Esta novidade retrógrada começa assim:
«A tauromaquia volta a ganhar força no distrito de Setúbal e pode regressar à cidade, mesmo que em versão ambulante. A Associação PróToiro pressiona a câmara municipal para definir o futuro da histórica Praça Carlos Relvas.»
Tanto em que investir os dinheiros públicos, em melhoramentos de escolas, saneamento, casas sociais, uma infinidade de necessidades prementes, e a Câmara Municipal de Setúbal terá o desplante de ir esbanjar os dinheiros públicos a restaurar o antro de selvajaria tauromáquica a que deram o nome de Carlos Relvas?
A tauromaquia é a arte da cobardia.
É isto que querem para a cidade de Setúbal?
Um cobarde forcado ataca um Touro moribundo, a sangrar por dentro e por fora, de cornos embolados, sem poder defender-se, e os sádicos divertem-se com o sofrimento deste ser vivo, que tem muito mais dignidade do que o cobarde que o ataca.
«A verdadeira valentia não está em enfrentar um Touro debilitado, mas em levantar a voz contra uma tradição cruel»
Origem da foto: https://www.facebook.com/photo?fbid=1058412552977963&set=a.460332692785955
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Vou deixar aqui uns links que contam a miséria social de Setúbal, à qual querem juntar a miséria moral que é andarem a divertir-se à custa do atroz sofrimentos de bovinos, animais sencientes?
Custa assim tanto EVOLUÍREM?
Setúbal, uma cidade do século XXI com problemas do século XX
(Setúbal tem actualmente locais das suas freguesias sem acesso à rede de águas públicas e sem saneamento básico)
Setúbal - 50 anos depois falta (quase) tudo
(Setúbal é um concelho onde há problemas em todos, ou quase todos, os sectores do Estado, da saúde à educação, da mobilidade ao ambiente, do investimento ao desenvolvimento económico, da criminalidade ao desemprego.)
A pobreza, a doença e o distrito de Setúbal
(O distrito de Setúbal é das regiões da Europa com mais pessoas a viver em barracas.)
Desafios Sociais em Setúbal: Protocolo Revela Necessidades Urgentes
(O presidente da Cáritas Diocesana de Setúbal enfatizou a importância da parceria entre a instituição e a C. M. Setúbal na resolução dos desafios enfrentados por essas pessoas vulneráveis, destacando:
Habitação: altos valores de arrendamento deixam muitos sem tecto, com respostas de emergência insuficientes.
Emprego: desemprego elevado, especialmente entre imigrantes, levando à informalidade e queda de renda.
Educação: falta de vagas em pré-escolas e creches compromete a integração das crianças e a disponibilidade dos pais no mercado de trabalho.
Saúde: poucas respostas para saúde mental e deficiências, deixando muitos desamparados.
Assistência Social: aumento dos pedidos de apoio alimentar e falta de vagas em residências para idosos.)
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Algumas destas situações têm vindo a ser resolvidas, mas enquanto houver um só problema destes em Setúbal, esbanjar dinheiros públicos a restaurar um antro de tortura de bovinos é meter a mão nos bolsos dos sadinos mais desfavorecidos.
ABAIXO o antro de tortura Carlos Relvas!!!!
VIVA a cidade de Setúbal limpa do lixo tauromáquico!
Isabel A. Ferreira
E isto só acontece num país cheio de gente perversa e impiedosa!
Leiam as notícias e pasmem!
«Dentro da cidade sadina, miséria em estado puro na Parvoíce»
Metade do bairro é clandestino e quase todos os 150 residentes são muito pobres e desempregados. Por vezes passam semanas sem água. Vivem da caridade e dos apoios sociais. Na Parvoíce comer é um luxo e sobreviver é um feito.
Se fosse um filme alguém se encarregaria de lhe dar um título do género: “Viver, missão impossível”. Mas não é um filme. É a realidade. Na Quinta da Parvoíce, em Setúbal, viver é um desafio diário, onde muitos dos quase 150 residentes quase lutam com os bichos por um pouco de comida. No bairro clandestino salpicado de barracas a chegada dos voluntários da igreja, com palavras de esperança, é o balão de oxigénio de uma parte da população que há muito definha à espera de uma casa e de trabalho.
O próprio nome do local, ali nas imediações da paróquia de Nossa Senhora da Conceição, parece atrair a desgraça. Ninguém consegue explicar com lógica porque se chama Parvoíce a um local onde há seres humanos que ali quase vegetam desde o início da década de 2000, quando famílias vindas de África começaram à procura de local para viverem. Muito menos alguém consegue explicar porque razão há tanta pobreza num sítio que antes, ironicamente, se chamava Quinta da Boa Água e que era o local preferido para o abastecimento das tripulações que se faziam ao mar.
A chegada do padre Constantino Alves ao bairro é uma lufada de esperança. Ele é um dos poucos que, diariamente, se empenha para que a população ainda vá tendo com que viver. Ainda esta semana, depois de muitos contactos com a câmara de Setúbal, lá conseguiu reverter mais um corte de água, que já durava há cerca de quinze dias, e fazer com que o liquido voltasse a correr nas torneiras que por ali estão espalhadas, seja na parte do Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU), seja na zona das casas clandestinas. As pessoas, muitas delas desempregadas e doentes, reconhecem o seu trabalho e recebem-no de braços abertos.
À falta de condições de salubridade juntam-se constantes cortes de água
“Não trago bens nem alimentos. Isso são as pessoas que têm de ir buscar às nossas instalações e ao nosso restaurante social, até porque não temos meios para fazer a distribuição”, diz o padre ao Semmais. “Maior miséria é difícil de encontrar”, afirma Constantino Alves, lembrando a mulher sem pernas que foi mãe há cerca de um mês e que teve de suportar mais um corte de água sem sequer ter outro modo de se deslocar a não ser arrastando-se pelas ruas de terra.
Falar com os residentes é uma tarefa difícil. Andam equipas de televisão pelo bairro e a população tenta esconder a miséria das câmaras. Ainda assim conseguimos trocar breves impressões com uma mulher. Uma congolesa de 50 anos, cujo nome foi de todo impossível de perceber, e que vive numa casa com três quartos na companhia do marido, de quatro filhos, noras e genros e sete netos. Ao todo são 17 pessoas. “Vim Congo/Angola e Angola/Portugal”, diz a mulher que está desempregada, tal como o marido, e que tem problemas ósseos. Medicamentos? “Uma vez marido faz biscate. Outra vez Segurança Social paga”. Não sabe quando acabarão os seus dias de miséria. Sabe apenas que “entra muita água na casa” e que espera “há muito tempo” pela habitação que terá sido prometida pela câmara municipal.»
Fonte:
https://semmais.pt/2020/10/31/dentro-da-cidade-sadina-miseria-em-estado-puro-na-parvoice/
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E pensar que a presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira (CDU), assumiu em reunião com a prótoiro, que a tauromaquia irá ter continuidade na cidade, e até anunciou que as obras de remodelação da praça de Touros Carlos Relvas poderão arrancar no início de 2021.
Como é que isto é possível com tanta miséria no concelho?
Só mesmo “artes” do diabo!
Senhora Maria das Dores Meira, tenha ao menos um pingo de solidariedade para quem não teve as mesmas oportunidades que a senhora teve na vida, para chegar onde chegou, ainda mais com a pretensão de esbanjar os dinheiros públicos na prática bárbara de tortura de touros.
Gaste esse dinheiro em algo útil. Os impostos dos Setubalenses não são para serem gastos em práticas cruéis.
Isabel A. Ferreira
Ler esta notícia insólita e macabra neste link:
Veja-se a expressão de dor do bovino cravado de ferros, a sangrar, e a cobardia do carrasco… pois a “valentia”, diante de um Touro moribundo e trespassado de dor, não tem outro nome…
Figuras públicas de grande responsabilidade que cultivam estes espectáculos sangrentos e violentos (as touradas).
Eis alguns nomes:
Nuno da Câmara Pereira (fadista): "Eu estou aqui em Barrancos com os cornos para o ar a apoiar a causa barranquenha, dos touros de morte, tradição [leia-se costume bárbaro] que dura há séculos” [leia-se desde o tempo em que a barbárie foi introduzida pelos Reis Filipes de Espanha, em Portugal, e se o Nuno está com os cornos para o ar está muito bem... ataviado].
Cónego Eduardo de Melo Peixoto: " O espectáculo das corridas à antiga portuguesa, o toureio a cavalo e a pés e os "forcados" como prova de valentia, de coragem e mesmo de arte e sem a morte do touro na arena, aceito-o como aceito a caça e o tiro aos pombos". Público 18/8/98. [Isto é que é ser CRISTÃO!]
Mata Cáceres, ex-presidente da Câmara Municipal de Setúbal: "Os que são contra as corridas têm o direito de se manifestar, mas comem carne e lagosta, que é cozida e o animal é morto ao lume. Também o bailado é uma arte violenta que obriga os bailarinos a dançar em pontas, o que dá imensa dor. Enfim, tudo tem que ser respeitado". Jornal de Notícias 23/8/99. [Uma comparação de mestre… da ignorância crassa].
Moita Flores: "O juiz que decretou a providência não sabe o que escreve, não sabe o que diz, pela simples razão que não conhece o que se passa em Barrancos, possivelmente nem sabe onde fica". Diário de Notícias 23/8/99. [Pois! e o Moita Flores como é um expert em tortura…].
Mafalda Ganhão: " Na corrida de morte por exemplo, o touro não é picado para ser destroçado ou humilhado. É sangrado para que descongestione e possa vir ao de cima a sua bravura, corrigindo-lhe alguns defeitos, como a sua forma de investida". Expresso 28/8/99 [Pois a Mafalda Ganhão devia ser sangrada também, uma vez que é um animal, para corrigir o defeito de se divertir com o sofrimento de um Touro].
Carlos Cruz, dirigente da Delegação do Alentejo da Liga para a Protecção da Natureza: "Os animais têm funções e não direitos ou deveres, como os protectores dos animais preconizam". Diário de Noticias 31/8/99. [Ora como Carlos Cruz é um animal, não tem direitos, mas terá o DEVER de se instruir para que possa vir a público dizer coisa com coisa, certo?].
Miguel Sousa Tavares: "O que eu defendo em Barrancos é a sobrevivência de uma cultura própria e enraizada localmente e que tenta resistir em face de investidas do pensamento "moderno", "jovem" e "civilizado", de uma elite urbana e arrogantemente convencida da sua suposta superioridade civilizacional". Público 3/9/99. [Pois, o que saberá Miguel Sousa Tavares de civilização, de cultura, de juventude, de modernismo, de evolução… para achar que em Barrancos existe uma “cultura” própria? Sim, talvez tenha razão: é a cultura própria dos broncos…].
E muitos outros como o Padre Vítor Melícias, pseudo-franciscano que nada tem a ver a este respeito com a doutrina de S. Francisco de Assis.
UMA VERGONHA!
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Saibam mais aqui:
http://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/nomes-de-figuras-publicas-portuguesas-498419
Figuras públicas a Favor das Touradas ou a Vergonha Nacional
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O que dizer sobre a apetência desta “gente” para se divertir à custa do sofrimento atroz de um ser vivo indefeso?
Isabel A. Ferreira