Com votos a favor PS, PCP e PSD e a abstenção do Bloco de Esquerda. Nem uma palavra pública sobre o pedido da ONU a Portugal de afastar as crianças da actividade tauromáquica, nem uma palavra pública sobre quanto mais esta promoção tauromáquica vai custar às gentes de Vila Franca de Xira, em plena pandemia! Sabemos ao que vamos e o que esperar desde grupo de 11 que supostamente representa todos os vila-franquenses!
REUNIÃO DE CÂMARA MUNICIPAL DE VILA FRANCA DE XIRA
Amanhã, dia 14 de Abril de 2021, o executivo municipal leva a proposta de adesão do Município à recentemente criada Associação Portuguesa de Municípios Taurinos. É mais um estertor dos poucos municípios da secção taurina, da associação nacional de municípios, a quem lá dentro já ninguém liga puto.
Uma última oportunidade de um executivo em fim de mandato fazer aprovar mais uns dinheiros públicos a favor da promoção da barbárie. Amanhã é o dia de todos vermos se alguém daqueles 11 do executivo tem coragem de defender os interesses dos milhares de pessoas que querem a sua terra fora do circuito da violência tauromáquica. Amanhã é dia de ver se os partidos que se dizem 'amigos' dos animais, são mesmo amigos dos animais. Cá estaremos.
Repescando um texto que reflecte os malefícios causados pelas touradas, num momento em que o PAN - Pessoas - Animais - Natureza pretende elevar a idade das crianças que assistem à violência e crueldade da prática tauromáquica.
Mais uma lei, para ficar tudo na mesma?
Não esquecer que estamos em Portugal, um país onde nem as leis, muito menos as recomendações de Organismos como a ONU, NÃO SÃO para cumprir, nem fiscalizar. São apenas para constar.
Daí que só a ABOLIÇÃO desta barbárie é o único caminho.
A tourada – que consiste em perseguir, espetar e mutilar um touro indefeso e aterrorizado, diante de uma multidão depravada – fere brutalmente os direitos dos animais.
Recentemente, a ONU (Organizações das Nações Unidas) declarou que assistir a este bárbaro espectáculo é também incompatível com os direitos das crianças.
O Comité da ONU para os Direitos das Crianças recomendou que as mesmas não devem assistir ou participar de touradas devido à sua extrema violência. O pronunciamento foi feito em relação a Portugal, onde as crianças são obrigadas a frequentar as arenas e, por vezes, envolvem-se em actos de crueldade contra os animais, nas escolas de toureio, para onde vão obrigadas pelos pais.
Esta decisão da ONU vai ao encontro do que os especialistas afirmam há muito tempo, e os que praticam, apoiam e aplaudem a tauromaquia rejeitam porque optam pela ignorância.
No ano passado, 140 cientistas e académicos escreveram a políticos espanhóis salientando que a promoção do abuso a animais tem um efeito negativo sobre a sociedade como um todo.
Para uma criança, assistir à cena de um animal a ser torturado e morto, é uma experiência bastante traumática. Com o tempo, ela pode até ser dessensibilizada, o que a transformará num adulto empedernido, sem a mínima empatia pelos seres vivos, incluindo seres da sua própria espécie.
Um estudo recente da Universidade de Tufts descobriu que aprender a cuidar de um animal ajuda os jovens a desenvolverem melhores relacionamentos e a tornarem-se mais confiantes e empáticos.
Estas são as qualidades que as sociedades progressistas e modernas devem encorajar aos seus filhos, em vez do gozo pelo derramamento de sangue. Como disse a modelo espanhola Elen Rivas: «Glorificar a matança deliberada de animais não deve ser tolerada numa sociedade civilizada».
As touradas são responsáveis pela morte de aproximadamente 40 mil Touros por ano. Um biocídio em grande escala.
Todos os que lutam pelos Direitos dos Animais e pela Abolição das Touradas esperam que a influência da ONU ajude a convencer a União Europeia e os governos dos países que ainda permitem as touradas em seu território, a suspenderem o apoio a essa indústria cruel e imoral e abolirem definitivamente esta obscenidade que despreza os Touros e os Cavalos, mas também os Seres Humanos, que são agredidos na sua sensibilidade, pelo ritual primitivo e cruel que é a tauromaquia.
(Esperemos que isto não seja mais um daqueles rebuçados que os deputados da Nação nos dá, para nos adoçar, e depois de consumido, fica tudo na mesma, como é hábito, nestas coisas da tortura de Touros. E o tempo já não é de rebuçados, mas de ABOLIÇÃO, e apenas a ABOLIÇÃO constitui um grande passo civilizacional - Isabel A. Ferreira)
O PAN revelou que o Governo acolheu a sua proposta de proibir a presença e participação de menores em espectáculos tauromáquicos e indicou que a legislação será alterada no primeiro trimestre do próximo ano. Touradas podem também deixar de passar em canal aberto.
Inês Sousa Real, líder parlamentar do PAN - Pessoas-Animais-Natureza, numa declaração à imprensa, referiu que durante as reuniões com o Governo em torno do Orçamento do Estado para 2021, o executivo acolheu algumas das propostas do partido, apesar de não estarem inscritas na proposta que foi aprovada na generalidade na semana passada.
Entre elas, «o Governo acolheu a proposta do PAN para que seja regulamentada a idade dos menores que possam aceder e participar em espectáculos tauromáquicos», afirmou.
Ainda de acordo com Inês Sousa Real, «no primeiro trimestre de 2021 vai ser alterada a legislação para proibir a presença e participação de menores nos espectáculos tauromáquicos», mas ainda não está fechado a partir de que idade é que os jovens poderão assistir a uma tourada.
«Estamos a trabalhar com o governo na fixação da idade, entre os 16 e os 18 anos», salientou a deputada, indicando ter recebido denúncias de espectáculos nos quais crianças «foram colocadas a tourear».
A líder do parlamentar do PAN explicou também que esta questão não será inscrita no Orçamento do Estado durante a discussão na especialidade, mas sim «por decreto do Governo», considerando «fundamental que o Governo dê respostas para além do Orçamento do Estado».
O PAN congratulou-se com esta medida, salientando que «Portugal actualmente incumpre as «recomendações da ONU, pondo em risco crianças e jovens», uma vez que «neste momento o que a lei prevê é idade recomendada, a partir dos 12 anos, não é proibitiva».
«Governo encontrou um compromisso com o PAN no sentido de dar resposta a uma reivindicação de há muito», sublinhou Inês Sousa Real, considerando que com esta medida «Portugal dá um passo civilizacional muito importante na protecção das crianças e também dos animais».
Quanto à transmissão das touradas na televisão, em canal aberto, Inês Sousa Real assinalou que esse é outro assunto no qual o PAN também está a trabalhar com o Governo.
Entretanto, o Bloco de Esquerda entregou na Assembleia da República um projecto de lei com o objectivo de que menores de 18 anos não possam participar em eventos tauromáquicos.»
O Grupo Parlamentar do PAN – Pessoas-Animais-Natureza acaba de apresentar um projecto de lei para aprovar o regime jurídico aplicável à doação de géneros alimentares para fins de solidariedade social e medidas tendentes ao combate ao desperdício alimentar. De acordo com a Greenpeace, esta medida permite assegurar cerca de 100 mil toneladas de comida por ano para a população em situação de carência económica.
Esta iniciativa pretende que as grandes superfícies e todas as cantinas públicas passem a ter o dever legal de doar os géneros alimentares que tenham perdido a sua condição de comercialização, mas que continuem em condições de serem consumidos, desde que existam entidades do sector social disponíveis para a sua recepção. O projecto de lei tem também como objectivo conceder benefícios fiscais em sede de IRC às empresas que adoptem medidas para reduzir do desperdício, e visa ainda assegurar que o Governo crie incentivos para que as empresas do sector agro-alimentar realizem doações dos seus excedentes alimentares (por exemplo, disponibilização gratuita de embalagens 100 % biodegradáveis).
O projecto de lei inclui uma componente de educação para a sustentabilidade e para a necessidade de erradicar do desperdício alimentar nos programas escolares, e também propõe que os Municípios passem a ter planos municipais de combate ao desperdício alimentar, seguindo o bom exemplo do município de Lisboa que conseguiu, entre 2014 e 2017, evitar por ano que 5 milhões de refeições fossem desperdiçadas e deste modo apoiar cerca de 6.500 famílias.
“Para além de todas as questões sociais associadas à desigualdade no acesso e na distribuição de bens alimentares (7,9% da população portuguesa não tem recursos que lhe permitam comer uma refeição de qualidade), não nos podemos esquecer que os impactos ambientais associados ao desperdício alimentar custam à União Europeia 143 biliões de euros e a Portugal 1.625 mil milhões de euros. É urgente criar um enquadramento jurídico das doações de bens alimentares e envolver o sector agro-alimentar no combate ao desperdício”, afirma André Silva, porta-voz do PAN.
De relembrar que as medidas para reduzir o desperdício alimentar são uma forma de assegurar que Portugal cumpre as metas internacionais com que se comprometeu a nível internacional no quadro da ONU e da União Europeu, e estabelecem que deveremos reduzir o desperdício alimentar em 30% até 2025 e em 50% até 2030.
Portugal acaba de entrar para o rol dos países (agora cinco, entre 196 - ) em que é permitido MATAR ou pôr termo à vida, a pedido de um doente que, estando demasiado fragilizado por uma doença terminal ou crónica, prefere morrer, em vez de exigir que lhe atenuem o sofrimento do fim de vida, não o prolongando com tratamentos que podem ser evitados.
A eutanásia é um direito? Não creio que seja. Direito é ter cuidados médicos adequados, para que possamos morrer com dignidade.
A eutanásia é apenas um expediente, avalizado pelo Estado português, para que a vida se acabe antes do fim.
Agora pensem bem: por que motivo nesta lista estão apenas estes cinco países, nomeadamente, quatro países onde impera um acentuado materialismo, entre 196 países, segundo a contagem da ONU?
A eutanásia será algo que favoreça assim tanto a essência humana?
A ver vamos no que isto dá, em Portugal, onde tudo anda à balda, porque nos outros países, a "matança" estende-se aos doentes terminais e aos que simplesmente não querem viver, por motivos menos terminais.
Mas para que isto seja posto em prática, ainda faltam umas voltinhas.
Até lá, alegrem-se aqueles que acham que morrer com uma injecção letal ou com uma pílula é a tal "solução final" que confere à morte uma dignidade que a morte através de uma injecção letal ou uma pílula não tem.
E isto, dizem, vai acontecer no campo pequeno, em Lisboa.
A existência do "Dia da Tauromaquia", só por si, já desprestigia Portugal.
Para Lisboa, é uma vergonha, porque é a prova de que a cidade tem um atraso civilizacional, bem evidenciado nesta iniciativa troglodita.
Senhor Presidente da Câmara de Lisboa, é permitindo este "lixo tauromáquico" que pretende fazer de Lisboa uma cidade do futuro? Ainda por cima lançando as crianças, que tiveram a infelicidade de nascer em antros tauromáquicos, para uma actividade que não dignifica a espécie humana?
Dou graças por não ser lisboeta, porque se o fosse, abdicaria de o ser.
A juntar a tudo isto, há o facto de já em 2014, o Comité dos Direitos das Crianças da ONU ter exortado Portugal a afastar as crianças da tauromaquia pelo efeito nefasto que assistir ou participar em actividades de violência real provoca no seu desenvolvimento. A idade mínima indicada pelo mesmo Comité foi de 18 anos, mas a IGAC, vá-se lá saber baseada em que Ciência da Mente, encurtou para 12 anos a idade com que uma criança pode ser atirada para estas práticas cruéis, sanguinárias, violentas, impróprias para o desenvolvimento saudável de qualquer ser humano, tenha a idade que tiver.
Não se entende, pois, como os tauricidas continuam a gozar de completa impunidade nas suas repetidas atitudes de desrespeito pelas normas vigentes, e pior do que isso, no desrespeito descomunal que consagram às crianças, obrigadas à força e, muitas vezes, à bofetada, a assistirem a esta degradante prática bárbara, que as transformará em adultos desprovidos de qualquer sentimento humano. Serão tão anormais como os seus progenitores. Gente com mente saudável não se diverte a torturar animais.
Pergunta: vivemos num país civilizado?
Resposta: viveremos, quando esta anormalidade, quando esta coisa de mentes insanas, for banida definitivamente da sociedade portuguesa.
«O programa do governo contempla aumentar a idade mínima para assistir a touradas. Para já não se sabe se a idade será 16 anos ou como recomenda a ONU 18 anos.
Por mais que tentemos ver algo positivo nesta medida não conseguimos e sabem porquê? Porque a actual lei proíbe os menores de três anos de idade de assistir a touradas, e no entanto, as autoridades não a fazem cumprir. A título de exemplo eis a filha do tauricida Rui Fernandes na praça de touros de Alcochete.»
«Se a lei vigente é sistematicamente violada pelos aficionados com a conivência das autoridades e dos delegados da IGAC que garantias temos que a nova também não será? Nenhumas a não ser que se ponham polícias a fiscalizar a GNR das vilórias que fecha os olhos à entrada de menores, e nem mesmo assim teríamos qualquer garantia porque também existem polícias aficionados.
Pois é mais uma lei para enfeitar o Diário da República porque na prática ninguém a vai fazer cumprir como acontece com imensas leis neste país.
Senhores governantes encaixem de uma vez por todas nessas cabecinhas ocas que a solução para o problema dos menores em touradas não passa por mais uma lei, a solução é a ABOLIÇÃO e é isso que a maioria dos portugueses querem!
«Encontramo-nos hoje perante as alterações climáticas, que são o maior problema ambiental que a humanidade enfrentou em toda a sua curta história de menos de um milhão de anos, com a particularidade de ter sido ela a sua causadora.» (Miguel Magalhães Ramalho)
Este é um assunto sério, demasiado sério, para ser levado levianamente, como está a ser, por parte dos "poderosos" do mundo...
«Nunca se falou tanto sobre o nosso planeta como nestes últimos anos. Embora desde os meados do século XX o facto de se saber que a forma de viver da humanidade não era compatível com os recursos da Terra, só era preocupante para alguns cientistas e para os poucos ambientalistas que militavam nas raras ONG; como acontecia com a Liga para a Protecção da Natureza em Portugal. Ao contrário, a maioria da população ignorava o assunto, pois os media não estavam em tal interessados e os responsáveis políticos ridicularizavam aquelas preocupações. Os ecologistas daqueles anos eram acusados de só se preocuparem com os “passarinhos” e de querer voltar ao tempo das cavernas. Deixemos esses tempos que, se não fossem trágicos pelo tempo que se perdeu, seriam ridículos. Julgo que a maioria dos terrestres ignora a espantosa especificidade do seu planeta, e que o torna ímpar no universo alcançável pela humanidade, pelo menos nos próximos séculos.
Vejamos, então, algumas das “prendas” que a Terra tem oferecido à vida e, portanto, à humanidade.
– Está à distância ideal do Sol, permitindo temperaturas compatíveis com a presença de água líquida.
– A sua massa é a necessária para garantir a fusão nuclear dos átomos de hidrogénio no seu núcleo, cuja temperatura elevadíssima permite que a sua camada externa seja líquida e que o manto que o cobre, embora menos quente, tenha correntes de convexão, que se transmitem à crusta terrestre, estando na origem das deslocações das suas placas tectónicas, tão importantes para a evolução da vida, para a existência de terra emersa e para a reciclagem dos materiais geológicos.
– O núcleo terrestre é constituído essencialmente por ferro e níquel, o que origina o campo magnético da Terra, o qual tem actuado como escudo protector da vida, detendo parte da radiação solar e cósmica. Isto permitiu que a vida se desenvolvesse fora de água bem como a conservação da atmosfera, o que não aconteceu, por exemplo, em Marte.
– Admite-se que nos primeiros tempos da Terra, que se consolidou há cerca de 4560 milhões de anos, esta sofreu um mega-impacto de um corpo cósmico da dimensão de Marte. Em vez da destruição do nosso planeta, desse impacto resultou a formação da Lua, nosso simpático satélite. A partir daí o eixo de rotação da Terra estabilizou-se, permitindo o estabelecimento das estações climáticas e, por outro lado, o efeito gravítico da Lua nos oceanos esteve na origem das marés, as quais facilitaram a evolução dos organismos marinhos para os ambientes fora de água.
Estas excepcionais condições para a vida favoreceram, também, o aparecimento de células produtoras de oxigénio, que, progressivamente, se multiplicaram de tal forma que originaram uma atmosfera rica em oxigénio. Isto permitiu o aparecimento de organismos cada vez mais complexos, nos quais, muitos milhões de anos depois, nós nos incluímos.
Não sei se outro planeta tão favorável ao desenvolvimento da vida poderá ser encontrado no Universo durante os tempos da existência da nossa espécie. A meu ver será prudente não apostar nesta hipótese.
Encontramo-nos hoje perante as alterações climáticas, que são o maior problema ambiental que a humanidade enfrentou em toda a sua curta história de menos de um milhão de anos, com a particularidade de ter sido ela a sua causadora.
A este problema veio somar-se outro, não menos importante, que é a degradação acelerada da biosfera, já evidenciada há mais tempo, mas que hoje é inseparável das questões climáticas, e cuja causa é a mesma já referida.
É sintomático que a destruição já causada pelos seres humanos, tenha chegado a tal ponto que os investigadores das ciências da Terra tenham proposto um novo período geológico para a história da Terra, o Antropocénico, cujo início, à semelhança de outros, é definido por uma percentagem muito elevada de desaparecimento de espécies e de ecossistemas. Será que os responsáveis políticos não perceberam o que isto significa?
Talvez a culpa seja minha, mas não compreendo que nada de significativo tenha sido alterado na vida de todos os dias perante tais perspectivas. Basta ler os jornais e seguir noticiários da televisão para perceber quais continuam a ser as preocupações mundiais concretas: crescimento económico a todo o custo, utilização em força dos recursos naturais seja pela sobrepesca, abate de florestas, sejam elas da Amazónia ou de outras regiões tropicais, desaparecimento dos solos aráveis, poluição maciça do ar, dos oceanos e da água potável, indiferença perante o crescimento populacional que continua imparável e, evidentemente, a contínua emissão de CO2 e metano, cuja concentração na atmosfera não pára de subir.
Não tem desculpa que as indispensáveis medidas não sejam tomadas a sério. Em minha opinião, isso só não aconteceu porque essas medidas viriam prejudicar as eleições e os partidos que a elas concorrem. Só pode ser esta a explicação para que se continue a “viver habitualmente” por todo o mundo, embora os responsáveis saibam que são esta e as próximas gerações a pagar por este crime.
Embora possa ser entusiasmante chegarmos a outros planetas, nesta altura da situação da Terra são injustificáveis os enormes esforços e recursos financeiros para concretizar esse propósito. Parece óbvio, também, que, se os seres humanos não souberem tratar da Terra, não merecem ocupar outros planetas.
Face à impossibilidade, ou falta de vontade da ONU em intervir nos crimes ambientais, julgo indispensável criar um organismo que se ocupe da salvaguarda do ecossistema terrestre a nível mundial, mas com o real poder de intervir eficazmente em qualquer ponto do globo.
Poderá isto parecer uma ideia despropositada mas, se atentarmos com seriedade no que está e virá a acontecer a todos nós, esta proposta parece razoável. Não podemos mais depender de líderes doidos, ignorantes ou passivos no que respeita ao destino do nosso mundo, o qual também será das próximas gerações.
Se continuarmos a nada fazer de significativo, concreto e suficiente para resolver esta situação em tempo útil, estaremos então face ao maior crime contra a humanidade e os seus culpados estarão entre nós.»
(*) Geólogo, investigador coordenador, ex-professor da Universidade de Lisboa
Apesar de todos os dias serem dias de todos os animais.
Mas hoje, celebra-se São Francisco de Assis, que morreu em 03 de Outubro de 1226. É o Santo patrono e irmão de todos os animais não-humanos e plantas (meio ambiente).
E quando se fala em patrono dos animais, não é apenas patrono de cães e gatos, mas de todos os outros animais não-humanos: touros, cavalos, porcos, vacas, galinhas, tigres, leões, aves, enfim, os outros animais que sofrem barbaridades às mãos de humanóides, porque os seres humanos não maltratam os animais, nem permitem que os maltratem.
Para celebrar este dia, que também poderá ser o meu, porque sou um animal humano (não sou, como hoje já ouvi a Maia a dizer: metade animal e metade humana. Qual será a parte animal e a parte humana da Maia?), deixo-vos com um magnífico texto de Leonardo Boff, um teólogo, escritor, filósofo e professor universitário brasileiro que muito prezo (daí o texto estar escrito segundo a ortografia brasileira) .
Por Leonardo Boff
«Os animais: portadores de direitos e devem ser respeitados
A aceitação ou não da dignidade dos animais depende do paradigma (visão do mundo e valores) que cada um assume. Há dois paradigmas que vêm da mais alta antiguidade e que perduram até hoje.
O primeiro entende o ser humano como parte da natureza e ao pé dela, um convidado a mais a participar da imensa comunidade de vida que existe já há 3,8 bilhões de anos. Quando a Terra estava praticamente pronta com toda sua biodiversidade, irrompemos nós no cenário da evolução como um membro a mais da natureza. Seguramente dotados com uma singularidade, a de ter a capacidade reflexa de sentir, pensar, amar e cuidar. Isso não nos dá o direito de julgarmo-nos donos dessa realidade que nos antecedeu e que criou as condições para que surgíssemos.
A culminância da evolução se deu com o surgimento da vida e não com o ser humano. A vida humana é um sub-capítulo do capítulo maior da vida.
O segundo paradigma parte de que o ser humano é o ápice da evolução e todas as coisas estão à sua disposição para dominá-las e poder usá-las como bem lhe aprouver. Ele esquece que para surgir precisou de todos os fatores naturais, anteriores a ele. Ele juntou-se ao que já existia e não foi colocado acima.
As duas posições têm representantes em todos os séculos, com comportamentos muito diferentes entre si. A primeira posição encontra seus melhores representantes no Oriente, com o budismo e nas religiões da Índia. Entre nós além de Bentham, Schopenhauer e Schweitzer, seu maior fautor foi Francisco de Assis, dito pelo Papa Francisco em sua encíclica “Sobre o cuidado da Casa Comum” como alguém “que vivia uma maravilhosa harmonia com Deus, com os outros, com a natureza e consigo mesmo…exemplo de uma ecologia integral”(n.10). Mas não foi este comportamento terno e fraterno de fusão com natureza que prevaleceu.
O segundo paradigma, o ser humano “mestre e dono da natureza” no dizer de Descartes, ganhou a hegemonia. Vê a natureza de fora, não se sentindo parte dela, mas seu senhor. Está na raiz no antropocentrismo moderno que tantos males produziu com referência à natureza e aos demais seres. Pois o ser humano dominou a natureza, submeteu povos e explorou todos os recursos possíveis da Terra, a ponto de hoje ela alcançar uma situação crítica de falta de sustentabilidade.
Seus representantes são os pais fundadores do paradigma moderno como Newton, Francis Bacon e outros, bem como o industrialismo contemporâneo que trata a natureza como mero balcão de recursos, um baú inesgotável de bens e serviços, em vista do enriquecimento.
O primeira paradigma – o ser humano parte da natureza – vive uma relação fraterna e amigável com todos os seres. Deve-se alargar o princípio kantiano: não só o ser humano é um fim em si mesmo, mas igualmente todos os seres, especialmente os viventes e por isso devem ser respeitados.
Há um dado científico que favorece esta posição. Ao descodificar-se o código genético por Drick e Dawson nos anos 50 do século passado, verificou-se que todos os seres vivos, da ameba mais originária, passando pelas grandes florestas e pelos dinossauros e chegando até nós humanos, possuímos o mesmo código genético de base: os 20 aminoácidos e as quatro bases fosfatadas. Isso levou a Carta da Terra, um dos principais documentos da UNESCO sobre a ecologia moderna, a afirmar que “temos um espírito de parentesco com toda a vida” (Preâmbulo). O Papa Francisco é mais enfático: “caminhamos juntos como irmãos e irmãs e um laço nos une com terna afeição, ao irmão sol, à irmã lua, ao irmão rio e à Mãe Terra” (n.92).
Nesta perspectiva, todos os seres, na medida que são nossos primos e irmãos/as e possuem seu nível de sensibilidade, sofrem e são portadores de certa inteligência, que lhes permite fazer conexões cerebrais e assim se orientarem no mundo. Por isso mesmo são portadores de dignidade e de direitos. Se a Mãe Terra goza de direitos, como afirmou a ONU, eles, como partes vivas da Terra, participam destes direitos.
O segundo paradigma – o ser humano senhor da natureza – tem uma relação de uso com os demais seres e os animais. Se conhecemos os procedimentos da matança de bovinos e de aves ficamos estarrecidos pelos sofrimentos a que são submetidos. Adverte-nos a Carta da Terra: “há que se proteger animais selvagens de métodos de caça, armadilhas e pesca que causem sofrimento extremo, prolongado e evitável” (n.15b).
Aí nos recordamos das palavras sábias do cacique Seatle (1854): “Que é o homem sem os animais? Se todos os animais se acabassem, o homem morreria de solidão de espírito. Porque tudo o que acontecer aos animais, logo acontecerá também ao homem. Tudo está relacionado entre si”.
Se não nos convertermos ao primeiro paradigma, continuaremos com a barbárie contra nossos irmãos e irmãs da comunidade de vida: os animais. Na medida em que cresce a consciência ecológica mais e mais sentimos que somos parentes e assim nos devemos tratar, como São Francisco com o irmão lobo de Gubbio e com os mais simples seres da natureza. Estamos seguros de que chegará o dia em que este nível de consciência será um bem comum de todos os humanos e então, sim, nos comportaremos como uma grande família de seres vivos, diferentes, mas unidos por laços de familiaridade e irmandade. »
(Leonardo Boff é articulista do JB on-line e escreveu: «Francisco de Assis: saudade do paraíso», Vozes 1999)
Como ousaram roubar os sonhos e a infância de GRETA THUNBERG (e de todas as crianças do mundo?)
Como ousaram?
O discurso de Greta Thunberg, na Assembleia Geral da ONU, sobre as alterações climáticas, esmaga os hominídeos predadores que, só pensando em dinheiro, estão a destruir o futuro das novas gerações.
Obrigada, Greta, pela tua coragem. Tu és maior do que todos os hominídeos predadores, que estão a destruir o Planeta que nós partilhamos com todos os outros animais e plantas.
Os hominídeos predadores bem podem estrebuchar. O caos que se vive actualmente, por todo o mundo, faz parte da MUDANÇA que aí vem. A MÃE NATUREZA está viva. Nós morreremos. Mas ela, não. É eterna, e renova-se, queiram ou não queiram os hominídeos.
E essa renovação já começou, pela voz da jovem Greta Thunberg.
Thank you, Greta, for your courage. You are GREATER than all predatory hominids who are destroying the Planet that we share with all other animals and plants.
Em defesa da Língua Portuguesa, a autora deste Blogue não adopta o Acordo Ortográfico de 1990, nem publica textos acordizados, devido a este ser ilegal e inconstitucional, linguisticamente inconsistente, estruturalmente incongruente, para além de, comprovadamente, ser causa de uma crescente e perniciosa iliteracia em publicações oficiais e privadas, nas escolas, nos órgãos de comunicação social, na população em geral, e por estar a criar uma geração de analfabetos escolarizados e funcionais. Caso os textos a publicar estejam escritos em Português híbrido, «O Lugar da Língua Portuguesa» acciona a correcção automática.
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