Li isto no Facebook. A sério????? Nem posso acreditar!!!! Mas tratando-se da Póvoa… tudo é possível!
«…andão a diser isto do mêu amigo mas ele dantes num cubraba nada e agora é munto barato pureque ele é um bom amigo:
«A posição da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim relativamente à tauromaquia tem vindo a deixar os cidadãos confusos.
O que pensar?
“Garraiada na Agrosemana, com o apoio da Câmara Municipal
http://www.agrosemana.pt/programa/garraiada/
Mais:
A Câmara Municipal da Póvoa de Varzim vai deixar de apoiar touradas que se realizem na cidade, passando a cobrar oito mil euros pelo aluguer da sua praça de touros.”
VS
Preçário | Praça de Touros | Cedência: 6150€ |Arrendamento: 6000€ file:///C:/Users/Elisa/Downloads/tarif%C3%A1rio-PDF-20.5.2015%20(1).pdf
(Quando há rendas outras rendas de 17.000€, por exemplo).»
Fonte:
***
Li ainda uma propaganda acerca desta “garraiada” que só pode ter sido escrita por idiotas.
Primeiro, chamaram a esta prática de broncos uma “atividade” (sem CÊ, ainda por cima na ortografia inculta que anda por aí na ilegalidade, o que a torna uma aberração ainda maior) como se a tortura de um bovino bebé possa ser incluída numa actividade de seres humanos.
Mas o pior é dizerem que isto tem origem na mais “tradicional festa brava portuguesa” o que é o mesmo que dizer na “festa parva portuguesa”, que «proporcionará momentos de entretenimento e de boa disposição», naturalmente apenas aos broncos, porque apenas os broncos se divertem a torturar e a aplaudir a tortura de um bovino bebé.
Depois, para mostrarem um pouco daquela coltura que lhes encharca as mórbidas mentes, puseram-se a fazer história: dizem que os primeiros registos desta idiotice, a que chamam actividade (pasmemo-nos) cultural (como se a parvoíce algum dia pudesse fazer parte da cultura culta de um povo), «remonta ao século XII, sendo que a sua expressão mais forte sempre decorreu nos países de origem latina» (e mal sabem eles porquê…).
Veja-se o atraso civilizacional em que vivem estes indivíduos: quando todos nós já estamos no século XXI, eles continuam especados no século XII.
E dizem mais. Dizem que na arena, que é uma palavra que nos reporta ao circo romano de má memória, serão vários os “aventureiros” (leia-se cobardes) que tentarão “efetuar” (sem Cê) a pega do garraio (desventurado inocente, indefeso e inofensivo animal, que cai nas manápulas destes cobardes) enquanto nas bancadas o público (leia-se os sádicos) vibrarão com a “atuação” (sem CÊ) e demonstração de coragem…
Bem, esta pretensão de demonstração de coragem extravasa qualquer expectativa de racionalidade nestes indivíduos: à frente deles está um pobre garraio assustadíssimo, fora do seu habitat, a ser agarrado pelas manápulas de um bando de cobardes da pior espécie, numa demonstração da maior cobardia que existe: maltratar um indefeso animal bebé. É como se na arena estivesse uma criança humana de três anos a ser perseguida por bichos-papões.
E acabam esta descrição macabra, digna da mais rasca croniqueta dos tempos medievais, com esta frase lapidar:
«O gado merece, a terra agradece!»
O gado merece? Pobre gado, que mais valia não ter nascido, do que nascer para sofrer nas mãos de cobardes carrascos.
E a terra, a Póvoa de Varzim, uma vez mais, ao permitir estas práticas toscas perpetradas por toscos medievais, arrasta-se na bosta que os garraios, assustados, deixam na arena.
Isabel A. Ferreira