COVA DA MOURA E ENVIESAMENTO JORNALÍSTICO
Este painel escolhido pela RTP para comentar a situação de caos e violência urbana propagada por gangues de "jovens" em bairros de Lisboa e arredores é exemplificativo do viés que os Orgãos de Comunicação Social e os seus jornalistas disseminam e de como contaminam com isso a percepção pública dos factos.
No caso, num conjunto de 4 pessoas, juntaram 3 activistas da Esquerda mais radical: a advogada Carmo Afonso, Brito Guterres, investigador do ISCTE em “Estudos Urbanos” e Joana Marques, uma fanática do SOS Racismo que é psicóloga e docente universitária. E os três foram para a televisão dar eco, uns sobre os outros, à repetitiva narrativa de forças policiais cuja actuação expõe um pretenso "racismo sistémico" dirigido contra as populações negras.
Nos outros canais televisivos (como na maioria dos jornais) a narrativa predominante foi a mesma e os painéis estiveram cheios do mesmo tipo de gente. Activistas de Esquerda com pautas políticas previamente montadas, que não tinham verdadeiramente interesse em nada mais do que aproveitar os acontecimentos para instrumentalizarem a opinião pública.
Essas pautas políticas visam minar a autoridade e a ordem social tradicional das sociedades europeias e instigar nas “populações racializadas” (como lhes chamam) o sentimento de que tudo lhes é devido e desculpabilizado, por serem vítimas inocentes de um sistema e de uma sociedade ocidental que as oprime.
Estas populações substituem no discurso da Esquerda pós-moderna o papel falhado de um proletariado que já não tem dimensão e consciência de si para cumprir o seu potencial revolucionário.
Por isso, o antigo proletariado tem de ser alargado com novos grupos de “oprimidos” (racializados, sexualizados, religiosos e de género) que, por sua vez, também têm de ser aumentados, na sua dimensão no seio das sociedades ocidentais e na interiorização de um sentimento de vitimização por direitos que lhes seriam devidos e sonegados.
Os Media jornalísticos são veículos recorrentes de disseminação destas agendas mas o problema começa a montante, em faculdades que se tornaram autênticos viveiros destes activismos e que de resto acolhem muitos destes “especialistas” que depois são chamados a formatar a visão do público sobre os acontecimentos.