Todos os que me conhecem sabem que não mantenho as melhores relações com o PSD, desde 1999, pois foi um dirigente do PSD que me tramou, afastando-me do Jornalismo, com o seu poder, a sua prepotência, a sua influência, os seus tentáculos, espalhados um pouco por todo o lado, porque estava a ser incómoda, investigando um caso de corrupção. E isto é uma coisa que não se perdoa.
Por outro lado, sendo eu uma defensora acérrima da Língua Portuguesa, e tenho o AO90 como uma peste negra, da mais negra, que está a dizimar a Língua, a Cultura, a História e a Identidade Portuguesas, sabendo que foi Cavaco Silva que promulgou esse acordo do desacordo, que só ao Brasil interessava, também não o tenho em boa conta (mas não só Cavaco Silva ficará para aos anais da História como um dos que, servilmente, se vergaram perante a ex-colónia).
Contudo, uma coisa é uma coisa, outra coisa, é outra coisa.
Sendo eu apartidária, mas não, apolítica, tudo o que é da política interessa-me, ou não dependesse o meu bem-estar, da política que se faz em São Bento e em Belém!
Ouvi com atenção o discurso de Cavaco Silva, que, tenho de admitir, foi excepcional. Ficará nos anais da História. Tudo o que fazemos, para o bem ou para o mal, ficará nos anais da História. Há uns que ficam com um currículo impoluto, outros, nem tanto. E quem anda por aí a dizer que Cavaco Silva chispou ódio e raiva neste seu discurso, não sabe o que é ódio e raiva, e essa ignorância só poderia vir de um socialista que vive dentro da bolha socialista e não consegue discernir o que se passa fora dessa bolha.
Cavaco Silva compilou todos os PODRES da governação socialista, que mantém Portugal mergulhado nas águas paradas do charco que criou, assente num desprezo imenso por Portugal e pelos Portugueses.
Não posso, pois, estar mais de acordo com a análise que Cavaco Silva fez ao estado caótico da Nação, e com as críticas (que também são as minhas) a António Costa que se está absolutamente nas tintas para Portugal e para os Portugueses. E isso é bem notório nesta sua atitude de se esconder debaixo do elefante branco que criou, enquanto o circo pega fogo, enquanto o País anda por aí à deriva, sem rei, nem roque, a acumular vergonhas, desorientações, mentiras, teimosias, pancadarias, sequestros, enfim, um desmando total.
Por outro lado, temos um presidente da República que se cala. Vai comer gelados. Tenta tapar um buraco da calçada com os pés, ao redor do seu Palácio, diz que vai falar, mas não fala. E os Portugueses, à espera que os que comandam a nau, venham falar de horizontes!
Os Portugueses querem saber do seu futuro, e não vêem nenhuma luzinha ao fundo do túnel.
Ainda ontem morreu um bebé, à espera de uma ambulância, e vêem umas senhoras ministras dar a cara por António Costa e dizer que o governo está no bom caminho. Está no bom caminho, a caminho do abismo. E só os socialistas não vêem isto.
Deixo os meus leitores com o discurso de Cavaco Silva para que reflictam nas suas palavras e ajuízem da sua veracidade.
Isabel A. Ferreira