Entre os sobreviventes que encontrámos no que restou de uma pequena aldeia, havia um homem grande, de olhos grandes, negros e cativantes, com um sorriso igualmente grande, apesar de tudo, onde sobressaíam uns dentes extraordinariamente brancos.
Estavam concentrados à beira de um rio, para onde nos dirigimos, com a intenção de nos refrescarmos, depois de termos visitado alguns dos inúmeros campos de refugiados que começaram a substituir as povoações, em determinadas províncias, tal era o estado miserabilista em que se encontrava aquela parte do mundo. Então, o homem grande, de sorriso grande, interpelado por Oskar, relatou que estavam ali, porque estavam.
Para onde iriam?... Os lugares, naquela parte do país, eram todos iguais: arrasados e sujos, cheios de mortos por enterrar e de moscas prontas a sugarem o pouco sangue que lhes corria nas veias.
Felizes eram os abutres que tinham o que comer, com fartura. Mas eles, homens, não se atreviam a comer os restos putrefactos dos seus parentes.
in «A Hora do Lobo» © Josefina Maller

Foto: Internet
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Um inferno chamado GAZA

Na expressão deste menino palestiniano podemos ver o reflexo da crueldade dos que, em nome do ódio, destroem a infância e a vida de milhares/milhões de crianças, sem que elas tivessem alguma vez contribuído para a insanidade das guerras.
Tudo isto é muito triste.
Esta é uma história triste que dura há séculos.
E durará outros tantos séculos, porque os oponentes são feitos da mesma matéria. Infelizmente, os séculos passaram e continuam a passar e as mentalidades nada mudaram. É preciso ir ao fundo da História para tentar chegar ao âmago deste conflito, e nenhuma das partes é isenta de grandes culpas.
Porém, quem paga a factura desta insanidade milenar são as crianças.
Porquê? Que mal fizeram elas aos insanos senhores das guerras?
😢😢😢😢😢😢😢😢😢😢😢😢😢
Josefina Maller
De
Olivier a 2 de Junho de 2025 às 18:00
O que se faz ao povo palestiniano é uma ferida aberta na consciência do mundo.
Caro Olivier, não podemos esquecer os outros conflitos, onde morrem milhares de crianças massacradas ou exterminadas ou assassinadas ou bombardeadas ou de fome:
- Rússia-Ucrânia
A Rússia invade a Ucrânia em Fevereiro de 2024, em nome de um expansionismo imperialista.
-Hamas (Gaza)-Israel
Esta guerra começou em 7 de Outubro de 2023, com um ataque BÁRBARO do Hamas a Israel, e este último exagerou no direito à legítima defesa.
-Guerra Civil no Iémen
Que já dura desde 2014
-Guerra na Síria
Que começou em 2011 e ainda continua...
- Conflitos em Mianmar, Sudão, Burkina Faso, Afeganistão, no Norte de África, no Médio Oriente (Líbano e Iraque), na Ásia (guerra no Cáucaso, Paquistão e a tensão entre China e Taiwan e Índia), na África (guerra civil no Congo e na Somália)
Em todos estes conflitos e guerras quem sofre mais são as crianças, às quais os dementes envolvidos roubam a infância e a vida.
Não podemos olhar apenas para a tragédia das crianças da Palestina.
O que estão a fazer com as crianças em todos estes conflitos são feridas abertas na consciência dos que podendo, nada fazem por elas.
As guerras são a maior prova da IRRACIONALIDADE do Homo Parvus, que, por mais incrível que pareça, predomina sobre o Homo Sapiens. E ainda não consegui perceber porquê.
De
Olivier a 2 de Junho de 2025 às 19:01
Absolutamente correto! A tragédia palestiniana é apenas uma das muitas em que a infância é sistematicamente esmagada. O mais chocante é isso mesmo: a escala. O silêncio. E a persistência dessa barbárie, como se fosse inevitável. É impossível escolher um só grito quando o mundo inteiro sangra.
Exactamente, Olivier.
Nenhum adulto tem o direito de privar as crianças de ter um futuro.
Esse é o crime maior da Humanidade.
E os que se calam perante tal crime deviam ser julgados e condenados como cúmplices.
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