(Foi assim, na Moita, ontem… Torturaram-se Touros numa rena quase vazia… Apenas aqueles que sofrem de sadismo, a um nível mais elevado, não resistem a ir aplaudir a selvajaria)
«Moita vazia ontem: a realidade que Bolota queria esconder…»
«Moita, corrida de quinta-feira da Feira (ontem), outrora a data forte (íssima!) do ciclo e uma das noites mais ansiadas da temporada, onde toureavam os grandes triunfadores da época...
Ontem, com um cartel subjectivo e de non sense, a praça estava como se vê. Às moscas. Um verdadeiro quadro de miséria...
É esta a realidade que o "empresário" Bolota queria esconder do público. Descontente com o facto de aqui se ter escrito que esta era - como é - a pior Feira da Moita dos últimos anos, o testa-de-ferro do verdadeiro (outro) empresário da praça "Daniel do Nascimento" decidiu anteontem ameaçar os repórteres fotográficos: se enviassem fotos para o "Farpas", não lhes dava creditação para a trincheira... Claro que é para o lado que dormimos melhor.
Mesmo assim, aqui estão duas fotos que retratam a realidade de ontem: a praça esteve vazia…
(…)
Quanto ao "empresário" Bolota e às ameaças que fez à comunicação social, não vamos perder tempo com queixinhas para as autoridades. Já um dia levou dois tabefes da jovem filha de um empresário e, pelos vistos, ainda não lhe serviu de emenda. Este ano, matou a Feira do Ribatejo, realizando uma única corrida em Junho na Monumental de Santarém. Agora, acaba de matar a essência da verdadeira Feira da Moita. Resta a tourada das bebedeiras, esta noite, com um cartelzito que também não chama ninguém...
Pobre Moita...»
Fotos "Farpas"
in:
http://farpasblogue.blogspot.pt/2016/09/moita-vazia-ontem-realidade-que-bolota.html
***
A FINA FLÔR DO ENTULHO:
http://farpasblogue.blogspot.pt/2013/08/empresario-bolota-agredido-ontem-na.html
(…)
e mais dizemos: VENHA VINHO!
Fonte:
https://www.facebook.com/moitaantitouradas/?fref=nf
… fazendo da morte de um ser senciente uma festa…
Numa iniciativa ilegal (sabendo como sabemos que a veterinária municipal está de férias), proibida em Portugal e demonstrativa de uma apetência patológica para aplaudir o sofrimento e a morte de um Porco ao vivo.
Isto só acontece num país onde o sadismo é incentivado por uma legislação absurda e irracional.
Enviada para:
dirgeral@dgav.pt, ct.vct.dvct.npa@gnr.pt, correio.asae@asae.pt
Excelentíssimas autoridades,
Repetindo o feito do ano passado, sem ter aprendido absolutamente nada, e continuando a optar pela ignorância, pela ilegalidade e pelo prazer mórbido de ver a morte de perto, os proprietários de um restaurante em Viana do Castelo, não só estão a promover uma "matança de Porco ao vivo" como também a vender bilhetes para esta carnificina, onde a carne do animal será distribuída ao público…
Independentemente da crueldade desta iniciativa, também aqui fica em causa a legalidade deste acto, que de acordo com a informação que nos foi dada por vós, a venda da carne destes animais ao público não é autorizada, ainda que seja permitida a matança para consumo familiar.
Mas sem “espectáculo público", obviamente.
Este acto anormal repete-se, mesmo depois de no ano passado ter sido denunciado, o que nos leva a crer que as autoridades NADA FIZERAM para travar estas iniciativas carniceiras, em público.
Ou será que me engano?
Aqui fica a denúncia pública.
O cartaz é público, e só não o publico aqui na íntegra, para não fazer propaganda grátis a um restaurante de tão baixo nível ético.
Aguardando que vossas Excelências tomem as medidas adequadas para que esta carnificina pública não se concretize e nem sequer volte a repetir-se a intenção (como cidadã portuguesa tenho o direito cívico de exigir que se cumpram as normas de uma civilidade, ainda que mínima) subscrevo-me atentamente,
Isabel A. Ferreira
PS: Repare-se na "festa" ao redor da morte de um ser senciente, que tem a inteligência de uma criança humana de três anos.
No asqueroso cartaz que anuncia mais um evento repugnante de tortura de bovinos, pergunta-se:
Quem ganhará? (entre eles e elas).
Obviamente ganhará a estupidez, a crueldade, a violência, a ignorância, o sadismo, a incultura, a subserviência dos autarcas poveiros ao inculto lobby tauromáquico.
Perderá a cidade, que continua no rol das localidades com um monumental atraso civilizacional, com uma arena de tortura activa, uma cidade onde é permitido todo o tipo de maus-tratos a animais, onde se dá tiro aos pombos, onde se caça raposas, onde se tortura touros, onde animais selvagens estão enjaulados e escravizados nas arenas do circo de um cardinali…
Os cartazes da selvajaria tauromáquica e os do circo onde se vê carrascos agarrados a leões e a cavalos, conspurcam a cidade, agridem a inteligência dos cidadãos, esmagam a sensibilidade dos seres que são verdadeiramente humanos.
A Póvoa de varzim é uma cidade onde definitivamente NÃO APETECE VIVER, ao contrário do que apregoa a propaganda municipal…
(Ao cuidado dos governantes de Portugal)
O toureiro, longe de ser alguém fabuloso, nada mais é do que um infra-homem [homem abaixo do nível habitual da natureza humana, homem inferior], que representa o mais grotesco, imundo e ridículo que pode chegar a ser o ser humano.
por Carlos Loures
Em 1836, o ministro do Reino, Passos Manuel, promulgou um decreto proibindo as touradas (coisa que o marquês de Pombal já tinha feito no século anterior): «Considerando que as corridas de touros são um divertimento bárbaro e impróprio de Nações civilizadas, bem assim que semelhantes espectáculos servem unicamente para habituar os homens ao crime e à ferocidade, e desejando eu remover todas as causas que possam impedir ou retardar o aperfeiçoamento moral da Nação Portuguesa, hei por bem decretar que de ora em diante fiquem proibidas em todo o Reino as corridas de touros.» dizia o decreto. Porém as «razões» do costume prevaleceram e nove meses depois as corridas regressaram.
Os aficionados, quando vêem rebatidos os seus argumentos de mentecaptos, recorrem ao que lhes parece ser uma razão de peso – «a tourada é uma tradição portuguesa». Será? É uma tradição castelhana, espanhola. A terminologia técnica é toda ela em castelhano. Até na chamada «tourada à portuguesa» a lide é acompanhada por pasodobles e saudada com olés.
Diz José Saramago num dos seus “Cadernos”: «O touro entra na praça. Entra sempre, creio. Este veio em alegre correria, como se, vendo aberta uma porta para a luz, para o sol, acreditasse que o devolviam à liberdade. Animal tonto, ingénuo, ignorante também, inocência irremediável, não sabe que não sairá vivo deste anel infernal que aplaudirá, gritará, assobiará durante duas horas, sem descanso. O touro atravessa a correr a praça, olha os “tendidos” sem perceber o que acontece ali, volta para trás, interroga os ares, enfim arranca na direcção de um vulto que lhe acena com um capote, em dois segundos acha-se do outro lado, era uma ilusão, julgava investir contra algo sólido que merecia a sua força, e não era mais do que uma nuvem. Em verdade, que mundo vê o touro?»
(…) «O touro vai morrer. Dele se espera que tenha força suficiente, brandura, suavidade, para merecer o título de nobre. Que invista com lealdade, que obedeça ao jogo do matador, que renuncie à brutalidade, que saia da vida tão puro como nela entrou, tão puro como viveu, casto de espírito como o está de corpo, pois virgem irá morrer. Terei medo pelo toureiro quando ele se expuser sem defesa diante das armas da besta. Só mais tarde perceberei que o touro, a partir de um certo momento, embora continue vivo, já não existe, entrou num sonho que é só seu, entre a vida e a morte». Quando leu o texto, a esposa do escritor comentou «Não podes compreender».
Não há nada para compreender. Quem se diverte com a tortura de um animal é um sádico. Quem procura esconder o sadismo sob uma capa de mística, a não ser que seja nobre, é um estúpido.
Fonte:
in:
Sujeitar jovens patinadoras a fazer figuras tristes, fantasiadas de torturadoras de Touros, é algo que desprestigia qualquer iniciativa, e as próprias jovens…
Se estas meninas soubessem a figura triste que estão a fazer, não aceitariam vestir-se deste modo ridículo… que é o modo de vestir dos praticantes de selvajaria tauromáquica.
Mas quem, com lucidez, lhes explicou que a selvajaria tauromáquica é coisa de sádicos e psicopatas, e nada tem a ver com Arte e Cultura, ou Patinagem Artística, mas tão só com barbárie, violência crueldade, sadismo e psicopatia?
Nem sequer os próprios progenitores as protegeram de tal exposição pública!!!!
Pura publicidade à selvajaria tauromáquica!!!!
Fonte das imagens:
https://protouro.wordpress.com/2015/12/04/imagens-repugantes-do-ii-festival-de-patinagem-artistica/
http://elredondeltaurino.blogspot.pt/
http://farpasblogue.blogspot.pt/2015/12/tauromaquia-reinou-em-festival-de.html
O Hóquei Clube da Mealhada CONSPURCOU o II Festival de Patinagem Artística ao aceitar aliar-se ao lobby tauromáquico, que anda por aí, desesperadamente, a tentar impingir uma “coisa” que foi atirada à valeta, e promover um costume bárbaro, onde se sacrifica cruelmente um ser vivo para divertir gentinha que não evoluiu.
Coitadas destas meninas! Sabe-se que vão andar por aí, a promover esta prática que o mundo civilizado rejeita.
Estarão elas à altura de serem sapateadas, vaiadas, assobiadas e desprezadas?
Esperemos que haja alguém no seu juízo perfeito que impeça estas patinadoras de andarem por aí a ridicularizar e a enxovalhar a arte de patinar… e a si próprias.
É a dignidade e a imagem de crianças e jovens que progenitores irresponsáveis puseram em causa ao expô-las assim, publicamente, deste modo tão burlesco.
Que mal fizeram elas para merecerem tão má sorte?
Isabel A. Ferreira
Esta é a visão de alguém que, do outro lado do Atlântico, pasmou com a “coltura” dos broncos portugueses
Eis a estupidez no seu estado mais puro: broncos divertem-se a torturar Touros indefesos, como se os Touros fossem animais como eles. Mas não são. Os Touros são animais muito mais dignos
«Sou do Brasil e nunca ouvi falar em Azambuja. Hoje conheci um pouquinho mais de vocês.
Um povo que tem por diversão o maltrato dos animais. Parece que aí isto é cultura. Que pena, acho que nunca vou pôr meus pés neste lugar, porque no Brasil, cultura é dança, teatro, música, pintura... não envolve tortura e nem derramamento de sangue. Aliás, no Brasil chamamos isto de sadismo.
Talvez uma biblioteca ou um teatro pudessem divertir de maneira mais saudável esse povo que talvez não tenha outras opções de "lazer".
Lamentável, vergonhoso, grotesco... muito triste saber que povos cultuam a tortura de seres indefesos por diversão. Chega a ser surreal.
Grandes colônias de portugueses vieram para o Brasil, mas graças a Deus vieram povos de outras culturas e com essa miscigenação conseguimos evoluir. Cultura para nós é arte, é o belo: teatro, música, dança, pintura.
Soube que em Coruche, no ano de 2015, século XXI, os portugueses ainda acreditam ou querem vender a idéia de que tourada é uma "cultura" que deve ser preservada. Ela é tão rentável assim?
Que me perdoem os portugueses que nada têm a ver com este sadismo, mas sinto uma imensa vergonha por descender de vocês.
É esta a imagem que lhes dá prazer? É o sangue jorrando pela tortura de um animal que lhes dá leveza na alma?
Se é uma questão cultural, sugiro que retornem com as lutas nas arenas entre gladiadores. Elas têm todos os requisitos: é "cultural", têm sangue e têm morte. Fica só faltando a parte da tortura, mas isso, vocês podem votar na próxima reunião.
Lamentável, vergonhoso, grotesco, uma aberração...»
Ivone Vieira
(Para todos os que afogam a sua existência no sangue dos Touros)
«Quando a verdade sufocar as chamas do sadismo e da mentira, TORDESILHAS passará a ser uma desvanecida memória de sinistros e cobardes fantasmas, sem motivo nem moral, condenados à inexistência eterna.
Será então, que o espírito dos Toros de la Vega ressurgirá cheio de brio, numa terra sã, repleta de LIBERDADE»
Juan Carlos Poó
Para saberem quem é Juan Carlos Poó e o que faz pela abolição das selvajaria tauromáquica em Espanha, consultar este link:
http://juancarlospoo.wordpress.com/
E o que tem a dizer o povo de Oliveira do Bairro que há sete anos consecutivos elege quem assim tão maltrata seres sencientes?
Serão cúmplices da barbárie?
Porque há os que não são (IF)
«Este é o rosto do sadismo e psicopatia!
Presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro, Mário João Oliveira, desde há 7 anos consecutivos, apoiou e financiou com dinheiro do erário público e foi o responsável por a humilhação, massacre, tortura e chacina de 43 touros inocentes, em praça pública!
Quando aqui na zona, as crianças não têm condições escolares, idosos não tem dinheiro para medicamentos, nem transporte de doentes... e numa zona onde já existe muita fome e pessoas a passar mal, e sobretudo numa época de acentuada crise!
Este presidente é uma vergonha para os Portugueses e para Portugal, perante os países civilizados e evoluídos. Peço a todos os meus amigos e activistas, que mostrem o vosso repúdio contra este presidente que apoia e financia espectáculos sanguinários, violentos, macabros, hediondos e demoníacos.»
Fonte
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Então Senhor Presidente? Oliveira do Bairro precisa de evoluir.
Não pode ficar parado num passado primitivo a cheirar ao mofo.
E de certeza que o Senhor não quererá ficar para a História como o mau da fita.
Tenha a hombridade de elevar Oliveira do Bairro a cidade anti-tourada e trazê-la para o século XXI depois de Cristo, que é, não sei se já reparou, o tempo em que nós vivemos.
Um tempo de modernidades, e não de bárbaros medievalismos.
Isabel A. Ferreira
Um inocente e indefeso golfinho gritando de dor ao morrer numa morte lenta e horrível, na enseada em Taiji. Isto não é cultura. Não há nenhuma cultura no mundo que possa promover o massacre desumano e o sofrimento de seres sencientes, socialmente complexos e altamente inteligentes ao ponto de já serem considerados “pessoas não humanas”.
Isto é sadismo, é ganância, é um crime cometido por cobardes contra a vida planetária.
SHAME ON JAPAN!
Fonte:
Nada mais eloquente do que uma terceirense culta a abordar o evento inculto que suja o nome da Ilha…
Por Maria Fraga
«In his biological writings, Aristotle (384–322 b.C.) repeatedly suggested that animals lived for their own sake, but his claim in the Politics that nature made all animals for the sake of humans was unfortunately destined to become his most influential statement on the subject. (Encyclopaedia Britannica, Animal rights)
Em 1952 escrevia meu Pai, na introdução de pequeno livrinho que então publicou, o seguinte: “Há na Sagrada Escritura dois provérbios característicos pela sua aparente contradição. Um diz: não respondas ao louco segundo a sua loucura, para não vires a ser semelhante a ele. O outro aconselha: responde ao louco segundo a sua loucura, para que ele não imagine que é sábio."
Perante a nota de reportagem “Festa brava oferece “escola de vida” – presente no Diário Insular, na sua edição de 28/Jan. do ano corrente, onde se apresentam algumas conclusões do III Fórum Mundial da Cultura Taurina, durante algum tempo, vacilando entre os dois conselhos, hesitei em “responder”, isto é, em pronunciar-me sobre o assunto…mas tal como em tempos decidiu meu Pai, decidi-me hoje pela resposta.
As referidas conclusões, que foram lidas por um conhecido autor de obras sobre a “corrida” e defensor da cultura tauromáquica, o filósofo e professor Francis Wolff, apontam constantemente para os “valores” ligados à tauromaquia, não os identificando ou concretizando porém (e por que não? Pensar-se-á, acaso, que todos os “valores” são desejáveis e moralmente defensáveis?) enquanto parecem reflectir o sentimento dos participantes, que será de perseguição perpetrada pelos ferozes anti-taurinos - que surgem em toda a nota como os maus da fita.
Anti taurina ou, mais bem dizendo, anti-tauromaquia como me assumo, e isto desde que aos seis ou sete anos de idade assisti a uma tourada à corda e acto contínuo me coloquei, mentalmente, ao lado do animal desnorteado e confuso - que claramente vi como o mais fraco - jamais persegui, insultei ou injuriei quem quer que fosse por pensar de modo diverso daquele que reconheço como o meu, muito embora possa, evidentemente, lamentar que se torne ainda necessário a alguns, no momento evolutivo em que a espécie se encontra, demonstrar em praça pública que são mais espertos do que um touro – o que é forçosamente sempre verdade, mesmo para o mais bronco exemplar de homo sapiens sapiens que possamos imaginar.
Porque dos valores da cultura taurina, tantas vezes referidos, nomeadamente nestas conclusões, mas raramente identificados pelos seus defensores, imagino eu que o principal será a modalidade de coragem que leva um humano de físico comparativamente insignificante a se colocar perante um bicho irracional, mas dotado de poderosos músculos - coragem essa que não me parece lá muito superior, porém, à de algum desocupado que finte uma locomotiva que não consegue, por si mesma, sair dos carris onde foi colocada. Claro que pode acontecer um acidente, uma escorregadela, um tropeção, e num acaso, ser colhido o homem, que nesta insensatez perde a sua irrepetível vida, na tentativa de demonstrar mais uma vez o que toda a gente já sabe. Mas, em princípio, é sabido que o touro procurará a capa que esvoaça, tal como é sabido que a locomotiva não sairá dos carris – e com um bocado de sorte ninguém tropeçará.
Bastante maior coragem revela, quanto a mim, o boxeur que enfrenta um seu semelhante em força física, habilidade e inteligência, muito embora o fomento do pugilismo também não esteja nos meus planos culturais para a terra onde nasci.
Aprecio a coragem e a destreza físicas, mas mais defendo a promoção de um outro tipo da mesma, que passe muito menos pelos músculos e muito mais pela força de carácter, que tenha pouco de esperteza saloia e muito de honesto aprumo, que encare o mais fraco como destinatário dos cuidados e da sabedoria do mais forte – e nunca como objecto de diversão ou de libertação de instintos sádicos, de que é alvo fácil. No confronto homem-touro, este é o mais fraco, e não ao contrário – assim o vi naquela tourada à corda de há muitos anos, assim o vejo hoje.
Como se pode afirmar que, e transcrevo: “Contra o doutrinamento do politicamente correcto a tauromaquia tem-se como uma experiência de beleza, paixão, inteligência, que deveria ganhar espaço como modelo de comportamento, para uma sociedade que vai perdendo as suas referências essenciais” no contexto de um evento que foi, se a memória me não falha, subsidiado por dinheiros públicos - que são administrados e atribuídos por políticos - em pelo menos 60.000 euros?
Por outro lado, serão porventura, para os participantes deste Fórum, referências essenciais da nossa sociedade o conseguirmos divertimento (e proventos económicos, talvez um outro dos valores que não são explicitados) à custa do sofrimento e da confusão de animais irracionais? Se assim for, pois é bom que se percam; eu advogo, e outros como eu advogarão, o surgimento de uma sociedade em que as referências passem pela compaixão, que não pelo sadismo; pela elevação artística, que não pelo divertimento boçal; pela sabedoria, numa palavra, que nos levará a compreender o nosso lugar no planeta como guardiães atentos, que não como usuários aproveitadores, desinteressados do dia de amanhã que de qualquer modo não nos atingirá - e já agora aí vai outra expressão que está muito em moda, como está esta dos “valores” - dado que uma das minhas referências para a sociedade que almejo é, precisamente, o desenvolvimento… sustentável.
Muitas vezes tenho constatado com tristeza que, neste meio onde vivemos, parece não ser necessário compreendermos a fundo o significado das palavras para as repetirmos de modo considerado oportuno.
Mas voltando à questão, todos estamos no mesmo barco, homens, touros e árvores; mas só uma das espécies viventes apresenta o apodo duplo de sapiens, que, muito embora se trate de uma autodenominação, deveria implicar forte responsabilização do mais sábio, logo mais forte, pelos mais fracos.
É verdade que os participantes do Fórum em questão, mai-lo seu porta-voz e aficionados em geral, têm em pleno a liberdade de não concordar com a minha postura, nestas linhas expressa, de apreciar uma actividade que outros reputam atávica, desprovida de dignidade e cruel, e até de a praticar, pelo menos enquanto as leis do nosso país o permitirem. Não podem é supor que acreditamos que o rei traz vestido um esplêndido fato quando afinal vem o mais nu que é possível, e isto por muito filósofo (e especialista em Aristóteles), que seja o porta-voz das conclusões…
Aristóteles, que aliás e por não dizer sempre a mesma coisa, acabou por ficar com as famas de entender a existência dos animais para exclusivo proveito dos seres humanos - quando afinal, se o disse, também disse o contrário. Mas que trapalhão.
E, para terminar, que me seja permitido dizer que a bela ilha Terceira, tão cheia de (outras) tradições interessantes e de grande importância em termos culturais (e bastará lembrar aqui o seu valiosíssimo corpo folclórico musical, que me é tão próximo e não cesso de admirar) não precisa de nada disto para se confirmar como um destino turístico de primeira água, que manifestações desta natureza só poderão, infelizmente, deslustrar.
Respondi! e disse.
2/02/2014»
Fonte: