O que é que não está a morrer em Portugal?
O que é que não é por culpa dos “humanos?”
Que desamor é este que, perigosamente, está a afectar os homens, que estão a extinguir-se e, com ele, o Planeta?
Foto: Reprodução/Daily Mail
A Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) informou que as aves marinhas e dos campos agrícolas estão a morrer em Portugal, com perdas de populações que chegam aos 80% na última década.
As principais causas são:
- A degradação dos meios rurais e a intensificação da agricultura provocam a queda livre de aves de muitas espécies, que acabam por morrer.
- A captura acidental nas pescas e a poluição luminosa que afectam especialmente as aves marinhas.
- O uso de pesticidas.
- E há também aquele desafecto do homem-predador pelas outras espécies, como se ele fosse o dono do mundo.
No relatório O Estado das Aves em Portugal 2019, a SPEA salienta que aves dos meios agrícolas como o pardal, o pintassilgo, a rola-brava, o picanço-barreteiro, a águia-caçadeira e o sisão mostram "declínios dramáticos (de 49% a 80%)" nos últimos 10 a 15 anos.
Em espécies marinhas que habitam oceanos e orla costeira, regista-se uma diminuição de 25% nos últimos cinco anos da galheta das Berlengas e vêem-se cada vez menos pardelas-baleares, pilritos-das-praias, tordas-mergulheiras e alcatrazes.
Para a SPEA, salva-se uma "nota positiva" que é "a eficácia das acções de conservação da natureza", com aves como o priolo nos Açores, e a cagarra, nas Berlengas, a recuperarem população e a estabilizarem. A SPEA refere que «o priolo, ave que apenas existe na ilha de São Miguel, nos Açores, e que no início deste século era uma das aves mais ameaçadas da Europa, conta agora com uma população estável em torno dos 1.000 indivíduos».
O presidente da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, Domingos Leitão, defendeu que é preciso «investir muito mais dinheiro da Política Agrícola Comum na gestão adequada dos sistemas agrícolas extensivos, como os mosaicos de cereal e pousio e os olivais tradicionais», e salientou que «a política agrícola actual é "perigosa" por causa da expansão da agricultura de regadio intensivo, de monocultura e com uso alargado de agro-químicos».
O relatório aponta ainda a ameaça de espécies invasoras introduzidas em Portugal por acção humana, como o arcebispo e o ganso-do-egipto, que poderão tirar "espaço e alimento" às aves nativas.
Tudo isto, devido à acção do “homem-predador”, o único animal irracional que deambula pelo Planeta. Porque há o outro Homem, o construtivo, mas, ao que parece, existe em menor número, ou está fora das esferas do poder.
Isabel A. Ferreira
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