Quinta-feira, 26 de Agosto de 2021

A vandalização da estátua de Pedro Álvares Cabral, no Rio de Janeiro, é um acto de pura ignorância

 

Anda por aí um modismo de destruição de monumentos que recordam um tempo que apenas quem o viveu teria o direito de pôr em causa.

 

Um povo que rejeita o seu passado e não consegue entendê-lo à luz desse mesmo passado, é um povo fracassado e sem futuro.

 

Não esquecer que o Brasil só é Brasil, porque os Portugueses descobriram o território, e o povoaram, sendo um dos povos colonizadores que menos mossa fez aos indígenas, verdadeiros donos daquelas terras, os quais colaboraram, por livre vontade, com eles, nas guerras travadas contra Ingleses, Holandeses, Franceses, Espanhóis. Além de a miscigenação (união de brancos com os indígenas) ser uma realidade na sociedade da época. E o Brasil tem o tamanho que tem, graças aos Bandeirantes.

 

Talvez por desconhecerem a verdadeira História do Brasil, ocultada e deturpada nas escolas brasileiras, o Brasil ainda não tenha conseguido encontrar o rumo certo para a Evolução Cultural. Falta-lhe o PASSADO.
 

Mas vamos aos factos.

 

E9lMZ5FWYAULKAU.jpg

Fonte da imagem:  https://twitter.com/Midia1508/status/1430260482703757320/photo/1

 

Na passada terça-feira, a estátua de Pedro Álvares Cabral, descobridor do Brasil, localizada no Largo da Glória, no Rio de Janeiro, foi incendiada e pichada em protesto contra o Marco Temporal, uma teoria segundo a qual os povos indígenas [os verdadeiros donos dos territórios que sempre foram deles, desde os tempos do colonizador], só teriam direito às terras [que legitimamente] sempre ocuparam] em 5 de Outubro de 1988, aquando da promulgação da Constituição Federal, algo defendido pelos camponeses e pelo governo Bolsonaro.

 

Segundo a notícia, essa interpretação desvaloriza as violências e expulsões forçadas, às quais os indígenas estiveram expostos ao longo do tempo, nomeadamente depois de o Brasil ter-se libertado do jugo do colonizador, sendo que foram sempre perseguidos pelos brasileiros emancipados; e também contra o Projecto de Lei nº 490, que prevê empreendimentos dentro das terras indígenas, como o plantio de soja transgénica e a construção de hidroeléctricas e rodovias.

 

A estátua foi erguida em 1900, para celebrar os 400 anos do descobrimento do Brasil, por Pedro Álvares Cabral.

 

Afinal, que culpa tem Pedro Álvares Cabral de os Brasileiros pós-1822 ainda não terem encontrado o caminho da Evolução Cultural?

 

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 16:19

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Comentários:
De demolidor89 a 27 de Agosto de 2021 às 18:51
O Bolsonaro é o novo Cabral. A queima da fita 《estatual》 foi contra o atual cabral , foi uma coisa simbólica. Coisa singela quando comparada com a queima das mulheres no Afeganistão.
De Isabel A. Ferreira a 30 de Agosto de 2021 às 15:26
Não insulte Pedro Álvares Cabral ao dizer que Bolsonaro é o novo Cabral. Nem aos calcanhares de Cabral o Bolsonaro chega. Bolsonaro é o actual predador-mor dos indígenas brasileiros, os únicos donos dos territórios que ocupam, dos quais NUNCA os Portugueses os expulsaram.

A vandalização da estátua do descobridor do Brasil não foi um acto simbólico contra Bolsonaro: foi ignorância pura de quem mistura alhos com bugalhos, e de singelo aquele acto vandálico nada tem.

Incendiar uma estátua poderá não ter o mesmo grau de gravidade (máximo) dado ao que os bárbaros talibã fazem com as mulheres afegãs, às quais já dediquei um texto de solidariedade, que é a única coisa que, como simples cidadã do mundo, sem qualquer PODER, posso fazer.

Contudo, queimar estátuas de pessoas que estão mortas, tem o mesmo simbolismo do que queimar pessoas que estão vivas.

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