«Muitas têm sido as homenagens em praças de tortura aos tauricidas e aficionados que morreram nos últimos meses porque para esta gentuça estes verdugos são considerados heróis.
Veja-se por exemplo o caso de Marcos Tenório Bastinhas, tauricida e filho do tauricida Bastinhas que continua a torturar bovinos e cavalos para homenagear o seu pai porque segundo ele era um herói.»
Por Prótouro - Pelos touros em liberdade
https://protouro.wordpress.com/2019/05/07/herois-salvam-vidas-nao-matam/
Nós compreendemos a sua dor pela perda do pai, o que não conseguimos compreender, é que ele o considere um herói porque heróis não torturam, heróis não matam bem pelo contrário salvam vidas.
Joaquim Bastinhas foi um torcionário e aos olhos do mundo será sempre lembrado como um torturador e matador de bovinos que conseguiu transmitir como todos os tauricidas conseguem esse cancro aos seus filhos.
Tauricidas não são heróis, bem pelo contrário, são algozes!
Prótouro
Pelos touros em liberdade
Esta é uma realidade anormal, felizmente abrangendo poucas crianças, em Portugal. Mas as poucas que abrangem fazem com que uns poucos mundos se despedacem contra o rochedo da ignomínia.
A estas crianças roubaram a infância. E elas nunca terão a oportunidade de dizer como as crianças normais: eu quero ser barbeiro, ou bombeiro, ou padeiro, ou engenheiro, ou atleta, ou aviador, ou médico, ou agricultor, tudo profissões dignas de um adulto que se desenvolveu dentro dos parâmetros saudáveis de um ser humano.
E pensar que estes “sonhos” de meninos, que querem transformar em monstros, são acalentados por progenitores irresponsáveis e por governantes incompetentes!
Jovens alunos da Escola de Toureio da Moita em tourada na praia, com (cobardes) “garrochistas”
Aposento da Moita: uma pega à beira-rio...
Fotos D.R., @João Ribeiro Telles, @João Moura Jr. e aficionadosdamoita.blogspot.com
O que vemos nestas imagens aconteceu no dia 7 de Março de 2015 (portanto há pouco tempo) em pleno areal da Praia do Rosário, na Moita do Ribatejo, um lugarejo onde ainda não chegou a civilização.
Sim, no areal de uma praia pública, que o SEPNA e a autoridade marítima consideram um local muito adequado para se protagonizar uma animadíssima "tourada", com montadores de cavalos, toureiros a pé, forcados e garrochistas.
Garrochistas não são mais do que uns cobardes montados em cavalos, agarrados a umas lanças compridas com pontas aguçadas a que chamam “garrochas”, para “picar” os indefesos bovinos, todos muito novinhos, porque ali há crianças, menores de idade, a aprenderem estas práticas bárbaras e cruéis, a aprenderem a ser monstros como os adultos.
Esta funçanata de broncos foi organizada pelo clube taurino da Moita, que é a “coisa” mais “coltural” lá da terra.
E é este tipo de “divertimento” que os mui ilustres autarcas da Moita têm para oferecer às indefesas crianças, a quem não dão oportunidade de evoluir.
E depois não querem que se diga que fazer “isto” a uma criança é um crime, ou seja, é cometer uma transgressão ao direito delas a uma vida mentalmente sã e íntegra.
Fonte:
http://farpasblogue.blogspot.pt/2015/03/inedito-figuras-em-tourada-na-praia-do.html
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Agora leia-se com atenção este ESPANTOSO texto, publicado na revista VISÃO.
(Os negritos e os itálicos são da lavra da autora deste Blogue, e a correcção do texto em AO90 é automática.)
Meninos que sonham ser toureiros
O Parlamento aprovou uma lei - já contestada na ONU - que prevê o acesso à profissão de artista tauromáquico aos 16 anos. Mas começa-se bem mais cedo. Há miúdos que ainda nem sabem ler e já dominam as bandarilhas.
Gonçalo Alves tem nove anos e frequenta a Escola de Toureio e Tauromaquia da Moita desde os seis. Ao final do dia, três vezes por semana, só tem olhos para o capote. O seu sonho? "Quero ser veterinário e matador de touros", declara, convicto. A sua afición surgiu por influência do progenitor, que é toureiro a cavalo. "A minha mãe só me deixou vir para aqui porque já estava habituada ao meu pai", diz, de forma rápida mas tímida. Com o seu corpo franzino, já enfrentou bezerros, e jura que não teve medo.
O treino é feito ao som de música sevilhana, que toca bem alto num rádio portátil antigo. "Mestre! Está bem se fizer assim?", ouve-se, vezes sem conta, durante as quase três horas em que os 30 alunos da Moita praticam os passos de capote, de muleta na mão, ou correndo atrás da tourinha, uma espécie de bicicleta com uns cornos na ponta e um fardo de palha, ou assento almofadado, onde se espetam as bandarilhas.
O mestre destes aspirantes a toureiros é Luís Vital Procuna, matador de touros há uma década. Também a sua paixão pelo toureio a pé começou bem cedo, quando tinha sete anos. "Sempre gostei deste mundo, cresci aqui, em frente à praça de touros". Foi na arena da Moita que toureou a primeira bezerra. Matou o primeiro touro em Barrancos, aos 11 anos.
A participação de menores em touradas sempre foi polémico, mas o assunto voltou à ribalta após a aprovação, em Março, na Assembleia da República, de uma nova lei que estabelece o regime de acesso e exercício da actividade de artista tauromáquico, permitindo a profissionalização aos 16 anos.
A participação de amadores na festa brava é, contudo, possível a crianças de idade inferior, desde que a sua participação seja comunicada à Comissão de Protecção de Menores (embora não seja necessária a sua autorização). Além disso, a frequência de escolas de toureio permanece sem idade mínima definida para o acesso, sendo usual haver iniciados a partir dos seis anos.
O Comité dos Direitos da Criança das Nações Unidas, que já havia dedicado um relatório a Portugal no ano passado, insurge-se contra a legislação aprovada, considerando que a participação de menores em touradas "constitui uma violação de Direitos Humanos". Até mesmo a assistência do espetáculo tauromáquico deveria, no entender do organismo da ONU, ser apenas para maiores de 18 anos - a nova lei estabelece os 12 anos como idade mínima.
"O comité está preocupado com o bem-estar físico e mental das crianças envolvidas em treino para touradas" e "exorta o Estado português a empreender medidas de sensibilização e consciencialização sobre a violência física e mental associada às touradas e o seu impacto nas crianças". Também o grupo de Direitos das Crianças da Amnistia Internacional pede que "sejam tomadas as devidas diligências para anulação ou rectificação" do diploma agora aprovado.
A Federação Portuguesa de Tauromaquia (Prótoiro) considera infundadas as recomendações das Nações Unidas, acusando esta organização de ter cedido ao lóbi antitouradas: "Querem retirar-nos a liberdade de escolher o modo como devemos viver e educar os nossos filhos."
Medo sempre presente
Os treinos dos meninos que sonham ser toureiros prosseguem na praça da Moita, indiferentes a esta discussão. Entre eles, destaca-se uma figura feminina, com um casaco do Benfica vestido. Paula Santos tem 15 anos, frequenta o 8.º ano e é a única rapariga inscrita. Diz que sempre foi aficionada e que tudo começou "com uma brincadeira". Mas gostou tanto que ficou. Agora ambiciona ser uma "figura" do toureio, ou seja, conquistar fama e reconhecimento no meio tauromáquico.
A seu lado, João Gomes, com a mesma idade, conta que foi o pai quem o incentivou a ir experimentar um treino. Já toureou um novilho e diz que a sensação "não dá para explicar". Sonha tourear em Espanha e quer ser matador. Quando não está na escola ou nos treinos, está mergulhado em vídeos de toureiros, "para aprender mais".
Luís Procuna dedica-se totalmente a formar estes alunos, uma vez que está afastado das arenas por lhe ter sido diagnosticada paramiloidose, uma doença degenerativa que afecta o sistema nervoso. O professor de toureio é tratado com carinho e respeito pelos alunos. A maioria tem dificuldades económicas e, por isso, a escola não cobra mensalidade aos alunos (as despesas são suportadas pela Sociedade Moitense de Tauromaquia, com os apoios da Junta de Freguesia e da Câmara Municipal da Moita). Os fatos necessários para se apresentarem em corridas são oferecidos pelo mestre e por outros toureiros.
Além disso, a maioria tem problemas de comportamento na escola. Na praça, nada disso se nota. E o "mestre" acredita que não lhes ensina apenas a arte do toureio, mas também a serem melhores pessoas e a focarem-se em percorrer um caminho, a alcançarem um objetivo. Concede que estas crianças correm riscos ao escolherem esta profissão. O medo está sempre presente, garante, independentemente da idade. "Enfrentar um touro de 500 ou 600 quilos é enfrentar dois cornos que nos podem tirar a vida."
Fonte: http://visao.sapo.pt/meninos-que-sonham-ser-toureiros=f815886
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Isto acontece em Portugal.
Isto é uma forma perversa de maus tratos psicológicos a crianças.
Aqui, algumas crianças não têm o direito de serem crianças.
Aqui, algumas crianças vivem o “sonho” dos outros, de gente que ficou parada num passado obscuro e assente na ignorância.
Aqui, algumas crianças já nasceram velhas e permanecerão eternamente velhas se o governo português e as suas instituições de protecção aos indefesos meninos continuarem a comportar-se como seus algozes.
Isabel A. Ferreira
«Governo reconhece que a protecção das crianças enfrenta ainda sérias dificuldades e quer intensificar a participação de entidades e sociedade civil num debate que conduz à revisão do sistema existente.
O Governo vai criar duas comissões para estudar a melhoria do sistema de promoção e protecção das crianças e jovens em risco.»
Ainda estão nesta fase? Ainda é preciso “estudar” a melhoria do sistema?
«Já agora, senhores governantes, tenham também em conta que esta criança, quase bebé, que vemos nesta foto, (e como ela muitas outras) está em risco, não por estar a “enfrentar” um bezerrinho esquelético e quase bebé também, mas porque pais negligentes, com a cumplicidade de “educadores”(?) para a violência, e de uma maioria de governantes incompetentes, consentem que ela vá para uma arena onde lhe destroem a inocência da infância e ajudam a formar um carácter violento e impiedoso, o que marcará negativamente, irremediavelmente e profundamente o seu futuro e a sua educação para uma cidadania baseada na Ética. E quem se importa? Daí que o encerramento das escolas taurinas deva ser uma das prioridades destas “comissões”.» (I.A.F.)
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Por Filomena Barros
A Renascença sabe que o despacho, assinado por cinco ministérios, vai ser publicado em breve em Diário da República.
Administração Interna, Justiça, Saúde, Educação e Solidariedade e Segurança Social são os cinco ministros que vão rubricar o diploma, que decorre de uma resolução do Conselho de Ministros aprovada em Junho do ano passado.
O despacho determina a criação de duas comissões, constituídas por personalidades já escolhidas e que terão como objecto de análise o sistema de protecção de menores em risco.
O Governo reconhece que há ainda sérias dificuldades na concretização do sistema, o que fragiliza a protecção das crianças, e entende, por isso, ser preciso intensificar a participação de entidades e sociedade civil, com um debate que permita a revisão do sistema existente, assim como do regime jurídico de adopção.
Uma das comissões será coordenada pelo procurador-geral adjunto Maia Neto, a outra pela procuradora-geral adjunta Lucília Gago. Os restantes elementos são representantes escolhidos nos cinco ministérios envolvidos.
As comissões vão funcionar em articulação com o ministro da Solidariedade e Segurança Social, Pedro Mota Soares, e o seu secretário de Estado Marco António Costa.
A criação das duas comissões dá seguimento ao grupo de trabalho formado em Abril de 2012, para estudar o que se chamou de Agenda da Criança.
Na prática, pretende-se melhorar a resposta das instituições para defender o superior interesse da criança.
Fonte:
http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=25&did=136336
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É PREMENTE QUE NESTAS COMISSÕES NÃO ESTEJAM INFILTRADOS AFICIONADOS (COMO ESTÃO NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA), PARA QUE POSSA DEFENDER-SE, DE FACTO, O SUPERIOR INTERESSE DA CRIANÇA
SENÃO VEJAMOS: AS “ESCOLAS” DE TOUREIO SÃO LUGARES ONDE CRIANÇAS E JOVENS MENORES DE 18 ANOS ESTÃO EM ALTO RISCO. E QUEM SE IMPORTA?
Essas “escolas” são um antro, no qual predomina a violência gratuita, o desrespeito pela vida, um acentuado sadismo e prolíferas sementeiras de psicopatia, que poderão configurar-se num crime, tendo em conta o que vem consignado na Constituição da República Portuguesa.
Em Portugal existem milhares de crianças em risco, pelos mais variados motivos. Crianças expostas aos seus carrascos sem que as comissões criadas com o intuito de as proteger, pouco ou nada façam.
Existem crianças expostas a todo o tipo de violência física e moral, seja da violência doméstica, à violação sexual pelos próprios familiares, pedófilos, pais alcoólicos, disputas parentais, pobreza extrema, e também o ensino da tortura sobre seres vivos, enfim, situações onde todos os direitos lhes são negados e violados.
É preciso que estas “comissões”, no que respeita às “escolas” de toureio, tenham em conta que as crianças estão a ser vítimas de pais negligentes que, ao exporem os seus filhos à aprendizagem da violência e tortura gratuitas, estão a “castrar” o futuro deles, desintegrando-os de uma sociedade civilizada, até porque a tauromaquia morreu, e já não se justifica, de modo algum, a existência desses antros maléficos à saúde mental destas crianças e jovens.
Torturar bezerrinhos será algo que se ensine a uma criança de tenra idade? Ou a um jovem em pleno desenvolvimento da sua personalidade?
Estas crianças estão também em risco, e devem ser tão sinalizadas como as que são expostas à violência doméstica, pois frequentar uma “escola” de toureio também é uma forma de as violar moralmente.
Que palavras terão a dizer os psicólogos? Façam uma avaliação psicológica a estas crianças e surpreendam-se com os resultados negativos que encontrarão.
E quem é o principal culpado?
O Estado Português, obviamente, que não tem acautelados os direitos de crianças indefesas, que estão à merce dos seus algozes.
O que aqui se descreve acontece no século vinte e um depois de Cristo, num país integrado na União Europeia, passados já muitos séculos sobre um tempo ensombrado, em que os “homo” eram ainda muito primitivos.
Evolução? Onde...?
Que governantes serão os que permitem tamanha carnificina?
«Curiosidades Jornalísticas de David Callan
A minha curiosidade natural como jornalista levou-me a uma tourada durante as minhas férias em Sevilha.
Não tem desculpa, eu sei, mas como eu tinha crescido numa fazenda em África, e vi na minha infância, as vacas a serem abatidas para alimentação, pensava eu que estaria bem preparado para ver uma tourada, onde o touro supostamente é morto rapidamente por profissionais desta arte de matar.
Mas afinal não foi nada daquilo que eu imaginava, vi-o sofrer indiscriminadamente durante cerca de uma hora, sendo massacrado por diversos tauricidas, com o intuito de, com isso, dar um espectáculo macabro para as pessoas que assistiam na plateia ansiosas por sangue.
Ao meu redor estavam jovens casais e pensionistas que se deliciavam e pediam mais sangue, nessa noite de diversão, que mais parecia um encontro de gente satânica.
O que eu testemunhei era uma tortura autêntica, estava tão revoltado, que dei por mim a estimular o touro a causar danos aos seus algozes.
Como poderia o ser humano torturar e matar lentamente um belo animal, deixando-o cuspir sangue e a afogar-se nos seus próprios fluidos?
Deixo Espanha desgostoso com a ''arte'' das touradas e com raiva de mim próprio por ter colocado a fotografia jornalística à frente da crueldade animal.
(David Callan - Fotógrafo Profissional).»
Fonte:
http://novoblogantitouradaportugal.wordpress.com/2014/01/08/curiosidades-jornalisticas-de-david-callan-testemunho/