O CAMPO DE TIRO AOS POMBOS, de São Pedro de Rates, na Póvoa de Varzim, reuniu, há dias, os principais intervenientes nacionais do mundo sanguinário do TIRO e da CAÇA. Estiveram presentes representantes institucionais locais e nacionais, federações e clubes, organizações de caça menor e maior e personalidades de reconhecido DESPRESTÍGIO.
O que diz a nota elaborada pelo Gabinete de Comunicação da C. M. da Póvoa de Varzim, para VERGONHA DOS POVEIROS CULTOS: é o seguinte (os negritos são meus):
«Foi com enorme satisfação que José Macedo Vieira, Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim e Sócio nº 1 do Clube de Tiro de S. Pedro de Rates, recebeu o anúncio de que o nosso concelho iria acolher o próximo Campeonato da Europa de Tiro ao Voo, que terá lugar em 2013. A notícia foi dada pelo Presidente da Federação Portuguesa de Tiro com Armas de Caça, Pedro Manuel Cunha da Mota.
(Na verdade deve dar um enorme gozo vir a úblico falar na matança de inocentes Pombos...)
O autarca admitiu que um evento desta dimensão será favorável não só para a visibilidade do Clube mas também para a cidade que, durante uma semana, irá receber centenas de pessoas, dinamizando o turismo local.
(Dinamização de um turismo carniceiro, muito condizente com os espírito sanguinário dos "turistas" que virão a Rates ver matar inocentes e indefesos Pombos).
José Macedo Vieira enalteceu ainda a organização do convívio, que veio demonstrar que o Clube volta a estar vivo.
(O clube devia estar morto e enterrado há muito. É a vergonha do Concelho, juntamente com a "monumental" arena de tortura de Touros).
Foi isso mesmo que pretendeu transmitir Jorge Leal, Presidente do Clube de Tiro (AOS POMBOS) S. Pedro de Rates, afirmando que “o Clube está num novo advento”.
(O novo advento da morte).
( ...)
Também Daniel Campelo, Secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, felicitou o Clube pela organização do próximo Campeonato da Europa de Tiro ao Voo e reconheceu a dinâmica e grandeza do Clube de Tiro de S. Pedro de Rates.
(Grandeza na brutalidade da iniciativa que ali se pretende realizar).
O evento contou ainda com as participações de João Carvalho, Secretário-geral da Associação Nacional de Proprietários e Produtores de Caça, sobre “O estado da arte cinegética”, e de Pedro Manuel Cunha da Mota, Presidente da Federação Portuguesa de Tiro com Armas de Caça sobre “O tiro em Portugal”.
Sobre o Clube de Tiro S. Pedro de Rates:
Situado a poucos minutos da Póvoa do Varzim, possibilita a prática de tiro desportivo com armas de caça e a prática de tiro com arco.
Constituído por escritura pública em 7 de Dezembro de 1994, é um caso de sucesso na gestão desportiva e administrativa de uma estrutura, propriedade municipal e vocacionada para a alta competição nas várias disciplinas do Tiro Desportivo.
A nível de estruturas sociais o Clube está equipado com salas polivalentes, secretaria, armeiro, um museu de aves cinegéticas, bar e restaurante, oferecendo um acolhedor repouso e convívio, usufruindo do soberbo panorama que o campo de tiro oferece sobre o vale agrícola de Rates ou sobre a costa atlântica.
(Como um lugar de MORTE pode oferecer um acolhedor repouso? Quanta hipocrisia! Sim, um soberbo panorama de Pombos mortos e feridos e agonizantes. Ensanguentados e espalhados sobre o vale agrícola de Rates, junto com os chumbos com que, com COBARDIA, foram alvejados...)
http://www.correiodominho.com/noticias.php?id=62427
Para mais informações sobre o Tiro aos Pombos, aqui deixo este link:
http://animal.org.pt/accao_tiro_pombos.html
Poupem os que não podem gritar o deesespero deles!...
O Pombo é também uma criatura de Deus, bela e mansa, símbolo do Espírito Santo, para quem é Católico, e símbolo da Paz, para quem é Pacifista... E aqui, uma vez mais, a Igreja Católica Portuguesa não tem nada a dizer...
Certo dia insurgi-me contra a prática do Tiro ao Voo, no Campo de Tiro de Rates, na Póvoa de Varzim, e sobre a qual prática, houve um dirigente “desportivo” que sentenciou: «São hipócritas aqueles que, face aos males da Sociedade, condenam o Tiro ao Voo. Toda a gente pensa que o tiro é o mal do Mundo. Quem não gosta, fica em casa».
Isto aconteceu já há alguns anos. Nesse dia, cobri-me de penas e saí à rua em defesa dos Pombos, gritando bem alto a minha indignação, para que o tal dirigente “desportivo” pudesse ouvir-me.
Hoje, o dirigente desse Campo da Morte é outro. É engenheiro. Chama-se Jorge Leal. Frequentou uma Universidade. E o que aprendeu?
A Jorge Leal e a José Macedo Vieira dirijo as palavras que gritei, naquela vez, porque, pelo que vejo, as coisas não mudaram.
Quando fui à inauguração daquele Campo, garantiram-me que era apenas para tiro aos pratos, se bem que, como visse por lá uns pombais, interrogasse o arquitecto sobre a existência de tais casinhotos. E a resposta foi dúbia. Nem sequer tiveram a coragem de dizer que eram POMBAIS.
E esta gente é tão COBARDE que não tem coragem de chamar o ritual sanguinário pela verdadeira designação: “TIRO AOS POMBOS». Pintam a cena com o “tiro ao voo”, que sabemos não ser o tiro ao voo de aviões, ou ao de helicópteros, ou ao de ovnis, ou ao de hélices, ou ao de pratos, ou ao de qualquer outra coisa que possa mover-se no espaço e ser “abatida” a tiro, por motivos de terrorismo, de guerra, de ódio, de insanidade mental, ou até de simples diversão sádica.
Não! O tiro ao voo, é o tiro a indefesos e inocentes Pombos, que, depois de se verem encerrados numa gaiola, sem água nem comida, e já bastante enfraquecidos (a cobardia é igual também nas touradas, fazem o mesmo aos Touros), são “libertados”, e quando intuem que estão novamente livres e dão às asas, num gesto de plena liberdade e, sem terem feito mal algum a ninguém, são COBARDEMENTE atingidos com um tiro, nem sempre certeiro e mortal. São mortos apenas para divertimento de uns tantos sádicos e necrófilos, sedentos de morte e de sangue, ávidos de ver carnes dilaceradas e sangue vivo a jorrar, a borbulhar, a manchar o chão...
E chamam a isto “desporto”.
E diz quem é Veterinário (com um V maiúsculo) que nem sempre os pobres animais morrem, e ficam a agonizar lentamente, até morrer, o que pode durar horas (o mesmo acontecendo aos Touros), num sofrimento atroz.
E quem não gosta fica em casa! É o que dizem todos os sanguinários (os dos Touros, também).
Não! Isto nada tem a ver com “gostos” nem “tradições”, mas sim com ÉTICA, com MORAL, com EVOLUÇÃO, com HUMANIDADE, com SENSIBILIDADE, com SANIDADE MENTAL.
Poderia referir um sem-número de tradições que, em nome de uma civilização culta e da evolução de mentalidades e da harmonia entre todos os seres, foram abandonadas, e hoje apenas fazem parte da triste história de uma humanidade primitiva e inculta, que ficou lá muito para trás.
Por isso, quem não gosta, como eu não gosto, deve sair de casa e vir para a rua expressar publicamente o seu repúdio perante uma tal demonstração de falta de respeito pelos outros seres e pela essência da própria vida, da falta de civilidade, da falta de sensibilidade, e da muita desumanidade que corre nas veias desses matadores de indefesos e inocentes seres.
«Toda a gente pensa que o tiro é o mal do Mundo» disse o antigo dirigente do Campo de Tiro aos Pombos de Rates. Ora quem, na verdade, pensa, não pensa que o tiro é o mal do mundo, uma vez que o mal do Mundo não é o tiro, mas o cérebro que comanda a mão, que dá o tiro.
Ou seja, o mal do mundo são aqueles indivíduos que ainda vivem na escuridão. Nada evoluíram, nem em mentalidade, nem em comportamento social, nem em coisa nenhuma. São simplesmente uns BRUTOS.
Até porque, quem consegue olhar para um Pombo e nele ver uma criatura de Deus – aliás, bela e mansa, símbolo do Espírito Santo, para quem é Católico, e símbolo da Paz, para quem é Pacifista – e não um simples alvo para um tiro que lhe tira a vida, em nome da vã destreza de um cobarde atirador – jamais será capaz de matar um semelhante em nome de nada, nem sequer em nome de uma guerra insana; ou vender droga a um jovem; ou violar uma criança; ou poluir um rio; ou cortar belas árvores, para dar vez a caixas de fósforos feitas de cimento; ou de cometer qualquer outro crime contra a Humanidade ou contra o meio ambiente, ou contra qualquer outro ser não humano.
Ou seja, quem é capaz de AMAR UM POMBO, ama a Humanidade e a criação no seu todo. Ama a vida. Não aplaude a morte. Por outro lado, hipócrita é aquele que pretende viver no seio de uma sociedade humana, defendendo valores de morte. Ou será que ao dar-se um tiro num pombo que voa em plena liberdade, feliz por ser uma criatura alada, está a falar-se de defesa da vida?
São COBARDES e BRUTOS todos aqueles que torturam seres vivos, humanos ou não-humanos, que não podem defender-se; que não têm como lutar pelos seus direitos, ou porque não têm voz, ou porque estão em desvantagem. Quais os países onde ainda é tradição o tiro aos pombos, o tauricídio (com touros de morte ou sem touros de morte, eles acabam por morrer barbaramente), a luta de galos, a luta de cães, a luta de ursos com cães, a luta de lagartos e corridas de Cavalos, corridas de Galgos…?
O homem devia envergonhar-se de ter inventado o TIRO. Muito mais deve envergonhar-se de o utilizar contra um ser vivo, seja ele quem for, e por que motivo for, ainda menos se os motivos forem tão fúteis como a DIVERSÃO.
Trata-se de vida. Um valor ABSOLUTO. Da vida daqueles que não têm como gritar: não nos matem! Os que usam os animais para diversão (com morte ou mesmo sem morte) é gente EMBRUTECIDA. Parada num tempo passado. Gente inútil. Parasita. Predadora. Gente que devia estar em extinção.
Mas mais INCULTO é aquele que PERMITE que esta BRUTALIDADE ACONTEÇA.
Querem a tradição das arenas? Deixem que homens lutem contra homens, VOLUNTARIAMENTE. E deleitem-se a ver o sangue deles a borbulhar e coalhar no chão da luta.
Mas poupem os Pombos. Poupem os Touros. Poupem os Cavalos. Poupem os Cães. Poupem os Lagartos, ou Ursos, os Galos. Poupem os que não podem gritar o desespero deles.
Vivam as vossa vidinha inútil como quiserem, mas deixem viver em paz os outros seres.
(Web site da imagem: portalapui.com.br)
Isabel A. Ferreira