Copyright © Isabel A. Ferreira 2008
(Bom Jesus de Braga)
Olhamos o mundo, se não somos cegos...
Sentimos uma infinidade de sensações apenas nossas, de ninguém mais...
Querem impingir-te sensações?...
E tu permites?...
Lembro-me de dizer-te que nascemos nus do ventre da nossa mãe, sem saber coisa alguma. Temos de aprender tudo. Na verdade, nem tudo. Ninguém nos ensina, por exemplo, a chorar. A rir. A ouvir. A cheirar. A olhar... Nascemos já a chorar. Rimos se temos vontade. Ouvimos os sons se não somos surdos. Cheiramos os aromas se o nosso olfacto funcionar bem. Olhamos o mundo se não somos cegos... Sentimos uma infinidade de sensações que são apenas nossas, de ninguém mais.
Estamos no plano dos sentidos. O meu sentir pode ser diferente do teu sentir. A felicidade faz-me chorar. A ti faz-te rir? Ainda que te fizesse chorar talvez o teu choro não tivesse a intensidade do meu choro. O que sentimos é único, incomparável e imensurável. Cada um é cada um. Não posso sentir o que tu sentes, porque eu sou eu e tu és tu.
E o sexo? Não é como o choro? Nascemos também com ele. Faz parte de nós. Nós somos sexo: feminino ou masculino. A partir daí comportamo-nos de acordo com essa característica. Diferentemente. Unicamente.
Cada mulher é uma mulher. Cada homem é um homem.
E quando dois seres de sexos diferentes se encontram, o que fazem? Podem olhar um para o outro e sorrirem, se são amigos; podem fazer amor com nexo, se se amam; ou podem simplesmente fazer sexo (des) (co) (nexo) se é o que desejam no momento.
Não venho dar-te lições de sexo, porque o sentes palpitar dentro de ti. O sexo nasceu contigo. E assim como não foi preciso ensinar-te a chorar, não é necessário ensinar-te sexo. Não quero dizer-te como hás-de comportar-te diante de um homem ou de uma mulher. O que sentires é contigo. Não vou entrar na tua intimidade e aconselhar-te a fazer isto ou aquilo, porque assim é melhor. O que é para mim pode não ser para ti...
O que tu fazes, o que tu gostas, o que tu sentes, o que tu desejas não dirá só respeito a ti e a quem tu escolheres para contigo partilhar a tua intimidade? Que tenho eu a ver com isso? Que tem o mundo a ver com isso?
Aquilo a que chamam o marketing do sexo tem a pretensão de impingir-te sensações? Transformar-te num fantoche? E tu permites? É porque gostas de fazer sexo (des) (co) (nexo). E se isso te faz feliz...
Posso dizer-te apenas que os nossos irmãos animais fazem sexo com nexo, porque é do seu instinto reproduzirem-se. Mas tu não vives com o único objectivo da reprodução, pois não? Por vezes, isso até nem te convém... Então, porquê abordar este tema? Porque é da civilidade fazer amor com nexo. Fazer sexo (des) (co) (nexo)?! É o que preferes? Isso é contigo!...
in Manual de Civilidade
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