Um texto lapidar de António Lobo Antunes que subscrevo inteiramente.
O que nos vale é que ainda há gente pensante em Portugal.
Imagem que diz do triste estado global da sociedade portuguesa...
Foto: Prazis Images/shutterstock
Por António Lobo Antunes
«A sociedade precisa de medíocres»
“A sociedade necessita de medíocres que não ponham em questão os princípios fundamentais e eles aí estão: dirigem os países, as grandes empresas, os ministérios, etc. Eu oiço-os falar e pasmo não haver praticamente um único líder que não seja pateta, um único discurso que não seja um rol de lugares comuns. Mas os que giram em torno deles não são melhores.
Desconhecemos até os nossos grandes homens: quem leu Camões por exemplo? Quase ninguém. Quem sabe alguma coisa sobre Afonso de Albuquerque? Mas todos os dias há paleios cretinos acerca de futebol em quase todos os canais. Porque não é perigoso. Porque tranquiliza.
Os programas de televisão são quase sempre miseráveis, mas é vital que sejam miseráveis. E queremos que as nossas crianças se tornem adultos miseráveis também, o que para as pessoas em geral significa responsáveis. Reparem, por exemplo, em Churchill. Quando tudo estava normal, pacífico, calmo, não o queriam como governante. Nas situações extremas, quando era necessário um homem corajoso, lúcido, clarividente, imaginativo, iam a correr buscá-lo. Os homens excepcionais servem apenas para situações excepcionais, pois são os únicos capazes de as resolverem. Desaparece a situação excepcional e prescindimos deles.
Gostamos dos idiotas porque não nos colocam em causa. Quanto às pessoas de alto nível a sociedade descobriu uma forma espantosa de as neutralizar: adoptou-as. Fez de Garrett e Camilo viscondes, como a Inglaterra adoptou Dickens. E pronto, ei-los na ordem, com alguns desvios que a gente perdoa porque são assim meio esquisitos, sabes como ele é, coitado, mas, apesar disso, tem qualidades. Temos medo do novo, do diferente, do que incomoda o sossego.
A criatividade foi sempre uma ameaça tremenda: e então entronizamos meios-artistas, meios-cientistas, meios-escritores. Claro que há aqueles malucos como Picasso ou Miró e necessitamos de os ter no Zoológico do nosso espírito embora entreguemos o nosso dinheiro a imbecis oportunistas a que chamamos gestores. E, claro, os gestores gastam mais do que gerem, com o seu português horrível e a sua habilidade de vendedores ambulantes: Porquê? Porque nos sossegam. Salazar sossegava. De Gaulle, goste-se dele ou não, inquietava. Eu faria um único teste aos políticos, aos administradores, a essa gentinha. Um teste ao seu sentido de humor. Apontem-me um que o tenha. Um só. Uma criatura sem humor é um ser horrível. Os judeus dizem: os homens falam, Deus ri. E, lendo o que as pessoas dizem, ri-se de certeza às gargalhadas. E daí não sei. Voltando à pergunta de Dumas
– Porque é que há tantas crianças inteligentes e tantos adultos estúpidos?
não tenho a certeza de ser um problema de educação que mais não seja porque os educadores, coitados, não sabem distinguir entre ensino, aprendizagem e educação. A minha resposta a esta questão é outra. Há muitas crianças inteligentes e muitos adultos estúpidos, porque perdemos muitas crianças quando elas começaram a crescer. Por inveja, claro. Mas, sobretudo, por medo.»
in: https://francisfoto.blogs.sapo.pt/a-sociedade-precisa-de-mediocres-256895
Afonso de Albuquerque? Um péssimo exemplo. Talvez agrade ao André Ventura ou Le Pen ou a Erdogan.
Que parvoíce.
Já agora os Portugueses não têm o direito de conhecer a sua História, com o bom e o mau que ela representa?
Daqui a uns séculos, os vindouros quererão saber quem foi André Ventura, Marie Le Pen, Erdogan e todos os outros fascistas e nazistas, para que não se repitam os erros que eles cometeram.
Ou o demolidor é assim tão demolidor que quer demolir a HISTÓRIA, para que não se conheça a podridão dos que não souberam ser GENTE?
Olhe que isso tem um nome: FASCISMO-NAZISMO.
Desconhecemos até os nossos GRANDES HOMENS: quem leu Camões por exemplo? Quase ninguém. Quem sabe alguma coisa sobre Afonso de Albuquerque?
O Lobo diz textualmente GRANDES HOMENS....Afonso de Albuquerque. Os lobos gostam de sangue.
A estátua do senhor Afonso foi derrubada e colocada num museu e na sua base foi colocada uma placa que regista a verdade: Pirata, aventureiro e sanguinário. E numa vitrina ao lado exibe-se o descritivo desse estrangeiro:« Invadiu Goa em 1510...(mais adiante parte da carta de Piero Strozzi # )ninguém foi poupado, fosse homem, mulher grávida ou criança de colo...mais de 6 mil pessoas.»
O senhor Afonso NÃO foi convidado a colonizar a Índia e daí o museu de Goa exibir esse «belo filme de terror».
# Piero Strozzi florentino mercenário que acompanhou Afonso nessa aventura enviou uma carta detalhada ao seu pai Andrea, cuja cópia encontra-se em poder da Universidade de Florença , Firenzi para os italianos.
• Leia Comércio e Conflito: a presença portuguesa no Golfo de Bengala (1500-1700) do Prof. Sanjay Subrahmanyam . Lisboa, Edições 70, 1994.
Senhor demolidor, francamente, não me venha com “estórias da carochinha”, contadas pelos inimigos de Afonso de Albuquerque. Sabe-se que Afonso de Albuquerque foi bastamente DIFAMADO, e a ele foram atribuídos actos que ele nunca cometeu. Sabemos que os seus capitães eram indisciplinados, e por isso, tiveram de fugir para a Índia, mas daí a confundir a árvore com a floresta só os muito mal-intencionados, que é o caso dos “estoriadores” hodiernos.
Vou dar-lhe dois exemplos, para que compreenda o que eu quero dizer com isto:
Primeiro exemplo: a História da Colonização Portuguesa, escrita por historiadores marxistas, está cheia de MENTIRAS acerca da actuação do colonizador português, ao qual são atribuídas acções que não correspondem à evidência história. Este é o MAL dos que pretendem DEMOLIR a História, para a reescrever à feição das suas ideologias pobres e podres. Então cai-se no ERRO. MENTE-SE descaradamente, para denegrir aqueles que não fizeram mais do que seguir o curso da vida, à luz dos valores DAQUELA ÉPOCA.
Daí que estes “estoriadores” de meia-tigela NÃO tenham a mínima CREDIBILIDADE, porque NÃO se baseiam em FACTOS HISTÓRICOS documentados, mas em INVENÇÕES saídas de mentes que NÃO conseguem aceitar o passado, nem sequer vê-lo à luz daquela época. E a isto chama-se COMPLEXO de INFERIORIDADE misturado com muita IGNORÂNCIA.
Segundo exemplo: sabe que EU tenho inimigos por todos os lados, devido a ser quem sou e como sou: sem DONOS. Ora acontece que um desses “estoriadores” de meia-tigela escreveu um livro cheio de mentiras e erros históricos, para denegrir Portugal e a sua colonização, que nem foi das piores: os Ingleses e Espanhóis foram bastante mais CARNICEIROS, xenófobos e racistas, algo que os Portugueses não eram. Vai daí escrevi um livro a contestar essas mentiras, e escrevi-o ASSENTE em factos, evidências, provas, documentos históricos, a deitei por terra o “bom” nome do “estoriador” mentiroso. Resultado: ENCOMENDARAM a um energúmeno, que tinha um blogue, um texto absolutamente MENTIROSO sobre a minha pessoa, para me desacreditar e denegrir. Um dia qualquer, daqui a uns séculos, também dirão que eu assim e assado, e tudo não passará de MENTIRAS, que facilmente podem ser desmascaradas. Aliás já desmascarei o energúmeno.
Com isto quero dizer que Afonso de Albuquerque, tal como disse António Lobo Antunes e dizem os HISTORIADORES, foi um GRANDE HOMEM, a maior figura da História de Portugal, no Oriente.
É óbvio que para os orientais hodiernos e complexados, Albuquerque foi um ESTAFERMO.
Mas a HISTÓRIA não se faz em cima de ideologias. A HISTÓRIA faz-se com fontes, documentos, provas inquestionáveis.
Já vi que o demolidor faz parte dos que querem reescrever a HISTÓRIA com base na ignorância dela. Atiraram a estátua de Afonso de Albuquerque abaixo? Um dia será a vez de Stalin, de Marx, de Lenine, de Mao e de tantos outros.
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