Sexta-feira, 12 de Setembro de 2014

Quando a Moita e Alter do Chão se unem para intercambiarem incultura e selvajaria tauromáquica…

 

Com o apoio do Estado Português

 

 
 

Eu tenho por hábito usar as palavras no seu significado mais puro, para definir determinadas situações. E não vou atrás do cientismo baseado em conclusões demasiado “masculinas” que não me dizem nada.

 

É que existe um modo de pensar masculino, e um modo de pensar feminino. E também sou da “escola” de que a intuição é o melhor caminho para o conhecimento.

 

Na Natureza não há “predadores” a não ser o animal humano,  apesar de andar sempre a ouvir falar em animais não-humanos “predadores” e até “assassinos”. Fico irritada quando ouço uma coisa dessas. Baleias assassinas? Quando na Natureza a única criatura com competência para assassinar não só os da sua espécie como os das outras espécies é unicamente o animal homem-predador?

 

Os animais não-humanos seguem apenas os seus instintos de sobrevivência, sofrem (e muito) com a adversidade planetária, e com o mal que o animal humano predador lhes causa.

 

Claro que se comem vivos uns aos outros, o que não significa que sejam cruéis e assassinos e bárbaros. Não têm outra opção. Ou têm?

 

A minha posição é a de alguém que vê as coisas não pelo prisma do homem mas pelo prisma da Natureza tal como ela é. Apenas isso.

 

A tourada não é um “acto de predação”. Além de uma diversão macabra (que faz lembrar os tempos medievais, quando as pessoas gostavam de se atolar no sangue dos inocentes, e até épocas mais antigas, em que as mentalidades eram primitivas e perversas) a tourada é um acto praticado por predadores, torturadores e profissionais da morte.

 

Não concordo com o termo científico “predação” para designar a caça não-desportiva e muito menos a alimentação, e ainda muito menos aceito a designação de organismos “inferiores” (os não-humanos) e “superiores” (os ditos humanos). Isto é ideia masculina. A designação certa será “mais indefesos” (para os não-humanos) e “mais cruéis” (para os ditos humanos) porque o significado de “inferior” não é “fraco”.

 

Para finalizar, gostaria de referir que, ainda enquanto estudante de História, nunca aceitei TUDO o que os professores, os cientistas, os mestres, os investigadores, me impingiam. Quando não concordava com alguma teoria eu contestava-a apresentando uma outra, baseada naquela intuição que leva ao conhecimento (que muitos estudiosos seguem, e acredito mais nestes, por serem mais autênticos). E por que não?

 

Nem sempre a Ciência está certa. Muitas teorias que se davam como certas no tempo em que eu estudava, hoje estão postas de parte. As que permanecem são as oriundas da intuição, quase sempre infalível, dos espíritos esclarecidos.

 

Explicar esta intuição que leva à sabedoria, daria um belo tratado.

 

Isto para dizer que dois municípios portugueses (Moita e Alter do Chão), que deviam pugnar pelo desenvolvimento moral, social e cultural do povo, oferece-lhes o que de mais baixo existe à face da Terra: tortura de seres vivos, completamente indefesos (até os cornos lhes cortam a sangue frio) para se divertirem como parvos.

 

E tudo isto com a cumplicidade do Estado Português.

 

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 09:10

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