É sempre triste comprovar que Portugal não avança para o Século XXI d.C., devido a leis retrógradas avalizadas por gente retrógrada, que ainda permite que a barbárie continue a sujar e a enxovalhar um País que quase nada tem que se aproveite.
Esta “corrida real” surpreendeu a todos, depois de um interregno.
O que faria ressuscitar a barbárie no seio de uma família que devia dar o BOM exemplo de educação, de civilização, de ética, de evolução? Que tipo de civilidade o casal real está a passar aos seus filhos?
Misturam-se com a ralé tauromáquica? Bem sabemos que a tauromaquia sempre fez parte dos “divertimentos” da inculta realeza espanhola, e foi introduzida em Portugal por Filipe II de Espanha, I de Portugal, em 1581, o qual tinha uma grande TARA por práticas cruéis, não só pela tortura de Touros, como gostava de assistir aos autos de fé, e delirava com o atroz sofrimento de pessoas inocentes, nas fogueiras da Inquisição. E fazia isto para se entreter.
Até essa data fatídica de 1581, a monarquia portuguesa não se entretinha a ver torturar Touros, uma prática bárbara, cruel, violenta, desumana, abominável, aberrante, execrável, deplorável, inaceitável, lamentável, atroz, patética, vergonhosa, desprezível, que apenas gente sem um pingo de empatia e, diga-se em abono da verdade, muito ignorante, assistia, sendo algo condizente com a ralé com a qual a realeza não gostava de se misturar, por isso faziam “touradas reais”.
Porém, as touradas já foram proibidas em Portugal, no Reinado de Dona Maria II, em 1836, através de um decreto assinado por Passos Manuel, secretário de Estados dos Negócios do Reino, onde os “espectáculos” tauromáquicos eram considerados "um divertimento bárbaro e impróprio de Nações civilizadas".
Pois é! Em 2022, as touradas continuam a ser um divertimento bárbaro e impróprio de nações civilizadas. A lucidez de Dona Maria II, no entanto, não foi tida em conta, e da lucidez passou-se às trevas, em pouco tempo, porque, em Portugal o povo culto e esclarecido, apesar de não ser uma minoria, NÃO tem força suficiente para destruir as paredes de betão armado da ESTUPIDEZ, que se ergueram ali para os lados de São Bento.
Bem podia a Senhora Dona Isabel, Duquesa de Bragança (como fica mal na imagem, ao lado de algo que envergonha as pedras das calçadas de Lisboa!) seguir as ideias avançadas de Dona Maria II e contribuir para catapultar Portugal, para o século XXI d.C., dando o BOM exemplo, considerando as touradas “um divertimento bárbaro e impróprio de Nações civilizadas”.
A Dona Isabel de Herédia não terá divertimentos mais civilizados para frequentar em Lisboa?
Lisboa NÃO tem uma Casa Da Ópera, mas tem um campo pequeno, onde se torturam Touros, animais sencientes, para divertir gente sem um pingo de empatia, gente sádica, gente sem ética.
A imagem que aqui deixo é absolutamente DEPRIMENTE, e diz do atraso civilizacional em que Portugal ainda está mergulhado, com uma capital troglodita (Lisboa, quem diria!!!!), e uma família real que ainda não saiu da Idade Média, uma vez que sabemos que a origem das touradas remonta à época medieval, em Espanha, havendo registos desses eventos trogloditas no século XII, normalmente para comemorações das família reais.
Mas essa época ficou muito lá para trás. Na Espanha, cada vez mais, as touradas são rejeitadas. Em Portugal, o público escasseia, tendo-se andado por aí a torturar Touros para cadeiras vazias.
Mas em São Bento, onde a LUZ da civilização não consegue entrar, predominam as trevas, e a esmagadora maioria dos deputados da Nação celebra com os membros da família real portuguesa a barbárie de origem espanhola, que se implantou em Portugal, com um rei que se divertia a ver arder pessoas nas fogueiras da Inquisição.
Quanta miséria moral, social e cultural para aqui vai!!!!!!
Isabel A. Ferreira
Dizem às crianças: «Os animais são nossos amigos». E as crianças, que sabem perguntar, perguntam: «Se os animais são nossos amigos, por que é que os adultos não são amigos dos animais?»
Que resposta terão para dar a esta pergunta tão apropriada?
Carta aberta aos autarcas sintrenses
Exmo. Senhor Presidente da Câmara Municipal de Sintra
Exmo. Senhor Presidente da Junta de freguesia de S. Pedro de Sintra
Exma. Senhora Presidente da Assembleia de Freguesia de Sintra
Excelências,
Começo por felicitar-vos pela majestosa feira Medieval de Sintra, realizada anualmente na freguesia de S. Pedro de Sintra, e aprecio a valorização que é dada ao artesanato, bem como a promoção de ofícios da época e danças populares, entre outros motivos de interesse recreativo.
No entanto, gostaria de sugerir, para futuras Feiras Medievais nesta ou noutra Freguesia do Vosso Conselho (p. ex. na Feira Setecentista de Queluz), a exclusão da exploração de animais para actividades de “entretenimento”, nomeadamente o uso de póneis para recreação de crianças, e o desfile de burros.
Não é de todo necessária a presença destes animais nas Feiras, posto que a Época Medieval tem várias formas de ser dignamente retratada, sem necessidade de recorrer á exploração de Animais.
Sabemos que a exploração de animais era um costume medieval, mas não há necessidade de “mostrar” a parte negativa dessa época.
A Feira proporciona às crianças e adultos diversas formas de divertimento e actividades lúdicas isentas de exploração, e ficará bastante mais rica sem este tipo de actividades.
A utilização de póneis para divertimento é perfeitamente prescindível, uma vez que os animais são sujeitos a um extremo cansaço de horas de trabalho, em prol da vontade humana, deambulando entre as centenas de visitantes, no meio de ruído e confusão, num ambiente totalmente desaconselhado para a presença de animais, o qual não faz parte do habitat deles.
Igualmente os burros mirandeses, expostos à curiosidade de todos, sujeitos ao mesmo stress, deveriam ser protegidos deste ambiente nocivo, e cada vez mais afastados do conceito de “burro de carga”.
Nos tempos que correm, já não há necessidade disso, e o cansaço visível destes animais é absolutamente desaconselhado a crianças, às quais dizem que “os animais são nossos amigos”, e elas perguntam com propriedade: «Se os animais são nossos amigos, porque é que os adultos não são amigos dos animais?»
Relembro o Artigo constante na Declaração Universal dos Direitos dos Animais:
Artigo 10º
“Nenhum animal deve de ser explorado para divertimento do homem.
1) – As exibições de animais e os espectáculos que utilizem animais são incompatíveis com a dignidade do animal.”
Sintra tem-se vindo a afirmar como uma vila progressista, moral, social e politicamente evoluída, que não deixa de cuidar da protecção dos animais, nomeadamente não autorizando espectáculos que envolvam a tortura física e/ou psíquico-emocional de animais. No entanto, mantém os passeios em charretes puxadas por Cavalos, uma violência tremenda contra animais extremamente sensíveis.
Neste sentido, reitero a sugestão/apelo para que não seja permitido o uso destes animais nas Feiras Medievais, nem em qualquer outra actividade promovida ou realizada, no conselho, mantendo este, deste modo, uma imagem digna e moderna que tem perante a sociedade, munícipes e outros, ou seja, a imagem de uma Vila que se preocupa com o bem-estar de todas as espécies.
Agradecendo a atenção de V. Exas., apresento os meus melhores cumprimentos,
Isabel A. Ferreira