José Pedro Aguiar-Branco, deputado do PSD, falhou a primeira eleição para presidente da Assembleia da República com 89 votos a favor, 134 brancos e 7 nulos, na primeira sessão plenária da XVI Legislatura.
Esta Legislatura começou mal e, por este andar, poderá acabar mal. Se já estávamos instáveis, mais instáveis ficámos depois desta demonstração infantil por parte dos deputados da Nação (salvo as raras excepções) que votaram em branco, embora tivessem a liberdade de o fazer. Contudo, não era expectável, devido ao estado caótico da Nação?
Surpreendidos?
Da minha parte não me surpreendi, porque desde que foram conhecidos os resultados destas últimas eleições que os partidos políticos, que obtiveram assento na dita Casa da Democracia, não fizeram outra coisa senão porem obstáculos para que este governo não pudesse ser viável. Salvaguardadas aqui algumas as excepções.
Os de esquerda, numa atitude anti-democrática, foram bastante claros ao dizer que não viabilizariam um governo à direita, se bem que essa fosse a vontade do Povo que o elegeu. Nem sequer puseram a hipótese de uma colaboração democrática, entre todos os partidos, para que Portugal pudesse ser governável, pois ser governável é o melhor para Portugal, num momento em que Portugal está virado do avesso.
O que me dá o direito de pensar que estes portugueses, que se prestaram a ser candidatos ao XVI Governo, e que se comportaram como catraios, nesta eleição do Presidente da AR, estão ali para garantirem o seu lugar ao sol, no Parlamento, e não para tentarem pôr Portugal nos trilhos, o qual um governo de esquerda, com a maioria absoluta, fez descarrilar.
Portugal está no meio de um caos em quase todos os sectores. O governo de António Costa falhou redondamente. O Povo português, bem ou mal, quis uma viragem à direita. Os da esquerda estrebucharam. Como podem viabilizar um governo da direita? E se existe um governo da direita às más políticas da esquerda o devem.
E quanto mais estes lamentáveis episódios acontecerem, mais afundam Portugal no CAOS.
Ninguém está interessado em governar Portugal, mas apenas garantir tachos. Vá, nem todos estarão. Tenho a liberdade de pensar assim, porque os deputados da Nação, com estes 134 votos brancos, demonstraram uma lamentável infantilidade. Não estamos diante de gente adulta, mas de catraios a brincar aos politicozinhos.
Estou absolutamente desiludida com todos os partidos políticos com assento no Parlamento.
Os interesses de Portugal devem estar acima dos interesses dos partidos políticos.
Isto que se passou hoje na Assembleia da República é uma vergonha para Portugal, é um insulto para a Democracia, e é uma desilusão para os Portugueses (quer sejam de esquerda ou de direita ou de banda nenhuma, como eu).
A Democracia, hoje, falhou, a pouco tempo da celebração dos 50 anos do "25 de Abril".
O que teremos para celebrar?
A ver vamos.
Isabel A. Ferreira
Os restantes partidos foram contra.
Portugal segue de marcha-atrás.
E ainda dizem que São Bento é a Casa da Democracia!
E mataram um rei e um príncipe para acabar com o Poder a dois tempos, e implantaram a República, para continuarmos com o Poder a dois tempos e um só objectivo: arruinar Portugal.
Envergonho-me desta política e destes políticos de trazer por casa.
Isabel A. Ferreira
Foto: António Cotrim/Lusa
Um texto magnífico de Teresa Botelho, no Blogue Retalhos de Outono, que diz do triste e pobre e medíocre, muito medíocre, estado da Nação…
É pouco provável que o povo acorde. Está dopado com futebol e novelas. E a televisão é a seringa.
Os das touradas pagam IVA a 6% (IVA igual ao das Artes Maiores e do pão dos pobres) para estraçalhar seres vivos dotados de sensibilidade, interesses próprios e dignidade, conforme o reconheceu o Parlamento de Bruxelas, há coisa de uma semana, existindo já legislação que efectiva este reconhecimento, mas apenas fora das fronteiras da Península Ibérica, ou seja na EUROPA e algumas outras partes do mundo. Razão tinha o meu professor de Geografia, na universidade brasileira que frequentei, o qual dizia que a Península Ibérica pertencia à África. Na altura, levantei-me e barafustei. Hoje, ter-lhe-ia dado razão.
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Texto de Teresa Botelho
«O Campo Pequeno tocou hoje na Assembleia!
Quem é que teve o desplante de chamar "Casa da Democracia" a esse edifício neoclássico onde se burla o povo que, de venda nos olhos, a sustenta?
O governo decidiu que o IVA das touradas, não deveria ser de 6% como outros espectáculos, por ser considerado violento e inadaptado à actual evolução civilizacional, mas foi desautorizado não só pela maioria dos partidos, como por metade do grupo parlamentar que o suporta.
Enfim, não será por ninharias que o amianto de certas escolas deixará de ser retirado, as estradas reparadas, os equipamentos médicos renovados, ou se compre pelo menos um comboio novo, para fingir que se investe qualquer coisinha nos transportes públicos.
Voltemos então à "Casa da Democracia" e à votação do IVA das touradas, com música de fundo, olés e uma homenagem especial ao "grupo de forcados do largo do Rato" cujo número afinal é de 43, embora a maioria não consiga já com um gato pelo rabo (salvo seja), quanto mais com um touro...
Nestas coisas de pegas de caras e bandarilhas, a união das bancadas é como aqueles casamentos de conveniência, onde as desavenças e as traições se resolvem com um cartão de crédito.
Um deputado do PSD que por acaso não devia ter grandes razões para graçolas, visto que é um dos arguidos por recebimento indevido de vantagens das viagens ao Euro 2016, pagas pela Olivedesportos e que era para ter sido resolvido no passado mês de Agosto (2018), mas que pelos vistos não o foi por causa do calor, mas se não se falou mais nisso, foi porque agora já faz frio.
O humorista de turno, foi Luís Campos Ferreira que brindou a Assembleia da República com a música da tourada, gravada talvez no seu telefone, pela sua estimada mana Fátima Prós e Contras, durante algum orgasmo familiar experimentado durante as touradas transmitidas pela RTP.
Assim são os políticos portugueses, tranquilos e confiantes, dependendo da quadrilha, porque alguns, como é o caso deste honesto deputado, nem precisam rebaixar-se a justificar as faltas, coisa que, para qualquer funcionário público, dá processo disciplinar, mas para os "trabalhadores da Democracia", não é preocupante, visto que na "Subcomissão de Ética", quem lá está são os amigos. »
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