Um aparte::
Como é possível que as crianças e jovens portugueses [e agora os idosos também?] ainda estejam sujeitos à violência tauromáquica, com o aval das autoridades, Senhora Rosário Farmhouse?
Aos anos que chamamos à atenção da senhora para esta violação dos Direitos das Crianças e Jovens, e é o mesmo que falar para as paredes.
Um Grupo de cidadãos , no qual me incluo, dirige-se uma vez mais, à senhora, na esperança de que possa pôr fim a esta barbárie, em Hangra do Heroísmo.
Isabel A. Ferreira
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Exma. Sra. Rosário Farmhouse
Presidente da Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Protecção das Crianças e Jovens
Queremos alertar para uma situação de evidente perigo físico para crianças e jovens e de clara violação dos Direitos das Crianças a acontecer em próximos eventos, agendados pela Câmara Municipal de Angra do Heroísmo (Açores), no âmbito das suas festas municipais, relacionados com a tauromaquia.
Está agendada para o dia 26 de Junho, às 10 h, na Praça de Touros Ilha Terceira, um “Espectáculo Taurino para Crianças e Idosos”, também anunciado como “Aula Prática de Tauromaquia”. Neste evento, destinado a crianças, está anunciada a presença de um cavaleiro, um grupo de forcados e um bezerrista.
No dia seguinte, 27 de Junho, às 12 h, na Rua de São João, está agendada uma “Espera de Gado Infantil” com presença de touros, supostamente bezerros.
O anúncio destes eventos consta na agenda da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo https://sanjoaninas.cmah.pt e são referidos, com mais pormenor, no Diário Insular de 04 de Junho.
Não é a primeira vez que são realizados este tipo de eventos integrados nas Festas Sanjoaninas do referido município. Na realidade, tem sido uma prática habitual em todos os anos anteriores à pandemia, estando novamente a ser realizados na actualidade. Isto apesar das nossas reiteradas denúncias públicas sobre o perigo e o contínuo maltrato das crianças.
A natureza e características destes eventos podem ser observadas no breve registro fotográfico que temos ido recopilando:
https://iniciativa-de-cidadaos.blogspot.com/p/touradas-e-infancia-nos-acores.html
Nas esperas de gado e outros eventos semelhantes as crianças e jovens são colocados em contacto directo com animais, aos quais, ao mesmo tempo, são incitados a agredir. Nos espectáculos taurinos e corridas de touros são obrigados a assistir à tortura sangrenta e impiedosa dos animais, não existindo nenhuma limitação de idade para assistir, sendo inclusivamente levadas à praça crianças do pré-escolar.
Estes eventos, infelizmente, não se limitam a estas festas e a estas datas. De facto, costumam ser repetidos, apenas um mês depois, nas festas concelhias do vizinho município da Praia da Vitória, com o qual é partilhado o uso da Praça de Touros, com os mesmos promotores deste tipo de eventos.
O contínuo desrespeito pelas leis portuguesas sobre a idade de assistência a este tipo de espectáculos sangrentos e a contínua violação da Convenção dos Direitos das Crianças da ONU, que considera violência contra as crianças a presença nestes eventos de menores de 18 anos, requerem sem dúvida uma condenação e uma intervenção firme e decidida.
Assim, solicitamos a intervenção da Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Protecção das Crianças e Jovens, nos termos que considere mais adequados, para conseguir a efectiva e necessária protecção das crianças na ilha Terceira.
Atentamente,
[No original seguirá a lista de nomes que subscreveram esta carta]
Perpetuar a cobardia de torturadores de Touros moribundos, através de uma estátua, só diz da pequenez de espírito dos envolvidos neste projecto insano, e da condição primitiva da localidade onde vai ser inserida.
Mais uma vergonha para os Açores: um monumento à COBARDIA, com o aval de governantes, que não têm o mínimo respeito por si próprios.
Mais dinheiros públicos atirados ao lixo. Mais um “monumento” a atirar abaixo quando a selvajaria tauromáquica for abolida, daqui a uns tempos…
OITO matulões atacam um ser senciente e indefeso, esgotado, ferido, perfurado e sangrado por bardarilhas cravadas na carne por cobardes bandarilheiros; oito matulões atacam um Touro moribundo. Será isto valentia ou uma descomunal cobardia? Isto é quase como bater num morto. E é a esta COBARDIA que Angra do Heroísmo pretende erguer um monumento?
É que a cobardia é a mãe da crueldade, e os forcados são criaturas cruéis, insensíveis, e extremamente desumanas.
Este projecto insano, da construção de um monumento ao forcado da Ilha Terceira foi apresentado (imagine-se) no Salão Nobre (que com isto perdeu a nobreza) da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, e pretendem inaugurá-lo no dia 24 de Junho de 2018, dia de SÃO JOÃO, porque coincide com os 45 anos ao serviço da COBARDIA e da CRUELDADE, do grupo de forcados amadores da tertúlia tauromáquica terceirense.
O projecto, que se intitula (pasmemo-nos!) “Valentes como a Rocha” é da autoria de José João Dutra, que nada deve saber sobre VALENTIA, porque valentia seria o grupo de forcados enfrentar um leão, que nem precisava de estar esfomedo, numa arena, e não um Touro moribundo, a sangrar, todo perfurado, por dentro e por fora.
Mas o José João Dutra explica: «A ideia é relacionar a dureza deste mineral com o valor dos forcados e do toiro, assim como as origens vulcânicas das ilhas dos Açores”, e acrescentou que «o monumento serve para que todos os intervenientes fiquem representados de forma a enaltecer os profundos e peculiares valores que são transmitidos na especialidade taurina portuguesa carregada de solidariedade, força, honra e dignidade», como se ATACAR UM TOURO MORIBUNDO tivesse alguma coisa a ver com solidariedade, força, honra ou dignidade!
(José João Dutra, a figura ridícula que se faz e os disparates que se dizem para ganhar uns tostões!)
Mas o mais ridículo é isto: O acto foi encerrado com as palavras do presidente da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, José Gabriel do Álamo Meneses, que enalteceu o projecto e em simultâneo a grande colaboração do município com as instituições taurinas locais, como o grupo de forcados amadores da tertúlia tauromáquica terceirense, apoio esse que irá continuar a manter.
Pois é senhor presidente, o senhor não tem o mínimo respeito por si próprio, como poderá ter respeito pela VIDA de um animal muito mais digno, sensível e inteligente do que aqueles que o torturam, para que sádicos e psicopatas possam divertir-se…? Nem os homens das cavernas o fizeram…
Envergonham o Arquipélago dos Açores, Portugal e a Humanidade com estas atitudes indignas da espécie humana.
Isabel A. Ferreira
Assim são desperdiçados os dinheiros públicos: Arena de Tortura da Ilha Terceira
(Foto de Duarte Roxo)
Foi entregue no dia de hoje, 21 de Junho, uma petição para acabar com o financiamento público das touradas por parte da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo.
A petição reuniu até ao momento um total de 2.589 assinaturas, estando ainda a decorrer a sua recolha na plataforma “change.org”: https://www.change.org/p/c%C3%A2mara-municipal-de-angra-do-hero%C3%ADsmo-acabar-com-o-financiamento-p%C3%BAblico-das-touradas-em-angra-do-hero%C3%ADsmo-a%C3%A7ores
Os peticionários protestam pelo valor exorbitante de dinheiros públicos que são gastos anualmente por parte da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo na realização da feira taurina que integra o programa das suas festas concelhias. Nos últimos cinco anos foram gastos nesta feira um milhão e trezentos mil euros (1.300.000 euros) de dinheiros públicos e no presente ano a mesma autarquia vai gastar mais cem mil euros (100.000 euros).
A este elevado montante devem somar-se ainda, por exemplo, os duzentos mil euros (200.000 euros) que a câmara ofereceu recentemente à indústria tauromáquica com a cessão do direito de propriedade do terreno municipal onde foi construída a praça de touros da ilha Terceira.
A petição, criada pelo Movimento Cívico Abolicionista da Tauromaquia nos Açores (MCATA), considera imoral que num momento de crise para a ilha Terceira, com reiteradas dificuldades e cortes sociais, a mencionada autarquia continue a destinar dinheiro público dos impostos para touradas, em detrimento de verbas para educação, solidariedade social e iniciativas culturais.
A petição afirma que as touradas são uma prática anacrónica, baseada na tortura e no sofrimento animal, que não acrescenta nada de positivo à ilha e que envergonha cada vez mais os açorianos e a própria humanidade.
Os peticionários, que se consideram chocados com esta situação, apelam à Câmara Municipal de Angra do Heroísmo para que termine com o financiamento público de touradas.
Comunicado do Movimento Cívico Abolicionista da Tauromaquia nos Açores (MCATA)
http://iniciativa-de-cidadaos.blogspot.pt/
21/06/2016
Festas de São João sem tortura
Visite Vila Franca do Campo, vá ao São João da Vila
Antes de entrar propriamente no assunto quero deixar aqui bem claro que sou “serrote” já que nasci, criei-me e ainda mantenho uma forte ligação com Vila Franca do Campo, onde possuo habitação, apenas não resido lá por razões de distância ao local de trabalho, embora agora com as SCUT a distância se tenha reduzido um pouco e o tempo muito.
Conheço muito bem Angra do Heroísmo e a ilha Terceira e sei como as suas gentes amam a sua terra e têm brio nas suas festas. Contudo, fruto de alguns séculos de deseducação persistem em manter uma tradição anacrónica e sem qualquer sentido num mundo que se quer mais justo, saudável e acolhedor para todos os seres vivos.
Não vou alongar-me mais a falar na bestialidade das touradas pelo que passo a registar um pouco da reflexão que tenho feito sobre as festas de São João que se realizam anualmente, tanto em Vila Franca do Campo, como em Angra do Heroísmo.
Não vou falar dos programas das festas pois segundo me parece os de Angra do Heroísmo têm obrigação de ser muito mais rico já que os montantes investidos com dinheiros públicos são elevadíssimos, este ano a aproximar-se de 900 mil euros, apenas da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo.
Em Vila Franca do Campo, embora não conheça o apoio da autarquia, tenho a certeza de que o mesmo é muito inferior.
Injusta também tem sido a publicidade ou a cobertura que feita pela RTP Açores e os apoios directos ou indirectos do Governo Regional dos Açores.
Mas, apesar de tudo, o São João da Vila tem um potencial muito maior para atrair turistas do que as Sanjoaninas de Angra do Heroísmo. Com efeito, enquanto em Angra não dispensam as sangrentas touradas de praça que este ano vão receber um subsídio camarário de 250 mil euros, Vila Franca do Campo tem umas festas livres de tortura animal para divertimento de seres que se dizem humanos.
Termino apelando a todos os leitores deste texto para que se querem conhecer as (boas) tradições de celebrar o São João, visitem Vila Franca do Campo durante o São João da Vila.
Como não sou um bairrista cego ao que de bom têm os outros, se mesmo assim for à ilha Terceira por ocasião das Sanjoaninas não vá a touradas.
Se quer conhecer a cultura popular daquela ilha, visite-a durante o Carnaval e nunca na época tauromáquica que vai de Maio a Outubro.
Vila Franca é que desbanca. Viva o São João da Vila!
José Pacheco