A cobardia de um grupo de marmanjos contra um indefeso bovino bebé…
Queremos que a Queima das Fitas de Coimbra deixe de estar manchada pelo divertimento à custa de sofrimento e exploração animal.
É MUITO IMPORTANTE mostrar que na academia, na sociedade coimbrã e na sociedade portuguesa em geral, a esmagadora maioria não concorda com a inclusão da garraiada na Queima das Fitas, e por isso apelamos que enviem uma mensagem às entidades responsáveis.
Vamos dar voz a quem não a tem!
Destinatários:
geral@academica.pt;
cveteranos@gmail.com; geral@queimadasfitascoimbra.pt; gbreitor@uc.pt
CC: queimadasfarpas@gmail.com
***
Mensagem (adaptada da original):
A garraiada é uma actividade cruel e violenta que maltrata física e psicologicamente bovinos ainda bebés. Não há razão alguma para a incluir numa festa de estudantes, que se dizem do Ensino Superior.
Que superioridade haverá na cobardia de atacarem um indefeso bovino bebé?
Consideramos que a capacidade de ver um mundo novo e a coragem de lutar por ele é a verdadeira tradição Coimbrã, que não podemos deixar morrer e por isso aqui estamos a pedir que se acabe com a garraiada, onde se maltrata bezerrinhos bebés, uma prática que envergonha a Universidade e a cidade de Coimbra.
Pedimos aos organizadores da Queima das Fitas de Coimbra que em nome da Evolução, da Civilização e da Cultura Culta, cresçam como universitários, que devem prezar-se de o ser.
Em nenhuma outra academia, os estudantes baixam de nível, ao ponto de se divertirem à moda dos broncos.
É da Ética, do Bom Senso e da Racionalidade que as entidades relacionadas com a denominada “Cidade do Conhecimento” (não é assim que a apresentam ao mundo?) e com a própria Universidade de Coimbra, tomem uma posição pública contra esta prática cobarde que desprestigia toda a Humanidade.
Isabel A. Ferreira
De Maria João Lopes Gaspar Oliveira a 1 de Março de 2017 às 20:18
Enviei este e-mail para os endereços electrónicos que a Isabel indicou:
Exmo(s) Senhor(es) :
A Queima das Fitas vai-se aproximando, e a minha angústia cresce à medida que o tempo passa. Mal posso acreditar que a garraiada (nem os bebés escapam à exploração e sofrimento físico e psicológico...) ainda se mantenha na "Cidade do Conhecimento", até porque a CULTURA é incompatível com a tortura.
Os bezerrinhos são animais dotados de sistema nervoso e de cérebro, logo seres sencientes. E as pessoas divertem-se, em pleno século XXI, com o sofrimento de um animal bebé assustado, perante a força física de jovens estudantes que ainda não se recusaram a praticar este acto cruel.
Sem a ética da compaixão, não é possível um mundo melhor. Interiorizar o sofrimento alheio é um grande passo em frente. Custa muito, confesso, mas... quando amamos, verdadeiramente, os animais, o nosso sofrimento é também inevitável, e não podemos, de modo algum, ficar de braços cruzados.
É urgente também uma revisão do conceito de tradição (se não evoluirmos, as nossas práticas continuarão a ser medievalescas...) e de arte, porque esta tem um papel humanizante e civilizador, pelo que não pode ser compatível com a tortura.
Além disso, há ainda o preconceito do especismo, que leva o homem a pensar que é um animal "superior", e que, por isso, os outros animais são objectos descartáveis ao serviço dos seus interesses, sofram o que sofrerem com isso. Com razão, Gandhi afirmou que o nível de civilização de um povo se pode avaliar pela maneira como os animais são tratados.
Por conseguinte, peço encarecidamente, a V. Exa(s)., o cancelamento definitivo da garraiada da Queima das Fitas. Anular um "espectáculo" que vai provocar a tortura de um ser senciente e indefeso, só dignifica quem teve a coragem de o fazer.
Convicta de que não solto um grito no deserto, mas sim um apelo bem ouvido e compreendido, envio os meus melhores cumprimentos.
Maria João Lopes Gaspar de Oliveira -
-COIMBRA
Excelente Maria João.
Vou aproveitar este seu comentário tão lúcido, e publicá-lo com destaque no Blogue.
Está uma obra-prima.
Muito obrigada.
Desta vez, Coimbra ver-se-á livre desta nódoa medievalesca.
Esperemos que a racionalidade vença a bestialidade.
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