Copyright © Isabel A. Ferreira 2008
O ouro é precioso, mas dele não depende a vida
(Bom Jesus de Braga)
É preciso preservar a virgindade da água, ou seja, é preciso mantê-la incolor e transparente, insípida e inodora, para que possa gerar vida...
Já imaginaste maior suplício do que morrer de sede, rodeado de água por todos os lados? A propósito vou contar-te uma história.
Era uma vez um rei que reinava na Lídia. Chamava-se Tântalo. Um dia, ofendeu os deuses e foi condenado a um terrível castigo: imerso em água até ao pescoço, todas as vezes que sentia sede e tentava saciá-la, a água baixava e o rei não conseguia bebê-la. De nada lhe servia o precioso líquido se não podia alcançá-lo.
Esta é uma história lendária mas, por vezes, as lendas, tornam-se realidade. Basta os homens nelas interferirem.
A vida existe porque a água existe.
Sem água não há milho. Sem milho não há pão. Sem pão morremos de fome.
Sem água a erva seca. Sem erva os animais morrem de fome.
Sem água, morrem as plantas, os homens e os animais.
Contudo, não basta que a água exista.
É preciso preservar a sua virgindade, ou seja, é preciso mantê-la incolor e transparente, insípida e inodora, para que possa gerar vida.
Mais do que o ouro, os diamantes, as esmeraldas, mais do que todas as riquezas do mundo, a água juntamente com o ar são os elementos mais preciosos e valiosos que temos à face da Terra.
E o homem?
O homem não vive sem beber água pura. Não vive sem respirar o ar puro.
Mas o que faz o homem?
Em consciência e em pleno uso das suas faculdades mentais, conspurca a água que ele e todos os outros seres vivos precisam de beber; polui o ar que ele e todos os outros seres vivos precisam de respirar.
E depois? E depois o homem lamenta-se.
Todavia, as lágrimas do homem não lhe matam a sede, nem se podem respirar. Por isso, a água e o ar não precisam dos lamentos do homem, mas sim do seu respeito. Unicamente.
Daí ser importante preservar a saúde do ambiente, para que a vida no planeta seja realmente vida, e não uma lenta, seca e sufocante morte.
O futuro do planeta Terra não dependerá do modo como forem geridos os seus elementos vitais?
E quem tem o poder de pôr e dispor das coisas? De construir e destruir as coisas? O javali? A minhoca? Não me digas que é o leão, ao qual chamam predador, porque também não é. O leão cumpre apenas a perdurável Lei da Selva.
E o Homem? Cumprirá o Homem a variável Lei da Civilização?...
in Manual de Civilidade
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