Um excelente texto para reflexão
Esta imagem diz tudo sobre o ritual bacoco da “Vaca das Cordas”, de Ponte de Lima. Diz do sofrimento do animal: amarrado, ensanguentado, prostrado, com as suas defesas (cornos) emboladas, e um bando de bárbaros a torturá-lo ainda mais…
José Dores deixou um comentário ao post «PARECE, ATRAVÉS DE ALGUNS COMENTÁRIOS, QUE SE A VACA DAS CORDAS ACABASSE (COMO IRÁ ACONTECER) DEIXASSEM DE TER ORGULHO EM SER LIMIANOS!» às11:32, 2013-04-17.
Comentário:
«Estes "Cinzentos" é que nos colocam nesta situação. Li os comentários e acho extraordinária a falta de integridade e coerência desta nossa sociedade. Não gostam de ver a vaca a sofrer mas como o sofrimento não é muito grande (só a vaca é que saberá a grandeza do sofrimento mais ninguém) até pode ser...
COMO???? Este ser humano "poucochinho" que se satisfaz com alguma coisa quando sabe perfeitamente que essa alguma coisa não é o que tem de ser exclusivamente por falta de interesse do homem em se superar. Tudo isto nasce da incapacidade do homem em não ceder ao vício da adrenalina e de experienciar emoções fortes. Vivemos numa sociedade viciada nisto.
Queremos "viver" ao máximo, mesmo que para isso se reduza tudo a cinzas, mesmo que para isso haja sofrimento, maior ou menor, mesmo que para isso alguns fiquem para trás. Pessoas viveram consequências terríveis para dar a liberdade a esta sociedade, e estes seres (des)humanos usam-na para viver experiências "orgásmicas" umas atrás das outras, sempre intensamente.
Comer muito, viajar muito, ganhar muito dinheiro, subir muito na vida, ter muitas coisas, adrenalina com fartura... e no fim a total ausência de sentido da vida e a infelicidade de perceber que foi tudo um desperdício de tempo.
Sabemos que o mundo está em convulsão, sabemos e vemos que muitas injustiças acontecem em nome de nada, mas "podia ser pior", "eu ainda não me queixo", "não concordo mas não posso fazer nada".
Que desperdício de humanidade...
Srs. Cinzentos, vocês não podem ser neutros sempre em todas as situações, existem situações onde ter princípios é contrário a ser aceite socialmente e é com muita felicidade que sentimos que a escolha de o fazer é a escolha mais correta das nossas vidas.
Nós somos aquilo que defendemos, aquilo pelo que sofremos, aquilo pelo que assumimos consequências e responsabilidades.
Não é possível com os conhecimentos atuais acerca do que são os animais não humanos continuar a manter rituais de uma época histórica onde nem acerca do ser humano se tinha conhecimentos.
Na altura em que começou a Vaca das cordas nem Psicologia existia, nem Saúde Mental, não se sabia nada... e agora fazemos de conta que ainda estamos nessa época????
POR FAVOR!!!!»
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MAGNÍFICO, JOSÉ DORES.
OBRIGADA PELO SEU EXCELENTE CONTRIBUTO.
VAMOS LÁ A VER SE ELES ENTENDEM…
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ACABEM DE UMA VEZ COM RITUAIS INCULTOS!
José Dores, deixou um comentário ao post «NA ALTURA EM QUE COMEÇOU A “VACA DAS CORDAS”, NEM PSICOLOGIA EXISTIA, NEM SAÚDE MENTAL, NÃO SE SABIA NADA… E AGORA FAZEMOS DE CONTA QUE AINDA ESTAMOS NESSA ÉPOCA???» às 13:32, 2013-04-18.
Comentário:
«Acrescento apenas mais isto: a Vaca das Cordas surgiu em 1646, a Origem das Espécies de Charles Darwin foi publicado em 1859, 213 anos depois, uma eternidade, a Genética existe desde 1953, 94 anos depois da selecção natural de Charles Darwin. Na altura a criação de Deus era o que comandava a sociedade. O que nos separa (bovinos e humanos) não é mais que uma distância genética, coisa que nem se fazia ideia em 1646... Acabem de uma vez com rituais incultos!
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QUE SE FAÇA LUZ ONDE HÁ TREVAS, JOSÉ DORES!
«Ceder aos instintos mais primários, deixar que o ser primitivo se sobreponha ao ser humano que há em nós é sinal de pouca inteligência». (...) Sejamos humanos, deixemos os animais em paz» (Carlos Galvão)
Uma excelente análise sobre o instinto primário dos caçadores e dos tauricidas.
Os caçadores do século XXI depois de Cristo ficaram na época destes nossos antepassados
Por Carlos Galvão
«O prazer de enfrentar um animal, qualquer que ele seja e a adrenalina que isso provoca, de o fatigar, de o enganar, de o perseguir e de lhe tirar a vida está gravado na parte mais antiga do nosso cérebro, aquela que herdámos dos nossos antepassados répteis. Também aí se encontram os instintos mais primários, a agressividade, a territorialidade, a xenofobia, a necessidade de pertencer a um grupo, os ritos, etc..
Esta informação foi-nos útil, nos tempos em que éramos caçadores recolectores, nos tempos em que tínhamos de caçar para comer, nos tempos em que tínhamos de lutar para sobreviver.
Do ponto de vista da psicologia e da sociologia, as touradas, a caça e outras actividades semelhantes são figurações das caçadas dos nossos antepassados. Do mesmo modo, os jogos de equipa são figurações das batalhas que tivemos de travar para defender o nosso território. Ainda assim, não perdemos uma oportunidade de travar uma ou outra guerrita, com mais ou menos efeitos colaterais (leia-se número de mortos…), afinal, temos de descarregar a testosterona de qualquer forma, não é verdade?
O problema é que já não somos caçadores recolectores, evoluímos, tanto fisicamente como socialmente.
Fisicamente, o nosso cérebro evoluiu significativamente, aumentou de volume com o surgimento do córtex cerebral. É aqui que a matéria se transforma em consciência, o reino da intuição, da consciência e da análise critica. É aqui que surgem as ideias e as inspirações, que lemos e escrevemos, é aqui que reside o gosto pelas artes e a cultura. É o que distingue a nossa espécie, o cerne da humanidade.
Socialmente, evoluímos para outras formas de sociedade, sedentarizámo-nos, tornámo-nos agricultores, domesticámos animais, tornámo-nos artífices, e por aí fora, passando pela revolução industrial até aos nossos dias.
Mas, pelos vistos, evoluímos pouco. Ainda não apagámos dos recônditos mais profundos do nosso cérebro a informação que já não nos faz falta e que é, em certa medida, desnecessária e contraproducente, ainda não fomos capazes de dar o salto qualitativo que temos que dar em termos de respeito para com o meio ambiente e para com todos os seres vivos.
Ceder aos instintos mais primários, deixar que o ser primitivo se sobreponha ao ser humano que há em nós é sinal de pouca inteligência. Como seres inteligentes (pelo menos, é suposto…) deveríamos ser capazes de sobrepor a inteligência ao instinto, de fazer com que o lado racional prevaleça sobre o lado irracional.
Sejamos humanos, deixemos os animais em paz!
Carlos Galvão»
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Fazendo minhas as palavras de Carlos Galvão, eis a minha resposta aos comentários que os caçadores enviaram para «O Arco de Almedina», nomeadamente o Ricardo Sousa, com a sua pose de “entendido na matéria”:
Ricardo Sousa disse sobre O “apelo interior para a caça” tem uma designação: crueldade e cobardia inatas na Sexta-feira, 25 de Janeiro de 2013 às 18:06:
«Pois repito-me eu. É bem elucidativa a forma completamente básica, boçal e primária, com que se desenvolve A SUA RESPOSTA, a partir do tal limitadíssimo entendimento do que é a caça e a natureza humana. Excuso-me novamente a qualquer explanação mais elaborada, pela antecipada, total incompatibilidade de nível de esclarecimento, e que, fatalmente, consistiria apenas numa perda de tempo e disposição, e numa atribuição de valor àquilo que me respondeu, que de facto não tem, trata-se apenas de opiniões, infundamentadas, pessoais... enfim, desprezáveis novamente por irrealismo.
Compreensível, a sua frustração e a revolta pela falha de uma intenção como a da causa animalista, de acabar com as Touradas, ou com a Caça. Reitero que a tão reduzida adesão das pessoas a dita causa, demonstra bem a credibilidade que lhes merece, pela qualidade dos respectivos actores, reduzindo-a à condição de marginal, já que se limita a atormentar as mentes ao colocar-lhes problemas, até porque, as soluções que preconiza vulgarmente são problemas maiores todavia que os iniciais, numa “bola de neve” destrutiva, e apenas isso. De resto, não receio as suas encapotadas ameaças de vir a ser Caçado algum dia, que apenas confirmam o que escrevi sobre a patologia da solidão, frustração e impotência, e a tanta propriedade com que fala de covardia. Touradas, Caça, e outros temas transcendem a sua capacidade de entendimento... é natural que, não as conseguindo decifrar, não seja capaz de as entender, e portanto lhe pareçam abjectas.»
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O que me ocorre dizer é apenas isto: APRENDA, Ricardo Sousa - «Ceder aos instintos mais primários, deixar que o ser primitivo se sobreponha ao ser humano que há em si é sinal de pouca inteligência. Como ser inteligente (pelo menos, é suposto…) deveria ser capaz de sobrepor a inteligência ao instinto, de fazer com que o seu lado racional prevaleça sobre o lado irracional».
Mas não é o que acontece consigo. Lamento muito.
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Ricardo Sousa disse sobre O “apelo interior para a caça” tem uma designação: crueldade e cobardia inatas na Sexta-feira, 25 de Janeiro de 2013 às 19:20:
«1º quem tem necessidade de aprender a ler não sou eu, como óbviamente decorre dos comentários aos meus.
2º Se não sabe a razão de ser da Caça, qualquer afirmação sua relativamente ao tema enferma de ilegitimidade e hipocrisia, é apenas um sofisma de pretensa superioridade, que não tem, pelo contrário. Até porque é incapaz de comentar a Caça, limita-se a insultar as pessoas, numa senda boçal e primária própria de ausência de argumentação lógica e sustentada, n+ivel esse a que não desço, não é o meu.
3º Quando chegar a minha Hora, chegará como tiver que chegar, e se fôr a Caçar... tanto melhor. Não anseie tanto por essa Hora, que talvez a sua Hora chegue antes da minha, e isso, ultrapassa.nos a ambos, mas, a realidade é que faz cá tanta falta a este mundo como a fome.
4º De facto a culpa de que exista gente ignorante com graus académicos, e incapaz de se dar conta da própria falência, ao tentar sistemáticamente ofender, e ao basear as afirmações apenas em opiniões pessoais insignificantes, não é dos Caçadores.
5º Volto a frisar, que isso são problemas do foro psicológico, resultantes de solidão, frustração e impotência diante da realidade.»
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1º: Que o Ricardo Sousa tem bastante necessidade de LER E APRENDER, ficou óbvio, depois da brilhante lição de Carlos Galvão.
2º: A razão de ser da caça está bastante bem explicada no texto de Carlos Galvão, da qual (razão) o Ricardo Sousa nada sabe.
3º: Cada um faz falta à sua maneira. Poderei não fazer falta a si. Nem me interessa. O Ricardo Sousa é que não faz falta nenhuma aos animais. Eu faço, porque sou a voz deles, defendo-os, não os mato. Mas quando tivermos de ir, iremos.
4º: Esta afirmação, neste ponto 4, já está bem respondida, no texto acima publicado. A diferença é que os caçadores CEDEM AOS INSTINTOS MAIS PRIMÁRIOS, e tentam justificar esse primarismo rebaixando quem não tem instintos primários. Certo?
5º: Ora diga-me agora quem tem problemas do foro psicológico… Não tente transpor para mim, as suas frustrações, Ricardo Sousa. Freud dir-lhe-ia a mesma coisa.
Isabel A. Ferreira