O governo português sempre em rota de colisão com o BOM SENSO e violando acordos intencionais, não só em questões ambientais.
UMA VERGONHA!
Cientistas portugueses publicaram um artigo em forma de carta, na Revista científica Science pressionando o governo português no sentido de não construir o aeroporto no Montijo, evidenciando sobretudo o efeito destrutivo em centenas de milhares de aves no estuário do Tejo.
Fonte da imagem:
https://pt.slideshare.net/inesserafim/esturio-do-tejo-35403411
Dizem os cientistas que prosseguir com a construção do aeroporto é o contrário de “combater a mudança climática global e reverter a crise da biodiversidade”.
O biólogo José Alves, da Universidade de Aveiro, co-autor com Maria Dias, da organização Birdlife, afirmou esperar que a mensagem chegue lá fora e que isso ajude a pressionar o governo português, para que “o bom senso” prevaleça e o projecto da construção do aeroporto no Montijo seja abortado. é que «estamos a falar de 200 mil aves no Inverno e 300 mil nos períodos migratórios», referiu o biólogo, acrescentando que Movimentos e investigadores na Holanda e na Alemanha, por exemplo, “estão atentos, a questionar o que se passa e o que está em cima da mesa”.
O que está em causa não diz respeito apenas a Portugal e a questão das aves migratórias “não é uma discussão para fazer apenas a nível nacional” porque “há outros países como a Holanda, Dinamarca, Alemanha e Reino Unido, entre outros, que partilham pontos nas rotas destas aves, que ocupam às centenas de milhares o espaço do estuário do rio Tejo, e investem na sua protecção, porque já estão numa trajectória de declínio.
Estamos a falar do maçarico-de-bico-direito, de que há 80 mil exemplares no estuário do Tejo, tal como o pilrito-comum ou a seixoeira estão entre as espécies de aves sobre as quais o voo de aviões a baixa altitude terá impactos muito assinaláveis.
Segundo o citado biólogo, «a ideia de que as aves, porque voam, podem deslocar-se para outros lugares, não corresponde à realidade. Estas aves, apesar de voarem milhares de quilómetros, são fiéis aos locais para onde migram, por vezes ao quilómetro quadrado (…) Haverá mesmo aviões a sobrevoar parte da Reserva Natural do Estuário do Tejo e, em última análise, as aves acabarão por morrer (…) Com os voos, com os altos níveis de ruído, o que acontece é uma perda de ‘habitat’, mesmo sem construção efectiva. Perdem o seu alimento e as populações diminuem. Perdemos aves»
Os cientistas evidenciam ainda que “praticamente metade do estuário do Tejo será impactado e não pode ser substituído, e que a declaração de impacto ambiental da Agência Portuguesa do Ambiente tem por base um parecer favorável do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas que contraria o “o parecer interno desfavorável dos seus técnicos».
Há, pois, muita «falta de informação, erros técnicos e adopção de critérios subjectivos, e as medidas de compensação propostas para as aves não são eficazes, porque não terão para onde ir», afirmam os cientistas.
José Alves e Maria Silva assinalam a ironia de Portugal ter conseguido o título de Capital Verde Europeia[uma falácia]alegando a proximidade do estuário do Tejo e de estar na calha um projecto como o do Montijo, que além do impacto nas aves irá gerar “um aumento substancial nas emissões de carbono em torno da capital.
«Este é um exemplo evidente de uma tentativa de um estado-membro em desconsiderar directrizes de conservação, acordos internacionais de protecção de espécies e habitats, e os anúncios que o próprio Governo faz na promoção de um futuro mais sustentável e sem emissões de carbono”, acusam os cientistas.
Fonte da notícia:
O primeiro-ministro fez hoje um apelo ao "bom senso" no conflito entre o Governo e as autarquias da região de Lisboa e Setúbal, que se opõem à construção do novo aeroporto do Montijo, e com quem irá reunir-se amanhã.
Senhor primeiro-ministro, BOM SENSO é acatar os inúmeros pareceres desfavoráveis à construção do aeroporto no Montijo.
Quando os pareceres desfavoráveis superam os favoráveis, há que parar tudo.
É a isso que se chama BOM SENSO.
Mas para o primeiro-ministro de Portugal o prioritário é zelar pelos interesses económicos de uns poucos, desprezando os pareceres da maioria. E a isso chama-se INSENSATEZ e PREPOTÊNCIA.
Isto não é uma vergonha para Portugal?
É.
Mas só se envergonham os que amam Portugal, e os que se preocupam em proteger a fauna, que os governantes portugueses tanto desprezam, porque interesses financeiros tilintam acima do pulsar da Vida das aves que ali têm o seu habitat.
Senhores governantes: não me venham falar que têm medidas de protecção do meio ambiente, porque estarão a MENTIR!
«Abaixo-assinado explica que temem que ave-símbolo da Holanda seja afectada pelos aviões depois de sair de África e criticam aeroporto numa zona protegida pela União Europeia.
A associação para a defesa das aves da Holanda, em parceria com a Organização Não Governamental BirdLife Europe, está a promover uma petição contra o novo aeroporto no Montijo. O texto altamente crítico para o projecto já reuniu 26 mil assinaturas.
O abaixo-assinado, promovido pela Vogelbescherming Nederland, tem por título “Maçarico Sim! Aeroporto Não!” e tem como objectivo proteger as centenas de milhares de aves do estuário do rio Tejo e em particular uma espécie: o maçarico-de-bico-direito (Limosa limosa).
À TSF, o porta-voz da associação explica que o maçarico-de-bico-direito é a ave nacional da Holanda, país por onde passam, uma vez por ano, cerca de 85% dos animais desta espécie.
“O maçarico-de-bico-direito passa o Inverno na África Ocidental, perto da Serra Leoa e Guiné, e vem até à Holanda reproduzir-se, passando por Portugal e por Espanha, parando, para ‘se reabastecer’, digamos assim, perto de Lisboa, nos campos de arroz”, detalha Thijs den Otter.
Thijs den Otter acrescenta que a área perto de Lisboa é crucial e se há um problema a meio caminho entre África e a Holanda é grande o risco de consequências graves para o maçarico.
A viagem “tão cansativa para um pássaro tão pequeno” pode ser prejudicada fazendo com que as aves cheguem à Holanda numa fase em que não encontram comida.
“Chocados com aeroporto”
Os defensores das aves na Holanda ficaram “chocados” quando souberam que existia o plano para construir o aeroporto no Montijo, um projecto que afectará, acreditam, não apenas os maçaricos como as centenas de milhares de outras aves que passam pela zona.
Sobre o maçarico-de-bico-direito a associação sublinha que “o aeroporto vai perturbá-los, afugentando-os, podendo significar o fim de uma espécie que já está ameaçada”: “O estuário do Tejo é essencial para esta ave migrar da África para a Holanda e estes campos de arroz são vitais para a sua sobrevivência”.
Zona protegida
Admitindo-se “estupefacta”, a associação que defende as aves não percebe como é que o Governo português planeia uma obra destas numa zona que faz parte da Rede Natura 2000, ou seja, uma rede de áreas designadas para conservar os habitats e as espécies selvagens raras, ameaçadas ou vulneráveis na União Europeia, falando-se mesmo num eventual “desastre ecológico”.
Os cientistas estimam que entre Janeiro e Fevereiro o Estuário do Tejo seja usado como abrigo e fonte de alimento por cerca de 50 mil maçaricos-de-bico-direito.
Uma das críticas feitas durante a participação pública sobre o Estudo de Impacto Ambiental do novo aeroporto sublinha que “podem existir conflitos nas aproximações pelo cone norte e descolagens para norte, face à existência de várias concentrações de aves acima dos 10 mil indivíduos na trajectória de voo das aeronaves, apenas a 2000 pés de altitude”. “A maioria dessas aves”, salienta-se, “são maçaricos-de-bico-direito que voam frequentemente a alturas muito superiores a 2000 pés”.
Holandeses contra aeroporto do Montijo: 26 mil já assinaram petição
Fontes:
O estudo ambiental pedido pelo governo, viabiliza aeroporto do Montijo, mas alerta para as ameaças às aves e ruído.
Só esta ameaça às aves e ruído (que prejudica a saúde das populações) já seria bastante para INVIABILIZAR o aeroporto.
Mas em Portugal é assim: faz mossa? Faz. Então avance-se.
Uma vez mais o governo português tenta atirar areia para os olhos de quem VÊ. Encomenda o estudo, e o estudo reflecte o que os governantes querem.
Mas espero que o POVO, de olhos bem abertos, se oponha a mais esta NEGOCIATA.
É que o resultado do impacte ambiental é DESASTROSO para o ambiente (fauna e flora) e para a saúde da população.
Mas para os governantes, o que é que isso interessa? NADA.
O que interessa é a negociata, que está por trás disto tudo.