Quarta-feira, 23 de Dezembro de 2020

Quem vem a público dizer que o massacre de 540 animais numa montaria realizada na Quinta da Torre Bela, em Azambuja, nada tem a ver com “caça” está a mentir

 

Os caçadores portugueses, com medo de perderem as regalias que lhes dão, para matar animais indefesos e darem aso a primitivos instintos assassinos, apressaram-se a vir a público repudiar a carnificina de Azambuja, e dizer que aquilo nada tem a ver com a caça.

Matar animais indefesos, nada tem a ver com caça?

Então, vejamos.

 

Veado.png

E pensar que belos veados como este, foram cruelmente chacinados, para satisfazer os instintos assassinos de caçadores! A nossa revolta é infinita!

 

Capture.PNG

Bárbaros espanhóis.jpg

Fonte da imagem: Internet

A barbaridade que vemos nas imagens que têm corrido mundo e que envergonham a HUMANIDADE, não é mais do que o resultado da cobarde actividade da CAÇA. Da caça não faz parte a ÉTICA. Da caça faz parte um VAZIO DE EMPATIA pelos outros seres vivos que connosco partilham o Planeta. Seja caça turística, desportiva ou para encher alheiras, a CAÇA é uma actividade cujos principais ingredientes são a COBARDIA e o sádico prazer de MATAR.

 

E não se pense que esta matança é caso único. Por todo Portugal, as montarias, batidas às raposas e caçadas deste género, são o pão nosso de cada dia, só que ficam no segredo dos demónios, por serem algo antinatural, anti-humano, antitudo o que diz respeito aos valores éticos da nova humanidade.

 

A era da caça ficou lá muito para trás. O Homo Sapiens Sapiens não tem mais necessidade de caçar para se alimentar. A caça, hoje, serve apenas para gozo de criaturas que não pertencem propriamente à espécie humana, mas a uma variante da espécie humana que ainda não evoluiu.

 

Desta vez, sem o menor pejo, vieram vangloriar-se desta monstruosa matança, nas redes sociais, demonstrando bem aquilo que são: simplesmente uns bárbaros.

 

Deixo-vos um parecer científico sobre a caça, pelo Dr. Vasco Reis, único Médico-Veterinário que dá a cara pela defesa dos animais

 

«Caçar é assustar, ferir, provocar sofrimento e matar»

 

No entanto, há quem chame desporto a esta actividade, que pode provocar paixão e ser elogiada pelos adeptos. Envolve muitas verbas.

 

Pois, se há gosto no contacto com a natureza e no exercício físico, isso deve acontecer sem a arma a tiracolo ou apontada, aumentando muito a concentração para a desfrutar.

 

Para muita gente, os animais vivos são bem mais belos e interessantes do que mortos e ensanguentados.

 

Pode disparar-se também, mas com máquinas fotográficas ou de filmar e assim conseguirem-se, de modo pacífico, belos troféus em imagens.

 

O tiro ao alvo (mas não aos pombos) é uma boa alternativa para treino da pontaria, para fazer o gosto ao dedo, para proporcionar convívio.

 

Hoje em dia, a caça em Portugal mal se justifica até para servir as pessoas que se alimentam de carne pois, em geral, para se obter o mesmo valor nutritivo é preciso abaterem-se muitos mais animais dentre as espécies cinegéticas do que animais das espécies domesticadas, criadas e com o destino imposto pelo consumo para servirem de alimento.

 

Poupar-se-iam, portanto, muito mais vidas no caso de opção por esta possibilidade. Aliás, o consumo de carne é absolutamente dispensável e nem é dos alimentos mais saudáveis. A experiência dos vegetarianos e dos veganos demonstra isso mesmo, enquanto poupa o sacrifício de animais, protege o ambiente, serve a economia, é eticamente louvável.

 

A caça provoca enorme susto aos animais, sejam eles alvejados ou não. Mesmo se a morte for rápida, trata-se sempre de um impacto violentíssimo.

 

Se o animal ficar ferido, sem morte rápida, ficará em terrível sofrimento.

 

Espécies cinegéticas estão a ser criadas para serem lançadas perante os canos de caçadores, sofrendo estes animais os mesmos terríveis choques.

 

O sofrimento está presente durante a criação em recintos fechados e apertados.

 

Cartuchos e restos de projécteis espalhados pela natureza são prejudiciais, provocando poluição física e visual.

 

Em parques naturais de Portugal é permitida a caça. Impõe-se, por isso, a pergunta:

 

Mas que parques naturais são estes, que não protegem a sua fauna e a tranquilidade ambiental?

 

A caça contribui para a diminuição ou quase extinção e até mesmo extinção dos animais das espécies designadas por cinegéticas.

 

Acontecem acidentes que vitimam pessoas.

 

Muitos cães de caça estão sujeitos a condições deficientes de tratamento e de manutenção. Alimentação, espaço, protecção contra intempéries, contenção, desparasitação, etc. muitas vezes não permitem uma razoável qualidade de vida para estes animais.

 

Num acto de profunda crueldade, muitos cães de caça são abandonados, porque não satisfazem o caçador. Outros são abatidos com maior ou menor sofrimento.

 

Em Portugal existem milhares de caçadores, no meio de cerca de 10 milhões de portugueses. Dentre estes últimos, a maior parte não tem simpatia pela actividade, muitos sentem-se por ela incomodados e reprovam-na, mas pouco se manifestam.

 

Legislação relativamente recente reconhece o direito à não-caça em terrenos de quem o requerer.

 

A caça incomoda pelo ruído, pela perturbação do ambiente, pelo perigo e, também muito, pela angústia e revolta que provoca a quem está consciente do dizimar e do sofrimento que provoca em animais sencientes, dotados de sistema nervoso comparável ao dos caçadores e não caçadores.»

 

Fonte:

https://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/280973.html


***

 Por tudo o que aqui ficou exposto, é urgente actuar em duas frentes:

 

incriminar todos os envolvidos nesta matança;

acabar com esta actividade, que mexe com muito dinheiro, mas o dinheiro não é tudo. A VIDA é que é tudo, para nós, animais humanos, e para os outros, animais não-humanos.

 

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 16:22

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Comentários:
De João-Afonso Machado a 24 de Dezembro de 2020 às 18:03
Misturar alhos com bugalhos é trágico...
É!
A caça é um desporto.
Bem direccionada, como geralmente se pratica, é direccionada para espécies alimentares.
(Se não ficou claro, condeno em absoluto a tal matança)

Mas sabe o que diziam as pessoas da minha terra quando levavam uma galinha ou pato para lhe cortarem o pescoço para alimento depois. - Não tenha pena, senão eles morrem mais devagar...

O caçador caça o alimento, e só.

Quando for a um restaurante e comer uma galinhola lembre-se disso.
Se for vegetariana, informe-se sobre as razias que os javalis fazem nas culturas.

E, sobretudo, tenha as suas ideias, mas não condene à prisão os que pensam diferente.

Com os meus votos de bom Natal, os cumprimentos de
JAM
De Isabel A. Ferreira a 25 de Dezembro de 2020 às 16:08
Caro JAM,

O senhor é caçador. Gosta de carregar no gatilho. Gosta de ir para o mato assustar e matar animais indefesos, que estão tranquilos no seu habitat. Ponha-se, por um instante no lugar deles. A essa capacidade chama-se EMPATIA, o sentimento de ouro, do ser humano. O senhor não tem essa capacidade. O senhor também não tem necessidade de matar animais indefesos, porque vive num mundo onde existem hortas, pomares, searas, onde as proteínas abundam, sem a mínima necessidade do consumo de proteína animal.

Mas ainda assim, o senhor gosta de matar animais. Não os mata por necessidade de se alimentar. Mas ainda assim, o senhor mata-os porque gosta de matar animais indefesos.


Eu abomino a caça, os caçadores e as caçadeiras. Abomino e condeno todas as práticas cruéis perpetradas contra os meus irmãos planetários, que têm uma vida que é tão preciosa para eles, como a minha vida é para mim.

Sou vegetariana e nunca comi galinholas. Não tenho de me lembrar de coisa nenhuma. Quanto aos javalis, não lhes retirem o habitat deles, que eles não virão destruir o habitat do homem.

Pois deixo-lhe aqui um rol de textos onde se fala da caça e dos caçadores e das caçadeiras (que matam não só animais não-humanos, mas também, animais humanos. Uma grande percentagem dos homicídios, em Portugal, é perpetrada com caçadeiras. E isto diz muito do instinto assassino dos caçadores, pois só os caçadores têm caçadeiras).

https://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/um-texto-que-dedico-aos-cacadores-e-a-943804

https://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/a-caca-e-uma-aberracao-924177

https://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/o-poeta-alegre-921347

https://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/caca-a-baleia-no-japao-o-barbaros-do-855817

https://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/caca-massacre-em-castanheira-de-pera-843829

https://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/salvem-as-raposas-835673

https://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/a-insanidade-dos-que-defendem-a-caca-777915

https://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/actos-perversos-de-cobardes-cacadores-772575

https://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/taca-de-espanha-da-caca-a-raposa-na-769666

https://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/a-grande-falacia-da-caca-e-dos-710420

https://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/nao-gosto-de-caca-serei-extremista-709040

https://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/o-cacador-que-nao-gostou-de-ser-cacado-694316


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