Foi esta semana tornado público o "Relatório da Actividade Tauromáquica 2017", da IGAC - Inspecção-geral das Actividades Culturais (entidade tutelada pelo Secretário de Estado da Cultura). Os dados oficiais contidos no referido relatório permitem constatar o seguinte:
Desde 2009 que, ano após ano, o número de "espectáculos" tauromáquicos tem vindo a decrescer.
De acordo com um método de contagem de espectadores que incorpora uma enorme margem de erro*, e ainda que em 2016 o número de espectadores tenha sido menor que o de 2015, mas aparentemente também ligeiramente menor que o de 2017 (ver quadro IGAC), não há dúvidas de que a o número de espectadores vai decrescendo e tendendo para zero, conforme se pode perceber melhor pelo quadro seguinte:
Tal como mencionado nos gráficos acima, os mesmos foram elaborados por nós, mas os dados são os da IGAC. Segue-se uma cópia do quadro de onde foram retirados.
As estatísticas são animadoras, pois demonstram que a tauromaquia vai perdendo público e que a indústria tauromáquica, a contar com cada vez menos touradas, menos entradas e, como tal, menos receitas, vai ficando enfraquecida. Este enfraquecimento, a par de toda a contestação de que as touradas vão sendo alvo, traduzir-se-á, muito em breve, na abolição da tauromaquia.
_______ * Conforme referido no relatório da IGAC "(...) efectuou-se cálculo por estimativa do número de espectadores presente nos espectáculos. Este número é calculado com base nos números identificados pelos Delegados Técnicos Tauromáquicos em cada espectáculo." Ou seja, há um elemento subjectivo no cálculo do número de espectadores. Cada delegado técnico tauromáquico refere que há, por exemplo, 1/2 ou 1/3 ou 1/4 de lugares preenchidos, sendo que é com base nesta técnica (e no número de lugares que determinada praça de touros tem) que o número de espectadores é apurado, nunca sendo, como tal, rigoroso.
Fonte: