Comentários:
De Elisabete a 8 de Janeiro de 2015 às 20:09
O atentado foi abominável, sem dúvida, mas os cartoonistas abusaram durante anos a fio da chamada liberdade de expressão. Gozar indiscriminadamente com as crenças religiosas e espirituais dos outros é grave, não é liberdade, é abuso dessa liberdade.

Lamento a perda das suas vidas humanas e da forma atroz como aconteceu, mas não da arte que faziam. Quem não gostar do que digo, paciência. Rogo-me o direito de me expressar sem agredir os credos espirituais dos outros nem de satirizar e gozar com Cristo, Buda, Maomé, etc. figuras sagradas das maiores religiões do mundo. O Charlie Hebdo publicava pornografia atingindo o âmago da espiritualidade sagrada.

Liberdade de expressão, sim, denúncia, sim, mas com o devido respeito pela vida dos outros e pela nossa própria. Os cartoonistas não tinham medo de morrer e provocaram gente obscura com mentalidade medieval, os terroristas. A vida é mais preciosa do que qualquer irreverência. Se eu me manifestar provocatoriamente nas ruas vou presa ou se for contra alguém num jornal sou censurada, porque os artistas dos cartoons também não o são?... Até porque o famigerado jornal foi há algum tempo criticado por provocar tensões sociais.

Os crimes terroristas não têm razão de ser, mas as 4 vítimas, cartoonistas famosos, não estavam totalmente isentas de culpa e arrastaram todos os outros com eles inclusive os polícias que estavam no cumprimento do seu dever.

O que se verifica é que agora toda a gente diz "Je suis Charlie" porque se solidarizam. Eu também me solidarizo com as vítimas todas, mas nunca com o Charlie Hebdo na sua essência como jornal provocador.
De Isabel A. Ferreira a 8 de Janeiro de 2015 às 21:55
Muito bem, Elisabete.

Tem todo o direito à sua opinião, e nem sequer vou retirar-lhe a razão.

O que diz faz sentido.
A liberdade de expressão não é o mesmo que libertinagem de expressão. Nem pode ser.

O Charlie Hebdo excedia-se, por vezes. É certo. E não posso dizer-lhe que concordei sempre com tudo o que publicava.

Eu jamais satirizaria figuras do culto sagrado de qualquer religião.

Porém, uma coisa é não concordar com quem pensa diferente de nós.

Outra coisa é pretender calar vozes que têm o direito de se expressar, de um modo brutal e definitivo. Cruel e sangrento, em nome de um deus.

Isso ninguém tem o direito de fazer.

E é a condenação desse modo brutal e definitivo de calar vozes que têm o direito de se expressar que aqui coloco em causa.

Por isso grito continuo a gritar Je sui Charlie.


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