Caros amigos, reais e virtuais, quero comunicar-vos que farei uma pausa no meu activismo de Blogger, e retirar-me-ei para o meu mundo, fora deste “gelatinoso chão”, que o meu pé prende, para poder ver o pôr-do-sol com um olhar tranquilo...
Desejo a todos um bom Verão e, se for o caso, umas boas férias.
Isabel A. Ferreira
A ciência não precisaria de ser para aqui chamada, se os aficionados soubessem ler o olhar deste desventurado Touro, para SENTIR todo o sofrimento que está estampado na sua expressão dolorida. E aquele líquido vermelho que escorre do seu corpo é SANGUE que corre em veias, tal como as dos aficionados. Ou eles não serão animais? Talvez sejam robots... máquinas sem alma.
Um aficionado de nome Paulo Ramires, escreveu uma carta ao Jornal «Público», e o Dr. Vasco Reis, Médico-Veterinário, conhecedor do ofício, por sua vez, dirigiu uma Carta ao referido jornal, em resposta àquele aficionado.
Partilho essa carta aqui no meu Blogue, com a devida vénia, por concordar inteiramente com o seu conteúdo.
«À Direcção do PÚBLICO,
Eu, Vasco Manuel Martins Reis, médico-veterinário municipal aposentado, residente em Aljezur, envio a V. Exas. em anexo o meu comentário a uma carta do senhor Paulo Ramires ao PÚBLICO em 26 de Fevereiro de 2012 e solicito a V. Exas. a publicação no vosso conceituado jornal.
O senhor Paulo Ramires identificou-se como Blogger aficionado do “Tourada Portugal”
Licenciado em Gestão pela (ver o link):
http://tourada-portugal.blogspot.com/2012/02/publico-e-anti-taurino-e-ofende.html
Aqui a minha carta com intuito didáctico, de que solicito a publicação:
Comentário a uma carta de Paulo Ramires ao Público
O Blogger aficionado do “Tourada Portugal” Paulo Ramires evidencia, na carta em questão, ignorância a par de falta de vontade ou de capacidade para detectar o que o senso comum o esclareceria de que o touro e o cavalo sofrem na tourada.
Além disso revela falta de sensibilidade e de compaixão por estes animais sacrificados à tauromaquia que defende.
Deste somatório de deficiências resulta uma atitude de falta de ética e de solidariedade perante os animais e perante as pessoas conscientes, preocupadas e indignadas pela tortura que acontece nesse violento espectáculo.
Na sua acusação ao "Público" refere que na tourada em Portugal não há morte, parecendo-me que se está a esquecer de Barrancos e não só. Noutros casos, a morte do touro acontece após a tourada unicamente adiada por algumas horas ou dias de grande sofrimento em consequência dos ferimentos, da exaustão e da depressão provocados pela lide, que este senhor considera admirável.
Exceptuam-se os casos em que os touros lidados não são abatidos para serem mais tarde explorados na tourada à corda.
Mas nunca é tarde para aprender o que a ciência comprova:
"Os touros e os cavalos são seres vivos sencientes capazes de sentir dor e prazer, físicos e psicológicos, bem como sentimentos de angústia, stress e ansiedade, de modo comparável em elevadíssimo grau aos seres humanos, pois anatómica, fisiológica e neurologicamente estas três espécies são muito semelhantes e os seus ADN são muito equivalentes".
Identifico-me e assino-me como Vasco Reis, médico veterinário, tendo praticado durante 41 anos a profissão, conhecedor profundo de bovinos e de cavalos, ex-detentor de 2 cavalos e concursista de concurso hípico completo, ex-jogador de rugby (desporto de equipa, onde se opõem voluntariamente indivíduos da mesma espécie e que exige lealdade - desporto de cavalheiros - e virilidade, sendo uma boa alternativa recomendável para os forcados em vez de se aproveitarem do esgotamento de um animal previamente massacrado) e fui durante 3 anos responsável e acompanhante médico-veterinário antes, durante e depois das touradas, para cumprimento das exigências legais em relação aos touros lidados na Praia da Vitória, Ilha Terceira, Açores, na qualidade de médico-veterinário municipal, cargo que ali exerci de 1986 a 1989.
Não colhe, portanto, em relação a mim a frequente acusação de que os adversários da tauromaquia são ignorantes do assunto.
Com os melhores cumprimentos
Vasco Manuel Martins Reis
Aljezur, 4 de Março de 2012»
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O que faltará dizer para que os aficionados e todos os que apoiam a tourada deixem de ser ignorantes?