e levam em conta o que lhes envio, isso é outra história.
Mas o que lhe quero dizer, caro Sérgio Lopes, é que é devido aos “marios perinis” brasileiros que se escreve e fala tão mal no Brasil. (Atenção! E isto não é ser xenófoba ou racista, como os ignorantes gostam de me taxar. Isto é relatar um facto. Certo?).
Esses “marios” transformaram o que ainda chamam “Português” (porque lhes dá jeito, para parecer que têm um idioma a sério) numa linguagem que já não é a portuguesa. Nem pouco mais ou menos.
Todos os que estudam Línguas estrangeiras (Inglês, Francês, Alemão, Castelhano) estudam a GRAMÁTICA como ponto fundamental de partida para uma LINGUAGEM ESCRITA ESCORREITA, porque é a escrita (e não a oralidade) que fixa o pensamento, algo que no Brasil se perdeu por completo. Nenhum país com uma Língua Íntegra, abdica da aprendizagem da Gramática. Nenhum. E todos fixaram a Língua.
Apenas países, com índices elevados de analfabetismo, como é o caso único do Brasil e de Portugal, se atiram para a triste aventura de simplificar o estudo da Língua, apenas porque ao Povo, conduzido por políticas e políticos culturalmente pobres e ignorantes, não lhe deram oportunidade de desenvolverem capacidades intelectuais para uma primorosa aprendizagem. E isto só acontece no Brasil e em Portugal. Em mais nenhum país do mundo civilizado.
O Brasil abdicou do estudo do Português e da Gramática (que foram substituídos pela disciplina «Comunicação e Expressão» paupérrima em saberes), simplesmente porque está-se nas tintas para a Língua herdada do colonizador, a pedra no sapato dos brasileiros que sofrem da “síndrome do colonizado”, e apenas destes, o que os impede de avançar culturalmente, mas não só. Os “marios”, que espigam no Brasil como uma lepra, não contentes com os estragos que já fizeram no que respeita à Língua herdada do repudiado colonizador, pretendem estender esses estragos à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Mas não vão conseguir.
São os que sofrem da “síndrome do colonizado” que suspiram por algo que nunca acontecerá: «Se tivéssemos sido colonizados pelos Ingleses seríamos os Estados Unidos da América do Sul…». Este sonho americano dos “marios” está assente numa gigantesca ignorância. Aos “marios” da Língua juntam-se os “marios” da História que, no Brasil, é ministrada de um modo completamente pervertido, induzindo os desventurados alunos a monumentais erros, que depois espalham por aí (a Internet está cheio deles) numa lamentável demonstração de ignorância, também monumental, sobre a realidade histórica, que não pode ser sonhada, mas tão-só admitida tal como ela foi. Não podemos reescrever a História, tal como ela aconteceu. O que podemos é aprender com os erros da História, para não os repetir no futuro.
Lamento muito que, passados tantos anos, desde que frequentei escolas brasileiras, nada tenha mudado para melhorar o Ensino, muito pelo contrário, comprovo que tudo piorou desastrosamente.
O Brasil, sendo um país grande, jamais será um grande país, enquanto não aceitar o seu passado português e a História comum a todos os países colonizadores. Enquanto não aprenderem que a HISTÓRIA não se faz sobre aquilo que nós gostaríamos que tivesse acontecido, mas sobre a realidade que caracteriza cada época.
Os Brasileiros desconhecem que, de todos os povos colonizadores (Espanhóis, Ingleses, Franceses, Holandeses), os Portugueses foram os menos cruéis, os menos destruidores, os menos racistas, e os que deixaram um maior legado cultural, algo que os Brasileiros pós-1822, não souberam absorver nem valorizar, fechando-se, infortunadamente, no seu “complexo de vira-lata”, conforme lhe chamou o dramaturgo e escritor brasileiro Nelson Rodrigues, o que os impediu de crescer.
Portanto, meu caro Sérgio Lopes, mandarei esta resposta ao seu comentário, a todos os ministros, para que eles próprios possam tirar ilações e escrever, ao menos, uma página sem nódoas, na nossa História Coeva, extinguindo aquele que foi o maior erro histórico, desde a fundação de Portugal.
É que nem o Rei mais avoado, cometeu a insensatez de estrangeirar a Língua herdada de Dom Diniz, o Rei Trovador. Nenhum dos mais incompetentes governantes republicanos jamais se rebaixou ao poder estrangeiro.
Tinha de vir um socialista (José Sócrates) e um social-democrata (Cavaco Silva) já na era pós-25 de Abril, que se arma em democrata, para substituir a grafia portuguesa, pela grafia de uma ex-colónia que desprezou a língua que herdou, mutilando-a e desenraizando-a das suas nobres origens europeias.
Por conseguinte, meu caro Sérgio Lopes, dispensamos todos os “marios”.
Isabel A. Ferreira
Esta publicação vai ao cuidado do senhor ministro da Educação, Dr. Tiago Brandão Rodrigues, cuja política (des)educativa está a contribuir para o caos nas escolas, mas pior do que isso, está a contribuir para o DESENCANTO de muitas crianças, que não nasceram parvas, não são nada parvas, nem gostam que as façam de parvas, estudam línguas estrangeiras (como o Inglês e o Castelhano) e ao estudar essas línguas, sabem que aquele “direto” que aparece nos ecrãs das televisões, lê-se “dirêto”, porque lhe falta o cê, e que todas as palavras mutiladas, que as obrigam a escrever, não pertencem à Língua Portuguesa.
O incidente, referido no título deste texto, foi-me contado pela própria criança, uma menina de 10 anos, quase a completar os onze. Uma menina que sabe que está a ser enganada na escola. Uma menina que lê livros em Português correCto, a par do Português incorreto (incorrêto, como ela pronuncia, e bem). Uma menina que sabe distinguir o que é Português do que é Brasileiro. Uma menina que sabe que a ortografia que lhe é impingida na escola, é a brasileira. E ela sente-se defraudada, e diz-me: «Mas eu não sou brasileira. Sou portuguesa». Pois é. Claro que é.
E haviam de ver a tristeza com que me contou este triste episódio: «A professora marca-me erro quando escrevo os cêse os pês nas palavras portuguesas, como aspeCto e adoPtar...»
E isto, senhores professores, que marcam erro quando as crianças escrevem, correCtamente, e senhor Ministro da Educação, um dos que impõe regras mal geradas, NÃO SE FAZ a uma criança que frequenta uma escola para APRENDER, até porque, todos nós sabemos que o AO90 é a maior fraude de todos os tempos, não está em vigor coisa nenhuma, pois a Resolução do Conselho de Ministros que obrigou à aplicação da grafia brasileira, além de não fazer lei, na prática, funciona apenas como uma “ordem por escrito”. Sugiro a leitura do texto inserido neste link:
"ordem" essa que qualquer professor pode recusar-se a obedecer, porque a tal não é obrigado, por não existir uma lei que o obrige.
Portanto, é ILEGAL marcar erros, quando as crianças escrevem correCtamente a sua Língua Materna, e os professores que agem deste modo, deviam ser penalizados, porque estão na Escola para ENSINAR Português, falado e escrito à Portuguesa, e não para ensinar a grafar à brasileira, apenas para fazer o jeito aos políticos que, por sua vez, andam a fazer o jeito ao Brasil. Por alma de quem?
É preciso que os professores, de uma vez por todas, ganhem a consciência de que estão a obedecer a “ordens” mal engendradas, e não a cumprir a sua nobre missão de ENSINAR.
Aconselho vivamente a todos os professores que, por ventura, possam andar por aqui a procurar informações fidedignas, a ler o texto inserido neste link:
Aos governantes, para quem envio todos os textos que publico neste Blogue (lido em 145 países, de todos os continentes, onde vivem Portugueses) sugiro que, neste início do ano de 2020, façam um acto de contrição, e ao menos, uma vez na vida, reconheçam que erraram e estão no caminho errado, até porque manter o monumental erro que foi trocar a grafia portuguesa pela grafia de uma ex-colónia, para fazer o jeito ao Brasil, é uma atitude de profunda fraqueza moral que, a continuar, colar-se-á à vossa pele como uma tatuagem irremovível.
Isabel A. Ferreira
Um texto imperdível, para todos os que se dizem amantes da Língua Portuguesa.
Um importantíssimo e magnífico texto assinado por J. Nuno A. P. S. Ferreira que põe a nu a irracionalidade da mais monumental fraude linguística de todos os tempos, em todo o mundo: o mal dito e escrito AO90.
E isto acontece em Portugal.
Pobre país quando cai nas mãos de pobres de espírito (não confundir com pobres em espírito, que é outro conceito).
Discórdia Ortográfica
1 - A unificação que não existe
Não existe nenhuma Língua global que seja unificada.
Admitindo que seremos (erradamente) pioneiros numa iniciativa deste tipo, fica apenas a certeza de que haverá o dia em que um povo adoptará numa nova palavra ou ortografia não adoptada por outros.
A unificação é uma miragem que o tempo se encarregará de levantar.
Ficará apenas a certeza dos erros cometidos.
As Línguas, faladas ou escritas, não pertencem a nenhum governo.
Pertencem ao povo que as falam e escrevem.
A fala e a escrita estão tão vivas quanto o povo, e sofrem as influências do ambiente que as rodeia.
Em Portugal diz‐se “betão” do francês “béton”, enquanto que no Brasil usa‐se um “concreto” do inglês “concrete”.
Ainda no Brasil, “espingarda” é “rifle” (“rifle” em inglês), “travões” são “breques” (“breaks” em inglês), e “congéneres” são “contrapartes” (“counterparts” em inglês).
Demonstra‐se apenas a ignorância a respeito das regras e práticas das restantes Línguas que se querem como exemplo, mas também a respeito na nossa própria Língua.
Em discussão, esta ignorância fica patente quando os defensores do Acordo Ortográfico referem como exemplo a seguir uma Língua Inglesa que, segundo estes, não têm diferenças de ortografia entre os vários países com esta Língua Oficial.
Nada poderia estar mais errado.
Existe “color” nos USA e “colour” no UK, “gray” e “grey”, “modeling” e “modelling”, e muitas outras diferenças ortográficas.
Isto para além das análogas a um “betão/concreto” como é o caso do “solicitor/lawyer”.
Não existe qualquer mal na ignorância, apenas na omissão de se informar antes de argumentar.
A verdadeira unificação é a aceitação das diferenças. É entender que as diferenças contribuem para um enriquecimento da Língua.
Quantos mais países falarem a Língua, mais contribuições existirão para o enriquecimento da mesma.
Isto é riqueza linguística, cada país com a sua variante:
O que o Acordo Ortográfico promete, é a substituição do “Português (Brasil)” e do “Português (Portugal)” por um tímido e fraco “Português”.
No entanto, aquilo que deveríamos almejar seria um “Português (Brasil)” e “Português (Portugal)” acrescidos de: • “Português (Angola)” • “Português (Cabo Verde)” • “Português (Guiné)” • “Português (Macau)” • “Português (Moçambique)” • “Português (São Tomé e Príncipe)” • “Português (Timor)”
E já agora, porque não: • “Português (Galiza)” • “Português (Goa)”
Os mais atentos terão certamente reparado que a versão que possuo do Microsoft Word é em inglês.
Lá chegaremos em momento oportuno.
Outro aspecto, que só pode ser distracção, é a eliminação das ditas consoantes mudas, sustentada em argumentação de facilidade de aprendizagem.
Resta saber o que fica dificultado.
Se actualmente se escreve “colecção” (do latim “collectio”), e se pretende mudar para “coleção”, gostaria que explicassem como facilita a aprendizagem de Línguas estrangeiras (ou a Língua Portuguesa por estrangeiros), quando temos “collection” em inglês e “collection” em francês.
Voltamos à base do facilitismo.
A iliteracia é elevada.
Escreve‐se mal Português.
Mudar o sistema de ensino está fora de questão.
Muda‐se a Língua.
Albarda‐se o burro à vontade do dono.
Enquanto nos outros países se aumenta a exigência do sistema de ensino, de modo a produzir recursos humanos com maiores competências, em Portugal promove‐se as passagens de ano administrativas.
O resultado de anos de facilitismo, tanto em Portugal como no Brasil, salta à vista, como facilmente se pode observar:
2 - Força da Língua
Muito se fala em torno da Língua Portuguesa ser a quinta ou a sexta mais falada em todo o mundo.
Como se a quantidade de pessoas fosse assim tão relevante quanto isso.
Na lógica da quantidade temos à frente do Português o Mandarim, Hindi, Castelhano, Inglês e, dependendo de como se conta, o Árabe.
Mas será a quantidade assim tão importante, tão relevante? Ou será a qualidade?
Não será mais importante a qualidade dos artigos, documentos, livros originais escritos nessa mesma Língua? Não será mais importante a excelência profissional e intelectual das pessoas com essa Língua nativa?
E assim anda a "inteletualidade" da comunicação social televisiva…
Onde está o Mandarim? O Hindi? Alemão, Francês, Polaco, Japonês, Italiano e Holandês à frente do Português? Como?!
Parece óbvio que o desenvolvimento económico, tecnológico e cultural dos países é mais importante para a projecção de uma Língua do que a quantidade de falantes.
Nem entendo como é possível pensar o contrário.
Repare‐se como o Espanhol (Castelhano) foi prejudicado (de segunda Língua mais falada para nono lugar na WIKIPÉDIA) pelo fraco desenvolvimento da generalidade dos países com esta Língua materna.
Se Portugal pretende dar projecção mundial à Língua Portuguesa, não alcançará o sucesso através de Acordos Ortográficos, mas sim através do apoio económico, tecnológico e cultural aos restantes países de Expressão Portuguesa.
O problema é que ainda nem nos conseguimos apoiar a nós mesmos.
Urge resolver o problema do sistema de ensino Português.
Aumentar o nível de exigência.
Acabar com os facilitismos.
3 - Exemplos de bom senso
Ainda ao abrigo da ignorância, há quem torture os números para que estes digam que a Língua Portuguesa está em oitavo lugar na WIKIPÉDIA devido às diferenças ortográficas, que sem elas estaríamos num lugar muito mais honroso.
Como, uma vez mais, o problema não é a ignorância, mas sim a falta de pesquisa de informação que sustente a argumentação, aqui fica, preto no branco, essa mesma informação em falta.
Informação esta que denota o bom senso e elevação demonstrado por uma comunidade de colaboradores na WIKIPÉDIA que terá, certamente, um elevado nível cultural.
Vejamos de que se trata: «Wikipédia: Versões da língua portuguesa (Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre)
O Português escrito em Portugal, Cabo Verde, S. Tomé e Príncipe, Guiné‐Bissau, Angola, Moçambique, Timor‐Leste e Macau (chamado de ʺportuguês europeuʺ) tem diferença sensível em relação ao português escrito no Brasil (chamado de ʺportuguês brasileiroʺ). Ainda, entre cada país do considerado ʺportuguês europeuʺ há diferenças locais relevantes.
No próprio território brasileiro, entre uma região e outra, também há diferenças no modo da escrita e nas gírias locais.
Por exemplo, na página principal aparece em vários sítios a palavra ʺprojectoʺ.
Esta palavra está escrita na norma seguida em Portugal e na África.
No Brasil, escreve‐se ʺprojetoʺ, omitindo a letra ʺcʺ.
Qual das duas versões está correcta? Ambas.
Simplesmente uma versão é usada no Brasil e outra em Portugal, África e territórios asiáticos.
Como acontece nas outras grandes línguas internacionais, não existem versões superiores ou inferiores: são apenas diferentes.
Por isso, não veja algo que não está escrito no seu português como incorrecto apenas por isso.
Este projecto é a Wikipédia em língua portuguesa, também chamada de Wikipédia lusófona.
Ou seja, é de todos os falantes do português, seja qual for a norma que utilizam.
Consequentemente, mudar da norma ʺAʺ para a norma ʺBʺ não é bem‐vindo, porque isso implica uma falta de respeito com os utilizadores das edições anteriores. (...)»
Se os defensores do Acordo Ortográfico partilhassem deste mesmo bom senso e elevação, e estivessem despidos de outros interesses que não a riqueza da Língua Portuguesa, não haveria certamente lugar a um tão ridículo acordo.
Mas ainda se pode ir mais longe.
Podemos chegar ao topo da lista: a Língua Inglesa. «National varieties of English (See also: Wikipédia: Manual of Style (spelling).
The English Wikipedia has no general preference for a major national variety of the language. No variety is more correct than the others. Users are asked to take into account that the differences between the varieties are superficial. Cultural clashes over spelling and grammar are avoided by using four simple guidelines. The accepted style of punctuation is covered in the punctuation section. Consistency within articles Each article should consistently use the same conventions of spelling and grammar. For example, center and centre are not to be used in the same article. The exceptions are: quotations (the original variety is retained); titles (the original spelling is used, for example United States Department of Defense and Australian Defence Force); and explicit comparisons of varieties of English. Strong national ties to a topic An article on a topic that has strong ties to a particular English‐speaking nation uses the appropriate variety of English for that nation. For example:
American Civil War—(American English) Tolkienʹs The Lord of the Rings—(British English) European Union institutions—(British or Irish English) Australian Defence Force—(Australian English) Vancouver—(Canadian English) Retaining the existing variety If an article has evolved using predominantly one variety, the whole article should conform to that variety, unless there are reasons for changing it on the basis of strong national ties to the topic. In the early stages of writing an article, the variety chosen by the first major contributor to the article should be used, unless there is reason to change it on the basis of strong national ties to the topic. Where an article that is not a stub shows no signs of which variety it is written in, the first person to make an edit that disambiguates the variety is equivalent to the first major contributor. (…)»
Como se pode observar, exactamente os mesmos problemas (ou ainda maiores, com os problemas derivados das unidades de medida), e ainda assim conseguem ter o maior número de artigos na WIKIPÉDIA.
4 - Perigos e certezas
Muitos são os que olham para este Acordo Ortográfico como uma oportunidade de negócio.
Um longo caminho se percorreu para evitar que os manuais escolares fossem substituídos anualmente.
Neste momento as editoras esfregam as mãos de contentes para terem a oportunidade de substituir novamente todos os manuais escolares. Em 2009 os do primeiro ano, em 2010 os do segundo, e assim sucessivamente.
Poucos são aqueles que se apercebem dos perigos vindos de Oeste.
Grandes editoras, com matérias‐primas mais baratas, mão‐de‐obra ainda mais barata e sem garantias de qualificações apropriadas.
Por coincidência, ainda há pouco tempo peguei em alguns manuais dos tempos da universidade.
Em dois manuais de apoio (probabilidade e estatística), um era de origem brasileira.
Desconheço a situação actual a nível universitário, mas a nível profissional sei que a grande maioria de traduções para Português de livros técnicos de informática são em Português do Brasil.
Mas não se restringe a livros impressos.
Não é necessário estar muito atento para entender as dificuldades que os tradutores Portugueses têm em Portugal para encontrar trabalho, com a concorrência dos congéneres Brasileiros.
Com o Acordo Ortográfico a situação só tende a agravar‐se.
É um Acordo muito mais vantajoso para o Brasil que para Portugal.
Não só pela mão‐de‐obra mais barata, como também pela facilidade na desvalorização da moeda para facilitar as exportações.
E quem fala em livros, fala em filmes, em programas de computador, etc.
As legendagens estão entregues a mão-de-obra barata brasileira daí este “de dia 23”…
Estes são os perigos.
Quanto às certezas, apenas as de que não existe nenhum Acordo Ortográfico que obrigue as pessoas a mudar o modo como escrevem, nem que obrigue a ler o que quer que seja que esteja nessa forma imposta.
Não posso falar pelos outros Portugueses, mas, no que me diz respeito, posso afirmar que continuarei a escrever do mesmo modo, e que evitarei comprar tudo o que não esteja na forma pré‐Acordo.
Aliás, a esse respeito pouco irá sofrer alguma alteração.
Como se pôde observar, faço os possíveis por ter software apenas em Inglês, sempre que tenho possibilidade de escolha.
Quando não encontro em lojas nacionais, compro através da Internet no UK.
Prática que adquiri desde que fui confrontado nos finais dos anos 80 com a tradução de “help” por “socorro”.
O mesmo se passa com os livros técnicos.
O único livro técnico que tenho em Português do Brasil está vergonhosamente escondido atrás de muitos outros, e apenas consta na minha biblioteca porque foi oferecido num curso de formação que frequentei.
Nunca o teria comprado.
Livros técnicos em Português (poucos) só mesmo os de autores portugueses.
Canais de TV sofrem do mesmo tratamento.
A evitar as dobragens e as legendagens de fraca qualidade.
Para telenovelas não há pachorra.
A avaliar pela quantidade e qualidade dos opositores ao Acordo Ortográfico, fico com a sensação de que a única garantia é que este Acordo irá conseguir afastar ainda mais estas mais‐valias para a Língua Inglesa, empobrecendo cada vez mais a Língua Portuguesa.
Imagino que a tendência seja para haver cada vez mais crianças a frequentar colégios Ingleses, Franceses. Espanhóis e Alemães.
Realmente haverá muita gente a lucrar com este Acordo Ortográfico.
A perder só fica o País.
Penso mesmo existir uma excelente oportunidade de negócio, a editar livros em Português pré‐Acordo.
Quem sabe se não poderá chegar‐se ao extremo de criar um sistema de ensino paralelo. E com a certeza de uma qualidade claramente superior. Também imagino ser difícil fazer pior que o sistema de ensino que existe actualmente.
5 - Referendo
Como já foi referido, a Língua Portuguesa não é propriedade do Estado, nem de nenhum Governo, e muito menos de um qualquer partido político.
A nossa Língua apenas ao povo pertence, seja ele Português, Brasileiro ou outro.
Não me recordo, tão pouco, de um qualquer partido político ter feito referência à sua posição a respeito do Acordo Ortográfico em campanha para qualquer uma das eleições legislativas.
Se o Tratado de Lisboa poderá ser considerado como uma opção política, já o mesmo não se passa com esta questão da Língua que apenas ao povo diz respeito.
Tal ingerência apenas pode ser legitimada através da consulta popular num referendo.
6 - Autoria
J. Nuno A. P. S. Ferreira
Fonte:
http://fs1.nuno.net/DiscordiaOrtografica.pdf
Recebi, via-email, o texto «Ainda o Acordo Ortográfico», que pode ser consultado, na íntegra, neste link
com a seguinte mensagem: «Por favor diga de sua justiça acerca deste texto».
Pois bem, este é um texto burlão, de alguém que tem interesses obscuros, e pertence a uma minoria, conforme ele próprio diz; não tem conhecimento básico da Língua Portuguesa, nem do mecanismo das Línguas. De qualquer Língua.
Só o modo como ilustra o texto diz da sua crassa ignorância sobre a História e a Evolução da Língua Portuguesa.
Os ignorantes procuram sempre o caminho mais fácil para fazer as coisas. A minoria acordista pretende simplificar a ortografia e mutila-a, por incapacidade de aprender a ortografia portuguesa íntegra, como qualquer criança inglesa, francesa, alemã ou castelhana aprende, no que respeita ao Inglês, Francês, Alemão ou Castelhano.
O autor do texto mistura alhos com bugalhos. Mete os pés pelas mãos. Não tem a mínima noção do que está a dizer. Apresenta argumentos falaciosos e um discurso nitidamente encomendado.
Em relação aos outros países ex-colonizadores, que nunca fizeram, nem tiveram necessidade de fazer “acordos” com as ex-colónias, nem nunca se vergaram a elas, em sentido algum, o autor é de uma colossal ingenuidade.
O autor não sabe o que é uma Língua culta. Não sabe o que é uma língua viva. Não sabe o que é uma língua estruturada. Não sabe que uma Língua não pode andar por aí à balda, ao sabor dos interesses de mercenários ignorantes, e também ao sabor de como se fala, porque seria, aliás, como é, uma rebaldaria, porque o modo de falar varia tanto, que teríamos uma babel ortográfica, aliás, como já temos, absolutamente única no mundo.
O autor disse que nós não somos os donos da Língua Portuguesa. Não somos nós, nem ninguém, para que venham agora mandar-nos escrever a NOSSA Língua à maneira dos brasileiros. Herdámos uma Língua Culta e bem estruturada, e é nosso dever defendê-la.
O autor do texto apresenta números, como se os números tivessem alguma importância. A mim, não me interessa que mais de 200 milhões de pessoas escrevam incorreCtamente o Português. A mim interessa-me que os dez milhões de Portugueses, esta minoria europeia, escreva correCtamente a Língua Oficial de Portugal. Os néctares sempre se guardaram em pequenos frascos. O que interessa é a qualidade da escrita, não a quantidade de pessoas que a escrevem incorreCtamente.
Diz o autor do texto que «O processo que conduziu ao Acordo Ortográfico foi complexo, moroso e muitas vezes interrompido».
Mentira.
O acordo ortográfico de 1990 não existe. É uma fraude. O que existe é uma ortografia brasileira, que está em vigor desde 1943, e que uma minoria pretende impingir-nos como um "acordo" dos países lusófonos, ao qual apenas Portugal, servilmente, aderiu. Porque os restantes países estão-se nas tintas para este mal-amanhado AO90.
E o autor diz mais: «Entre 1931 e 1943, a Academia de Ciências de Lisboa e a Academia Brasileira de Letras mantiveram contactos e negociações que permitiram que, em 1943, fosse assinada uma Convenção Ortográfica entre Portugal e o Brasil. A tentativa de acordo não vingou».
Ora sejamos honestos. A convenção de 1945 foi assinada entre o Brasil e Portugal, mas o Brasil, esteve-se nas tintas para Portugal, rasgou essa papelada e continuou a escrever conforme a ortografia que adoptou em 1943, e Portugal seguiu em frente com a ortografia que ainda hoje é a ortografia oficial de Portugal, ou seja, a gerada nessa convenção assinada em 1945, e que o Brasil decidiu assinar, mas não cumprir. Porquê agora Portugal tem de se vergar a essa ortografia brasileira, a que convencionaram chamar AO90, para disfarçar?
Na discussão deste tema, o autor julga que deverão ser ponderadas primeiro a necessidade e a oportunidade e, depois, os custos de uma eventual alteração.
Primeiro, é urgente, necessário e oportuno acabar de uma vez por todas com a mixordice em que se transformou a Língua Portuguesa, e depois, o que aqui está em causa não são os custos da devolução da Língua Portuguesa a Portugal (assim é que é), porque quem lucrou com esta vergonhosa negociata deve ser julgado pelos crimes de linguicídio e de lesa-pátria, e pagar a factura advinda desses crimes. O que aqui está em causa é o absurdo deste servilismo.
Mais adiante o autor do texto diz esta coisa brilhante: «As línguas são vivas e tendem a diversificar-se. Acho preferível haver um acordo, mesmo que não seja perfeito, do que deixar a língua à solta, sem nenhum mecanismo que procure regulá-la. Não sou linguista, mas para falar de política de defesa nacional não é preciso ser militar…»
Que não é linguista, já se viu, através dos disparates que escreveu. E para se falar de política de defesa nacional até pode ser que não seja preciso ser militar, mas uma coisa é precisa: saber o mínimo daquilo que se está a falar, para não cozinhar uma caldeirada de disparates, como aqui foi cozinhada, e dizer que um caça russo atracou no cais do Sodré.
Prosseguindo o autor diz: «Os peritos dos oito países lusófonos decidiram valorizar a pronúncia em detrimento da etimologia». Que peritos dos oito países? Se só dois imperitos Evanildo Bechara e Malaca Casteleiro, e dois países, Brasil e Portugal, andaram a engendrar um modo de impingir aos outros seis países lusófonos, a ortografia brasileira, que eu aprendi, no Brasil, na escola primária? E desses países apenas Cabo Verde cedeu, numa primeira fase, mas logo pôs o Português para segundo plano, considerando-o língua estrangeira, e deu prioridade ao Crioulo Cabo-verdiano, no que fez muito bem.
Em todo este processo, nunca existiu nenhum “acordo internacional”, e a imposição a Portugal da ortografia brasileira, disfarçada de acordo, é obviamente ilegal e inconstitucional, uma ilegalidade e uma inconstitucionalidade a que o Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, dá cobertura.
E o autor prossegue, tentando, falaciosamente, virar o bico ao prego. Diz ele: «Falemos agora dos custos de um voltar atrás que continuo a esperar que possa ser evitado. Existem factos consumados. A partir do ano letivo (lê-se l’tivo) 2011-2012, as nossas crianças começaram a aprender a nova grafia. Se os pais e os avós quiserem ajudá-los nos trabalhos de Língua Portuguesa, terão de conhecer e respeitar o seu modo de escrever. Mudar as regras a meio da aprendizagem implicaria lançar a confusão numa geração inteira de miúdos».
Que grande bojarda!
Primeiro, não existem factos consumados. Na verdade, as crianças não aprenderam a nova grafia (a grafia é nova em Portugal, mas muito velha no Brasil), o que aconteceu foi que no ano leCtivo de 2011/2012 elas começaram a desaprender a escrever a sua Língua Materna. Assim é que é. Os pais e os avós jamais terão de “respeitar” algo que as próprias crianças já estão a rejeitar, porque escrevem correCtamente director em Inglês, e incorreCtamente diretor (que pronunciam e muito bem dir’tor) em Português. Por alma de quem?
Segundo, as crianças têm uma capacidade infinita de aprender e desaprender tudo e mais alguma coisa. Assim como aprenderam a escrever mal, mais depressa aprenderão a escrever bem a sua própria Língua, ainda mais se estão a aprender também Inglês, ou Francês, ou Castelhano. Aprender o Português integral é muito mais fácil, pois se elas têm capacidade de escrever, por exemplo, “thought”, em Inglês, mais facilmente aprenderão a escrever director, actor, baptizado, factura, objecto, activa, acção… etc.. se tantas gerações antes desta conseguiram, porque não a actual? As crianças de hoje serão mais estúpidas do que as de antanho? Ou esta minoria acordista medirá a inteligência das crianças pela incapacidade deles próprios escreverem as consoantes mudas?
E confusas andam já as crianças com este mixordês que estão a impingir-lhes, e até já se questionam a este respeito. É que elas não são parvas.
E se eu, que apreendi a ler e a escrever no Brasil, nesta ortografia que agora nos querem impingir, e tive de a desaprender quando vim para Portugal, e tornei a aprender quando fui novamente para o Brasil, e tornei a desaprender quando regressei ao meu País, durante a minha infância, adolescência e juventude, e consegui, porque não as nossas crianças?
E não me venha dizer que o «Acordo Ortográfico modificou a grafia de uma minoria de palavras (1,6% em Portugal e 0,5% no Brasil). Para os brasileiros, as diferenças maiores assentam no uso do hífen e na acentuação dos ditongos».
Todas, ou quase todas (pois os brasileiros pronunciam umas poucas consoantes que nós não pronunciamos) as palavras às quais retiraram as consoantes mudas, fazem parte da ortografia brasileira, assente na italianização dessas palavras. Com este falso “acordo” os Brasileiros não têm de aprender nada, a não ser suprimir acentos e hífens, onde eles são necessários, o que eles se recusam a fazer, e fazem muito bem.
É que a Língua Portuguesa não é nossa, mas também não é dos Brasileiros ou dos outros países lusófonos. A Língua Portuguesa é simplesmente de quem a DEFENDE, na sua integridade e na sua raiz europeia, e não de quem a destrói e a descaracteriza.
Para finalizar pasmemo-nos.
Diz o autor do texto em causa: «Modernamente, existem mecanismos poderosos de regulação da linguagem que não precisam de ser acordados. De início, foram apenas os livros. Apareceu, depois, a rádio e, agora, é principalmente a televisão. Tanto o modo de falar dos locutores como a dicção dos personagens das telenovelas irão ter uma repercussão determinante. A pronúncia é também uma questão de moda».
Pois… as novelas! Foram o começo da colonização de Portugal pelo Brasil.
Esperemos que haja lucidez, e que o Presidente da República Portuguesa reponha a legalidade e a constitucionalidade, exigindo ao governo de António Costa que devolva a Portugal a Língua Portuguesa.
Isabel A. Ferreira
Excerto do precioso livro «A Historia da Lingua Galega» onde podemos comprovar a ligação do Português e do Galego, duas línguas irmãs, que nada têm a ver com o linguajar sul-americano de expressão portuguesa ou de expressão castelhana. Um livro que recomendo aos acordistas para que vejam e sintam o absurdo que é a imposição da ortografia brasileira a Portugal. Não faz o mínimo sentido. É algo que foge ao domínio da sensatez.
Há dois anos, numa daquelas tertúlias que costumo frequentar, quando vou à Galiza, conheci Juan Manuel Castro, um galego interessado pela Cultura Portuguesa.
Trocámos ideias e saberes, e dizendo-lhe da minha ascendência galega e do meu interesse pela Cultura, Língua e Literatura galegas, logo ali combinámos iniciar um intercâmbio cultural, que se tem mostrado bastante frutuoso, para os dois: eu envio-lhe livros que falam da Cultura Portuguesa, escritos em boa Língua Portuguesa, e ele envia-me livros sobre Literatura e Cultura galegas, escritos em boa Língua Galega.
Os últimos que recebi foram “Historia da Lingua Galega», um precioso livro que conta as aventuras e desventuras desta Língua irmã do Português (e sobre o qual ainda hei-de falar) e, há uns poucos dias, “Literatura Galego-Portuguesa Medieval”, onde as duas línguas, cultas e belas, se fundem.
Na nossa troca de correspondência foi inevitável falar da imposição a Portugal da ortografia brasileira, que dá pelo nome de Acordo Ortográfico de 1990, apenas para disfarçar, porque na realidade não existe acordo algum, e à qual me oponho visceralmente, pelos motivos mais óbvios. Portugal é um país europeu, cuja língua deriva do ramo indo-europeu, que nada tem a ver com a América do Sul e com um povo mesclado de muitos outros povos, e muito menos tem a ver com o que esse povo fez com a língua que adoptou, depois de se tornar independente.
A este propósito, o meu amigo Juan Manuel Castro escreveu o que passo a citar, já traduzido:
«Por Deus, estou impressionado com a vontade de se mudar a ortografia portuguesa para a ortografia brasileira.
Isabel, isso não se pode permitir. Quem é o louco que pretende cometer semelhante barbaridade?»
(Pois… quem será o louco ou os loucos?).
E o Juan diz mais:
«No tempo dos Descobrimentos, os nossos antepassados levaram a meio mundo (América, África, Ásia, etc.), a nossa Cultura, a nossa Língua, e eles não o fizeram tão mal assim, porque essa Cultura e essa Língua sobrevivem até hoje. E agora o governo quer impor a norma brasileira a Portugal?
Consegues imaginar, em Espanha, a Real Academia da Língua, constituída pelos melhores linguistas espanhóis, dizer que se iria impor, por exemplo, a normativa argentina do Castelhano? Isso é impensável e impossível, isso não passa pela imaginação de ninguém.
O Português e o Castelhano são de origem Latina, sem dúvida, basta ver o mapa antes e depois da romanização e estudar a raiz das palavras, e a origem comum é claríssima. De resto, isso é de gente inculta. Perdoa-me falar assim, mas há coisas que são inalienáveis, e esta, Isabel, é uma delas. A nossa Língua e a nossa Cultura são a nossa essência. Seria uma falta de respeito pelos nossos antepassados e por nós próprios, não as respeitar e honrar. Espero que a sanidade mental ponha as coisas no seu lugar e se respeite a História».
Trouxe à baila este episódio, apenas para partilhar o pensamento de um Galego (que é o pensamento de milhares de pessoas) com todos os que combatem a imposição a Portugal da ortografia que o Brasil utiliza desde 1943, e que, entretanto, para não dizerem que não se mexeu nesse modo de escrever, já com barbas brancas, de tão velho (não “nasceu” em 1990) disfarçou-se com a supressão de alguns acentos gráficos e hífens, que é apenas o que os Brasileiros têm de mudar, SE utilizarem este pseudo-acordo ortográfico de 1990.
Penso que qualquer pessoa lúcida dirá o que o Juan disse. E claro, só posso concordar com ele, e fazer minhas todas as palavras dele.
Ainda se nos impusessem a normativa angolana ou moçambicana, países que não mutilaram a Língua Portuguesa, outro galo cantaria…
Estes argumentos são mais do que válidos e óbvios para que continuemos a exigir, junto do governo português e do presidente da República, que devolvam a Portugal, a Ortografia Portuguesa.
Isabel A. Ferreira
Por uma Cultura Culta, em Portugal
Exmo. Senhor Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa
Digníssimo Presidente da República Portuguesa,
Foram várias as vezes que ousei escrever a V. Excelência, abordando, publicamente, matérias que, aos meus olhos de cidadã portuguesa, imbuída de juízo crítico, considerei pertinentes, por serem do interesse de Portugal e dos Portugueses.
Aqui estou, uma vez mais, a dirigir-me a V. Excelência, com o mesmo intuito, aproveitando duas circunstâncias actuais, bastante significativas: uma, de enorme júbilo; outra, de enorme tristeza.
A de júbilo, alude à atribuição do Prémio Camilo Castelo Branco/2017, à insigne escritora portuguesa, Teolinda Gersão que, há tempos, dirigiu ao Senhor Presidente, as palavras reproduzidas na imagem que ilustra esta carta, e que, já agora, aproveito, para fazer também minhas.
A atribuição deste prémio a uma das vozes críticas à imposição, que V. Excelência sabe ser ilegal e inconstitucional, da ortografia brasileira aos Portugueses, nomeadamente às crianças portuguesas, as mais enganadas e prejudicadas com esta atitude incompreensível à luz de todas as razões, além de ser merecida, do ponto de vista literário, pois Teolinda Gersão é uma fabulosa artesã da Língua Portuguesa, constitui uma bofetada bem assente na cara de todos aqueles que, por motivos obscuros, teimam em trocar a qualidade pela quantidade, estando, com isto, a servir de pasto à ignorância, se me permite esta expressão menos erudita.
A de tristeza, diz respeito à tragédia dos fogos que consumiram vidas humanas a fauna e flora portuguesas, de um modo brutal, irracional, inconcebível, jamais visto, e que deixou a Europa e o mundo estupefactos. Como é que num país territorialmente tão pequeno, foi possível uma tragédia desta dimensão? Mais um caso único português, para o Guinness World Records.
Pois bem, Senhor Presidente da República Portuguesa, foi com grande expectativa que, ontem, aguardei a comunicação de V. Excelência, ao País. Devo confessar que esperava mais do mesmo, como é hábito dos nossos governantes, que não costumam dar-nos nada de novo, muito pelo contrário.
Mas ontem, ontem, dia 17 de Outubro de 2017, precisamente quatro meses passados sobre a tragédia de Pedrógão Grande, o senhor surpreendeu Portugal com o discurso mais notável, jamais proferido, por um Presidente da República Portuguesa, um discurso realmente digno de um Presidente da República Portuguesa, no qual demonstrou a força e o poder que um Presidente da República pode e deve ter, quando o País está à beira de se afundar num abismo de incompetências, de jogos de poder, de incapacidades, de um “brincar à política” nunca visto.
Ontem, o Senhor Presidente demonstrou ser o Presidente de todos os Portugueses quando, humildemente, pediu desculpas, sem ter culpas, pela tragédia sem precedentes, que se abateu sobre Portugal, atitude que o primeiro-ministro de Portugal não teve.
Pela primeira vez, um Presidente da República fez cair um governante que, ao que parece, já teria pedido a demissão, mas não a aceitaram, porque enquanto os “canhões” estivessem virados para o Ministério da Administração Interna, o primeiro-ministro continuaria em segurança.
Foi então que eu, e talvez milhares de Portugueses, com o mesmo sentido crítico e cívico, nos apercebemos de que se o Presidente da República quer, o Presidente da República pode, ou seja, ontem, V. Excelência mostrou que tem poder para influir na governação do país, quando ele está desgovernado.
Posto isto, e uma vez que Portugal está no mau caminho, no que respeita a outros Ministérios, como por exemplo, o Ministério dos Negócios Estrangeiros (que é mais dos negócios dos estrangeiros, e tem Portugal suspenso por um fio de teia de aranha sob um abismo, no que respeita à Língua Oficial Portuguesa, que o PR tem o dever de defender); o Ministério da Cultura (que não sabe distinguir Cultura Culta de cultura inculta, e anda por aí a apoiar, para vergonha de Portugal, a selvajaria tauromáquica); o Ministério da Educação (que anda a enganar as crianças portuguesas, exigindo-lhes que aprendam uma ortografia que não é a portuguesa), para falar apenas nos que mais disparates têm feito, no que respeita à Língua, à Cultura e ao Ensino, três pilares que sustentam a alma portuguesa, porque nem só de pão vive o homem, venho solicitar ao Senhor Presidente, e tenho certeza, em nome de milhares de Portugueses que, da mesma forma que ontem veio a público, exercer o seu poder, para defender Portugal do descalabro total, e para que não tenha de vir novamente a público pedir perdão aos Portugueses, desta vez, com culpas redobradas, por ter deixado “queimar” a Língua Portuguesa, num fogo tão endoidecido, como o que fez arder mais de uma centena de Portugueses, uma vastíssima área das nossas florestas, incluindo o Pinhal de Leiria, património português, a nossa fauna, morta aos milhares, fábricas, culturas agrícolas, o que tornou Portugal muito mais pobre e negro, venha a público, defender também, com igual força e poder, a Língua Oficial Portuguesa, a Língua Portuguesa, consignada na Constituição da República Portuguesa, e que o Presidente da República Portuguesa tem o supremo dever de defender.
Senhor Presidente, V. Excelência sabe como a Língua Portuguesa anda por aí espezinhada, mal escrita, mal falada, mal ensinada. É que, em Portugal, não se escreve nem em Português, nem em acordês, mas sim num vergonhoso mixordês, que é isto mesmo que anda por aí a circular, como língua de uma nação europeia, um daqueles casos únicos, que fez entrar Portugal para o Guinness World Records.
Em Portugal, está-se a formar uma geração de semianalfabetos, aqueles que aprenderão os rudimentos da escrita e da leitura, mas nunca serão capazes de escrever, ler e compreender o que lêem, corrente e correctamente, a sua própria língua. Mas estão a aprender a escrever e a ler correctamente o Inglês, o Francês e o Castelhano, por exemplo.
E V. Excelência sabe que tenho razão. Basta olhar à volta, na nossa comunicação social (felizmente nem toda), e nos ofícios e mensagens estatais, tudo rabiscado na mais vergonhosa e pobre ortografia.
Aguardo, aguardamos todos, que V. Excelência use do poder que ontem demonstrou ter, para recomendar a demissão do MNE, do MC e do ME, porque não estão a servir Portugal, mas tão-só os interesses de grupos económicos obscuros.
Com os meus mais respeitosos cumprimentos,
Isabel A. Ferreira
Sei que não quer saber. Não está interessado. Se estivesse, não faria orelhas moucas aos numerosos apelos dos mais eminentes intelectuais dos países lusófonos que, energicamente, rejeitam o AO90, por este ser a maior fraude de todos os tempos.
Mas ainda assim, vou contar-lhe o que se passou no passado fim-de-semana… em Espanha…
Origem da imagem: Internet
… quando participei numa espécie de “tertúlia”, realizada num lugar frequentado por escritores, poetas, jornalistas, artistas plásticos, cineastas (sendo o mais famoso que por lá passou, o genial Mel Gibson) actores e também pessoas absolutamente comuns, com as mais diversas profissões, enfim, um lugar onde se discute e se troca Culturas, Artes, Literaturas, Ideias, Ideais e Políticas comuns, ou menos comuns… enquanto fazemos as refeições.
Como sempre acontece, sou a única cidadã de nacionalidade portuguesa, que pára por aquelas paragens, com a frequência possível. Nunca encontrei lá as mesmas pessoas.
Desta vez estava representado o México, Suíça, várias regiões de Espanha e Portugal (eu). E adivinhe, senhor primeiro-ministro, qual foi o teor de uma das conversas: Portugal e a sua Língua, que nenhum dos presentes dominava. Comunicámo-nos em Castelhano e Inglês.
Então, aproveitei a ocasião para sondar aquelas pessoas, viajadas, cultas e conhecedoras do mundo, acerca do que pensavam sobre um país, que foi colonizador (tal como Espanha), vergar-se ao ex-colonizado (Brasil) adoptando a ortografia brasileira, destruindo, por completo, as raízes latinas, e a integridade de uma das mais belas línguas indo-europeias - a Língua Portuguesa.
A estupefacção foi enorme!
Os Mexicanos, que se encontravam presentes, e que foram colonizados por Espanha, consideraram rara esta submissão; os Espanhóis, que colonizaram parte das Américas do Sul e Central, disseram que era raríssimo o ex-colonizador absorver a língua alterada do ex-colonizado, a Espanha jamais o faria; da Suíça veio uma interrogação que me deixou surpreendida, porque existe a ideia de que os Brasileiros têm uma língua, e os Portugueses têm outra língua «Portugal está a adoptar o brasileño?» Assim mesmo: o brasileño.
Exactamente. Portugal está a adoptar o brasileño. Disse eu. E acrescentei: «Mas isto nem é raro, nem é raríssimo. Isto é caso único na História de toda a Humanidade. Conhecem algum país (ex) colonizador que tivesse adoptado a Língua do (ex) colonizado?»
Ninguém conhecia. Bem puxámos pela memória. Mas não há memória de uma coisa assim…
Pois é, senhor primeiro-ministro. Não tive como defender o governo de Portugal e esta sua política de vassalagem. Nem podia. Deixei bem vincada a minha repulsa, e o descontentamento de milhares de Portugueses, o qual, doravante, aquelas pessoas terão agora oportunidade de espalhar por onde passarem…
Desta vez, não pude salvar Portugal de ser amesquinhado.
Por vezes, acontece estar eu naquele lugar, onde predomina o multiculturalismo, e Portugal vem à baila, e alguém se lembra de o apoucar, então eu, imbuída de um patriotismo à la Padeira de Aljubarrota, defendo-o com as garras de fora.
Mas no que respeita à desveneração que o actual governo português e o presidente da República consagram ao símbolo maior da nossa identidade, a Língua Portuguesa, eu nada posso fazer.
Envergonho-me deles (do governo e do PR que temos). E disse-o lá, bem alto...
De resto, faço o que posso e sei, para que Portugal possa regressar à sua origem linguística europeia.
Isabel A. Ferreira