Amanhã, dia 19 de Janeiro, a partir das 15 horas, na Assembleia da República, será discutida, entre outros temas, a Petição «Pelo fim das Corridas de Touro em Portugal», apresentada pela CAPT – Campanha Anti-Tourada de Portugal.
O que estará em causa nesta discussão?
Em primeiro lugar o MASSACRE a que Touros e Cavalos estão sujeitos no decorrer de uma actividade que mancha a dignidade da VIDA.
Uma actividade fruto do desvio de personalidade dos seus intervenientes. Todos sabemos que a tauromaquia é uma ilha cercada de COBARDIA por todos os lados.
Os Touros e Cavalos são seres vivos, com um ADN muito semelhante ao do homem, logo, são animais como nós, que sentem dor e sofrem tal como nós. Isto está cientificamente provado. Só não sabe desta realidade quem é ignorante optativo, porque a informação é vasta.
Dito isto, não será preciso acrescentar mais nada, além de que os Touros e os Cavalos não são pertença do homem, para que este os torture por prazer.
Tal atitude é do foro patológico, e avilta a essência do Ser Humano, transformando-o numa criatura totalmente desqualificada.
Em segundo lugar estará em causa a LUCIDEZ de todos os Deputados da Assembleia da República.
É devido essencialmente a uma lei, extremamente obtusa e sem qualquer coerência (a envergonha de qualquer Assembleia Legislativa) que a tourada existe em Portugal.
Amanhã estará em causa a COMPETÊNCIA INTELECTUAL daqueles que os Portugueses elegeram para governar Portugal.
Amanhã conheceremos o CARÁCTER daqueles que têm o DEVER de conduzir o País no caminho da Civilização.
Amanhã saberemos se somos governados por gente que DÁ VALOR À VIDA, ou se somos governados por gente que DÁ VALOR À TORTURA DE SERES VIVOS.
E dependendo para que lado o prato desta balança pender, saberemos se temos um Assembleia da República representativa de uma esmagadora maioria de Portugueses, ou de uma minoria tauromáquica, retrógrada, medieval, uma nódoa negra na sociedade portuguesa.
Amanhã será o dia D dos nossos Deputados.
Amanhã, Portugal e o Mundo aguardam o desfecho da luta entre a Luz e as Trevas, bem à maneira medieval.
Mas não viverá Portugal ainda na Idade Média?
Países onde ainda existe a prática de massacrar Touros:
América Latina: México, Colômbia, Peru, Venezuela e Guatemala
Europa: Portugal, Espanha e França
Oito países onde os governantes são cúmplices da crueldade e da tortura de seres vivos.
UMA VERGONHA!
Por todo o mundo assiste-se a uma ebulição das entranhas dos que, sendo lúcidos (felizmente uma esmagadora maioria) não concebem a estupidez e a ignorância que grassam entre aqueles que se deleitam e aplaudem a crueldade e a tortura sanguinárias (invenções do homem-predador, e unicamente do homem-predador, nenhum outro ser vivo as praticam) exercidas sobre um ser não-humano, biologicamente igual ao ser humano, única e simplesmente para “fazerem dinheiro”, e só depois para diversão (dois motivos perversos).
E porque tal atitude não traduz a clarividência da Ética e da Lógica, nem se aproxima minimamente da Racionalidade, nem sequer seria preciso argumentar a favor da abolição do Massacre de Touros (vulgo tourada), que Yamid Amat Ruíz (um premiadíssimo jornalista colombiano) denominou de «a pior herança da selvajaria romana).
São demasiado óbvios os motivos para a condenação deste triste e cruel espectáculo.
Contudo, serão óbvios apenas para aqueles que sabem discernir as coisas. Para os que promovem, aplaudem e consentem tanta crueldade, tanto sofrimento, não é assim tão óbvio. O motivo, claro, esse é demasiado visível.
E aqui tenho de lamentar, em primeiro lugar, o silêncio e a conivência daqueles que se dizem “médicos-veterinários” e não passam de cúmplices desta barbárie, manchando com as mãos sujas de sangue, os diplomas que conseguiram tirar sem o mínimo respeito pela ética profissional e pela missão de vida a que estão sujeitos. UMA VERGONHA!
Depois vêm os governantes, os legisladores, os padres da igreja católica. Cúmplices igualmente desta prática sangrenta.
E podemos perguntar: porquê uns e outros são cúmplices do negócio taurino? Não serão lúcidos? Lúcidos não são certamente, porque a lucidez não “bate” assim...
Toda esta falta de perspicácia prende-se com o desconhecimento. Primeiro o homem tem de conhecer-se a si próprio, para poder conhecer os outros. Depois tem de se reconhecer como um animal, para poder saber o que sente um animal. A seguir tem de gostar de si próprio, para gostar dos outros. E depois tem de reconhecer todos os seres viventes como seus iguais no Planeta, para poder atingir as necessidades de uns e de outros, porque todos temos as mesmas necessidades básicas de vida. Se o homem assim procedesse não haveria nem guerras, nem fome, nem miséria moral (como a tortura de seres vivos, humanos e não-humanos).
Mas uma tenebrosa ignorância impera. E há quem não se conheça, e quem não se reconheça como animal. O que é algo grave e está na base de muita malfeitoria.
Os pró-taurinos para justificarem a crueldade (como se a crueldade pudesse ser justificada!) do Massacre de Touros, utilizam três palavras:
Tradição – que é um argumento que cai por terra, porquanto todas as tradições consideradas bárbaras foram sendo abandonadas à medida que o homem foi tomando consciência dessa barbaridade. A isso chama-se EVOLUÇÃO. A selvajaria do circo romano foi abandonada. Porquê? Não será óbvio?
Festa: sim, a festa da ignorância, da crueldade, do tribalismo, da tradição retrógrada, do vazio de ética, do especismo, assentando tudo na resistência mas também no sofrimento atroz do Touro e do Cavalo. E, evidentemente, na cobardia do torturador (vulgo toureiro).
Arte: do requinte da malvadez, onde nada falta: tortura, crueldade, dor, sofrimento, sangue, tormento, morte. Um quadro pintado a sangue.
Bem e se tudo isto não bastasse, temos as imagens pungentes dos Touros em grande sofrimento (que aqui deixo para recordarem esta “tradição”, esta “festa”, esta “arte” negras.
O ano de 2012 será o ano de todas as viragens. E aqueles que contribuíram para os maus-tratos de seres vivos, de qualquer ser vivo, de todos os seres vivos que por todo o mundo são massacrados, violentados, torturados todos os dias, vão sentir na pele o peso dos seus crimes. É inevitável.
Está escrito, algures, entre as estrelas. O mundo dos homens desmorona-se, mas a Lei do Universo continua infalível.
O ano de 2012 será o ano em que impunidade começará a ser enterrada.
Uma nova ordem, a ordem compassiva, surgirá no mundo.
Governantes, olhem à vossa volta. Vejam a agitação dos povos, atentem nos espasmos do Planeta.
Sintam o cheiro da mudança.
E vocês, que torturam cruelmente os Touros por dinheiro, que aplaudem o Massacre de Touros por prazer, estejam atentos. Não ficarão impunes. E os vossos cúmplices sentirão a vergonha de verem os seus nomes ligados a esta “herança da selvajaria romana”.
Eu aplaudirei a vossa queda e saudarei a libertação dos meus irmãos não-humanos.
Isabel A. Ferreira
Recebi, via e-mail, esta mensagem de Arthur de Lacerda, um cronista brasileiro, que me deixou muito feliz, pois vejo que à nossa voz se juntam outras vozes longínquas, para que a aberração dos espectáculos de Massacre de Touros (vulgo Tourada) seja abolida em Portugal e nos restantes países, que ainda não alcançaram a plenitude da civilização.
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«Augusto Comte, criador do Positivismo e do lema "Ordem e Progresso", foi pioneiro na defesa dos animais ou, antes, em afirmar os animais superiores como colaboradores da Humanidade na sua obra de uso do planeta e do ambiente em favor da própria Humanidade.
No conceito de Humanidade (conjunto contínuo das pessoas que contribuíram para o desenvolvimento social, nos diferentes tempos e lugares) propôs que se adicionasse o conjunto dos animais que colaboram com o ser humano, como o cavalo, o cão, a galinha, o boi.
Os positivistas antigos eram vegetarianos: evitavam de alimentar-se com animais mortos com dor.
Hoje, constitui uma preocupação emergente a dos "direitos dos animais", que o Positivismo formula como a dos deveres da Humanidade, de proteger os animais. Daí o repúdio dos positivistas franceses à hipofagia (alimentação com cavalos); daí, também, o repúdio às touradas, quer as de morte, que se praticam em Espanha, com o sacrifício do touro na arena, que as que se "limitam" a provocá-lo e a espetá-lo no dorso.
As touradas constituem espetáculos atrozes, de impiedade, em que as pessoas rejubilam-se com o sofrimento do animal. Devem ser combatidas. Devem ser abolidas.
Em Portugal, Isabel A. Ferreira (autora do livro "Contestação ao livro 1808 de Laurentino Gomes") milita na causa anti-touradas, pelo sítio a que se acede pela ligação abaixo, em que expôs textos e fotografias:
http://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/
Saúde e fraternidade.
Arthur Virmond de Lacerda Neto.
Página pessoal de Arthur de Lacerda: http://arthurlacerda.wordpress.com/
Para começar gostaria de lembrar o que disse Charles Darwin, o homem que mais conviveu com animais não-humanos:
«Não há diferenças fundamentais entre o homem e os animais nas suas faculdades mentais. Tanto os animais, como os homens, demonstram sentir prazer, dor, felicidade e sofrimento».
Na próxima Segunda-feira, dia 31 de Outubro, no programa «Você na TV», na TVI, realizar-se-á um debate sobre Tauromaquia.
Pela luta anti-tourada estarão presentes o Comendador Tomé de Barros Queiroz, presidente da Sociedade Protectora dos Animais, o Dr. Vasco Reis, médico-veterinário, e o Professor Paulo Borges, da Universidade de Lisboa, grande defensor da causa animal, e presidente do PAN (Partido pelos Animais e pela Natureza).
Do lado pró-tourada estão confirmados os administradores do site TouroeOuro.com, o Secretário-Geral da PróToiro, Dr. Diogo Costa Monteiro e o Prof. Doutor Joaquim Grave.
Deste debate espera-se que se esclareça, de uma vez por todas, algumas das questões mais pertinentes relacionadas com este espectáculo que não dignifica o ser humano, nem o povo português, nem Portugal, nem o ser não-humano que é sacrificado, num ritual macabro e primitivo – o Touro.
As principais questões poderão ser as seguintes:
O massacre de Touros onde a tortura, a crueldade, o sadismo e a impiedade imperam será:
Arte?
Património?
Cultura?
Será um espectáculo que imprime DIGNIDADE ao ser dito humano, que nele participa, ou ao Touro, um mamífero superior, cujas entranhas são de todo semelhantes à do homem, e portanto sofrerá horrores às mãos dos seus carrascos?
Que se diga se um Touro, tal como TODOS os outros animais vertebrados e com sistema nervoso central não sente DOR, quando é bárbara e covardemente torturado.
Que se diga se o Touro não sente MEDO, FOME, SEDE, tal como qualquer animal humano.
Os pró-tourada baseiam-se em três argumentos que caem pela sua fragilidade:
Tradição (que não é argumento) porque uma tradição só sobrevive se acompanhar a evolução de mentalidades;
Cultura (algo demasiado sangrento para ser cultura);
Arte (a arte da tortura, do fazer sangrar, da crueldade e da morte)?
Também se espera, que nesta questão sejam envolvidas as seguintes entidades que, neste momento, além de serem CÚMPLICES do MASSACRE DE TOUROS em Portugal, são SUBMISSAS ao lobby tauromáquico, o que não deixa de ser um acto indigno de subserviência, que poderá ficar para a História.
O Governo Português (que não cumpre o seu papel).
Os deputados da Nação (que têm medo de se pronunciarem).
O presidente da República (que se remete ao silêncio, quando devia interferir)
A Igreja Católica (que “abençoa” os massacres, não cumprindo a sua missão cristã)
A Ordem dos Médicos-Veterinários (que, por omissão, despreza a Ética, que os levaram a abraçar esta profissão)
A Comissão Nacional da UNESCO (que ainda não tomou uma posição pública definitiva, apenas fez uma Declaração em 1980)
Os órgãos de comunicação social (que dão cobertura à violência e à tortura de seres vivos sencientes)
Dom Duarte Pio de Bragança (que ainda promove as Touradas Reais, muito tempo depois do Marquês de Pombal as ter proibido)
E todos os que directa ou indirectamente se envolvem nestes massacres:clubes, marcas e associações de solidariedade.
Victor Hugo dizia que a proteção dos animais faz parte da moral e da cultura dos povos.
Se estas entidades nada fizerem no sentido da Abolição do massacre de Touros em Portugal, os seus nomes e as suas caras ficarão para sempre ligadas a esta barbárie, como gente que não soube proteger a Moral e a Cultura do seu Povo.
Isabel A. Ferreira
Portugal
deve seguir o caminho da civilização, da evolução, e nesse caminho
não existe lugar para o Massacre de Touros ou de outro qualquer animal.
Contudo, alguns (poucos) governantes são aficionados. Mas terão de render-se às evidências: ou governam um país civilizado; ou governam
um país onde se espelha o carácter deles mesmos.
E o mundo civilizado os julgará...
Isabel A. Ferreira
O obscurantismo cega e seca a inteligência daqueles que se julgam homens e não passam de cruéis torturadores de seres vivos