Perpetuar a cobardia de torturadores de Touros moribundos, através de uma estátua, só diz da pequenez de espírito dos envolvidos neste projecto insano, e da condição primitiva da localidade onde vai ser inserida.
Mais uma vergonha para os Açores: um monumento à COBARDIA, com o aval de governantes, que não têm o mínimo respeito por si próprios.
Mais dinheiros públicos atirados ao lixo. Mais um “monumento” a atirar abaixo quando a selvajaria tauromáquica for abolida, daqui a uns tempos…
OITO matulões atacam um ser senciente e indefeso, esgotado, ferido, perfurado e sangrado por bardarilhas cravadas na carne por cobardes bandarilheiros; oito matulões atacam um Touro moribundo. Será isto valentia ou uma descomunal cobardia? Isto é quase como bater num morto. E é a esta COBARDIA que Angra do Heroísmo pretende erguer um monumento?
É que a cobardia é a mãe da crueldade, e os forcados são criaturas cruéis, insensíveis, e extremamente desumanas.
Este projecto insano, da construção de um monumento ao forcado da Ilha Terceira foi apresentado (imagine-se) no Salão Nobre (que com isto perdeu a nobreza) da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, e pretendem inaugurá-lo no dia 24 de Junho de 2018, dia de SÃO JOÃO, porque coincide com os 45 anos ao serviço da COBARDIA e da CRUELDADE, do grupo de forcados amadores da tertúlia tauromáquica terceirense.
O projecto, que se intitula (pasmemo-nos!) “Valentes como a Rocha” é da autoria de José João Dutra, que nada deve saber sobre VALENTIA, porque valentia seria o grupo de forcados enfrentar um leão, que nem precisava de estar esfomedo, numa arena, e não um Touro moribundo, a sangrar, todo perfurado, por dentro e por fora.
Mas o José João Dutra explica: «A ideia é relacionar a dureza deste mineral com o valor dos forcados e do toiro, assim como as origens vulcânicas das ilhas dos Açores”, e acrescentou que «o monumento serve para que todos os intervenientes fiquem representados de forma a enaltecer os profundos e peculiares valores que são transmitidos na especialidade taurina portuguesa carregada de solidariedade, força, honra e dignidade», como se ATACAR UM TOURO MORIBUNDO tivesse alguma coisa a ver com solidariedade, força, honra ou dignidade!
(José João Dutra, a figura ridícula que se faz e os disparates que se dizem para ganhar uns tostões!)
Mas o mais ridículo é isto: O acto foi encerrado com as palavras do presidente da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, José Gabriel do Álamo Meneses, que enalteceu o projecto e em simultâneo a grande colaboração do município com as instituições taurinas locais, como o grupo de forcados amadores da tertúlia tauromáquica terceirense, apoio esse que irá continuar a manter.
Pois é senhor presidente, o senhor não tem o mínimo respeito por si próprio, como poderá ter respeito pela VIDA de um animal muito mais digno, sensível e inteligente do que aqueles que o torturam, para que sádicos e psicopatas possam divertir-se…? Nem os homens das cavernas o fizeram…
Envergonham o Arquipélago dos Açores, Portugal e a Humanidade com estas atitudes indignas da espécie humana.
Isabel A. Ferreira