
Esta é a expressão que identifica não só o povo de Barrancos, única localidade troglodita em que, graças ao falecido ex-presidente da República e aficionado Jorge Sampaio, os Touros morrem na arena, entre a histeria dos que praticam e aplaudem, em êxtase, perante os estertores da morte do Touro (*), cuja natureza biológica é senciente (**), esta selvajaria que conduz ao estado deplorável do Touro, evidente nesta imagem, ainda com a espada enterrada no lombo, a sangrar desalmadamente e já perto da morte, que, segundo o Médico-Veterinário Nuno Paixão, é banalizada à frente de toda a gente.
E se esta é a expressão que identifica o povo de Barrancos ou os aficionados desta selvajaria, temos de concordar que não passam de um bando de sádicos e psicopatas, com uma gravíssima deformação mental que os leva a não conseguir discernir o mal que provocam ao animal.

E esta é a expressão que identifica todos os que amam os Touros e os defendem dos seus cruéis torturadores. Nós queremo-los assim, belos, soltos nos prados, a cumprir a sua existência pacífica de bovinos, ruminantes, mansos, amáveis, sensíveis. Não os vemos como alimento, mas como um dos nossos irmãos planetários. Neles vemos a humanidade que não existe nos seus carrascos.
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No passado dia 14 de Setembro, a SIC Notícias, no Jornal Domingo, deu tempo de antena à selvajaria tauromáquica, vulgo tourada, sob o título «Touradas: Tradição ou Crueldade?», onde foi apresentada uma excelente reportagem, que, numa escala elevada ao infinito, mostrou toda a crueldade, a boçalidade, a estupidez, a ignorância, a irracionalidade, a falta de bom senso, de insensatez e de empatia (um dos mais nobres sentimentos, comum a todos os animais que connosco partilham o Planeta), das criaturas que praticam, aplaudem e apoiam a tauromaquia, em todas as suas cruéis vertentes.
Dessa reportagem, da qual consegui o vídeo integral, respigarei em itálico, as intervenções dos trogloditas que mais perturbaram a minha racionalidade. Pareceu-me que eu havia recuado no tempo, e estava a ver uma reportagem emitida numa época em que os homens ainda NÃO tinham desenvolvido a capacidade de pensar, e viviam envoltos em trevas, que não lhes deixavam ver a luz. E eu, ali, no meio deles, chegada do futuro...
Isto é assim:

«Os Touros estão a pastar nos prados, não lhes falta nada, não é lindo? E depois vão para a arena e aquilo é arte [comparem com a imagem que abre este texto] parece um bailado. O Touro é a minha vida, sem o Touro eu não seria nada. Contar sobre o que se faz na arena é muito apelativo».
«Tinha nove anos quando comecei a tourear (...) São sensações difíceis para descrever por palavras».
«Tem de haver respeito (...). Há pessoas que não gostam da nossa profissão [profissão?] Não gera muito dinheiro, mas é uma paixão».
É que é de pequenino que se torce o pepino. E os trogloditas/pepinos foram torcidos de tal forma, que nunca conseguiram chegar a ser grandes.
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Sangue e arte:
«O Touro nasceu para ser agressivo».
Na tourada «há sempre sangue, mas não é sanguinária, nunca foi».
Então alguém diz, lá do alto do seu dessaber: «O animal não sofre. Ponto final».
Existe uma lei de Protecção Animal em Portugal, para Cães e Gatos, deixando de fora os gados bovino e cavalar, que os legisladores NÃO consideram animais, por isso, um cidadão pode ser preso por espancar Cães, mas safa-se se torturar um bovino até à morte, deixando-o num charco de sangue.
O que tenho a dizer do que vi e ouvi na reportagem emitida pela SIC Notícias:
Tudo isto é anormal. Vivemos num País onde a incultura impera, fora e dentro do Parlamento, que continua a chumbar as propostas do PAN [e atenção! eu sou apartidária] em defesa de todos os Animais, e a atribuir, todos os anos, 19 milhões de Euros para o massacre dos Touros.
Os que apareceram na reportagem, da qual uma parte pode ser vista aqui, a fazer a apologia da selvajaria tauromáquica, coitados, não fazem ideia da ignorância e estupidez que demonstraram. Algo que só as pessoas que já evoluíram podem avaliar.
Ao contrário da “arte e cultura” que eles consideram ser a selvajaria tauromáquica, esta não passa de um abominável costume bárbaro, só praticado, aplaudido e apoiado por gente sádica, psicopata e inculta.
A selvajaria tauromáquica nada tem a ver com gosto ou não-gosto, tem a ver com FALTA de Ética, de Civilização e de Evolução.
E não tentem os tauricidas justificar as touradas com as lagostas cozinhadas vivas, ou de matarem animais brutalmente para os omnívoros os comerem, porque é da estupidez justificar uma estupidez com outra estupidez.
A selvajaria tauromáquica NÃO é um espectáculo, é uma prática selvática, que contém cenas cruéis que não se encaixam em nenhuma actividade humana civilizada; a selvajaria tauromáquica NÃO é uma tradição [a tradição cultiva, não tortura], mas sim um costume bárbaro abominável herdado de gente bárbara que nunca saiu da escuridão; a selvajaria tauromáquica NÃO é cultura, porque na Cultura, quer seja erudita quer seja popular, não se encaixa a tortura de seres sencientes para divertir sádicos, psicopatas e gente inculta. Na Cultura constrói-se, não se destrói.
E para quem não sabe e quiser saber, aqui deixarei um link para um texto onde se explica o que é
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Tauromaquia: tradição cruel ou espectáculo cultural?
Pergunta a SIC Notícias.
A notícia acima referida refere que no Alentejo, as praças de Touros continuam a encher-se para ver touradas. É mentira. Cada vez há menos gente a frequentar touradas, e as que vão são oriundas de várias localidades do País, que já evoluíram e acabaram com essa prática bárbara, mas nelas ainda existe um núcleo de trogloditas, principalmente no Norte de Portugal, onde só Ponte de Lima mantém a selvajaria tauromáquica em várias vertentes, e fazem quilómetros para satisfazer o seu sadismo e psicopatia.
Diz a notícia que apesar da polémica em vários sectores da vida nacional, a tradição mantém-se viva na região, onde a tauromaquia é mais do que espectáculo. Tem peso na economia local e continua a ser um traço forte da identidade cultural alentejana.
Acontece que a selvajaria tauromáquica NÃO é tradição portuguesa. Foi introduzida em Portugal pelo sádico Rei espanhol, Filipe I de Espanha, II de Portugal, que quando estava entediado, para se divertir, mandava fazer touradas, com touros de morte, ou autos de fé, onde a santa inquisição queimava pessoas inocentes. Isto diz tudo do carácter desta gente.
E a notícia prossegue, tentando atirar areia para os olhos de quem os tem bem abertos, mas protegidos por óculos que deixam ver e protegem, não os cegando.
É símbolo da identidade do povo alentejano. A tauromaquia atravessa gerações e, para muitos, representa mais do que um espeCtáculo.
Pois sabemos do atraso de vida que se vive no Alentejo. E sabemos também que a tauromaquia atravessou gerações, e hoje é mais do que um espeCtáculo, é um viver à tripa forra com os milhares de Euros públicos que o Estado lhes dá de mão beijada. Parasitas!
A emoção de entrar na praça carrega consigo toda a história do touro. RefleCte o laço que o Alentejo mantém com a tauromaquia e a sua importância para a região.
Acabe-se com os subsídios e então veremos a importância da tauromaquia para a região.
É nesta altura do ano que um pouco por todo o Alentejo se fazem as corridas ou largadas de touros. Praticamente todas as praças ficam cheias.
Algumas ficam cheias de moscas, mesmo com os bilhetes de borla, e de gente que vem de todas as localidades trogloditas do País, em excursões pagas pelas autarquias.

A estes municípios podem faltar o pão, a habitação, a saúde, mas a selvajaria não falta. Esta gente tem o que merece, e nem sequer pode andar por aí a exigir o que não têm. Que vivam dos subsídios que recebem para torturar Touros.
Entre a paixão dos que vivem a tradição e a contestação dos que querem a mudança. As touradas continuam a ser um dos temas mais controversos da cultura portuguesa. Quem é contra as corridas de touros fala sobre uma tradição cruel, ultrapassada e desnecessária.
Eu ainda acrescento mais: para já NÃO é tradição, é costume bárbaro, é cruel, é inútil, e só existe à conta dos subsídios, muito bem acautelados na Assembleia da República, por deputados que se candidatam exclusivamente para os garantir.
A tauromaquia no Alentejo continua a ocupar um lugar importante na vida cultural e social. Para todos os que nela participam, seja dentro ou fora da arena, a tradição é uma herança que querem ver preservada.
A tauromaquia no Alentejo continua a ocupar um lugar importante na vida cultural e social? Querem ver preservado o costume bárbaro herdado de gente bárbara com deformações mentais graves?
É isso que querem para o Alentejo?
Acabe-se com os 19 milhões de Euros que injectam na barbárie e vejam o que acontece.
Vão trabalhar no campo. Invistam esse dinheiro de um modo civilizado: em hortas, em pomares, em searas, em cortiça. Deixem os bovinos em paz, evoluam e vivam para o amanhã, deixando para trás o passado tenebroso que herdaram de gente que nunca evoluiu. Essa é que é a vossa verdadeira herança: as trevas, a ignorância, a estupidez.
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(**) Obriguei-me a ver matar um Touro (nas imagens da reportagem) algo que nunca tinha visto, nem nos meus mais pavorosos pesadelos. Agora posso dizer do horror que tais imagens me provocaram, rasgando-me a alma. Como é possível banalizar a morte de um animal como eu, diante de um povo primitivo, bronco, histérico, a aplaudir os estertores dessa morte, que são exactamente iguais aos do animal-homem? Mas mais incrível é saber que em Portugal, um acto tão bárbaro como este é permitido por lei. A que espécie pertencerão este povo que aplaude, e estes governantes que permitem que uma morte tão cruel possa ser alvo de algo chamado “festa”? À espécie humana NÃO pertencerão, com toda a certeza.
(**) A natureza biológica do Touro é senciente, de acordo com o Médico-Veterinário Nuno Paixão, que participou no debate que se seguiu à emissão da reportagem, abordando também a questão da “selecção artificial” do Touro dito bravo, que não existe na Natureza.
Nuno Paixão, referindo-se a Joaquim Grave, um ganadeiro que promove touradas e diz-se veterinário: «Um veterinário que diz que o Touro não sofre, não é médico-veterinário». Para mim, é um carniceiro.
Isabel A. Ferreira