Em Barcelos seis magníficos Touros foram sacrificados em prol dos bombeiros locais.
Dinheiro manchado de sangue.
Conseguirá esta Associação, daqui em diante, erguer a cabeça, tendo a consciência de que fizeram a coisa certa?
Depende. Se tiverem consciência ou não.
A culpa não foi do José Quintas.
A culpa foi de quem aceitou esta oferta ENVENENADA.
O José Quintas esfregou as mãos, de contente.
Os bombeiros de Barcelos sujaram as suas com o sangue que foi derramado numa arena desmontável que, segundo saiu a público, não teria nem sequer licenciamento da Câmara Municipal.
É assim que as coisas funcionam num País, cujas autoridades não têm competência para fazerem cumprir a lei.
Quem terá?...
Mais notícias aqui:
http://www.portocanal.pt/ler_noticia/17400/
***
Em Lourosa (Santa Maria da Feira) também se sacrificaram Touros em prol de um clube de futebol, no Dia da Mãe. E muitas mães levaram os filhos a comemorar o dia com VIOLÊNCIA E TORTURA.
Assim vai este nosso Portugal, entregue a gente de pouca monta.
Uma carta aberta que subscrevo inteiramente
«A Associação Projecto Animais de Barcelos (PAB) vem, pelo presente meio e de acordo com os Estatutos pelos quais se rege expressar a sua estupefacção e incredibilidade, assim como, o seu veemente protesto à Instituição Associação Humanitária Bombeiros Voluntários de Barcelos, na pessoa do seu Presidente Vítor Coutinho, pela promoção e apoio na realização de uma tourada, em Barcelos, no dia 6 de Maio de 2012.
A PAB, como associação humanitária de interesse público, entre outros objectivos, tem como propósito denunciar, opor-se e lutar contra todas as formas de abusos e maus-tratos infligidos aos animais, e, no que ao caso interessa, envolvendo todo o género de eventos culturais e desportivos que tenham como objectivo a exploração, o sofrimento e a violação da integridade física dos animais.
Sendo do conhecimento geral que a acção dos Bombeiros Voluntários, nomeadamente dos B. V. de Barcelos se pauta por valores como a solidariedade, a humanidade, o aliviar do sofrimento alheio, muitas vezes à custa da própria vida dos seus elementos, não pode a PAB compreender nem aceitar a promoção e o apoio na realização de uma tourada em Barcelos.
E, mais incrédula fica a PAB quando sabe que os propósitos dos B.V.B. são indiscutivelmente meritórios, até porque quando solicitou a ajuda da instituição para socorrer animais que se encontravam em risco de vida, a sua prestação foi irrepreensível e de uma valia indescritível, o que demonstrou que os B.V.B. têm em conta, não só o sofrimento humano, mas também o dos animais que vivem, sentem e sofrem.
Por isso, não obstante os objectivos para a realização da tourada – angariação de fundos e homenagear um ex-elemento já falecido - não podem os B.V. de Barcelos esquecer os valores pelos quais se regem e têm pautado a sua actuação há mais de um século.
A PAB, como associação que se preocupa e ocupa com o sofrimento dos animais, não pode deixar de relembrar aos B.V.B. e aos barcelenses, principalmente aos apoiantes da realização da tourada que os animais, tal como as pessoas, sofrem e não podem nem devem ser utilizados como meio para atingir fins que, isoladamente até são meritórios. De certeza que, que com bom senso e imaginação se encontram outras formas de resolver os problemas financeiros dos B.V. de Barcelos e de prestar homenagem a quem a merece.
Não existem razões objectivas e muito menos justificações éticas ou morais para a existência da tourada, que é uma actividade do culto de sangue e de violência sobre os animais, que envolve uma auto denominada elite que pratica “arte “ (no caso um grupo de Alenquer), que tenta a todo o custo defender uma prática que movimenta milhões de euros e permite um prazer doentio a quem a presencia.
Assim, a PAB apela aos Bombeiros Voluntários de Barcelos, porque acredita que na base do seu apoio à realização da tourada não existe crueldade e muito menos deliberada e aos Barcelenses que não pactuem com esta desumanidade, que não apoiem a realização de um espectáculo bárbaro, medieval, humilhante, violento e cruel para os animais e não edificante nem instrutivo para a sociedade em geral, mas principalmente para as novas gerações.
Por último, mas não menos importante, a PAB lembra que a Câmara Municipal de Barcelos tem aqui uma oportunidade única de elevar o estatuto mediático da cidade, como edilidade defensora dos valores da Humanidade, da Ética, da Natureza e do Ambiente, não tolerando atropelos à evolução da sociedade ao não permitir não só a realização da tourada para o dia 6 de Maio mas também ao declarar-se “cidade anti tourada” a exemplo de outras, até geograficamente mais próximas, como Viana do Castelo e Braga. (1)
Os animais sofrem como os humanos e também têm direito a ser felizes. Como dizia o Professor Agostinho da Silva “o animal não nasceu para ser nossa vítima nem nosso escravo”.
A Direcção»
(1) E também a cidade de Guimarães