Apesar da publicidade na RTP-Açores, na RDP- Açores e no canal Azores TV (*) a tourada cujo lucro estava previsto ser doado à Liga Portuguesa Contra o Cancro foi um fracasso que os seus organizadores não assumiram por completo.
Dinheiro (pouco) de tortura animal para divertir um punhado de sádicos serviu para fazer caridadezinha para o Hospital de Angra do Heroísmo. O objectivo deles foi cumprido: divertiram-se às custas do sofrimento e morte de animais sencientes indefesos.
O porta-voz dos adeptos da tortura, o jornal Diário Insular limitou-se a publicar, no dia 31 de Maio, um texto intitulado “Objectivo Cumprido”, o que, diga-se em abono da verdade, espelha o pretendido pelos organizadores, isto é, divertir-se com o sofrimento e a morte desnecessária de animais.
De acordo com o texto referido, o balanço do evento foi o seguinte: os espectadores nem encheram metade da praça, segundo o autor, devido ao estado do tempo que “não ajudou a que os indecisos de última hora rumassem à Monumental de Angra”, um forcado, Carlos Vieira, ficou lesionado e “os valores apurados, sendo muito ou pouco, serão sempre reconhecidos”.
Face ao exposto, as seguintes hipóteses poderão ser levantadas:
1 - Os ditos espectáculos de cravar ferros em animais, fazendo-os sangrar antes de serem mortos depois dos mesmos, já não têm os adeptos que tinham;
2 - As pessoas que pretendem colaborar acham que o podem fazer ajudando directamente as instituições, considerando que a solidariedade faz-se sem torturar animais;
3 - Os contribuintes consideram que apoiar a entidade escolhida seria o mesmo que pagar mais um imposto, pois tratava-se de um serviço de um hospital público e que o governo já cobra impostos mais do que suficientes para financiar todos os serviços sob a sua responsabilidade.
(*)Vídeo promocional:
https://www.youtube.com/watch?v=OqsGyyi7NWQ&feature=youtu.be
Vídeo da tourada:
José da Agualva