E o pior, é que esses idiotas podem e mandam (não com o meu aval, obviamente) e fazem o que bem entendem.
E como já me disse um agente da Polícia Judiciária (reformado), meu amigo: eles (os que podem e mandam) não têm capacidade para resolver o problema dos animais humanos, como haverão de a ter para resolver o problema dos animais não-humanos?
Estes não votam, não gritam, não atacam (porque estão confinados a cercas de arame farpado ou a currais); não saem às ruas; não invadem as escadarias da Assembleia da República; ainda são considerados "coisas" (apesar de a lei dizer o contrário) sem qualquer importância, por isso, esmagam-nos a eles e a nós, que temos tanta consciência e alma como esses infelizes seres não-humanos, que de idiotas nada têm, porque a idiotice é uma particularidade exclusivamente humana.
Mas o facto de não ser idiota não traz vantagem, num mundo onde ser idiota faz parte da normalidade decretada pela “lei” do animal humano irracional, estabelecido no poder.
«O destino dos animais é muito mais importante para mim do que o medo de parecer ridículo» dizia Émile Zola, um aclamado escritor francês, «considerado o criador e representante mais expressivo da escola literária naturalista além de uma importante figura libertária da França. Foi presumivelmente assassinado por desconhecidos em 1902, quatro anos depois de ter publicado o famoso artigo J'accuse, em que acusa os responsáveis pelo processo fraudulento de que Alfred Dreyfus foi vítima».
O destino dos grandes Homens é traçado nas estrelas, e ficam a brilhar no mundo, eternamente.
Os visionários, esses, que verdadeiramente fazem avançar o mundo, sempre atraíram a inveja dos mesquinhos.
O destino dos outros, dos medíocres, dos que podem e mandam, mas nada fazem de útil em prol de uma Humanidade mais justa para com todos os seres vivos, é forjado nos buracos negros, e evaporam-se no mundo, como fumo de uma fogueira demolidora, que ditosamente se extingue.
E destes últimos, ficará apenas o epitáfio dos fracos: «Passaram pelo mundo como implacáveis exterminadores, não deixando dos seus actos, pedra sobre pedra, para glória futura.»
Isabel A. Ferreira