Quinta-feira, 30 de Julho de 2020

Pinto da Costa critica a proibição de adeptos de futebol nas bancadas e diz mais: «[mas] para ver espetar facas em animais é permitido público»

 

Pois é senhor Joerge Nuno Pinto da Costa. O senhor talvez não saiba que em Portugal quem manda nestas coisas de quem pode assistir o quê em tempo de pandemónio é quem acha que o futebol não é cultura, mas espetar as tais facas nos animais é a cultura maior de Portugal.

Para os que podem querem e mandam, nada mais é importante do que torturar Touros, nas minguadas arenas portuguesas, que ainda estão activas, para um escasso público troglodita.

Nem o cinema, o teatro, a pintura, a escultura, a arquitectura, a dança, o ilusionismo, a música, a literatura chegam ao nível superior em que se encontram as touradas.

Quanto aos estádios de futebol são espaços muito acanhados, muito mais acanhados do que os antros de tortura de Touros, mas tão acanhados que, no entender dos que podem, querem e mandam não dão para manter a distância social a que obriga a loucura deste tempo em que a insanidade impera.  

É como diz e muito bem: «É lamentável. Mas estamos em Portugal e manda quem pode».

Ainda que mande mal.

Isabel A. Ferreira

 

Pinto da Costa.jpg

Pinto da Costa volta a criticar a proibição de adeptos nas bancadas:

 

Sobre o campeonato: “FC Porto acaba, contra tudo e contra todos, depois de ser previsto solenemente por um pateta que o campeonato estava entregue ao fim da primeira volta, mostrámos todos que afinal de contas o titulo não estava entregue e viemos a vencê-lo com todo o mérito”.

 

O que espera da final da Taça, frente ao Benfica: “Espero o mesmo que em todos os jogos em que entramos. Vencer. Sabemos que não se pode vencer sempre, esperamos sempre vencer o próximo jogo, neste caso é a final da Taça e vamos disputá-la com esse espírito”.

 

Sem adeptos: “Espero o mesmo de todos os jogos, espero vencer: Não se pode vencer sempre, não há nenhuma equipa do mundo, por mais forte que seja, que seja capaz de vencer sempre. No FC Porto pensamos sempre em vencer: Vamos tentar oferecer a Taça aos nossos adeptos que, infelizmente e injustificadamente não podem estar no nas bancadas. É inacreditável. Hoje vi num canal de televisão que vai haver uma tourada com 50% de ocupação das bancadas. É inacreditável, que para ver espetar facas em animais já se possa ir, mas para ver futebol, ao ar livre, não pode estar ninguém nas bancadas. É lamentável. Mas estamos em Portugal e manda quem pode.”

 

Fonte: O Jogo

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 15:19

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Comentários:
De Arsénio de Sousa Pires a 30 de Julho de 2020 às 23:18
Os ESPETADORES de facas nos TOUROS aplaudidos pelos sádicos espeCTadores desta barbaridade têm direitos especiais só porque a hipocrisia dos políticos sem ética os protege.
Está vergonha civilizacional já há muito que devia ter sido proibida em todo o mundo.
Ultimamente, as pessoas gritaram e manifestaram-se contra o que aconteceu no canil em que muitos cães morreram queimados... E MUITO BEM!
Até os politiqueiros andam todos muito condoídos com tal facto. No entanto, não vemos grandes manifestações contra esta BARBARIDADE das touradas.
Os touros e cavalos não são animais sensíveis à dor como todos os animais, incluindo os humanos?
Uma vergonha o que se está a passar com o desrespeito pelos Direitos dos Animais!
De Isabel A. Ferreira a 31 de Julho de 2020 às 11:43
É muito triste viver num país sem Ética alguma, Arsénio.
Reina também a mais vergonhosa hipocrisia.

Para essa gente, uns animais são mais animais do que outros, e os Touros e os Cavalos nem sequer são animais. E tudo isto é tão repulsivo!
De Carlos Fernandes a 31 de Julho de 2020 às 02:07
Aprecio e acompanho o seu 'blog'. Mas, dr pinto da costa...? Os criminosos do desporto tambem sao tratados por drs? Em P os licenciados sao drs; os doutorados sao licenciados; os mestrados nao sao nada. Sociedade de aparencias para impor a submissao. Nao V/chega o nome de baptismo? O Portugal dos 3 P's ou dos 3 F's, continua no seu melhor. Futuro promissor!
De Isabel A. Ferreira a 31 de Julho de 2020 às 11:39
Carlos Fernandes, na verdade o senhor Jorge Nuno Pinto da Costa até pode não ser doutor. Não o conheço pessoalmente, nem sei nada da vida dele a não ser da sua ligação com FC Porto. Ouço-o nos telejornais e considero-o um homem muito perspicaz, com muito sentido de humor e espírito crítico. Conheço, sim, o irmão dele, o Dr. José Eduardo Pinto da Costa, médico-legista, com quem já tive o privilégio de privar, e tratar por doutor, um homem que eu muito admiro pela sua formação humanista.

Daí, talvez, viesse o meu impulso de tratar o Jorge Nuno também por doutor.

Por conseguinte, penso que não cometi nenhum crime, assim tão grave, para o ter tirado do sério, e espero que não tenha nada a ver com uma doença chamada clubite.

Não sei se é o caso do Pinto da Costa do FC do Porto ser “criminoso” do desporto, pois nada percebo das negociatas do futebol. Mas o que tem a ver o título de doutor, com criminosos? Se todos os criminosos que estão a ser julgados por crimes de CORRUPÇÃO são doutores ou engenheiros, ou economistas, com muitos mestrados, uns a sério, outros falsos? Os políticos corruptos são doutores. O facto de serem doutores, professores, mestrados, licenciados doutorados não os livra de serem também criminosos.

O que é que incomodou tanto o Carlos Fernandes, no facto de eu tratar, distraidamente, o senhor Jorge Nuno Pinto da Costa por “doutor”?

Sabe o que é um “doutor” nos dicionários? É aquele que ensina; indivíduo diplomado com determinado grau universitário; bacharel, licenciado. Só de há uns poucos anos a esta parte é que se teve a pretensão de que o termo “doutor” passasse a designar APENAS aquele que defendeu uma tese de doutoramento.
Agradeço-lhe a sua chamada de atenção para o facto de o Pinto da Costa do futebol não ser doutor, como o seu irmão da medicina.

Corrigirei o lapso.

Mas fico por perceber o que o incomodou tanto?
De Carlos Fernandes a 1 de Agosto de 2020 às 03:31
"Venerada" Isabel. Sou um homem bem disposto e com idade de ser seu avo! Estas palavras sao suas: "...penso que nao cometi nenhum crime..."; "...para o ter tirado do serio..."; "...o que e que incomodou tanto o CF?"; "... sabe o que e um doutor nos dicionarios?"; "Mas fico por perceber o que o incomodou tanto?. IRA, sao as tres ultimas letras do seu apelido (vide nota final). A sua versao de 'doutor' deve ter sido recolhida no actual AcOrt. A minha versao e bem antiga e, como tal, oposta a sua e, diz: Doutor, s.m. Individuo que recebeu o maior grau universitario, com direito a usar as insignias de borla e capelo. Homem douto em ciencias ou letras. Dogmatizador arguto: os doutores da igreja. Pessoa ignorante e pretensiosa. Bacio. Nesta definicao de doutor a "venerada" Isabel sabera qual o titulo que se lhe adequa. Nao sei, nem procuro saber qual o seu grau academico. "Agradeco", sim, ter ficado a saber o seu grau de educacao ao chamar-me, indirectamente, ignorante. Nao gosto de novelas e por isso nao as alimento. Nota final: espero que a IRA se ausente da sua cabecinha!
De Isabel A. Ferreira a 2 de Agosto de 2020 às 17:20
Senhor Carlos Fernandes, uma vez que diz ter idade para ser meu avô, e olhe que tem de ter muita idade, e dado que sempre me ensinaram a respeitar os mais velhos, ainda que eles possam não estar a ser correctos connosco, tenho a dizer-lhe que continuo a não entender o que o deixou tão incomodado no meu texto, que aliás, já corrigi e até lhe agradeci a chamada de atenção.
Pois o que lhe disse, poderia aqui repetir. Sabe o que é um doutor nos dicionários? Não é a MINHA versão. É o que dizem os dicionários. Por caso retirei a versão que o senhor diz ser minha, do Dicionário da Língua Portuguesa, um dicionário a cair de velho, que tenho aqui como uma relíquia, e até já foi encadernado, mas mesmo assim está muito esfarrapado, de tanto uso, e não lhe deixaram, nem ano, nem editora, daí não poder dizer-lhe o ano da edição e da editora, pois foi o primeiro dicionário que tive, logo que saí da escola primária, e uso-o frequentemente, porque o que é ANTIGO é bom, aproxima-se da MINHA Língua Portuguesa.

Mas também uso frequentemente o dicionário online PRIBERAM, para não andar a tirar e a pôr os calhamaços das estantes onde os tenho, para palavras corriqueiras como “doutor”. É mais prático ir ao PRIBERAM, que segue a grafia de 1945, a que está em vigor em Portugal.

E se no meu dicionário/relíquia (que tenho aqui numa estante à minha beira, onde guardo outras relíquias editoriais) encontrei os significados que lhe referi, no Priberam encontro estes:

dou·tor |ô|
(latim doctor, -oris, mestre, aquele que ensina)

nome masculino
1. Indivíduo que recebeu o maior grau universitário, com direito a usar as insígnias de borla e capelo (ex.: doutor em Filosofia).
2. Homem douto em ciências ou letras.
3. Pessoa que exerce medicina. = MÉDICO
4. Pessoa que se formou numa universidade (abreviatura: Dr.).
5. Pessoa que ensina matérias de doutrina ou a quem é reconhecida autoridade (ex.: doutor da Igreja; doutores da Lei).
6. [Informal] Pessoa que se acha muito sábia ou sabedora; pessoa pretensiosa em relação ao que sabe. = SABICHÃO, SABIDÃO
7. [Informal] Bacio.


doutor da mula ruça
• [Informal] Profissional diplomado mas inábil ou sem conhecimentos na área. = CHARLATÃO, SAPATEIRO
doutor das dúzias
• [Popular, Depreciativo] Doutor medíocre.
doutor de ladeira
• [Informal] Indivíduo que se tem em grande conta para aconselhar os outros.
Feminino: doutora.

"doutor", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2020, https://dicionario.priberam.org/doutor [consultado em 02-08-2020].

Como vê, está ela por ela. Mas em todos os outros dicionários o significado de “doutor” é basicamente isto.

E com isto, o senhor Carlos Fernandes, desviou-se do tema da minha publicação, que nada tinha a ver com “doutores”.

Embirrou com o facto de eu, inadvertidamente, ter chamado “doutor” ao Pinto da Costa errado.
E também leu nas minhas palavras que lhe chamei “ignorante” indirectamente. O que não é verdade, até porque eu não são de “indirectamentes”. Também viu IRA onde não havia IRA, mas estupefacção. E só não lhe digo mais nada, porque respeito a provecta idade que diz ter, para poder ser meu avô.

Também não gosto nada de novelas e muito menos de as alimentar com algo estéril. Só publiquei este seu segundo comentário e respondi, para limar as arestas que o senhor levantou sem nenhuma razão de ser.

De qualquer modo, fico-lhe muito agradecida, até porque aprendo sempre bastante com as pessoas de mais idade do que eu. E não imagina o quanto aprendi com o senhor.

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