Esta manhã, ao pretender ouvir as notícias do dia, fui surpreendida ao ler em letras garrafais (mas muito garrafais) no rodapé, na TVI24 “Marcelo Presidente”…
O quê???? As eleições já se realizariam? Dormi durante três dias, e hoje será segunda-feira, dia 25 de Janeiro?
Tive de averiguar.
Mas não. Hoje é sexta-feira, dia 22 de Janeiro.
Que susto! Que alívio!
Pensei que tivesse perdido a oportunidade de não votar em quem a comunicação social quer que os Portugueses votem.
Assim, descaradamente. À margem da Ética jornalística. Por encomenda.
A manipulação é demasiado evidente. Vergonhosa.
A imparcialidade é escandalosa.
A Democracia em Portugal terá sido substituída pela Prelocracia, ou seja, pelo governo da imprensa?
É triste reconhecer que quem governa realmente Portugal não é o povo. Mas os lobbies a quem governantes e órgãos de comunicação social se vergam descaradamente.
A verdade é que Marcelo, de todos os candidatos, é o mais popular, o mais conhecido, porque andou anos a fazer campanha política na TVI. Mas isso não significa que Marcelo seja PR antes das eleições, até porque em todas as sondagens online, Marcelo está atrás de Sampaio da Nóvoa.
Não haverá nenhum português que não conheça os tremoços, mas isso não significa que os tremoços sejam a iguaria mais presente na mesa dos portugueses.
Nem tudo o que reluz é ouro.
A campanha eleitoral pecou pela imparcialidade dos jornalistas.
Perguntas cruciais que deveriam ter sido feitas aos candidatos não foram feitas.
Um candidato a qualquer cargo público deveria comportar-se na campanha do mesmo modo que se comportaria se já tivesse sido eleito e já ocupasse esse cargo.
O que se viu foi muita imposturice. Atitudes muito popularuchas que, uma vez ocupado o Palácio de Belém não se repetirão, porque quem o ocupar será o Presidente da República, e não o candidato que quer ser o Presidente da República, e para isso faz qualquer coisa para enganar o povo, como engraxar sapatos na praça pública, andar de comboio, comer e beber nas tascas…
Faria tal coisa depois de eleito?
Mas a imposturice não foi transversal a todos os candidatos. Nem sequer as atitudes popularuchas. Houve quem se apresentasse num jeito popular, mas genuíno. E isso não é defeito É feitio. Se serve ou não para ocupar palácios… é outra história.
Só espero que o Povo Português não vá atrás das fanfarronices de fanfarrões, e saiba distinguir o trigo do joio, para que não tenhamos no palácio de Belém o bobo de uma corte que já não é corte.
Está nas mãos do eleitorado português votar no candidato que mais lhe parece conveniente, e não naquele que a comunicação social elegeu antes das eleições.