Terça-feira, 26 de Setembro de 2023
Esta ideia peregrina da transladação foi aprovada por unanimidade em plenário da Assembleia da República, em 15 de Janeiro de 2021. A iniciativa foi da Fundação Eça de Queiroz, presidida por Afonso Reis Cabral, trineto (e não bisneto do autor, como vem referido no jornal Expresso) e impulsionada pelo grupo parlamentar do PS.
É vergonhoso o que está a passar-se. Dá-me a sensação de que será uma vingança pelas críticas ferozes que Eça fazia aos que queriam, podiam e mandavam, no seu tempo, e em tempos mais antigos, ou melhor, desde sempre, porque o Poder sempre foi pernicioso. E perniciosa foi a ideia do grupo parlamentar do PS, aceder a Afonso Reis Cabral.
Alio-me aos seis bisnetos de Eça de Queiroz, que se opuseram à transladação do corpo do escritor para o Panteão Nacional, prevista para amanhã, mas adiada, devido ao tribunal, em cima da hora, não ter considerado a Providência Cautelar interposta por esses bisnetos, e não haver tempo para preparar as cerimónias.
Mas as coisa pode não ficar por aqui.
O povo de Baião também tem algo a dizer. Eça de Queiroz não pertence aos políticos, nem à política. Pertence à Nação. E a Nação somos todos nós.
Eça de Queiroz repousa no lugar da sua eleição.
A maior homenagem que os actuais políticos portugueses podem fazer a Eça de Queiroz é deixá-lo no lugar onde pertence, e PROIBIR que a sua obra seja conspurcada e reescrita na mixórdia ortográfica em que se transformou a Língua Portuguesa, da qual ele é um dos seus maiores estilistas. E já andam por aí umas publicações acordizadas da sua obra, que espero sejam atiradas ao lixo. Acordizar Eça é um crime de lesa-literatura, um insulto à sua memória, e retirá-lo da SUA Tormes é desenraizá-lo, literariamente falando. Ah! E começarem a escrever o seu nome correCtamente: Eça de Queiroz, e não, de Queirós, como ignorantemente se vê por aí.
E isto, sim, seria a maior homenagem que os actuais políticos poderiam prestar ao autor de “A Cidade e as Serras”.
O texto que se segue, atribuído a Eça de Queiroz, data de 1867, e o que mais sobressai deste texto é que ele poderia ter sido escrito hoje, dia 26 de Setembro de 2023.
«Política de Interesse»
Em Portugal não há ciência de governar nem há ciência de organizar oposição. Falta igualmente a aptidão, e o engenho, e o bom senso, e a moralidade, nestes dois factos que constituem o movimento político das nações.
A ciência de governar é neste país uma habilidade, uma rotina de acaso, diversamente influenciada pela paixão, pela inveja, pela intriga, pela vaidade, pela frivolidade e pelo interesse.
A política é uma arma, em todos os pontos revolta pelas vontades contraditórias; ali dominam as más paixões; ali luta-se pela avidez do ganho ou pelo gozo da vaidade; ali há a postergação dos princípios e o desprezo dos sentimentos; ali há a abdicação de tudo o que o homem tem na alma de nobre, de generoso, de grande, de racional e de justo; em volta daquela arena enxameiam os aventureiros inteligentes, os grandes vaidosos, os especuladores ásperos; há a tristeza e a miséria; dentro há a corrupção, o patrono, o privilégio. A refrega é dura; combate-se, atraiçoa-se, brada-se, foge-se, destrói-se, corrompe-se. Todos os desperdícios, todas as violências, todas as indignidades se entrechocam ali com dor e com raiva.
À escalada sobem todos os homens inteligentes, nervosos, ambiciosos (...) todos querem penetrar na arena, ambiciosos dos espectáculos cortesãos, ávidos de consideração e de dinheiro, insaciáveis dos gozos da vaidade.
Eça de Queiroz, in 'Distrito de Évora (1867)»
Fonte: https://www.citador.pt/textos/politica-de-interesse-eca-de-queiros
Esta é uma das imagens que as pessoas vêem, logo que ultrapassam a porta de entrada da minha casa. Esta é a minha homenagem ao escritor que nunca se curvou à mediocridade dos políticos. E essa foi uma das grandes lições que aprendi com Eça de Queiroz...
Isabel A. Ferreira
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Sexta-feira, 25 de Agosto de 2023
Baião continua no registo troglodita, considerando "cultura" a tortura de Touros.
Pobres mentes! Como poderão saber que as touradas são costumes bárbaros, que fazem parte apenas da "coltura" dos broncos, se as autoridades locais também não sabem? E não é por falta de INFORMAÇÃO. É mesmo opção pela ignorância.
Baião é uma localidade onde a CIVILIZAÇÃO ainda não entrou.
Protestos de elementos do PAN contra uma tourada em Baião geraram hoje momentos de tensão, com troca de apupos entre apoiantes e críticos da tauromaquia, que só não se tornaram mais violentos graças à GNR. Faltava cerca de uma hora para o início de uma tourada, marcada para as 17:00, numa praça improvisada nos arredores da vila de Baião, no distrito do Porto, quando cerca de uma dezena de activistas do Pessoas - Animais – Natureza - PAN, alguns com cartazes, megafones e sirenes, começaram a gritar palavras de ordem contra as touradas, voltados para centenas de pessoas que aguardavam a entrada no recinto taurino. Na maior tarja, com a imagem de um touro, lia-se: “Nas tradições mexe-se. Chama-se evolução. Abolição das touradas já”. Do outro lado da estrada, os aficionados, a maioria homens, respondiam com apupos e assobios, em confronto com os manifestantes, enquanto os militares da GNR procuravam manter ambos os grupos afastados, com alguns empurrões pelo meio. No local, Cristina Santos, dirigente do PAN, disse à Lusa saber que a tourada em Baião é um espectáculo legal, mas considerou tratar-se de “uma actividade completamente anacrónica, que nem sequer tem tradição no Norte, principalmente em Baião”. “Aqui não há uma estrutura que seja própria para estes acontecimentos. Eles têm de construir estruturas precárias, que são amovíveis. O PAN gostaria que essas estruturas não fossem permitidas, porque são precárias. Como se pode ver, é uma actividade tão anacrónica que neste momento já não há estruturas para as pôr”, afirmou. A dirigente prosseguiu: “Esta manifestação é pacífica, mas nós pretendemos mostrar que na maior parte dos concelhos do país e até no mundo já aboliram as touradas. Portugal tem de fazer esse caminho, porque há maneiras muitos melhores de as pessoas se divertirem, que não impliquem tortura de um animal, um acto que torna as crianças violentas”. Sob um calor próximo dos 40 graus, o clima de tensão prolongou-se por mais de uma hora, que ia subindo quando passavam ou eram avistados elementos ligados ao espectáculo taurino, como forcados e cavaleiros. Nuno Gomes, residente em Baião, estava incomodado com os protestos protagonizados pelos activistas do PAN. “Eles sabem que a tourada é cultura e enquanto for cultura tem de ser defendida. Se não gostam, que não venham, isto é um espectáculo pago e só vem quer”, acentuou, apoiado por pessoas que o acompanhavam. Já Carla Fernandes, da organização local da tourada, disse à Lusa que “eles [manifestantes do PAN] podem defender as suas ideias, mas sem ofender os outros”. “E eles não o fazem”, rematou, lamentando, por outro lado, as dificuldades que a organização sentiu, nomeadamente por parte da câmara municipal e outras entidades, para organizar uma tourada que disse ter décadas de tradição no concelho. “Só ontem às cinco da tarde é que nos passaram as licenças”, exclamou. Sobre se, face à contestação, haverá condições para repetir a tourada no próximo ano, respondeu: “Não sei se temos coragem para continuar. O tempo dirá”. A praça de touros quase encheu para o espectáculo, chegando a cerca de 900 espectadores, segundo a responsável. Fonte:https://blogcontraatauromaquia.wordpress.com/2023/08/23/tensao-e-apupos-entre-ativistas-do-pan-e-aficionados-devido-a-tourada-em-baiao/ |
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Sexta-feira, 23 de Agosto de 2019
Acontece que São Bartolomeu, tal como qualquer outro santo católico, não gosta, com toda a certeza, que o celebrem com selvajaria tauromáquica, com tortura de touros, com sangue, com crueldade. Isso é coisa para agradar ao diabo. Não a um santo.
Em Baião, em 2016, a tourada destinada a celebrar São Bartolomeu, foi cancelada, por falta de condições.
Dizem-me que o autarca de Baião é contra a tourada, mas permite que ela se realize em terreno privado, porque diz, está tudo em ordem. Estará? Existe um regulamento de “espectáculos” tauromáquicos, o RET, que exige, por exemplo, a existência de curros e uma área veterinária e acessos adequados. Estará isto tudo acautelado? Duvido.
Estaremos diante de mais uma tourada realizada ilegalmente?
Esperemos que Baião saia do rol das localidades atrasadas civilizacionalmente, e mostre HOJE, que evoluiu, e, principalmente, que respeita São Bartolomeu.
Celebrar um santo católico com tortura é “arte" do demo.
Segundo um comunicado do MATP, «este protesto realiza-se em prol de uma sociedade mais justa e compassiva, que se orgulhe pelo respeito e pela vida do outro, independentemente de ser animal humano ou não humano", e conta com a presença da população de Baião, dos concelhos vizinhos, do maestro António Vitorino de Almeida, da deputada do Bloco de Esquerda Maria Manuel Rola e autarcas do PAN - Pessoas-Animais-Natureza.
Neste Blogue já se apelou para que se escrevesse ao presidente da Câmara Municipal de Baião, Paulo Pereira, para que não permitisse tal selvajaria no concelho a que preside.
Pedimos às autoridades competentes que fiscalizem o local onde se vai realizar a tourada de Baião, e vejam se o RET está ou não a ser cumprido.
Isabel A. Ferreira
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Terça-feira, 13 de Agosto de 2019
No próximo dia 23 de Agosto, pelas 16 h, realizar-se-á uma manifestação em frente à praça de touros, em Ingilde, Baião, e pedimos a vossa presença e de todos a quem conseguirem convencer a aparecerem também.
Queremos limpar de vez o Norte deste cancro!
Por favor enviem a carta referida mais abaixo, devidamente identificada para:
geral@cm-baiao.pt, presidencia@cm-baiao.pt
Cc: Movimento pela Abolição da Tauromaquia de Portugal <matportugal@gmail.com>
E ajudem a divulgar ao máximo este envio de e-mails.
Isto não é um divertimento civilizado. Isto é uma abominável TORTURA. Os Touros (e Cavalos) experimentam um sofrimento atroz, físico e psicológico, antes, durante e depois da tortura na arena.
Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal de Baião
Dr. Paulo Pereira
Escrevo a V. Exa., no âmbito da corrida de touros agendada para 23/08/2019 em Baião.
Tendo em conta que:
- Os mais recentes estudos científicos comprovam, inequívoca e cabalmente, que os animais de várias espécies, incluindo touros e cavalos são seres sencientes capazes de sentir prazer, dor e sofrimento, físicos e psicológicos, e experimentar sentimentos de alegria, medo e angústia;
- Touros e cavalos experimentam um sofrimento atroz, físico e psicológico, antes, durante e depois das touradas;
- A legislação portuguesa reconhece a necessidade de protecção dos animais (“São proibidas todas as violências injustificadas contra animais, considerando-se como tais os actos consistentes em, sem necessidade, se infligir a morte, o sofrimento cruel e prolongado ou graves lesões a um animal” Lei 92/95), mantendo uma inexplicável excepção para a tauromaquia;
- A tauromaquia é uma prática cruel e obsoleta que tem suscitado enorme repúdio e indignação na sociedade civil portuguesa e mundial. Massacrar animais gratuitamente para entretenimento não é próprio de sociedades evoluídas e embaraça muitos portugueses face a uma Europa que se distancia cada vez mais de práticas bárbaras e que causam sofrimento a seres sencientes;
- A tauromaquia é ainda uma prática perigosa para os seres humanos, a comprová-lo estão os incontáveis casos de lesões graves e muitas fatais entre os seus intervenientes;
- Estudos comprovam que a violência para com animais predispõe à violência para com humanos, sendo que no historial de muitos criminosos constam inicialmente episódios de maus-tratos persistentes a animais;
- A tauromaquia está em franco declínio e só subsiste nos dias de hoje graças a apoios mais ou menos explícitos por parte do Estado, quer através do poder central, quer através das autarquias;
- As autarquias, por se encontrarem numa situação vantajosa de proximidade das populações, têm um papel fundamental na construção de uma sociedade mais civilizada, evoluída e distante de práticas que deveriam ter ficado no passado, e os executivos municipais têm por obrigação associar-se a eventos que promovam a evolução das pessoas e das regiões, ligando o seu nome a práticas positivas e construtivas de avanço civilizacional que o sec. XXI impõe.
Face ao exposto, peço a V. Exa. que faça tudo o que estiver ao seu alcance, no sentido da não realização da tourada em causa ou de qualquer outra.
Com os melhores cumprimentos,
Isabel A. Ferreira
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Terça-feira, 23 de Agosto de 2016
Baião era a vergonha do Norte de Portugal.
Numa arena amovível, que não cumpria o RET, torturavam-se Touros para sádicos satisfazerem os seus desejos mais mórbidos.
Mas este ano, devido às muitas denúncias que se fizeram, foram canceladas as touradas.
E assim como em Baião, todas as outras arenas amovíveis não cumprem as regras do RET, por isso, ATENÇÃO IGAC, há que cancelar todas as touradas. Inclusive as que se realizam nas arenas fixas, quase sempre contra a lei.
Ou para que servirão as regras e as autoridades?
Origem da foto:
https://www.facebook.com/antitouradas/photos/a.215152191851685.58389.215151238518447/1228278593872368/?type=3&theater
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Sexta-feira, 12 de Agosto de 2016
«É inacreditável como uma localidade do Distrito do Porto realiza quase uma vintena de espectáculos tauromáquicos todos os anos, entre touradas, garraiadas, touradas com anões, variedades taurinas e outras atrocidades que tais... Inadmissível !!!!!!» (R.S.)
Baião bem merece esta medalha de lata, e já agora também a Estrela de Ferro que “identifica” os municípios tauricidas.
Que vergonha, senhor Joaquim Paulo de Sousa Pereira
Quanto atraso civilizacional!
Origem da imagem: https://www.facebook.com/messages/carlos.magalhaes.125
É assim que são tratados os animais não-humanosem Baião
Denunciadas más condições em canil de Baião
em 13 de Julho de 2016
Um canil no Cadaval- | arquivo Global Imagens
«Os cães estão em espaços muito pequenos e há animais com sarna e feridas abertas. Câmara promete novas instalações.
Uma defensora dos direitos dos animais denunciou hoje as alegadas más condições do canil de Baião, onde se encontram duas dezenas de animais e a Câmara promete que este ano começam as obras para um novo espaço.
Numa comunicação escrita enviada à Lusa, Rita Sousa referiu ter-se deslocado recentemente a Baião, onde fotografou os canídeos "para fomentar a sua adopção", tendo ficado "incomodada" com o cenário que encontrou.
Segundo revelou, os cães estão divididos por três 'boxes', em espaços muito pequenos, tendo observado inclusive animais com sarna e feridas abertas.
Numa das 'boxes', sublinhou, "os cães ficam expostos à chuva e ao frio, sem qualquer protecção". Alguns animais aparentam estar subnutridos, denuncia também, entre outras situações.
Sobre a actual denúncia, o vereador Henrique Gaspar Ribeiro, da Câmara de Baião, sublinhou que o espaço onde se encontram os animais não pode ser considerado um canil.
"São instalações que acolhem animais errantes, capturados no concelho e que permanecem ali até serem encaminhados para o Centro de Protecção Animal de Vila Real", assinalou, em declarações à Lusa.
Segundo o autarca, têm sido realizadas acções de adopção, em articulação com uma associação local e desde Janeiro, frisou, já foram adoptados 20 cães.
"Por isso, temos mantido os animais naquelas instalações, porque consideramos importante o trabalho que estamos a fazer ao nível da adopção", afirmou.
A associação local "Amor Animal", prosseguiu, está em conversações com a autarquia para criar um abrigo. O projecto já está feito e vai ser construído junto ao Centro Hípico de Baião.
A obra deverá iniciar-se ainda este ano, prometeu.
O vereador sublinhou, por outro lado, que os animais são visitados e acompanhados pelo veterinário do concelho vizinho, Marco de Canaveses.
Revelou também que a Câmara de Baião está a trabalhar num protocolo com o Centro de Protecção Animal de Vila Real, entidade que este tem uma empresa especializada a trabalhar na captura dos animais.
"O objectivo é que esta parceria possa fazer com que essa empresa se desloque a Baião e faça a captura, dado que não temos pessoal especializado", explicou.
Henrique Gaspar Ribeiro disse sentir-se "desiludido com esta exposição negativa do concelho", alegando que se tem trabalhado "para o bem dos animais". »
Fonte:
http://www.dn.pt/sociedade/interior/denunciadas-mas-condicoes-emcanilcamara-promete-novas-instalacoes-5282303.html
***
(AVISO: uma vez que a aplicação do AO90 é ilegal, não estando oficialmente em vigor em Portugal, e atenta contra a legítima Língua (Oficial) Portuguesa, este texto foi reproduzido para Língua Portuguesa, via corrector automático).
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Desiludidos estamos nós.
Se baião trata os animais Cães como trata os animais Bovinos estamos conversados...
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Rita Sousa acrescenta ainda mais:
Este canil, quando lá estive, há cerca de 2 meses tinha mais de 20 cães... Só me foi autorizada pela associação local, Amor Animal Baião, a divulgação de 6... E os restantes?
Morreram?
E as duas cadelas prenhas que lá estavam?
E a Castro Laboreiro esquelética?
E o macho agressivo pele e osso?
E as bebés cheias de sarna?
Alguém da zona pode visitar este canil?
Alguém pode saber mais sobre esta realidade miserável?
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Quarta-feira, 28 de Agosto de 2013
Um excelente texto de Isabel Santos
A descrição que se segue é a verdade verdadeira da tourada, à qual, os que não sabem, chamam “arte” e “festa”…
«São 17h30
Neste momento, em Baião, vai começar a "festa".
Debaixo de um calor de mais de 30º, sem vento, e depois de terem permanecido mais de 12 h metidos numa divisória de metal de um camião onde mal se podem mexer, os 6 touros vão ser "lidados" na praça amovível instalada para o efeito no alto de uma colina.
Vão ser perfurados com ferros (bandarilhas) que medem 70 cm de comprimento, enfeitadas com papel de seda de variadas cores e rematadas com um ferro de 8 cm, com um arpão de 4 cm de comprimento e 20mm de largura e com farpas ou ferros compridos e ferros curtos que medem , respectivamente, 140 cm e 80 cm de comprimento, com ferragem idêntica à da bandarilha, mas com dois arpões enfeitados e rematados da mesma forma que as bandarilhas.
Os ferros que lhe penetram e rasgam o músculo provocarão uma dor lancinante (o touro sente até uma mosca pousar-lhe no dorso - daí abanar com a cauda para a enxotar - porque não haveria de sentir dor se é feito de carne e osso como nós?) Depois de lhe serem cravados os ferros, exaustos e debilitados, enfraquecidos, vão ainda ser atormentados por 8 homens que o vão provocar, tentar imobilizar, saltar-lhe para cima e puxar-lhe violentamente a cauda (vértebras serão partidas) e humilhá-lo.
Depois será obrigado a recolher ao camião, como alguém me dizia hoje de manhã, "puxado e arrastado tão violentamente por cordas que se fica com a sensação que lhe vão arrancar os cornos".
No camião, ser-lhe-ão arrancados os ferros, a sangue frio, cortando a carne à volta do arpão com uma faca, deixando-lhe o dorso esburacado em carne viva...
Depois da " festa rija", quando os espectadores tiverem dificuldade em manter-se em pé, o touro vai ser levado para o matadouro de Santarém, no mesmo camião onde não se pode mexer, deixando atrás de si um rasto de sangue e diarreia.
Hoje é sexta-feira.
Amanhã é sábado, os matadouros não trabalham.
Domingo também não.
Com sorte, e se não tiverem morrido até lá, os touros serão finalmente mortos na segunda-feira, depois de atordoados com choques eléctricos e pendurados de cabeça para baixo.
Terão Paz afinal.
Muito grata a todos os que colaboraram nesta iniciativa, tentando alertar os autarcas de Baião para o massacre que se vai passar agora mesmo, na cidade. Como seria de esperar, não conseguimos impedir estes 6 touros de sofrerem horrores mas esperamos que o executivo camarário tome consciência desta barbárie e comece a fazer a cidade dar os primeiros passos no caminho da verdadeira evolução, a civilizacional.»
Fontes:
https://www.facebook.com/events/665892193440471/
https://www.facebook.com/CampanhaContraTouradasMundo
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Antes deste macabro episódio, a Isabel Santos, juntamente com outros activistas tentaram dissuadir o Presidente da Câmara Municipal de Baião a levar adiante tão grosseira actividade, e enviou ao autarca este outro excelente texto:
«Tanto quanto sei, a “ tradição” em Baião nada tem a ver com a tourada nos moldes actuais. Ainda que tivesse, o argumento da tradição não justifica tudo, já que as tradições não são estáticas e imutáveis, moldam-se e adaptam-se à evolução das mentalidades e das sociedades.
A tradição não tem valor intrínseco, não é por algo ser tradição que se torna inquestionavelmente bom ou mau. A tradição é, em última análise, tão-somente um costume que se foi repetindo ao longo dos tempos. E houve “tradições” bem cruéis que foram naturalmente abandonadas.
Cito, a título de exemplo, as execuções em praça pública que eram na Idade Média uma das maiores atracções populares, juntando milhares de pessoas. Este argumento é por isso um não argumento, uma falácia.
Por outro lado não existem em Baião ganadarias, toureiros, forcados nem tão pouco praça de touros, como quer fazer crer o cartaz de divulgação da tourada. E, ainda que existissem, isso também não seria justificação dado que, também com a evolução, muitas ocupações se extinguem, dando lugar a outras – é o curso natural das coisas. Assim testemunhariam os negreiros, os feitores de escravos, e até os inocentes proprietários de mercearias locais que se viram obrigadas a fechar para dar lugar a grandes hipermercados.
Como o Sr. Presidente sabe, as touradas são espectáculos degradantes que além de serem inaceitáveis em termos de abuso e maltrato animal, em nada dignificam as pessoas, já que promovem modelos de comportamento agressivos e desrespeitosos.
Por tudo isto, lamento que o Sr. Presidente José Luís Carneiro, notável do PS e vereador da cultura da CMB, não tenha tido um minuto na sua agenda para, há semanas atrás, ouvir e dialogar com representantes de movimentos da protecção animal, que respeitosamente lhe pediram audiência no sentido de sensibilizar atempadamente a população e os autarcas, de forma racional, para esta questão.
Lamento ainda que não tenha tido a delicadeza de dar uma única resposta às dezenas de emails que lhe foram enviados, pedindo, de forma racional, respeitosa e educada, para excluir do PROGRAMA OFICIAL DAS FESTAS DE S. BARTOLOMEU, a realização de uma tourada.
Já que nada disto foi possível, gostaria que, pelo menos aqui e agora, me esclarecesse quais serão então as formas de, em conjunto com a autarquia de Baião, promover iniciativas de sensibilização para que decorra DESDE JÁ uma evolução em defesa dos direitos dos animais no concelho, dado que estaremos sempre ao dispor para acompanhar a CMB na sua visível preocupação com este assunto.
Ficarei a aguardar ansiosamente uma resposta.
Grata, cumprimentos, Isabel Santos (activista pelos direitos dos animais- distrito do Porto)»
(Recebido via e-mail).
***
Escusado será dizer, que este, como outros autarcas, ficam cegos, surdos e mudos aos apelos racionais, de seres humanos, que se preocupam com o bem-estar de seres não-humanos, e, consequentemente, com a evolução da Humanidade.
A tortura de seis magníficos Touros realizou-se, e Baião continua no rol das localidades portuguesas que se recusam a evoluir.
Isabel A. Ferreira
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