O caçador entregou-se às autoridades para “preservar a sua segurança e integridade”, disse ele, como se só ele tivesse integridade para preservar…
Teve medo de ser abatido. Como se o medo fosse exclusividade dele. E então o medo dos mortos enquanto estavam vivos?
Diz ter sido perseguido como um animal quando ouviu e sentiu os tiros ao seu redor… como se nunca tivesse ele próprio perseguido animais humanos e não humanos…
Fonte da imagem: http://bncamazonas.com.br/2016/02/07/caca-e-cacador/
Na verdade, não passando de um animal (todos nós somos animais, não?) o caçador sentiu exactamente o mesmo medo que todos os animais indefesos sentem quando são perseguidos na floresta (e por ruas desertas) pelos caçadores de arma em punho, aos tiros…
O medo é comum a todos os animais, humanos e não humanos.
Espero que este caçador tenha aprendido a lição, e que esta lição sirva a todos os outros caçadores. É que mais dia, menos dia, o feitiço vira-se contra o feiticeiro, e os cobardes borram-se de medo de serem caçados…
O resto da história deixo para as autoridades. Não me compete a mim julgar o caçador, pelos crimes que alegadamente pudesse ter cometido contra seres humanos.
Eu apenas pretendo chamar a atenção para as atitudes cobardes dos caçadores que, quando no lugar da caça, ficam ao mesmo nível de todos os outros animais, com a diferença de que os outros animais morrem com dignidade, e os caçadores vivem sem ela.
Isabel A. Ferreira