Sexta-feira, 8 de Março de 2024

Brasileira diz que são os imigrantes brasileiros e africanos que "movem Portugal, o PIOR país da Europa”, mas quer ser portuguesa, por causa dos benefícios. Questão: os Portugueses têm obrigação de aceitar isto e ficar calados?

 

Brasileira afirma no vídeo, reproduzido mais abaixo, que quer ser portuguesa para ter os mesmos direitos que os portugueses, embora se considere brasileira. Afirma também que são os imigrantes brasileiros e africanos que «movem Portugal, o pior país da Europa"» e que eles vão ocupar o lugar dos Portugueses.

 

Este é um tipo de vídeo que envergonha o Brasil e os Brasileiros de BEM e do BEM.

 

 

E quem são os Brasileiros de BEM e do BEM?

-- São aqueles que vêm para Portugal a fugir da VIOLÊNCIA que os fustiga, no Brasil.

-- São os que vêm procurar um emprego HONESTO para terem melhores condições de vida, do que tinham no Brasil, que pouco ou nada tem para oferecer aos seus cidadãos.

-- São os que vêm porque NÃO se identificam com as políticas desastrosas, esquerdinas e direitistas, que nos últimos anos devastaram o Brasil.

-- São aqueles que vêm por bem, e apenas estes são muito bem-vindos.

 

Esta cidadã brasileira que, pela conversa, talvez tivesse descido das favelas, devia ser recambiada para o lugar de onde veio, talvez de um qualquer beco escuro, porque em Portugal, gente como esta não tem lugar, não é bem-vinda. E se por um qualquer motivo obscuro conseguiu ser cidadã "portuguesa" e ter benefícios, com este tipo de conversa será com toda a certeza rejeitada pelos Portugueses, porque quem não se sente, não é filho de boa gente.  E depois vêm chorar para o YouTube com a conversa de que somos racistas e xenófobos.

Ah! Devemos relevar, porque é uma pobre diaba, dizem-me. É. Mas as pobres diabas têm de saber que não podem vir para o País dos outros, cuspir o fogo da ignorância que os políticos brasileiros e portugueses fomentam.

Se Portugal é o PIOR país da Europa, o que está aqui a fazer aquela que representa a PIOR cidadã do Brasil e arredores?


Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 16:08

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Quarta-feira, 6 de Março de 2024

Legislativas 2024: nenhum dos candidatos a primeiro-ministro merece ser primeiro-ministro, à excepção (talvez) de Paulo Raimundo, porque ao menos este escreve correCtamente a Língua Oficial de Portugal

 

Mas isto, só por si, não basta, para merecer o meu voto!
Daí que não tenha em quem votar.

Dirão: e o que vale o voto daquela? Não valerá nada para quem assim pensa. Valerá para mim, e para a minha consciência, e isso é o que mais importa.

 

O mínimo que se exige de um governante é que saiba escrever correCtamente a Língua Oficial do País que representa.

 

O Grupo Cívico de Cidadãos Portugueses Pensantes enviou a todos os partidos políticos, com assento no Parlamento, esta solicitação  para que introduzissem a gravíssima questão da Língua Portuguesa, destruída pelo AO90 e usurpada pelo Brasil, nos debates e nos seus programas eleitorais, pois sem uma Língua bem estruturada, não há Ensino de qualidade, nem Cultura, nem  coisa nenhuma, e teremos um País cheio de gente analfabetizada.

 

E isto foi o mesmo que falar para as paredes.

 

Nenhum partido se dignou a responder.

Aliás, seguindo o exemplo do presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que também NÃO se dignou a responder ao nosso Apelo, ao contrário da Senhora Von der Leyen que, usando da sua boa educação, respondeu a uma denúncia que fizemos por a União Europeia estar a usar no Português, que é uma das línguas oficiais da UE, uma ortografia ilegal e inconstitucional, algo que ainda não tornei público, mas brevemente virá a público.

Agora falando apenas por mim: que consideração podem merecer os candidatos, de uma cidadã que tem o dever de votar, se não é considerada por eles, pelos que têm a pretensão de governar, deixando de fora uma questão que está a levar-nos à ruína de um dos nossos principais símbolos identitários: a NOSSA Língua Portuguesa.

Nenhuma consideração.

 

Bitola.png

Além disso,  gostaria de saber se alguém responsável pela governação de Portugal, ou algum dos que têm a pretensão de (des)governar Portugal, a partir do dia 10 de  Março, têm uma explicação racional para a usurpação da Bandeira de Portugal, apresentada na imagem que ilustra este exercício da minha muito legítima indignação.

 

O silêncio que fizerem a esta usurpação dirá do que Portugal vale para os políticos portugueses, ou seja: NADA.

Isabel A. Ferreira

Bandeira Portuguesa - Brasil.PNG

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 20:46

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Sexta-feira, 9 de Fevereiro de 2024

Os Polícias são traidores, Dr. António Costa e quejandos? TRAIDORES são os que venderam ao Brasil a Língua Portuguesa, um dos símbolos maiores da nossa Identidade como país livre e soberano, e continuam por aí a criar o CAOS impunemente!

 

Os Portugueses estão atentos. Hás vozes que circulam nos bastidores, através da partilha de ideias e críticas, via e-mail.

 

O texto que se segue, recebi-o, por essa via, de um cidadão português que grita a sua indignação, que também é a minha e a de milhares de Portugueses que NÃO são nem servilistas, nem seguidistas de um Poder que apodreceu de tão gasto pela incompetência, pela subserviência ao estrangeiro, pela corrupção e por outras defectividades. É preciso que os pontos sejam postos nos respectivos is.

 

Isabel A. Ferreira

 

***

 

«As POLÍCIAS estão em luta contra as regalias atribuídas a alguns ramos, como tal discriminatórias e efectivas a partir de Janeiro de 2023.

 

Estas regalias foram publicadas já com o Governo em gestão, talvez por isso, discretamente. O governo/Costa e MAI, em termos injuriosos e difamatórios querem dar o assunto como encerrado chamando os Polícias de traidores. 

 

Os Agricultores continuam em luta, agora com o apoio da CAP, mas vão negociando com a Ministra. Os Bancários do Sul (UGT), ameaçaram começar a luta contra os lucros EXTRAORDINÁRIOS DA BANCA. 

 

Hoje, foi enunciado que o SALÁRIO MÉDIO subiu, mas, menos que a INFLAÇÃO.

 

Afinal não são só as POLÍCIAS que lutam contra as medidas do Governo. Parte da C. S. e a esquerda têm denunciado e bem, o oportunismo do CHEGA e do Movimento Zero na luta dos Polícias. Entendo que, não denunciar a hipocrisia e o oportunismo do Governo, encoberto pela condição de estar em Gestão, não enfraquece o CHEGA e, no caso específico das Polícias, o Movimento Zero, mas sim fortalece-os.

Nota: acabo de ver nas TVs os Auxiliares de Educação em protesto contra as suas miseráveis condições de vida. 

... 

Ui, agora é em Figueira de Castelo Rodrigo, pela melhoria do SNS. Pôrra, lá vem o Costa dizer que está em gestão, e os manifestantes deviam estar em casa caladinhos para não encorajar o CHEGA!

L. R. de Almeida»

 

Traições.jpg

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 14:59

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Sexta-feira, 12 de Janeiro de 2024

«De cócoras no reino da CPLP», por Orlando Castro, Director-Adjunto do «Folha 8», Jornal Angolano Independente

 

«Trabalhar no Folha 8 é dar voz a quem a não tem. É apostar na força da razão e não na razão da força. É pôr o poder das ideias acima das ideias de poder. Ou, em síntese, é ser Jornalista.» (Orlando Castro)

 

Como gostaria que este lema, fosse também o lema dos que, em Portugal, são jornalistas (com j minúsculo). Neste rol não entram os Jornalistas (com J maiúsculo, pois também os há em Portugal, mas são poucos, e não são tidos em conta pelos “democráticos” decisores políticos portugueses).  Mas quem disse que em Portugal existe uma Democracia com D maiúsculo?

***

Ao que venho?

Há uns dias, deparei-me com um texto, publicado em 12 de Julho de 2021 (mas actualíssimo) no Folha 8, da autoria do Jornalista Orlando Castro, que ao escrever o que escreveu, veio precisamente ao encontro do que penso a propósito do tema exposto.

 

E é com uma grande vénia (e se eu usasse chapéu, tirava-lhe o chapéu) que o transcrevo, para que, caso os Portugueses não tenham acesso a este Jornal, que recomendo vivamente, por muitas razões, fiquem a saber que, em Portugal, há quem ande de cócoras...

Isabel A. Ferreira

 

FOLHA 8.png

 

Portugal vai estar representado na XIII Cimeira da CPLP, em Luanda, pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pelo primeiro-ministro, António Costa, e pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva. E que tal incluir os restantes sipaios partidários que até dariam o mataco e cinco tostões para estar presentes?

 

Por Orlando Castro

 

«A Presidência da República portuguesa confirma que Marcelo Rebelo de Sousa vai participar na XIII Conferência de chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), entre 16 e 17 de Julho em Luanda, que assinala a celebração do 25º aniversário de uma organização que, no dizer de Vasco Graça Moura, é uma espécie de organização fantasma, “que não serve para rigorosamente nada”, a não ser “ocupar gente desocupada”.

 

De acordo com a nota da Presidência, “o Presidente da República tem previstos encontros bilaterais com alguns dos seus homólogos de outros Estados-membros da CPLP”, não especificados, à margem desta conferência.

 

A Cimeira de Luanda é dedicada ao tema “Fortalecer e Promover a Cooperação Económica e Empresarial em Tempos de Pandemia, em prol do Desenvolvimento Sustentável dos Países da CPLP”.

 

A XIII Conferência de chefes de Estado e de Governo da CPLP, que marca a passagem da presidência rotativa desta “coisa” de Cabo Verde para Angola, decorrerá em formato presencial. Quando visitou a Guiné-Bissau, em Maio passado, Marcelo Rebelo de Sousa disse esperar que a sua ida a Bissau contribuísse para uma Cimeira da CPLP com todos os chefes de Estado presentes em Luanda, referindo que isso não tem acontecido.

 

Portugal tem-se feito representar ao mais alto nível nas cimeiras da CPLP, por regra, com a presença conjunta do Presidente da República e do primeiro-ministro.

 

Criada há 25 anos, a CPLP tem actualmente nove Estados-membros: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Guiné Equatorial – cuja adesão, em 2014, criou polémica.

 

Teoricamente a CPLP tem como objectivos prioritários a concertação político-diplomática entre os seus estados membros, nomeadamente para o reforço da sua presença no cenário internacional; a cooperação em todos os domínios, inclusive os da educação, saúde, ciência e tecnologia, defesa, agricultura, administração pública, comunicações, justiça, segurança pública, cultura, desporto e comunicação social; A materialização de projectos de promoção e difusão da língua portuguesa.

 

Mas será que existe uma estratégia comum em matéria, por exemplo, de educação? Não. Não existe. Será que existe uma estratégia comum em matéria, por exemplo, de saúde? Não. Não existe. Será que existe uma estratégia comum em matéria, por exemplo, de ciência e tecnologia? Não. Não existe. Será que existe uma estratégia comum em matéria, por exemplo, de defesa? Não. Não existe.

 

Não vale a pena continuar a pôr estas perguntas porque, de facto não existe nenhuma estratégia comum, seja em que matéria for. Comum a todos, comum como se existisse uma verdadeira comunidade. Existem casos pontuais, entre alguns dos estados-membros, mas nada em sentido comunitário.

 

Três países lusófonos – Guiné-Bissau, Angola e Moçambique – estavam entre os que têm a pior taxa de mortalidade infantil, de acordo com o relatório sobre a Situação da População Mundial relativo a 2011. Segundo o relatório do Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP), em cada 1.000 nascidos vivos, morrem 192,6 na Guiné-Bissau (só ultrapassada pelo Afeganistão e pelo Chade), 160,5 em Angola e 141,9 em Moçambique.

 

Entre os países de língua portuguesa, seguem-se São Tomé e Príncipe, com 77,8 crianças, e Timor-Leste, com 56,4. Mais abaixo, surgem Cabo Verde, com 27,5, e Brasil, com 20,6. Portugal apresenta uma taxa de 3,7.

 

Ainda no capítulo da saúde materno-infantil, 1.000 em cada 100.000 mulheres na Guiné-Bissau morrem no parto (pior registo só no Afeganistão e no Chade).

 

Com números acima das 500 mortes estavam Angola (610) e Moçambique (550). O relatório não apresenta dados sobre São Tomé e Príncipe, enquanto em Timor-Leste 370 em 100.000 mulheres morrem no parto. Os números descem em Cabo Verde (94), no Brasil (58) e em Portugal (7).

 

No que diz respeito à taxa de partos entre adolescentes (15 a 19 anos), é Moçambique que lidera, com 185 (em cada 1.000), 170 na Guiné-Bissau, 165 em Angola, 92 em Cabo Verde, 91 em São Tomé e Príncipe, 59 em Timor-Leste, 58 no Brasil e 17 em Portugal.

 

Os indicadores faziam ainda referência à percentagem de “partos atendidos por pessoal qualificado em saúde”, sendo esta menor, entre os países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Timor-Leste (18), inferior apenas no Afeganistão, Chade e Etiópia.

 

Na Guiné-Bissau (39) e Angola (47) menos de metade das mulheres beneficiaram deste atendimento especializado. Acima dos 50 por cento surgem Moçambique (55), Cabo Verde (78), São Tomé (82) e Brasil (97).

 

Na saúde sexual e reprodutiva, é em Angola que as mulheres entre os 15 e os 49 anos menos usam contraceptivos, seja através de que método for. Apenas 6% o fazem, seguidas por 10% das guineenses e 17% das moçambicanas.

 

Em Timor-Leste, 22% das mulheres usam contraceptivos, taxa que aumenta para 38% em São Tomé e Príncipe, 61% em Cabo Verde, 80% no Brasil e 87% em Portugal.

 

Apenas quatro dos países da CPLP apresentam dados sobre a taxa de prevalência do vírus VIH/SIDA entre a população dos 15 aos 24 anos, com Moçambique a distanciar-se pela negativa, com percentagens de 3,1% nos homens e de 8,6% nas mulheres (apenas menor do que em países como Botswana, Lesotho, África do Sul, Swazilândia e Zâmbia).

 

Na Guiné-Bissau, o vírus VIH/SIDA afecta 0,8% de homens e 2% de mulheres, em Angola, 0,6% de homens e 1,6% de mulheres e, em Portugal, 0,3% de homens e 0,2% de mulheres.

 

Nos indicadores relativos à educação, a taxa de alfabetização da população entre os 15 e os 24 anos é de 78% nos rapazes e 62% nas raparigas tanto na Guiné-Bissau como em Moçambique, e de 81% e 65% em Angola.

 

Taxas de alfabetização totais ou quase totais verificam-se em São Tomé e Príncipe (95% dos rapazes e 96% das raparigas), no Brasil e em Cabo Verde, com os mesmos números para rapazes e raparigas (97 e 99%), e em Portugal (100% para os dois sexos).

 

Não havia dados sobre a alfabetização em Timor-Leste, mas o relatório indica que 79% dos rapazes e 76% das raparigas em idade escolar estão matriculados no “ensino fundamental”.

 

Esta é, apesar de pálida, a realidade dos países da CPLP. Estes dados têm dez anos. No entanto, de substancial para melhor nada se passou desde então. Basta, por exemplo, ver que em Angola, para uma população de 31 milhões de cidadãos, tem mais de 20 milhões de pobres.

 

Durante anos o argumento da guerra serviu às mil maravilhas para que esse “elefante branco” que dá pelo nome de CPLP, enquanto organização que congrega os países lusófonos, dissesse que só podia – quando podia – mandar algum peixe. Para ensinar a pescar era imprescindível a paz. Angola está em paz (ausência de tiros) há 19 anos…

 

E agora? Há muito que existe paz, nomeadamente em Angola e mais ou menos na Guiné-Bissau. Será que as canas de pesca são mais caras que as Kalashnikov? Será que os angolanos só vão ter direito à cana de pesca quando o rio Kwanza nascer na foz?

 

Segundo declarações de José Eduardo dos Santos, feitas em 2008, existia a esperança de que “a vontade política que norteia a CPLP, bem como as excelentes relações entre os seus membros dêem lugar a programas concretos que fomentem o crescimento económico, a erradicação da pobreza e a integração social, para que a médio/largo prazo pudéssemos estar todos no mesmo patamar de desenvolvimento”. Isto foi dito há 13 anos.

 

E acrescentava: “deve-se, por isso, pensar muito a sério na criação de facilidades financeiras para a promoção recíproca do investimento e da cooperação económica”.

 

Todos estão de acordo. Só que… continua a não fazer sentido pedir aos pobres dos países ricos para dar aos ricos dos países pobres. Em vez de se preocupar com o povo que não pode tomar antibióticos (e não pode porque eles, quando existem, são para tomar depois de uma coisa que o povo não tem: refeições), a CPLP mostra-se mais virada para questões políticas, para o suposto aprofundamento da democracia.

 

Que adiantará ter uma democracia quando se tem a barriga vazia? Valerá a pena pedir, ou exigir, que se respeite a legitimidade democrática se o povo apenas quer deixar de morrer à fome?

 

Ainda não foi desta, e seguramente nunca será, que a CPLP – organização que voltará agora a ser presidida por um país lusófono cujo presidente nunca foi nominalmente eleito e cujo partido (o MPLA) está no poder há 45 anos, vai perceber a porcaria que anda a fazer em muitos países lusófonos.

 

De facto, a dita CPLP é uma treta, e a Lusofonia é uma miragem de meia dúzia de sonhadores. O melhor é mesmo encerrar para sempre a ideia de que a língua (entre outras coisas) nos pode ajudar a ter uma pátria comum espalhada pelos cantos do mundo.

 

E quando se tiver coragem para oficializar o fim do que se pensou poder ser uma comunidade lusófona, então já não custará tanto ajudar os filhos do vizinho com aquilo que deveríamos dar aos nossos próprios filhos.

 

É claro que na lusofonia existem muitos seres humanos que continuam a ser gerados com fome, nascem com fome e morrem, pouco depois, com fome. Mas, é claro, morrem em… português… o que, se calhar, significa um êxito para a CPLP.

 

Alguém na CPLP quer saber que no país que vai presidir à organização, 68% da população é afectada pela pobreza, que a taxa de mortalidade infantil é das mais alta do mundo? Não, ninguém quer saber.

 

Alguém na CPLP quer saber que apenas 38% da população tem acesso a água potável e somente 44% dispõe de saneamento básico?

 

Alguém na CPLP quer saber que apenas um quarto da população angolana tem acesso a serviços de saúde, que, na maior parte dos casos, são de fraca qualidade?

 

Alguém na CPLP quer saber que 12% dos hospitais, 11% dos centros de saúde e 85% dos postos de saúde existentes no país apresentam problemas ao nível das instalações, da falta de pessoal e de carência de medicamentos?

 

Alguém na CPLP quer saber que a taxa de analfabetos é bastante elevada, especialmente entre as mulheres, uma situação que é agravada pelo grande número de crianças e jovens que todos os anos ficam fora do sistema de ensino?

 

Alguém na CPLP quer saber que 45% das crianças angolanas sofrerem de má nutrição crónica, sendo que uma em cada quatro (25%) morre antes de atingir os cinco anos?

 

Alguém na CPLP quer saber que a dependência sócio-económica a favores, privilégios e bens é o método utilizado pelo regime para amordaçar os angolanos?

 

Alguém na CPLP quer saber que 80% do Produto Interno Bruto angolano é produzido por estrangeiros; que mais de 90% da riqueza nacional privada é subtraída do erário público e está concentrada em menos de 0,5% de uma população; que 70% das exportações angolanas de petróleo tem origem na sua colónia de Cabinda?

 

Alguém na CPLP quer saber que o acesso à boa educação, aos condomínios, ao capital accionista dos bancos e das seguradoras, aos grandes negócios, às licitações dos blocos petrolíferos, está limitado a um grupo muito restrito de famílias ligadas ao regime no poder?

 

Não. O silêncio (ou cobardia) são de ouro para todos aqueles que existem para se servir e não para servir. E quando não têm justificação para tamanha cobardia, lá aparecem a inaugurar uma nova sede…

 

Cremos que o moçambicano Tomaz Salomão, na qualidade de secretário executivo da SADC (Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral), foi quem melhor definiu a realidade africana, definição essa que também se aplica à CPLP. Quando confrontado com a presença de muitos regimes ditatoriais disse: “São ditadores, mas pronto, paciência… são as pessoas que estão lá. E os critérios da liderança da organização não obrigam à realização de eleições democráticas”.»

Fonte: https://jornalf8.net/2021/de-cocoras-no-reino-da-cplp/

Orlando Castro - Director Adjunto - Jornal Folha 8 - Angola

Folha 8 Jornal Angolano Independente | Notícias de Angola

***

E se a tudo isto juntarmos mais esta?

Vergonha 2.jpg

 (Imagem enviada via e-mail, sem fonte)

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 17:26

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Segunda-feira, 16 de Outubro de 2023

Quase 400 mil brasileiros residem legalmente em Portugal, e a pergunta é: por que há-de um brasileiro imigrar para um país roto e esfarrapado, que é o estado em que Portugal se encontra actualmente?

 

O DN publicou um texto onde trata desta temática e que pode ser consultado aqui

 

O texto interessou-me, mas dei mais importância aos comentários.

Um comentador, a propósito deste texto do DN, disse o seguinte: «Toda a gente que goste de trabalhar com seriedade e criatividade, e que saiba co-existir com a nossa cultura, é sempre bem-vinda  

 

Concordo plenamente, e sempre disse o mesmo: seja bem-vindo quem vier por bem.

 

O problema é que uma boa parcela dos imigrantes brasileiros, ou até de outra qualquer nacionalidade, que vem para Portugal, primeiro: vem de passagem para poder adquirir o passaporte português, que lhes dá asas para outras bandas, que lhes dão maior qualidade de vida.

 

Segundo: uma outra parcela vem de má-fé, com o intuito de "colonizar Portugal" (e a expressão é deles) para se vingar do passado colonizador, e do ouro que eles acham que os Portugueses roubaram ao Brasil. Vêm imbuídos da lavagem cerebral que os esquerdistas brasileiros, da ala mais ignorante, lhes fazem nas escolas (estudei lá e sei do que estou a falar). É absolutamente inadmissível que os miúdos brasileiros, que frequentam escolas portuguesas, andem por aí a dizer aos miúdos portugueses, "dêvôlvam o nosso ôro", e isto acontece frequentemente, já aconteceu com o meu neto, que frequenta uma escola pública, mas tem em casa uma escola privada, que lhe dá a oportunidade de desenvolver o espírito crítico necessário para se ser um cidadão livre.

 

E a pergunta é: por que há-de um brasileiro imigrar para um país roto e esfarrapado, que é o estado em que Portugal se encontra actualmente?  

 

Se bem que haja brasileiros que vêm para Portugal e gostam de trabalhar com seriedade e criatividade e civilidade, aceitando a integração plena na Cultura Portuguesa, incluindo a Língua, que não é a mesma (isto dito por eles), e estes últimos são obviamente bem-vindos.

 

De qualquer modo, a questão da imigração brasileira, traz água no bico.  O normal é emigrarmos para países que nos dêem possibilidade de sairmos da cepa torta, de melhorarmos de vida. E em Portugal NÃO saimos da cepa torta.

 

E o que vemos em Portugal?

 

Vemos imigrantes ricos, não só brasileiros, que vêm para cá viver à grande e à francesa, tendo privilégios que a maioria dos portugueses não tem. Bom clima, boa gastronomia, boas casas, boas praias, muita mordomia, e podendo, quem não quer tal vida?



Depois vêm imigrantes à procura de um eldorado que, por mais que escavem, em Portugal, não o encontram, daí haver tantos desafortunados a viver debaixo da ponte e em situações degradantes, indignas de seres humanos. Mas a política portuguesa é: “venham”, porque Portugal precisa de mão-de-obra barata, para que os empregadores enriqueçam e possam ir passar férias às Maldivas, porque a mão-de-obra qualificada portuguesa emigra para países civilizados, que lhes dão maior segurança, em todos os aspectos.

 

Há, obviamente, imigrantes que vêm de boa-fé, procurar emprego, uma vida melhor e tranquilidade, pois Portugal ainda é, mas está a deixar de ser, um país onde a criminalidade não está em todas as esquinas, de todas as ruas, de todas as cidades.

 

E há ainda o “imigrante político”, aquele que tem por missão vir colonizar o ex-colonizador, através da Língua, de cargos políticos e de cargos em todos os sectores da sociedade portuguesa, inclusive o direito ao voto, como se fossem donos disto tudo, com o aval do presidente da República, do primeiro-ministro, do governo, do presidente da Assembleia da República e dos deputados da Nação, todos cúmplices deste jogo que, antecipadamente, já tem um perdedor, e esse perdedor NÃO é Portugal.

 

Vivendo na rua.PNG

Tendas que servem de abrigo a dezenas de pessoas, porque a política da habitação em Portugal está um caos, bem como caos está a política da saúde, do ensino, da justiça, não havendo nenhum serviço público que funcione adequadamente.

 

Por que imigram para Portugal? O que tem Portugal para oferecer aos imigrantes, se nem aos Portugueses se consegue oferecer a vida que nós merecemos, até porque os Portugueses são dos que pagam mais impostos na União Europeia.

 

Algo vai mal na República de Portugal.

Abram os olhos, Portugueses!

Não andem a rastejar.

Só rasteja quem NÃO tem coluna vertebral.

 

Isabel A. Ferreira

 

Origem da foto:  Internet

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 18:16

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Segunda-feira, 3 de Julho de 2023

De Toronto, uma incursão pelo problema da Imigração, da Língua Portuguesa, do AO90 e da falta de governantes que pugnem pelos interesses de Portugal

 

Uma carta dirigida ao Dr. Luís Marques Mendes, comentador da SIC, que me foi enviada via e-mail, por um português residente no Canadá, há vários anos. Uma visão de alguém que, longe de Portugal, tem uma percepção racional do que aqui se passa, a percepção de alguém que saiu de Portugal, mas não quer voltar, porque Portugal não lhe oferece o que se espera do próprio país, um país que praticamente expulsa os seus, a sua mão-de-obra qualificada, e recebe os de fora, concedendo-lhes, de mão-beijada, o que não concede aos de dentro.

Subscrevo esta Carta.

Isabel A. Ferreira

 

CONFÚCIO.PNG

 

«Prezado Dr. Marques Mendes,

 

Não é que discorde do que disse no seu comentário de ontem (que ouvi até ao fim, antes de começar a escrever...).

 

Mas gostava de lhe dar a minha visão do assunto, comparando o Portugal que conhecia com o Canadá que conheço.

 

Portugal desceu da Galiza, e não indo atrás até aos Visigodos e "Mouros", passou há muitos anos a ter uma população homogénea, com relativamente pouca diferenciação.

 

O Canadá tinha população original, povos chamados Micmac, Algonquin, Huron, Mohawk, Cree, Inuit, etc...

 

Contudo, vieram imigrantes que os dominaram, tentaram apagá-los (retirando crianças às famílias, instalando-as em 'escolas' residenciais, proibindo-as de falar as suas próprias línguas, e fazendo coisas abusivas do género que recentemente foi assunto em Portugal).

 

O actual Papa veio há pouco tempo ao Canadá, andou por aí, pediu desculpa, mas não foi tão longe como os nativos esperavam, e quando no avião de volta a Roma lhe perguntaram porque não tinha usado a palavra 'genocídio', ele disse que não lhe tinha ocorrido!!... Ha!...

 

Os povos nativos (chamados aqui "Primeiras Nações") ainda existem, em poucos números, marginalizados, alguns em 'reservas'. Fazem-lhes o favor de não pagar impostos federais (aqui no sul do Ontário, passei uma vez num local que sabia ser "pertença" deles, e vi um posto de gasolina com preços fantasticamente baixos... Mas não me venderam, porque eu não tinha nem cara nem cartão que me identificasse como tendo esse direito...).

 

Onde eu quero chegar, é que em contraste com Portugal, o Canadá é um país de imigrantes.

 

Primeiro franceses, depois britânicos que tomaram a primazia, e chamaram a esta colónia "Domínio do Canadá" (nome que ainda era oficial quando eu cheguei).

 

Era tão "dominado", que ainda havia, por lei, o costume de tocar o 'God save the Queen' no fim de sessões de cinema (o que fazia os espectadores fugirem assim que as legendas finais começavam a aparecer).

Aliás, o Canadá nos anos 60 não tinha bandeira própria nem sequer hino!

O PM do dia era contra...

 

Mesmo a propósito, foi agora no dia 1 o Dia do Canadá (que antes era chamado em inglês Dominion Day).

Então por favor veja estes dois artigos do Toronto Star (jornal que apoia os partidos Liberais, i.e., tanto o federal como o do Ontário - aqui há partidos federais, e cada província e território também tem os seus).

 

Têm a ver com imigração e diversidade.

 

https://www.thestar.com/news/canada/2023/07/01/canadas-population-is-now-at-40-million-here-are-10-charts-to-show-how-immigration-drove-our-growth.html

Neste, não perca os comentários...

 

https://www.thestar.com/opinion/contributors/2023/07/02/the-toronto-we-want-we-can-all-win-when-immigrant-women-lead.html

E neste, repare nos números, especialmente na população imigrante em Toronto.

 

Então com a eleição de Olívia Chow na semana passada (com 37% dos votos, porque nos sistemas não-democráticos britânicos não há segunda volta), temos uma Presidente da Câmara apoiada pelo partido de cujo o seu falecido marido era líder, mas que não fala inglês correcto, e tem pronúncia esquisita.

Ana Bailão, em segundo lugar, veio de Portugal com 15 anos... Era apoiada por este jornal.

Imagine um estrangeiro/a a candidatar-se a Presidente da Câmara e a ganhar...

Ora tanta e tão variada imigração faz com que o país se torne amorfo.

O Quebeque era bem afrancesado e a parte onde vivo era feita quase exclusivamente de anglo-saxónicos.

Depois vieram ucranianos, que se dirigiram às pradarias do Manitoba.

Depois italianos, portugueses só na década de 50, e depois então é que se escancaram as portas, mais recentemente com migrantes ilegais que apesar de estarem nos EUA, vêm pedir "refúgio" no Canadá. 

Isto impede que exista uma consciência "nacional" no país, ainda mais prejudicada por o Chefe de Estado ser o rei de Inglaterra!

 

Em Portugal, ainda não se chegou a este ponto.

Mas o Benformoso já não é o que era...

Nem o Martim Moniz, tomado por uma multidão festejando o Eid na semana passada. Para onde foi a procissão da Senhora da Saúde?...

E no interior, também. Perto de Viseu, uma igreja é dispensada a ucranianos regularmente.

Em entrevistas de rua, é confrangedor o número de brasileiros a quem é emprestado o microfone.

 

800.000 estrangeiros num país tão pequeno são demais!

E dentro destes números, 31% de brasileiros ainda é pior.

 

Portugal levou africanos para o Brasil.

Estes, com a pronúncia das línguas deles, por ser bastante sonora, afectaram o Português que se falava nesse tempo (não sei, mas podia ainda ser parecido com o Galego).

 

Agora, a quantidade enorme de brasileiros, com a sua qualidade igualmente sonora (uma característica dominante) também têm grande influência na língua.

 

Quando o PM, falando por nós todos, diz que gostaríamos de falar com o sotaque deles, e quando o PR se põe a imitar a fala brasileira (deixando Chico Buarque espantado), e quando a SIC tem um (ocasional) repórter brasileiro em Portugal, e a TVI/CNN usa um brasileiro para falar de futebol (como se se tivessem esgotado portugueses com esse talento), o futuro da língua verdadeiramente portuguesa não é brilhante.

Isto para não falar no desastre que é o Acordo de 1990 (não usado no Brasil!) e nos erros que já se ouvem há tempo no Português falado (até já escutei o PR a dizer que "se resolva rápido", em vez de rapidamente).

 

Imigrantes do sul da Ásia não afectam a Língua Portuguesa, e até a aprendem.

Africanos dos PALOP têm uma certa pronúncia, mas nem chega a ofender, pois falam Português.

 

A Ksenia Ashrafullina (8 anos de Portugal) é como eu, tem jeito para línguas, e fala um português excelente, por vezes mesmo com a naturalidade duma portuguesa.

Tem a cidadania portuguesa, e assim devia ser chamada, e não ainda 'russa', como referida, entre outros, até pelo PR, o que é uma desfeita.

Não lhe serviu de muito adquirir a cidadania, e esse tipo de imigração, que não considera como "novos portugueses" os imigrantes, não lhes deve agradar.

 

Contudo, brasileiros acham que falam português, e não aprendem a falar o português local, como uma senhora que num hospital disse que tinha um "corrimento marron", e ficou toda ofendida, dizendo-se "discriminada", porque a enfermeira não sabia que eles usam essa palavra em vez de "castanho".

 

E brasileiros não entendem completamente o Português, como é minha experiência, e foi demonstrado quando Lula não entendeu uma pergunta que lhe foi feita e repetida por uma jornalista bem perto dele!

Houve quem dissesse que ele não queria responder, mas acredito que ele não compreendeu mesmo o Português!

 

Eu viajei muito no Brasil, desde Manaus, nordeste, sertão, até Foz do Iguaçu, e senti essa falta de sintonização e desconhecimento do português padrão.

 

O visto "para procurar emprego", criado pelo governo, é um convite à imigração ilegal e à permanência fora dos limites.

 

Isto é o governo a dizer “venham e fiquem”, porque precisamos de gente, seja quem for.

Ainda estou à espera dos escândalos que essa JMJ vai produzir, culpa dum governo que se confunde com religiosos.

 

Pelo que vejo de longe, Lisboa está a ficar descaracterizada, e não me admirava se daqui a umas dezenas de anos, deitassem abaixo a Alfama e a minha Mouraria e pusessem arranha céus...

 

Cuidado com imigração a mais!

Eu preferia Portugal pobrezinho, mas ainda português.

 

"Enquanto houver Santo António, Lisboa não morre mais."

Pois, mas o teclado Google quer que escreva Antônio, à brasileira...

 

[Tive que interromper a escrita, e quase perdi o fio à meada, para ver "Os Batanetes", na TVI Internacional, como que o Monty Python à portuguesa antiga...]

Calorosos cumprimentos,

C. Coimbra»

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 18:01

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Segunda-feira, 26 de Junho de 2023

«As “contas certas” da desinformação»

 

Texto publicado por JPG

 

 

Este assunto já foi por diversas vezes abordado aqui, sempre na medida em que tem tudo a ver ou relaciona-se umbilicalmente com o neocolonialismo linguístico invertido (#AO90) a que todos vamos assistindo com indisfarçável horror.

 

Traduzindo com simplicidade um conceito extremamente complexo de cariz político — daí o aproveitamento demagógico e caceteiro que dele fazem os extremistas de direita e de esquerda –, trata-se de (pelo menos) indagar qual o volume total do contingente brasileiro já instalado em Portugal e de que forma as instâncias governamentais portuguesas escondem ou mastigam os números respeitantes a essa realidade.

 

E porquê, é claro. Porque fazem tal coisa? Haverá de facto uma relação directa — ou de causa e consequência — entre a “ponte aérea” em curso e a imposição manu militari da cacografia brasileira? Haverá mesmo um nexo de causalidade, um continuum (planeado até ao mais ínfimo detalhe, será?) entre o #AO90, a invenção da CPLP (1996), o “Estatuto de Igualdade” (ano 2000) e o “Acordo de Mobilidade” de 2021?

 

Tal encadeamento de etapas suscita desde logo uma série de questões cujas respostas os diversos órgãos de poder se limitam a ignorar ou, se encostados à parede — o que muito raramente sucede –, a tartamudear uns lugares-comuns, as frasezinhas ocas da ordem, a liturgia da mentira devota; como, por exemplo e um pouco ao calhas, estas poucas perguntinhas, só 11:

 

  1. – existe alguma espécie de reciprocidade, isto é, qualquer cidadão português pode emigrar para o Brasil à vontade (ou à vontadinha)?
  2. – se existe essa reciprocidade, como é possível entender que exista “igualdade” num estatuto quando uma das partes tem 210 milhões e a outra apenas 10 milhões de habitantes?
  3. – os documentos de um cidadão português são automaticamente válidos no Brasil?
  4. – sucede com a carta de condução de um português lá o mesmo que sucede com a “licença para dirigir” de um brasileiro cá, ou seja, para eles vale mas para um suíço, por exemplo, não vale?
  5. – existe no Brasil, à semelhança daquilo que se passa em Portugal, alguma ou algumas entidades e/ou organizações e/ou mecanismos (financeiros ou outros) para o acolhimento de portugueses?
  6. – a cidadania brasileira é reciprocamente concedida a cidadãos portugueses, nos mesmos termos, com as mesmas condições e facilidades?
  7. – existe algum serviço brasileiro online, como o português (ou, se calhar, até melhor) para tornar “mais expeditos” os processos burocráticos envolvidos nos processos de legalização, cidadania, estabelecimento, criação de empresas, licenciamento, alojamento e reunião familiar?
  8. – sabendo que o “estatuto de igualdade” permite a qualquer cidadão brasileiro obter concomitantemente a cidadania europeia, podendo assim emigrar de Portugal para qualquer país europeu, em que medida beneficiam os portugueses no Brasil desse tipo de prerrogativas?
  9. – os naturais dos PALOP, nos termos da CPLB, detêm automaticamente no Brasil os mesmos direitos dos cidadãos brasileiros?
  10. – os estudantes portugueses no Brasil podem escrever — por exemplo, nos testes e exames — em Português ou são penalizados se não escreverem em língua brasileira?
  11. Existem protocolos de sentido inverso entre o Estado português e as universidades brasileiras (contingentes, “facilidades”, bolsas, rácios de aprovação etc.)?

 

Enfim, sejamos comedidos, não valerá certamente a pena chegar à dúzia; quando não, como sucede com as cerejas, a lista de perguntas arrisca-se a ficar ligeiramente aborrecida.

Este intróito, que aliás já vai longo, serve apenas de enquadramento à situação que de novo aqui se denuncia: a desinformação oficial.

 

Exacto, desinformação, e sim, oficial. Aquilo que, passando por “dados públicos”, provém dos mais diversos gabinetes governamentais — e respectivas filiais em entidades avulsas — está sempre ou “muito atrasado” ou… muito parado. Ou então, variante ainda mais frequente, esses dados estão por sistema muito… marados. Não é mera coincidência que, sob os auspícios (isto é, cumprindo alegremente ordens) da UE, estejam neste momento bastante adiantados os “mecanismos” de “detecção” (ou seja, de escolha selectiva) daquilo a que os DDT chamam “desinformação”; o que pretendem, evidentemente, é deter eles mesmos o exclusivo da desinformação e ainda, como efeito secundário — mas ainda mais conveniente para os seus interesses — para poderem silenciar “legalmente” qualquer voz dissonante e assim eliminar toda a verdade não-oficial, ou seja, in short, toda a verdade.

 

Este é (mais) um caso flagrantíssimo de tal mecanismo. Em apenas oito dias, 10.256 brasileiros que tinham comprado casa em Portugal venderam-nas, regressaram a penates e levaram com eles cerca de 1.250.000 parentes.

 

João Pedro Graça.PNG

João Pedro Graça 2.PNG

 

 
publicado por Isabel A. Ferreira às 16:26

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Domingo, 21 de Maio de 2023

De como o silêncio de António Costa vem corroborar o discurso de Aníbal Cavaco Silva

 

Todos os que me conhecem sabem que não mantenho as melhores relações com o PSD, desde 1999, pois foi um dirigente do PSD que me tramou, afastando-me do Jornalismo, com o seu poder, a sua prepotência, a sua influência, os seus tentáculos, espalhados um pouco por todo o lado, porque estava a ser incómoda, investigando um caso de corrupçãoE isto é uma coisa que não se perdoa.

 

Por outro lado, sendo eu uma defensora acérrima da Língua Portuguesa, e tenho o AO90 como uma peste negra, da mais negra, que está a dizimar a Língua, a Cultura, a História e a Identidade Portuguesas, sabendo que foi Cavaco Silva que promulgou esse acordo do desacordo, que só ao Brasil interessava, também não o tenho em boa conta (mas não só Cavaco Silva ficará para aos anais da História como um dos que, servilmente, se vergaram perante a ex-colónia).   

 

Contudo, uma coisa é uma coisa, outra coisa, é outra coisa.

 

Sendo eu apartidária, mas não, apolítica, tudo o que é da política interessa-me, ou não dependesse o meu bem-estar, da política que se faz em São Bento e em Belém!

 

Ouvi com atenção o discurso de Cavaco Silva, que, tenho de admitir, foi excepcional. Ficará nos anais da História. Tudo o que fazemos, para o bem ou para o mal, ficará nos anais da História. Há uns que ficam com um currículo impoluto, outros, nem tanto. E quem anda por aí a dizer que Cavaco Silva chispou ódio e raiva neste seu discurso, não sabe o que é ódio e raiva, e essa ignorância só poderia vir de um socialista que vive dentro da bolha socialista e não consegue discernir o que se passa fora dessa bolha.



Cavaco Silva compilou todos os PODRES da governação socialista, que mantém Portugal mergulhado nas águas paradas do charco que criou, assente num desprezo imenso por Portugal e pelos Portugueses.


Não posso, pois, estar mais de acordo com a análise que Cavaco Silva fez ao estado caótico da Nação, e com as críticas (que também são as minhas) a António Costa que se está  absolutamente nas tintas para Portugal e para os Portugueses. E isso é bem notório nesta sua atitude de se esconder debaixo do elefante branco que criou, enquanto o circo pega fogo, enquanto o País anda por aí à deriva, sem rei, nem roque, a acumular vergonhas, desorientações, mentiras, teimosias, pancadarias, sequestros, enfim, um desmando total.

 

Por outro lado, temos um presidente da República que se cala. Vai comer gelados. Tenta tapar um buraco da calçada com os pés, ao redor do seu Palácio, diz que vai falar, mas não fala. E os Portugueses, à espera que os que comandam a nau, venham falar de horizontes!

 

Os Portugueses querem saber do seu futuro, e não vêem nenhuma luzinha ao fundo do túnel.

 

Ainda ontem morreu um bebé, à espera de uma ambulância, e vêem umas senhoras ministras dar a cara por António Costa e dizer que o governo está no bom caminho. Está no bom caminho, a caminho do abismo. E só os socialistas não vêem isto.

 

Deixo os meus leitores com o discurso de Cavaco Silva para que reflictam nas suas palavras e ajuízem da sua veracidade.

 

Isabel A. Ferreira

Discurso de Cavaco Silva.PNG

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 17:47

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Quinta-feira, 27 de Abril de 2023

António Costa dixit: « (...) com toda a franqueza, do que temos mesmo pena é de não falarmos com o sotaque brasileiro». Se em Portugal houvesse um Presidente da República, o primeiro-ministro seria demitido imediatamente

 

Vou começar esta minha publicação por felicitar Chico Buarque, alguém de quem sou muito fã, na música, nos versos e na prosa, galardoado com o Prémio Camões, embora exista um mar e um longo tempo de distância, entre Camões e Buarque.

 

Chico Buarque.png

 

Agora vamos ao teor deste texto, que gostaria de NÃO ter escrito, porque seria sinal de que Portugal não anda por aí à deriva, espoliado da sua Língua, da sua História e da sua Cultura.
 

Que VERGONHA para Portugal, ter um primeiro-ministro que DESPREZA a Língua Oficial do País - a Língua Portuguesa  - e LOUVA a Variante Brasileira do Português, ainda mais falando em NOME dos Portugueses.


Que fale por ele, e unicamente por ele, que é um apátrida.  Nós, os Portugueses, que prezamos e estamos a lutar pela NOSSA Língua, NÃO temos pena alguma de não falarmos Brasileiro, porque a Língua que se fala no Brasil NÃO é um simples sotaque, um som, uma entoação ou pronúncia particular de um indivíduo ou de uma região. No Brasil fala-se uma linguagem fonologicamente diferente da fonologia portuguesa.

 

 

Se vivêssemos numa Democracia plena, e tivéssemos um Presidente da República PORTUGUÊS a sério (afinal Marcelo diz, com um orgulho que nem tenta disfarçar, ser luso-brasileiro, e pelo que vemos é até mais brasileiro do que português); se tivéssemos um presidente que defendesse a Constituição da República Portuguesa, demitiria imediatamente este primeiro-ministro, que não passa de um BAJULADOR do Brasil, sem o mínimo brio pessoal e político.

Porém, Portugal está muito mal servido, também no que toca ao Chefe de Estado, igualmente um BAJULADOR do Brasil e da sua Língua, que NÃO é a Portuguesa, mas a VARIANTE Brasileira da Língua Portuguesa, que deu novas línguas ao mundo, entre elas a Língua do Brasil, através dos seus valorosos navegadores, que deram novos mundos ao mundo (e não é para aqui chamado o que eles fizeram de menos valoroso, à luz dos nossos valores humanos, e que, no entanto, continua perpetuado nos tempos que correm, apesar dos já declarados "Direitos do Homem", que, há época desses navegadores, ainda não existiam, como tal).

Se o Povo Português não andasse tão entretido com o futebol, com as novelas brasileiras de que António Costa tanto gosta, dos Reality Shows degradantes, levantar-se-ia em massa a EXIGIR a demissão de um ministro que NÃO tem competência para defender os interesses de Portugal.

 

A entrega do Prémio Camões a Chico Buarque serviu para demonstrar o quanto a Língua Portuguesa está à beira do abismo, desprezada pelas autoridades máximas da Nação Portuguesa.

 

Ficou bem claro de que lado está aquele que foi eleito por uma minoria de Portugueses (a abstenção foi das maiores), para ser o presidente da República, e que o é apenas num documento, uma vez que numa notória subserviência aos convidados brasileiros,  pôs nos píncaros a Variante Brasileira da Língua Portuguesa (que nada tem a ver com sotaque) em detrimento da Língua de Camões, que para Marcelo, bem poderia ser a Língua de Chico Buarque.

O brasileirismo do presidente da República de Portugal está de tal forma entranhado em Marcelo Rebelo de Sousa que o faz perder a noção do seu DEVER constitucional de defender a Língua, a História e a Cultura portuguesas.

 

Marcelo mostrou nitidamente estar-se nas tintas para Portugal e para os Portugueses.

Deveríamos ter um mecanismo que permitisse ao Povo Português DEMITIR um presidente que põe os interesses do Brasil acima dos interesses de Portugal, desprezando, às claras, os interesses daqueles que diz representar. O facto é: Marcelo Rebelo de Sousa NÃO representa Portugal.


Portugal NÃO é o Brasil.

As autoridades máximas portuguesas - Presidente da República, Primeiro-ministro e Presidente da Assembleia da República - NÃO têm de prestar vassalagem ao Brasil.

Pelo seu lado, o Brasil NÃO tem o direito de espezinhar a Soberania de Portugal, e se o faz é porque essas autoridades são seus vassalos.


Foi absolutamente patético ouvir Marcelo Rebelo de Sousafálá - e muito mal - “brásilêru”, numa parte do seu discurso, na cerimónia de entrega do Prémio Camões a Chico Buarque, o que deixou o laureado com cara de «o que é isto?????». Seria para “cápitá” (palavra que ouvi de uma comentadora brasileira na CNN) a simpatia daqueles que querem transformar Portugal numa colónia brasileira, tendo, para tal, a inacreditável cumplicidade explícita de Marcelo Rebelo de Sousa, António Costa e Augusto Santos Silva?

Conseguem imaginar o que está por detrás deste SERVILISMO?

 

Depois de termos ouvido, nestes dias alucinantes, que foram os da visita de Lula da Silva a Portugal, Marcelo a “fálá” brasileiro, António Costa a dizer em alta voz que os Portugueses têm pena de não falar com o “sotaque” brasileiro, e Augusto Santos Silva, presidente da Assembleia da República Portuguesa, lugar onde a Vida e a Morte de Portugal se decide como estivessem num campo de batalha, a reclamar a Variante Brasileira do Português, como substituta da Língua Portuguesa que lhe deu origem, se os Portugueses não estivessem tão anestesiados, exigiriam a demissão de todos estes agentes da mediocridade, do caos, da incompetência, do vergonhoso SERVILISMO e da estupidez que se implantou em Portugal, e dir-lhes-iam que juntassem os trapinhos e fossem de malas aviadas para o Brasil, onde se sentirão, com toda a certeza, no Paraíso Linguístico que tanto veneram.

 

 

Ouçam com atenção!!!!

UAU!!!!!!! Ouviram bem? Marcelo disse Augusto BUAU????????? BUAU???????

O senhor chama-se Augusto BoaL. Não sei o que pensam os restantes portugueses, EU ENVERGONHO-ME de ter um presidente que não sabe nem falar, nem escrever correCtamente a Língua Portuguesa.

Isabel A. Ferreira


 

publicado por Isabel A. Ferreira às 14:28

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Quarta-feira, 26 de Abril de 2023

Notas à margem das duas sessões solenes comemorativas da Revolução dos Cravos, na Assembleia que Marcelo, Costa e Santos Silva querem que seja da República Luso-Brasileira

 

Começo por referir as manifestações pró e contra Luiz Inácio Lula da Silva. Barulhentas, com cartazes insultuosos, uns, e amáveis, outros. Gente com opiniões completamente antagónicas sobre o Presidente que os Brasileiros escolheram, democraticamente, para governar o Brasil. Mas não é sempre assim? Os presidentes nunca são de TODOS os cidadãos. São apenas daqueles que votaram neles.



Mas destas manifestações quero destacar a fala de uma senhora brasileira, anti-Lula, que muito indignada, por ver os governantes portugueses a receberem Lula da Silva com toda a pompa e circunstância, disse o seguinte: «Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa, são os puxa-sacos de Lula», in CNN mais ou menos pelas 8 horas e 25 m, do passado dia 25 de Abril. E eu acrescentaria, não, pelos mesmos motivos da senhora brasileira, mas por motivos que se prendem com a negociata da Língua Portuguesa: «puxa-sacos é “ápilido”, ou seja, apelido.

 

1ª Sessão Solene:

 

Tiago Petinga Lusa.jpg

Foto: (Tiago Petinga/Lusa)

 

Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente da República Federativa do Brasil,  foi convidado por Marcelo Rebelo de Sousa para participar na cerimónia do “25 de Abril”, por conta da descolonização das colónias portuguesas, a qual teve início com o Grito do Ipiranga brasileiro. No entanto, Marcelo esqueceu-se de que o “25 de Abril” fez-se para acabar com uma ditadura que mantinha uma guerra colonial em África, e que o Brasil, país livre e soberano, desde 1822, estava lá longe. Pretender misturar estas águas, foi tentar atirar areia para os olhos dos Portugueses, como se eles fossem muito parvos.   

 

Não cabe ao presidente da República convidar quem quer que seja para uma sessão solene na Assembleia da República, ultrapassando as regras do “território” presidido por Augusto Santos Silva.

Como descalçar esta bota?
Organizando duas sessões solenes.

Aos Portugueses foi dito que Lula da Silva não participaria nas celebrações do “25 de Abril”. Então, por que é que Lula foi de cravo na lapela? Então, porque é que Santos Silva foi de cravo na lapela? Então, porque é que puseram na mão de Marcelo, que veio sem cravo, um cravo, que ele não pôs na lapela, (aliás, nunca pôs, como quem diz: esta revolução não me tocou o coração, o que justifica a indiferença que o Povo Português lhe merece, estando-se completamente nas tintas para os seus APELOS). Então, porque os palanques dos discursos estavam adornados com cravos, símbolo da Revolução de Abril? Ouvi dizer, na televisão, que apenas seriam postos depois da sessão com Lula, mas estavam lá, com Lula.

Então, porque é que, no seu discurso, Lula da Silva, ao contrário de Marcelo e Santos Silva, teve a lembrança de se referir ao “25 de Abril”.

Disseram aos Portugueses que Lula da Silva NÃO viria discursar na cerimónia do “25 de Abril”. Mas fizeram melhor do que isso: fizeram uma cerimónia pomposa, onde apenas Lula da Silva brilhou, de cravo ao peito, a celebrar a Democracia e a Liberdade, uma vez que, segundo o próprio Lula disse à saída da AR à comunicação social, foi para isso que o convidaram.

 

Então, alguém andou a mentir-nos.

No seu discurso, Marcelo Rebelo de Sousa centrou-se, principalmente, na necessidade de justificar o seu interesse desmedido pelo Brasil e pela imposição a Portugal da Variante Brasileira do Português [que, aliás, ele fala muito mal, mas esta será um história para contar numa outra ocasião], indo buscar o avô que foi para o Brasil, os netos brasileiros, ele próprio, um luso-brasileiro, pois tem a dupla nacionalidade, porém nada disso, justifica que ele se esqueça de que é, acima de tudo isso, o Presidente da República Portuguesa, que tem o DEVER de defender e cumprir a Constituição da República Portuguesa, algo que ele NÃO cumpre.

 

O discurso de Santos Silva foi feito de palavras de circunstância, que não outorgou o mínimo de mais-valia à cerimónia. Falou de diversidade, mas quer impingir-nos a Variante Brasileira do Português. Diz que vivemos em liberdade, mas a liberdade sem bem-estar social, cultural e civilizacional confunde-se com estado do Estado Novo.

 

Santos Silva, sempre empenhadíssimo em impor-nos o ilegal e inconstitucional AO90, disse que o elo mais forte entre Brasil e Portugal é a língua comum. Que língua comum, se Lula da Silva nem conseguiu perceber as perguntas que a jornalista portuguesa lhe fez, na conferência de imprensa, em Belém, e Marcelo serviu-o como seu TRADUTOR?


O mais sinistro disto tudo é os Três Tristes Trengos (Marcelo, Santos Silva e António Costa) que defendem, contra tudo e contra todos, servilmente, a Variante Brasileira do Português, acharem que os Portugueses são todos muuuuuito parvos.

Santos Silva citou as prosas de Clarice Lispector e Fernando Pessoa. Prosas que se distanciam pela semântica, pelo léxico, pela ortografia, pela morfologia, pela sintaxe, e se ambos comunicassem oralmente, pela fonologia. E vem Santos Silva falar em Língua comum?  Clarice escreve segundo o evangelho da Variante Brasileira do Português, e Fernando Pessoa escreve em Língua Portuguesa.

 

Quando Lula da Silva começou o seu discurso, os deputados do partido CHEGA levantaram-se e exibiram uns cartazes insultuosos, dirigidos ao presidente  da República Federativa do Brasil, que, impávida e serenamente, simplesmente ignorou tal afronta, como qualquer pessoa inteligente faria, no seu lugar.

Ao contrário, Augusto Santos Silva, em modo de “dono da casa” (como se a casa fosse dele e não do POVO), numa atitude algo ditatorial, algo anti-democrática, com o dedo em riste, fazendo-me lembrar alguém de outros tempos, quando fazia discursos inflamados, e com um olhar, que se matasse, os deputados do CHEGA hoje iam todos a enterrar, censurou a atitude dos deputados, repreendendo-os como se eles fossem uns miúdos que ali se infiltrassem clandestinamente, e não deputados eleitos por uma fatia do Povo Português.

 

Não teriam a liberdade de exprimir o seu descontentamento, que, a ficar mal,  só ao CHEGA ficaria mal, não fosse a intervenção censória de Santos Silva?

Lula da Silva comportou-se muito mais democraticamente ao ignorar, durante a cerimónia, o comportamento do CHEGA, que pode ser criticado, mas não reprimido, para não parecer que estamos no pré-25 de Abril.

 

Afinal, para Santos Silva, o “25 de Abril” não acabou com a censura.

Já fora do Hemiciclo, sobre este episódio, Lula da Silva, disse aos jornalistas de sua justiça, desvalorizando a atitude dos deputados, pondo para cima dos ombros deles, a má figura que fizeram.

 

Acrescento uma nota pessoal: em relação aos cartazes a referir “Lula ladrão, corrupção, lugar na prisão”, é conveniente que se saiba que Lula foi julgado e condenado, pelos factos mencionados nos cartazes. Esteve preso, embora pouco tempo, porque a Justiça brasileira, por motivos que só os magistrados conseguem entender, libertou Lula, ilibando-o das acusações que o levaram à prisão. Daí em diante, o facto de poder candidatar-se novamente à presidência da República é uma questão de leis. A lei permite. Se isto está certo ou errado é outra questão.

Nós cá também não temos casos desses, por aí?

Ao fim e ao cabo, o único que esteve bem nesta 1ª Sessão Solene do "25 de Abril" , foi Luiz Inácio Lula da Silva.

***

2ª Sessão Solene:

Sessão solene 25 de Abril.png

Fonte da imagem: https://www.presidencia.pt/atualidade/toda-a-atualidade/2023/04/sessao-solene-comemorativa-do-49-o-aniversario-do-25-de-abril/

 

Acabada a primeira sessão solene comemorativa do “25 de Abril”, para fazer Lula da Silva brilhar, ofuscando Marcelo e Santos Silva, teve início a segunda Sessão Solene, para a prata da casa.

Uns com cravos na lapela, outros, não, todos os Partidos Políticos, com assento no Parlamento, tiveram direito a discursos.


A intenção foi comemorar a Democracia.

Comemorar o quê, se essa Democracia está comprometida?

Se a nossa identidade linguística está a ser esmagada?

Se Portugal está mergulhado no CAOS em todos os aspectos da vida pública e social?

Se os Portugueses, na sua generalidade, estão descontentes com a actuação da maioria absoluta socialista, que governa em modo de ditadura fascista de esquerda, tão perniciosa, como a ditadura fascista de direita, que o “25 de Abril” destruiu?

 

Os discursos dos representantes dos Partidos Políticos iniciaram-se com Rui Tavares do LIVRE, que fez um excelente discurso, destacando os podres desta democracia, ainda a ser.

Brilhantes foram também os discursos de Inês Real (PAN) e de Rui Rocha, representante do partido Iniciativa Liberal (IL), sóbrio, incisivo, na mouche.

O PSD  e BE foram iguais a si próprios, bem como o PCP que, ao dirigir-se a todas e todos cidadãs e cidadãos, estragou a fala, com este tipo de linguagem pirosa, desconhecendo, por completo, as regras gramaticais do Plural Colectivo.

 

André Ventura, do CHEGA, gostem ou não gostem de ouvir isto, disse umas boas verdades, daquelas que muitos Portugueses gostam de ouvir, daí que o CHEGA se chegue à frente, e a culpa é de quem? Do PS mais as suas políticas absolutistas.

O jovem do PS  não tem a noção do mal que o seu partido está a fazer ao País. Falou de ataques à Democracia, vindos da direita, quando eles próprios são os grandes predadores dessa Democracia, exercendo-a ditatorialmente, com a sua maioria absolutista, através de um poder despótico exercido em nome do Povo.

João Torres fez um discurso onde demonstrou incapacidade de ver a realidade. Os socialistas vivem numa bolha, que construíram para nela se esconderem das vigarices que vão gerando em catadupa. Uma vergonha!


Em que parte o PS está a cumprir a VONTADE dos Portugueses? Em que parte?????

Nota zero para este discurso, onde imperou a cegueira.


Quem também se espalhou no linguajar piroso foi Santos Silva, com “caros e caras, “cidadãos e cidadãs”. Que pobreza de linguagem, para alguém com tão alto cargo, na Nação!!!!!!! E ainda nos quer impingir um outro tipo de linguajar grafado à brasileira, como se nós pertencêssemos ao Brasil!

O discurso de Santos Silva foi oco, sem substância. Um discurso feito de palha, por nada mais ter a dizer. Um discurso afastado do espírito do “25 de Abril”. Mas o que teria para dizer alguém que está a contribuir para a perda da soberania portuguesa?

Falou em estabilidade política. Onde????? Já não tem a noção do que é estabilidade política, que Portugal não vê desde há muito tempo.

Foi um triste discurso, com muita parra e pouca uva.

É o que faz estar há demasiado tempo no Poder: as palavras gastam-se, fogem da realidade, já não resta mais nada para dizer, senão o que já foi dito e redito anos a fio.

E nós que os vemos e ouvimos, todos os dias, há tanto, tanto tempo, já estamos fartos das mesmas caras, das mesmas palavras repetidas, da mesma letargia, que só um tempo longo é capaz de gerar.

A sessão encerrou com o discurso de Marcelo Rebelo de Sousa, que falou da coincidência da vinda de Lula da Silva, numa ocasião em que Portugal celebra o “25 de Abril”, aliando essa data à 1ª descolonização, a do Brasil, para justificar a visita.

Sendo coincidência ou não, maior coincidência foi Lula ter aterrado em Figo Maduro  na véspera do 523º aniversário do Descobrimento do Brasil, em 22 de Abril de 1500, tendo iniciado a visita nesse dia histórico. Algo muito sugestivo.

Viria Lula da Silva DESCOBRIR Portugal, para o colonizar, acrescentando aos 500 mil brasileiros, já aqui instalados, muitos mais?

 

Os nossos governantes andam a jogar um jogo muito perigoso com os Portugueses, julgando que são todos muuuuuuito parvos. E quando isto acontece, há consequências.

E elas virão, no momento certo.

Isabel A. Ferreira

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 17:36

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