Durante o mês de Maio e este de Junho, vários órgãos da Comunicação Social têm vindo a alertar dos perigos dos fogos para este ano de 2025, das formas de os combater, dos meios de combate e muitos mais comentários/avisos se fizeram.
Até já se avisou que o ministro da presidência, António Leitão Amaro, ministro deste Governo de Montenegro, era familiar de uns empresários que possuíam helicópteros para combater fogos e que o contracto se aproximava dos 18 milhões de Euros a expensas dos cofres do Estado.
Por mim, qualquer empresa que ganhe dinheiro sem pisar caminhos criminosos, não me cria invejas. Todavia, tanta publicidade contra os fogos de 2025, até me parece que tais “preocupações” apenas visam recordar os pirómanos de que se aproxima o tempo deles e que preparem as botas de cano alto.
Como se sabe os pirómanos nunca estão sós no terreno a incendiar as florestas. Há, como não podia deixar de ser, criminosos/invejosos, madeireiros interessados nos fogos florestais, empresas de celulose, políticos e até bombeiros, por vingança, ateiam os fogos.
Os criminosos das florestas em Portugal, actuam como e onde querem e a justiça é excessivamente branda contra esta gente! Quem não recorda o flagelo dos fogos no ano de 2017 e o destino da madeira queimada?
Foi público que a “geringonça” de António Costa, criou mais de trinta parques para receberem um milhão de toneladas de madeira queimada e apenas apareceram cerca de cento e setenta mil toneladas nos referidos parques. A madeira queimada, “entenderam certos políticos especialistas, não servia para as indústrias de transformação nacionais” – anunciaram - e acabaram por vender à China as cerca de setecentas mil toneladas de toros que não chegaram a entrar nos referidos parques.
E assim, verificamos que os Governos que temos tido, não se importam de disponibilizar milhões para helicópteros e aviões Cannadair que passam o tempo a refrescar o país onde as labaredas aparecem, porque os criminosos não dão tréguas e serão, quem sabe, bem pagos.
Ora, a maioria dos nossos governantes, que nem remendos novos cozem em calças velhas, têm-se limitado pelo banal, pela política normose e sempre põem interesses pessoais e partidários em primeiríssimo lugar. O povo, apenas o vêem (imediatamente) antes dos actos eleitorais.
No tempo do Estado Novo, do fascismo como sempre disseram, raramente aconteciam fogos, mesmo na canícula dos meses de Julho e Agosto. E se acontecessem, eram devidamente averiguados e os criminosos – se fosse o caso – de imediato, perdiam o “vício” de atear fogos: a prisão era bem longa.
Mas o progresso e a democracia que agora vivemos, vieram modificar usos e costumes. Acabaram com os guarda-rios que patrulhavam as bermas e estavam atentos à pesca ilegal dos oportunistas; acabaram com os guardas florestais que vigiavam as respectivas zonas, vigiavam os turistas pedonais, os turistas do garrafão e das fêveras assadas nas bouças; e acabaram com os cantoneiros que limpavam as bermas da estrada e que denunciavam queimadas perigosas.
Também nas regiões autónomas, cometeram o erro ou os disparates do continente, ao acabarem com os guardas florestais. E logo na Madeira, região de montanha, que nunca devia dispensar estes serviços em defesa e gestão da sua floresta.
Sendo assim, e fazendo um pouco de humor com coisas sérias e graves, este Governo e os próximos, ao continuarem a ser políticos de política normose, ao abdicarem dos guarda-rios, dos cantoneiros, dos guarda florestais e de secções de militares a patrulharem zonas perigosas de fogos, só têm uma hipótese: ministrar um curso a incendiários e criminosos, devidamente preparados, e fazer deles profissionais de fogo posto. Seleccionavam-se os bem constituídos e que fossem invejosos.
Assim, os formandos deste curso em pirologia, evitariam infernais labaredas, dispensavam-se piquetes de vigia, observatórios, aviões e helicópteros. Estes pirómanos e criminosos, agora profissionais, programavam os fogos, os lucros ao Estado da venda dos barrotes queimados e seriam todos funcionários públicos com sindicato, horário de trabalho, folgas e sob a tutela das forças armadas, que justificariam, desse modo, os salários dos soldados, os ordenados dos sargentos e os vencimentos dos oficiais.
E continuando a fazer humor, se não for assim, não havendo cursos de pirologia, todas as vozes falam e nada fazem, e o povo, evidentemente, terá de aceitar, chorar e rir perdidamente, da incompetência de quem dispensa serviços imprescindíveis, porque políticas sem travões, sem inteligência e sem carácter político.
(Artur Soares)
(O autor não segue o acordo ortográfico de 1990)