Segunda-feira, 21 de Dezembro de 2020

Simplesmente abominável: 540 animais chacinados em montaria na Azambuja

 

Isto acontece em Portugal, um país que diz ter leis de Protecção Animal. Mas uns, são mais animais do que outros. E uns, são mais bárbaros do que outros. E os que perpetraram este biocídio deram aso aos seus mais primitivos instintos assassinos. Nenhum animal não-humano seria capaz de tamanha atrocidade.

 

O “massacre” da Azambuja envolveu a maior parte dos veados e gamos que viviam na Quinta da Torre Bela e também de uma quantidade considerável de javalis, e tal carnificina está a gerar uma revolta generalizada de autarcas locais, forças partidárias, ambientalistas e defensores dos animais.

 

Cerca de 540 animais foram mortos  durante uma montada, ocorrida no passado dia 17 de Dezembro, na Quinta da Torre Bela, em Aveiras de Cima, concelho da Azambuja, na qual participaram 16 caçadores espanhóis, homens, mas também mulheres, numa iniciativa  de uma empresa espanhola, que todos os anos promove esta prática bárbara na Península Ibérica. 

 

Eis a posição do PAN sobre o massacre destes animais:

 

Matança.jpg

 

Massacre.png

 

Imagens que correm nas redes sociais e envergonham Portugal e a Humanidade

 

De acordo com as informações recebidas pelo PAN – Pessoas-Animais-Natureza, foram abatidos 540 animais numa montaria realizada na Quinta da Torre da Bela, em Aveiras de Cima (concelho de Azambuja). No entender do PAN, matar por regozijo e desporto é simplesmente desumano e representa um grave retrocesso civilizacional.

 

O PAN tem defendido uma regulamentação apertada para o sector da caça decorrente dos visíveis impactos negativos para a biodiversidade, protecção e bem-estar animal e ainda que as propostas apresentadas por este Partido não tenham tido acolhimento parlamentar até à data, não deixarão de pugnar por uma legislação mais apertada e justa.

 

Por outro lado, refere o comunicado, ninguém sabe com exactidão qual é o estado de conservação das populações de espécies classificadas como cinegéticas. Os dados existentes resultam da contabilização dos animais mortos e não do número efectivo. Daí que, no entender do PAN, a realização de censos é fundamental. Foi nesse sentido que apresentaram uma proposta para que o Governo procurasse assegurar a realização de um censo e a monitorização das espécies sujeitas a exploração cinegética, a qual foi, contudo, rejeitada com os votos contra do PSD, PS, CDS-PP e PCP [sempre os mesmos atrasos de vida, uns que se dizem de esquerda, outros que se dizem de direita, unidos para viabilizarem massacres de seres vivos, para divertimento de uns poucos. Não esquecer disto na hora de votar].

 

Sobre esta questão em concreto, na zona da Azambuja, o PAN já questionou o Governo, através do Ministério do Ambiente e Acção Climática, liderado por João Pedro Matos Fernandes, com vista a apurar o que levou à autorização desta montaria, numa zona de grande sensibilidade ecológica, envolta em polémica, para onde está, inclusivamente, prevista a instalação de uma central fotovoltaica com 775 hectares e cujo Estudo de Impacte Ambiental (EIA) encontra-se ainda em fase de consulta pública até 20 de Janeiro de 2021. Para além disso, o PAN requereu também hoje uma audição ao Ministro do Ambiente com carácter de urgência para esclarecer esta situação.

 

O que aconteceu na Azambuja é absolutamente repugnante. Os responsáveis por este massacre deviam ser acusados de biocídio.

 

O PAN promete investigar o caso e exigir responsabilidades sobre o sucedido.

Isabel A. Ferreira

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 19:16

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Comentários:
De Purpurina a 22 de Dezembro de 2020 às 15:55
Nem sei bem que comentário fazer... Como não faço nada para lutar contra isto nem sei se é pertinente comentar. Quando vejo estas imagens, algo dentro de mim quer muito acreditar que isto não é real e que a espécie humana jamais seria capaz de tal atrocidade em tempo que acreditamos ser de algum amadurecimento civilizacional.

Nem tenho palavras para descrever esta aberração. A única coisa que posso concluir é que seres humanos capazes de cometer tais atrocidades por desporto, precisam de algum tipo de ajuda.
De A Miúda a 22 de Dezembro de 2020 às 17:25
Um ato revoltante em pleno século XXI.

Já dizia Camões; "Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades..."; mas enquanto uns tentam progredir e adaptar-se às novas realidades, outros preferem ficar no passado a manter vivas tradições obsoletas, ridículas, repulsivas e que não deviam continuar a existir.

Há uns tempos também vi anunciar uma montaria, em nada parecida com esta que aconteceu na Azambuja, mas igualmente revoltante. Eram os cães dos caçadores que atacariam e matariam raposas e/ou javalis (já não me recordo). Ou seja, estes animais iriam sofrer, e muito, antes de morrer.

O Governo Português tem leis e diretivas, mas está sempre pronto a virar a cara e fazer de conta que certas situações não acontecem. Adota certas leis para parecer bem ou para fazer a vontade a um grupo de pessoas, mas quando chega a altura de as aplicar prefere não fazer nada.

Situações destas não deviam acontecer numa sociedade que se diz desenvolvida. É uma vergonha
De Carlos Ricardo a 22 de Dezembro de 2020 às 19:09
Não faço comentários porque a única coisa que poderia dizer, rotular-me-iam de assassino de humanos !!
Para bom entendedor, meia palavra basta !!
De Arsénio de Sousa Pires a 23 de Dezembro de 2020 às 00:10
Como é possível sequer imaginar que uma barbaridade destas possa existir na Humanidade em pleno século XXI?
Fico estarrecido perante as fotografias desta matança efectuada por homens e mulheres (!!!) totalmente desprovidos de empatia por seres vivos como nós? Serão seres humanos? Não serão antes seres pertencentes a uma sub-espécie humana troglodita que resistiu a qualquer avanço na evolução do Homem?
Sinto vergonha por Portugal e pela Humanidade!

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