Partilho esta imagem e vou esmiuçar o seu conteúdo, porque na página do Facebook, de onde a retirei, havia uma única permissão: partilhar.
Juventude taurina portuguesa, é da boa prática, do bom senso e da inteligência, antes de abordar qualquer assunto, ter a certeza de que se domina esse assunto.
«Não concordas com as touradas…»
Já aqui se disse ene vezes que as touradas não são uma questão de concordar ou de gostar, mas sim uma questão de atitude, de ética, de civilização, de evolução; são uma prática reprovável aos olhos da razão, da lógica, da ética, da inteligência, da compaixão, do saber partilhar, da sensibilidade e do bom senso.
Nenhum ser humano dotado do mínimo destes predicados, que acabei de mencionar, aceita a tourada como algo praticável em tempo algum, muito menos nos tempos que correm, que apesar de conturbados, já deixaram as trevas mofosas medievais e são iluminados por uma outra maneira de ver o mundo, mais condizente com a racionalidade humana.
«… respeita a LIBERDADE dos outros».
Liberdade… saberá a juventude taurina portuguesa o que é Liberdade?
Não! Não sabe. Confunde Liberdade com libertinagem.
A Liberdade implica o respeito pela vida do outro, seja qual for esse outro. A Liberdade de alguém acaba onde começa a liberdade do outro. Na condição de Liberdade não cabe a tortura.
Ora os que realizam o ignóbil costume de torturar seres vivos, para divertimento e ganhar dinheiro, não estão a respeitar a liberdade e a vida que todos os seres vivos têm, e o seu direito de viver em liberdade, tranquilamente.
O que a juventude taurina portuguesa quis dizer foi «…respeitem a libertinagem irracional dos outros» (ou seja deles mesmos).
E isso e impraticável. Impossível, em Democracia.
A libertinagem é perversão. Envilecimento. Expressa, entre outras, a vil prática da tortura. E essa vil prática da tortura não cabe numa sociedade civilizada. Numa Democracia.
«Não temos de estar todos de acordo».
Pois não. Lá isso é verdade. Só que neste caso, como não se trata de ideias, ou de opiniões, ou de pensamentos, mas sim de um acto de tortura, censurável em todos os cantos e recantos do mundo civilizado, as coisas não são tão lineares assim.
Ninguém, em seu juízo perfeito, poderá estar de acordo com a tortura.
Imaginemos que um jovem taurino fosse apanhado por um psicopata que gostasse de ver sofrer o outro, e de lhe dar facadas e de ver jorrar sangue e delirar com o estrebuchar de um moribundo… Isto é tortura.
Pela vossa lógica, teríamos de aplaudir, de respeitar a liberdade deste psicopata… É assim?
Pois... «Esta é uma dádiva da Democracia».
Só que a Democracia implica o respeito pela Vida, seja de que ser vivo for. E isto é que é a verdadeira dádiva da Democracia. Uma dádiva nunca poderá incluir a liberdade de torturar um ser senciente.
E se não há respeito pela Vida, não há Democracia. Quando muito haverá nazismo.
«Partilho isto porque defendo a liberdade».
Não! A juventude taurina portuguesa não defende a Liberdade.
A juventude taurina portuguesa (uma vergonhosa minoria entre a verdadeira juventude portuguesa) defende a tortura, a psicopatia, o nazismo, tudo o que contradiz a Democracia e a sua dádiva: a Liberdade.
Estudem e reflictam antes de tornar pública qualquer coisa que vos venha à cabeça.
Não vos fica nada bem.
Isabel A. Ferreira