«O Apartidário», não tenho acesso aos textos do “Observador”, mas pela amostra, concordo com a Helena Matos.
Os Portugueses, que NÃO usam palas, sabem muito bem os motivos obscuros que levaram o governo socialista a destruir um símbolo do Governo de Portugal, para o substituir por três figuras geométricas que podem representar qualquer coisa que se queira, mas JAMAIS poderá representar o Governo de Portugal, República. Na verdade, a República Portuguesa NÃO tem logótipos, tem SÍMBOLOS, e os símbolos são intocáveis. E o que fizeram não tem nada a ver com modernices, com inovações, mas com outra coisa: a desidentificação de Portugal, para dar lugar a usurpadores. O gosto saloio é a marca registada dos apátridas.
Vou fazer aqui copy past do artigo completo (o trecho anterior é a parte final) :
07 abr. 2024, 07:22 no Observador
"Conservadorismo. Ultraconservadorismo. Espírito pacóvio. Saloismo… — é assim que está ser definida a decisão de Luís Montenegro de mudar o logótipo que identifica a comunicação governamental. O pacóvio, o saloio e o ultraconservador são figuras que invariavelmente aportam aos governos quando estes por erro do eleitorado passam para o “outro hemisfério” como agora soe dizer-se.
Na verdade as pessoas que agora se insurgem contra a mudança determinada pelo governo de Montenegro estão atrasadas, muito atrasadas mesmo. Mais ou menos estão atrasadas oito anos. Ou apenas um. Mas agora só se podem queixar de si mesmas e do seu silêncio perante o poder quando este é de esquerda.
Recuemos portanto ao glorioso ano de 2016. Na comunicação do Governo que tomara posse no final de Novembro de 2015, a expressão “Governo de Portugal” fora substituída por “República Portuguesa”.
Esta fora uma decisão tomada mal o governo de António Costa tomou posse, informou em Março de 2016 o executivo ao jornal PÚBLICO. A imagem da bandeira mantinha-se mas a comunicação, alegava o Governo, tornava-se “mais abrangente”. Ao optar por escrever “República Portuguesa” onde antes estava “Governo de Portugal” escolhia-se uma designação que representava “o Estado português no seu todo e não apenas uma parte deste”.
Marcelo Rebelo de Sousa que tomara posse como Presidente da República em Março de 2016 deixou passar esta alteração em que a comunicação do Governo passava a comunicação da República Portuguesa: “Stricto sensu, do ponto de vista dos símbolos, seria o Presidente da República que deveria usar essa assinatura” – declarou então o historiador António Costa Pinto ao jornal Público. Mas em 2016, tudo isso eram minudências. À época tudo foi justificado pela vontade de mudança, algo que em Portugal é um direito e um dever da esquerda. Quando a direita, mesmo que vencedora de eleições, quer fazer escolhas, não aplica uma vontade de mudança mas sim um retrocesso num caminho que garantidamente temos de percorrer. Como se percebe o pacóvio, o saloio e o ultraconservador são os principais agentes deste retrocesso.
Mas voltemos à imagem do Governo. Em 2016, institucionalmente falando, a comunicação do Governo passou a ser a comunicação da República Portuguesa. Ora esta tem os seus símbolos constitucionalmente definidos no ponto 1 do artº 11º da Constituição: “A Bandeira Nacional, símbolo da soberania da República, da independência, unidade e integridade de Portugal, é a adotada pela República instaurada pela Revolução de 5 de Outubro de 1910.”
Até que chegou 2023. Nesse ano o Governo de António Costa resolve mudar a imagem que diz ser do Governo. O caso aparentemente, mas só aparentemente, parecia estar reduzido a ser uma discussão sobre design que partilhamos com os cidadãos do Benim, Lituânia, Granada, Mauritânia, Senegal, Guiné, Bolívia, Burkina Faso, Camarões, Congo, Guiana Francesa, Suriname e Mali pois, por razões que não vêm ao caso, a paleta de cores das bandeiras é reduzida e dentro dessa paleta reduzida vários países têm uma fixação no verde, vermelho e amarelo/dourado. Portugal e os países atrás referidos (e quiçá algum mais que me tenha escapado) partilham estas cores nas suas bandeiras. Diferente disposição das riscas e a inclusão de símbolos são precisamente uma forma de distinguir as bandeiras umas das outras. Portanto, e ao contrário daquilo a que nos querem convencer, o apagamento dos símbolos não simplifica a comunicação, pelo contrário só cria confusão.
Mas não era duma mudança de imagem do Governo que se tratava. O que lá está escrito é “República Portuguesa” não “Governo de Portugal”. Mais uma vez Marcelo Rebelo de Sousa deixou passar."
Muito obrigada, "O Apartidário".
O texto está excelente.
É isso tudo, assim tal e qual.
Os que se dizem de "esquerda", mas nem sequer sabem o que isso é, estão a dar uma lição anti-democrática ao mundo, ao não aceitarem a reposição do símbolo do Governo Português.
Eu, pela minha parte, nunca os considerei democratas, pois exerceram uma política ditatorial, fantasiada de democracia, que só os pacóvios engoliram.