Terça-feira, 9 de Março de 2021
Cá dentro, o que resta desse Portugal de grandiosos feitos?
Perdeu-se na mesquinhez e na mediocridade de uma extrema-esquerda ignara.
Não é apagando o que de menos bom aconteceu na construção do Império Português, que ele deixará de existir. Nem inteligência têm para ajuizar este facto consumado. E o Império Português não foi pior nem melhor do que todos os outros Impérios. Foi simplesmente um Império igual a todos os impérios, com as suas grandezas e também com as suas baixezas.
Há que ler o passado à luz do passado. E dele tirar ilações para a construção do futuro.
Vivemos num país que anda perdido de si mesmo. Sem rei nem roque. Sem identidade própria.
Quem nos (des)governa e quem nos (des)informa estão a desconstruir o Futuro.
Por isso, assino por baixo a mensagem desta imagem que Manuel António nos oferece.
Isabel A. Ferreira
Fonte: https://www.facebook.com/photo/?fbid=10159085992042840&set=a.10150369506832840
De Zé Onofre a 9 de Março de 2021 às 17:55
Quando falamos do passado, temos que o ver à luz do seu tempo. É um principio que todos devemos ter em consideração quando o analisamos.
Porém não podemos glorificar uns feitos e esquecer outros.
É verdade que desbravamos a Costa de África, o que é um feito para celebrar. Contudo se celebramos essa gloriosa façanha, não podemos esquecer que daí resultou o maior tráfico de seres humanos. Calma. Sei que o pensamento da época não condenava esse tráfico.
Mas se hoje nos orgulhamos dos feitos dos portugueses pelos oceanos do Mundo, também devemos concordar que, se aos olhares daquele tempo a compra e venda de escravos não era criticável, hoje, sem diabolizar os esclavagistas, devemos reconhecer que essa é uma nódoa caída na aventura das viagens atlânticas e por outros oceanos.
Assim como o Vaticano tem pedido perdão, por aquilo que ao tempo era a razoável, também não nos ficaria mal, antes pelo contrário, pedir perdão pelo mal que fizemos, pensando que naqueles tempos não o era, mas que se mostrou nefasto
Alexandre Herculano, no romance o Bobo, cuja acção se situa nos primeiros tempos de Portugal, descreve uma tourada, e não critica o facto de se realizarem touradas, Mas no final da descrição salta para o seu séc. XIX, e diz assim: «Tal era aforma primitiva e singela de um espectáculo de eras bárbaras, que a civilização, desenvolvendo-se alguns séculos, ainda não pôde desterrar da Península.»
Assim nós neste tempo, passados 600 anos da Saga pelos mares, começada em Ceuta em 1415, não podemos olhar para ela com saudosismos, mas que são factos que não se repetirão. Foram, mas já não são.
Olhemos com respeito para o passado o que não quer dizer que diabolizemos quem, de acordo com os novos tempos,
pôs fim a um império que apodrecia.
E se os povos que nós colonizamos olham para nós com uma censura não devemos estranhar. Os Castelhanos foram corridos de Portugal em 1640, e ainda sentimos mágoa deles.
Zé Onofre
PS. Se, antes de aprovar este comentário, que sinceramente tentei manter dentro do civismo e boa educação, me quer conhecer melhor procure no Blog "Das Eras" o que tenho vindo a escrever.
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