CARTÃO VERMELHO não só às touradas, como aos deputados da Assembleia da República Portuguesa, como também à Igreja Católica no mundo
Touradas: uma barbárie a ser combatida pela Igreja
Por José Andrade Melo
No passado dia 25 de Setembro o Papa Francisco tornou-se um activista dos direitos dos animais, recebendo, numa cerimónia oficial, uma placa de sócio honorário da poderosa e influente Feder F.I.D.A. (Federação Italiana dos Direitos dos Animais).
Para além da adesão a membro da F.I.D.A. a Presidente desta associação, Loredana Proni, anunciou também a concordância do Papa com a proposta da criação de uma Jornada dedicada aos Direitos dos Animais, tendo já dado conselhos sobre acções para o projecto.
Papa Francisco na cerimónia da adesão à F.I.D.A.
Para todos os cristãos, a decisão de Bergoglio, escolher o nome de “Francisco” não foi um mero acaso. São Francisco é conhecido como o exemplo mundial de simplicidade, mas igualmente pelo do amor e protecção dos animais, sendo também que, em coerência, o Papa actual, como “seu seguidor”, já se tem destacado pela simpatia sobre o mundo animal, vincando-a agora na adesão a este importante movimento italiano de activistas pelos direitos dos animais.
Sem dúvida que respeitar e lutar pelo bem-estar dos animais é um dever de obrigação cristã, na essência do preceituado bíblico, e um valor/dever universal generalizado da ética humana, independentemente de qualquer credo ou religião.
Diploma do Papa como sócio honorário da F.I.D.A.
Reitero que “a compaixão pelos animais é das mais nobres virtudes da natureza humana, sendo nosso dever ético respeitá-los e agir pelo seu bem-estar, na consideração de que são seres sencientes que sofrem e sentem como gente, e não se podem defender por si próprios.”
Expressou, ainda, Loredana Proni, que a adesão a sócio e aceitação da proposta, pelo Papa Francisco, “foi para nós uma grande honra e alegria, mas também a oportunidade de trazer o tema da protecção dos animais para a Igreja”.
Fico também na esperança de que, esta postura assumida do Papa, de activismo, na defesa dos animais, à semelhança do seu referencial “Francisco de Assis”, irradie exemplo junto das igrejas, de católicos e cristãos em geral, em todo o mundo, provocando as mudanças atitudinais necessárias, no respeito pela vida de todos os seres, conforme preceitua a Bíblia.
Por exemplo, está na hora de algumas igrejas dos Açores (e também do Continente) passarem a ser “justas”, coerentes e obedientes, tendo em conta estes referenciais do Papa Francisco e os ditames bíblicos, renegando a realização de touradas associadas a festas paroquiais, pelo mal-estar e sofrimento que cria aos animais, e contradição bíblica, conforme Provérbios 12:10 : “Os justos importam-se com o bem-estar dos seus animais” e “Todos os animais pertencem a Deus” (Salmo 24:1), entre outras passagens que mostram o cuidado de Deus com os animais.
Outra situação vergonhosa e anticristã que não poderá repetir-se, foi a cruel matança de cães que pernoitavam junto do Santuário de Fátima e que foram mandados abater pelas chefias, sob a desculpa de que “os animais famintos incomodavam os turistas”. Isto não é cristianismo, mas sim fingimento hipócrita, privilegiando-se o “negócio” em detrimento do respeito pela vida!
O que dizer destas vis e repudiantes acções versus as palavras de João Paulo II: “Os animais possuem uma alma e os homens devem amar e sentirem-se solidários com os nossos irmãos menores”. Ele chegou a dizer que “todos os animais são fruto da acção criativa do Espírito Santo e merecem respeito” e que eles estão “tão próximos de Deus como estão os homens”.
* José Andrade Melo
CADEP-CN e Amigos dos Açores Santa Maria
Fonte:
http://natur-mariense.blogspot.pt/2013/10/papa-francisco-torna-se-ativista-dos.html?spref=fb
Óscar Horta, Professor de Filosofia e Moral da Universidade de Santiago de Compostela e activista dos Direitos dos Animais, comparou as touradas ao sexismo, ao racismo e ao nazismo, uma vez que infligem “abusos e discriminação” a um terceiro: o Touro, de acordo com o jornal espanhol ABC.
Num debate na Servimedia TV, no qual o escritor Fernando Savater também participou, Óscar Horta considerou que as touradas são “um espectáculo no qual o que se faz é torturar alguém até à morte para o desfrute alheio, uma prática injustificável e injusta onde absolutamente nenhum dos aficionados por esta actividade aceitaria colocar-se no lugar de quem está a ser torturado, neste caso o animal. Se a entrada para uma tourada não fosse apenas algum dinheiro, mas depois ter de sofrer a morte, ninguém o aceitaria” acrescentou.
Neste sentido, o Professor comparou as touradas ao racismo, ao sexismo e ao nazismo. “Pouco a pouco, ao longo dos séculos, lutámos para que as injustiças fossem erradicadas. Os animais sofrem abusos e, tal como no nazismo ou no sexismo, sofrem discriminação simplesmente porque pertencem a uma espécie diferente da nossa”.
Termo análogo ao racismo e sexismo é o especismo, que é muito simples, explicou. Para Óscar Horta, os Touros sofrem na arena porque têm uma fisiologia igual à do ser humano “não há razões para pensar que a dor deles é diferente da nossa. Quando alguém sofre uma dor aguda, muito significativa, ou uma dor crónica devido a uma doença, essa dor pode ser tão negativa e causar tanto sofrimento, que chega a ser maior que o sofrimento físico. Portanto, não podemos continuar afirmando que os animais, ainda que sofram, sofrem menos do que nós”.
Óscar Horta garantiu ainda que as touradas atraem uma minoria da sociedade e que pesquisas apontam que 80 % das pessoas não tem interesse algum por elas. “Apelo a todas as pessoas que já estão conscientes do horror e do abuso das touradas, para que façam uma conexão. Vivemos numa sociedade na qual, desde que somos crianças, nos ensinam que os animais existem para serem utilizados para nosso benefício, e que não lhes devemos nenhum respeito. Ensinam-nos a utilizá-los e a alimentarmo-nos deles, mesmo que seja possível nos alimentarmos sem eles, como já fazem milhões de pessoas em todo o mundo”.
Por último, o Professor referiu que as touradas “fazem parte da cultura espanhola, e que o sexismo está plenamente encrustado na nessa cultura. Vivemos numa sociedade sexista, o que não implica que essa sociedade seja intocável, temos de deixar para trás o que nela está errado. Com as agressões aos animais dá-se o mesmo. Uma cultura que consiste em maltratar e privar da vida seres inocentes, não pode permanecer no tempo» concluiu, Óscar Horta.
Fonte:
http://www.anda.jor.br/20/05/2013/touradas-sao-comparadas-ao-racismo-nazismo-e-sexismo