Um novo estudo prevê consequências graves para as pessoas, vida selvagem e ecossistemas do planeta, se a perda generalizada de árvores continuar. “No ano passado, publicámos o relatório ‘State of the World’s Trees’, no qual mostrámos que, pelo menos 17.500 espécies de árvores, cerca de um terço das 60.000 espécies de árvores do mundo, estavam em risco de extinção”, disse Malin Rivers, autor principal do estudo. “Agora queremos sublinhar porque é perigoso que tantas espécies arbóreas estejam a extinguir-se”.
“Se não se agir já, o impacto será sentido na humanidade, nas nossas economias e meios de subsistência. Ecologicamente, o impacto sobre o planeta será catastrófico”.
O alerta é subscrito por 45 cientistas de mais de 20 países, incluindo o Reino Unido, EUA, Índia e Haiti, com apelos à acção e subscrito por mais de 30 organizações, incluindo jardins botânicos e universidades.
Segundo o estudo, as florestas do mundo contribuem com 1,3 triliões de dólares para a economia mundial. A madeira é a mercadoria mais valiosa, mas os produtos, tais como fruta, frutos secos e medicamentos, criam 88 mil milhões de dólares no comércio global. Da fruta disponível para consumo mundial, 53% provém das árvores.
Globalmente, mais de 1,6 mil milhões de pessoas vivem num raio de 5 km de uma floresta e contam com elas para poderem trabalhar ou obter rendimentos. Nos países em desenvolvimento, as florestas fornecem até 25% do rendimento familiar.
A extinção em grande escala de espécies arbóreas conduziria a grandes perdas de biodiversidade. Metade das espécies animais e vegetais do mundo dependem das árvores como seu habitat, com florestas a dar lugar a cerca de 75% das espécies de aves, 68% das espécies de mamíferos e até 10 milhões de espécies de invertebrados. As espécies dependentes das florestas já diminuíram em cerca de 53% desde 1970. “Quando olhamos para os riscos de extinção de mamíferos ou aves, subjacente a isso está a perda de habitat, e a perda de habitat é frequentemente a perda de árvores”, explica Rivers. “Se não cuidarmos das árvores, não há forma de podermos cuidar de toda a outra vida lá”.
“Queremos ver acção”, apela o responsável, concluindo: “Todos podemos assumir a responsabilidade pela carne de vaca que comemos e de onde ela vem, e assegurar que os produtos das árvores são obtidos de forma sustentável”. Mas também queremos ver os governos a assumirem a responsabilidade, por isso, há uma reflexão conjunta sobre biodiversidade, alterações climáticas e outras questões”.