E não é. A tortura de Touros não é possível, numa sociedade evoluída.
O que é da ÉTICA não pode ser referendado. A tortura de Touros é uma questão da Ética, do Senso Comum, das Leis Naturais e Universais.
Referendar a tortura de Touros é admitir que a tortura de Touros é possível.
Eis o que é a Ética, explicada de um modo simples, por Mário Sérgio Cortella (***) para que todos entendam:
Referendar a tortura de Touros é ACEITÁ-LA como algo que pode ser válido para a sociedade, e que uns querem, e outros não querem.
As questões da VIDA não são referendáveis. A VIDA é tão importante para o animal humano, como para o animal não-humano, por isso estes são tão cuidadosos com a vida deles, defendem-na corajosamente, não poluem o seu habitat natural, e são eles o equilíbrio racional do ecossistema, que o animal homem, irracionalmente, destrói.
Ainda se a pergunta a fazer fosse directa e clara:
É A FAVOR DA TORTURA DE TOUROS E CAVALOS NUMA ARENA, PARA DIVERTIR SÁDICOS E PSICOPATAS?
… talvez (talvez) o referendo pudesse ser aceitável...
Contudo, nos referendos, como todos nós sabemos, as perguntas nunca são directas e claras, precisamente para confundir os menos esclarecidos e, com isso, servir a política e não a sociedade.
De qualquer modo, um referendo sobre a tortura de Touros é admitir essa barbárie no seio da nossa sociedade, que se quer evoluída. Portanto, algo contraproducente.
(***) Mario Sergio Cortella é um filósofo, escritor, educador, palestrante e professor universitário brasileiro, mais conhecido por divulgar, com outros intelectuais como Clóvis de Barros Filho, Leandro Karnal, Renato Janine Ribeiro e Luiz Felipe Pondé, questões sociais ligadas à filosofia na sociedade contemporânea.
Isabel A. Ferreira