Quinta-feira, 28 de Março de 2019

Emoções na escala animal

 

Uma análise inteligente, lúcida e baseada no saber da ciência.

Quem se atreverá a contestá-la? 

 

Texto do Dr. Vasco Reis (Médico-Veterinário)

 

Emoções.jpg

 

«Ponto de vista vital»

 

Interessa tentar compreender a vida e a diversidade dos seus seres e as suas características vitais. Importa que os seres vivos não sejam tratados como coisas inertes, quando na realidade não o são.

 

Um observador razoável pode interpretar as experiências que vai somando no dia-a-dia ao viver em contacto com os seres vegetais e animais (humanos e não-humanos).

 

Assim vai poder chegar a convicções, género senso comum, ainda antes de a ciência ter confirmado os fenómenos. No entanto, a investigação e a confirmação científicas dão maior certeza e força ao que empírica e filosoficamente se admitiu.

 

Comecei por me interrogar e cogitar:

Porque fogem as baratas, quando se abre a porta de um armário onde estavam escondidas tranquilamente?

 

Porque fogem moscas e mosquitos quando tentamos apanhá-los, para que não nos incomodem?

 

Porque se escondem os caracóis nas casas, porque se fecham os mexilhões nas conchas, quando se sentem ameaçados?

 

Porque fogem ou reagem os animais, desde os considerados mais simples até aos considerados mais complicados/evoluídos, incluindo os humanos?

 

Respondendo empiricamente/logicamente: porque experimentam emoções (susto, desconfiança, medo) e quando atingidos, sentem dor, que é a melhor e a imprescindível educadora para adquirirem a sensação e a certeza dos perigos à sua volta.

 

Sem capacidade de sentir desconfiança, susto, medo e DOR, estariam os animais condenados a serem agredidos sem reacção de defesa/fuga e, portanto, condenados à não sobrevivência.

 

Deve existir uma parte da reacção que resulta das ordens saídas dos genes (vagamente apelidada de instinto) e outra causada pela experiência de sofrimento/dor que acontece ao longo da vida.

 

A dor e o medo de sentir dor são os melhores aliados para a defesa da integridade física e da vida de todas as espécies animais.

 

Sistema receptor, transmissor, interpretador de estímulos e emissor de respostas é o sistema nervoso, desde sistemas considerados rudimentares, até sistemas considerados evoluídos.

 

É absolutamente errada a invenção de que nas touradas os touros possuem mecanismos que os impedem de sentir dor, ou que lhes diminuem muito a dor!

 

Plantas não têm sistema nervoso, não têm meios de locomoção, não têm capacidade de fugir da agressão. Líquido que pode escorrer da superfície de cortes (que alguém compara a lágrimas) não passa de seiva (transportadora de substâncias nutritivas numa função comparável à da linfa em animais).

 

Logicamente, se a natureza não forneceu as plantas com sistemas que lhes permitisse fugir da agressão/perigo, ela não deu às plantas a capacidade de sofrer física e mentalmente. Elas não são dotadas de sistema nervoso, nem de algo funcionalmente comparável.

 

“A natureza não é sádica, nem desperdiçada”.

 

Desafio e agradeço a quem pense de outra maneira, a apresentar uma explicação alternativa.

 

Vasco Reis (8.5.2013)

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 14:27

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Segunda-feira, 24 de Setembro de 2018

A INEVITÁVEL EXTINÇÃO DA TAUROMAQUIA

 

Este ano, tal como nos anos anteriores, o público de touradas escasseou substancialmente, num inequívoco sinal de decadência, que, inevitavelmente, conduzirá à sua extinção, evidente e garantida.

 

Em contrapartida, a estupidez, que já era infinita, dos que andam por aí a tentar salvar a morta (ou seja, a tauromaquia) aumentou para o infinito elevado ao infinito.

E já não há pachorra para tanta estupidez!

 

Basta olhar para esta imagem, para comprovar que a tauromaquia é, na verdade, uma doença do foro psiquiátrico, e que de arte e cultura nada tem.

E só os ignorantes e aldrabões afirmam o contrário, parafraseando o amigo Dr. Vasco Reis, médico-veterinário.

 

PSICOPATAS.jpg

 Quando te disserem que isto é Arte e Cultura, pensa nestas fotos! (Arsénio Pires)

 

Origem da foto

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1861906227223039&set=a.110640459016300&type=3&theater

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 16:29

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Quarta-feira, 19 de Setembro de 2018

«Sobre o Touro acidentado na Moita»

 

É do senso comum que a tauromaquia é uma prática cruel e violenta.  

 

O Touro que se vê na imagem, morreu no passado sábado, durante as largadas de Touros inseridas na festa CRISTÃ de Nossa Senhora da Boa Viagem, na Moita. O Touro embateu contra as barreiras e partiu a espinha dorsal, ficando vários minutos em dolorosa agonia (como se pode ver no vídeo apresentado mais abaixo) acabando por morrer.

 

Outro Touro já havia sido morto à paulada, por um bando de bêbados, dias antes.

 

E na sequência desta violência, uma jovem morreu atropelada por outro bêbado, nestes festejos à Nossa Senhora da Boa Viagem, que não quis fazer a viagem sem levar algumas vítimas.

 

É assim a Moita: um lugarejo onde a crueldade e a violência são os valores primordiais dos trogloditas que lá vivem, com o aval da igreja católica e do parlamento português.

Na Moita tudo é possível. O povo está programado para a crueldade desde a infância.

 

Touro morto na Moita.jpg

 Origem da imagem:

https://www.facebook.com/moitaantitouradas/photos/a.439340326165584/1585363141563291/?type=3&theater&ifg=1

 

Fiquemo-nos com as palavras lúcidas de um Homem que sofre, como todos nós sofremos, nesta sociedade onde a crueldade e a violência é permitida e onde os criminosos ficam impunes.

 

Texto do Dr. Vasco Reis (médico-veterinário)

 

«Este touro foi a grande vítima de uma multidão de seres humanos, eles mesmos, vítimas da circunstância onde cresceram e foram bombardeados com espectáculos violentos aplaudidos, com exemplos de crueldade glorificados, com blábláblás de tradição, até com falácias pseudocientíficas, tudo autorizado, ou não, num país atrasado em conhecimento e ignorante de verdadeira cultura e com pouco sentido de ética.

 

Tudo isto "impregna" o cérebro, tanto mais intensamente quanto mais precocemente iniciado a ser badalado com a tauromania, e maior for a frequência e o "companheirismo" nos actos de provocação, agressão e violência exercidos sobre animais inocentes.

 

Por isso, crianças são levadas a assistir aos aplaudidos actos barbarescos, existem escolas de toureio, etc.. Resultado: habituação à violência; aceitação desta como coisa vulgar, espectacular, corajosa; perda de sensibilidade; educação falsa; zero de empatia. TUDO ISTO É CORROBORADO PELA NEURO CIÊNCIA !!!.

 

É difícil que nestes cérebros se faça luz sobre a cruel realidade e que a perversa paixão se esvaia e dê lugar a compaixão. Mas é sempre possível a evolução!!! Ela sucede com frequência! É sempre bem-vinda, a bem dos touros e dos cavalos e para alívio da consciência indignada de pessoas conscientes e compassivas e para o prestígio deste país de pouco brandos costumes.

 

Há sempre sofrimento psicológico, exaustão e risco de ferimento em todas as manifestações tauromáquicas, nomeadamente nas touradas à corda e largadas.  

 

Só ignorantes ou aldrabões afirmam o contrário!!!»

 

Vasco Reis

 

Fonte:

https://www.facebook.com/vmmreis/posts/1852448841512154

 

***

Touro morre durante largada nas Festas da Moita

 

O som foi retirado a este vídeo, para que não se ouvisse os GRITOS desesperados do infeliz bovino.

Entretanto, todos os vídeos relacionados com a barbárie tauromáquica na MOITA foram desactivados, tal a ESTUPIDEZ, a crueldade, a violência, a boçalidade desta actividade, que só criaturas muito BRONCAS praticam.

 

É isto que o PS, PSD, PCP e CDS/PP apoiam no Parlamento Português.

 

Enquanto estes apoiantes da barbárie estiverem no Poder, Portugal terá destas imagens de quinto-mundo (porque nem de terceiro-mundo isto é) a correr mundo e a envergonhar o nosso País.

 

Sinto a maior repugnância por estes actos, por quem os pratica e por quem os apoia. E não sou obrigada a dever-lhes respeito. O respeito eu deixo para quem o merece.

 

Isabel A. Ferreira
 

publicado por Isabel A. Ferreira às 15:31

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Segunda-feira, 29 de Janeiro de 2018

«TENTATIVA DE CONTRADITÓRIO A UM AMIGO LICENCIADO, QUE AFIRMA ACREDITAR QUE AS PLANTAS SOFREM!»

 

Para os que nos “atiram” com o sofrimento das alfaces... quando querem justificar o consumo de animais, que eles dizem que não sofrem…

 

ALFACES.jpg

Imagem: Internet

 

Texto do Dr. Vasco Reis (Médico-Veterinário)

 

«As plantas são seres de vida vegetativa. Desenvolvem reacções a estímulos físicos, químicos, bioquímicos. Assim, assimilam, sintetizam a partir do que assimilam, crescem, reproduzem-se, sem consciência, sem raciocínio, sem decisão voluntária.

 

Pergunto: sentem como e que tipo de estímulos e com que finalidade útil? Onde estão as estruturas sensoriais? Algo comparável a órgãos de sentidos, nervos, Sistema Nervoso Central? Há várias décadas que opino, servindo-me de argumentos da ciência, da lógica, da filosofia.

 

Filosofemos: a natureza, que parece ser utilitária, não iria dar capacidade de sofrimento, sensibilidade álgica ou capacidade de sentir pânico a seres que não podem fugir daquilo que os fere, a seca, o fogo, o corte, certo? Sabes que há pseudocientistas que afirmam coisas de fantasia ou que servem interesses dos que fazem negócio com produtos de origem animal para a alimentação e que pretendem invalidar o argumento da compaixão e empatia dos vegetarianos e veganos, que para pouparem os seres sencientes animais, optam e servem-se exclusivamente dos seres não sencientes vegetais para se alimentarem? Não podemos acreditar em tudo o que se publica!!! Há muita asneira! Há muita vigarice! Acredito que a natureza "deu" a TODOS OS ANIMAIS a capacidade de sentirem desconfiança, medo, etc., e dor física para se afastarem do perigo ameaçador ou que já os fere. Isso é essencial para a fuga e tentativa de sobrevivência. Não teria sentido para as plantas!!! Abraço!»

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 16:42

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Sexta-feira, 12 de Fevereiro de 2016

«A genética e a evolução confirmam que os Touros de lide sentem DOR»

 

Uma verdade que faz dos aficionados uns sádicos.  

 

E era preciso confirmação? Não serão os Touros animais como nós? Não terão eles um sistema nervoso central, tal como nós? Não bastariam estes raciocínios?

 

Não, para o comum dos mortais estes raciocínios não bastam. É preciso fazer desenhos… e explicar-lhes tim-tim por tim-tim que um Touro é um animal senciente… E mesmo assim…

 

Todavia, ainda que os bovinos não sofressem, torturar um ser vivo não é diversão para nenhum animal terrestre ou sequer extraterrestre.

 

Torturar um ser vivo é apenas uma prática de mentes deformadas e insanas.

 

TOURO.jpeg

 

O que hoje proponho para reflexão é um estudo científico de Jaume Camps Rabadá, Médico-Veterinário. Académico Honorário da Academia de Ciências Veterinárias da Catalunha (ACVC) e Presidente da Academia Catalã de História da Veterinária.

 

O título do seu trabalho, publicado em Julho de 2105, na  Web Center é precisamente o seguinte:

 

«A genética e a evolução confirmam que os Touros de Lide sentem dor»

 

Trata-se de uma exposição exclusivamente destinada a divulgar resultados reconhecidos pela maioria dos cientistas e agências internacionais sobre este tema.

 

O objectivo é confirmar que todos os animais sentem dor, de uma forma ou de outra, e o Touro de lide, não é nenhuma excepção.

 

*** 

GENÉTICA:

 

O genoma bovino, a que pertencem os touros, tem 29 pares de cromossomas, com dois sexos e 27.000 genes (com a mesma actividade existente nos seres humanos, inclusive no que diz respeito ao número total de cromossomas…). E três mil milhões de pares básicos, número igualmente coincidente com o dos seres humanos.

(Dados publicados pela prestigiada revista "Science" 2009).

 

Existem apenas três subespécies de acordo com a Taxonomia (ramo da Biologia e da Botânica que cuida de descrever, identificar e CLASSIFICAR os seres vivos, animais e vegetais): o Bos taurus taurus; o Bos taurus indicus (Zebu), e a ancestral origem de todos: o Bos taurus. Não é possível aceitar cientificamente algumas espécies domésticas separadas por serem fruto de cruzamentos. Não existe, portanto, uma “espécie” diferenciada para ser “touro de lide”.

 

(Dados da “Mammal Species of the World”, parte 2079, da “Comissão Internacional de Nomenclatura Zoológica” do ano de 2003).

 

Dentro do grupo Sentidos, e Etologia e Ecologia, há também dados curiosos: eles têm o mesmos sentidos que todos os outros mamíferos. Têm o sentido do tacto muito desenvolvido, e de modo independente o aspecto sensorial, o da dor e do calor. De resto, os bovinos são mais sensíveis a descargas eléctricas do que nós.

 

Expressam com mugidos o seu nível de fome, sede, DOR, e chamamentos familiares ou da boiada. São sociáveis para formar manadas, e como em todas elas, há uma escala social, sendo os machos alfa os maiores e com mais cornadura. Apenas a partir de uma selecção prévia e treinamento se conseguem exemplares mais agressivos, embora não esteja comprovado que tenha alguma relação com a DOR.

 

 

EVOLUÇÃO:

 

Desde as primeiras células eucarióticas, existentes desde há mais de dois mil milhões de anos (2.000,000.000), eles sentiram DOR, e é também a minha opinião de que a sentiam mesmo antes. «Sem nenhum tipo de DOR a vida não existiria!!!» (frase que eu assumo...) , desde os primeiros seres vivos de há 2.700 milhões de anos. O LUCA (Last Universal Common Ancestor – Último Ancestral Comum Universal). Faz já um pouco mais de 600 milhões de anos com os seres multicelulares, e levou 200 milhões de anos para aparecerem os mamíferos.

 

SENTIR DOR faz parte de toda a evolução. As primeiras células, mesmo antes de tudo, tiveram de reagir para sobreviver, embora longe de ser o que hoje chamamos DOR, mas sentiam um incómodo (e o desconforto é uma forma de dor).

 

Por exemplo: uma pequena alteração no PH do ambiente onde foram geradas, ou a falta da humidade necessária, ou a presença de oxigénio (que era venenoso e agora é vida…).

 

Foi um exercício gigantesco para superar e conseguir nesses muitos milhões de anos, a existência de vários milhões de espécies animais e vegetais que hoje temos. Isto não teria acontecido sem uma sensação de DOR ou desconforto !!!

 

Ao longo da evolução foram-se formando tanto a anatomia como a fisiologia, que inclui as acções e reacções ao ambiente externo.

 

O aparecimento da Genética Molecular foi fundamental para a compreensão da evolução. O ADN é uma molécula longa composta por uma cadeia dupla, com unidades alternadas de açúcar e fosfato. Cada unidade de açúcar é uma das quatro bases de ADN. A cadeia pode dividir-se em duas partes, e cada metade pode sintetizar o complementar. Entre todo este complexo pode determinar-se a mensagem genética da molécula do ADN, dito assim, muito resumidamente. E para iniciar ou finalizar a mensagem, há um trio que indica um início ou um final.

 

Com o conjunto das mensagens consegue-se um código genético universal. (O que prova a origem comum de todos os organismos vivos...).

 

Quando existe uma alteração deste código, ou é anulado se não há condições para sobreviver e superar os outros, ou bem que de um modo caótico pode servir para torná-lo mais adaptável ao ambiente ou que se reproduza melhor, o que, ao longo de milhares de anos, leva ao nascimento de uma nova espécie.

 

A mudança genética que transformasse um ser, na sua base fisiológica, num animal que não chegasse a sentir dor, esta "vantagem" aparente levaria à sua extinção antes de se transformar numa nova espécie.

 

Os touros de lide são bovinos, e só os utilizam em touradas há apenas um par de centenas de anos, sendo impossível a existência de uma modificação genética, que requer milhões de anos, e assumindo excepcionalmente de que a ausência de DOR fosse imprescindível para a sobrevivência deles (?).

 

O título da obra de Charles R. Darwin refere a evolução das espécies por selecção NATURAL, e é ainda acrescentado ao títuoo original em Inglês: «On the origin of Species by Means of Nature Selection, or the Preservation of Favoured Races in the Stuggle for Life» (Sobre a origem das Espécies através da Selecção Natural, ou a Preservação de Raças Favorecidas na Luta pela Vida).

 

Onde já no título se indica que só evoluem as espécies que resistem às transformações da vida...

 

Evolução que não teve, nem poderia ter, a raça de touros de lide.

Portanto, eles sentem DOR, como todas as demais espécies existentes, e também as já desaparecidas.

 Jaume Camps Rabadá

 

Fontes:

http://www.derechoanimal.info/esp/page/4031/la-genetica-y-la-evolucion-confirman-que-los-toros-de-lidia-sienten-dolor

http://www.derechoanimal.info/images/pdf/Jaume-Camps-Rabada.pdf

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 19:17

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Quinta-feira, 30 de Outubro de 2014

Esclarecimento do município de Amarante quanto ao destino dos animais abandonados nas ruas

 

Município de Amarante.jpeg

 

Fonte:

https://www.facebook.com/municipiodeamarante/photos/a.1419043578362729.1073741828.1419025205031233/1481274468806306/?type=1&comment_id=1482909378642815

 

«Esclarecimento»

 

O Município de Amarante viu-se confrontado, nos últimos dias, com uma polémica gerada nas Redes Sociais acerca do alegado abate de animais na via pública. Perante a falsidade das afirmações ali proferidas, cumpre-nos esclarecer todos os interessados. Assim, reproduz-se a informação prestada por Rolando Azevedo, médico-veterinário municipal, a quem, nos termos da lei compete o exercício do poder de autoridade sanitária veterinária concelhia, o qual, de resto, se traduz na competência de, sem dependência hierárquica, tomar qualquer decisão, por necessidade técnica ou científica:

 

"Face à quantidade de animais abandonados no centro da cidade, nomeadamente nas proximidades das escolas, as orientações que recebi do Senhor Presidente da Câmara foram, única e exclusivamente, no sentido de avaliar se havia risco para a saúde pública, e a nossa intervenção resumiu-se aos normais procedimentos de prevenção, havendo, em alguns casos, necessidade de administração de tranquilizantes nos animais. Foi isto que aconteceu."

 

Quando confrontado com as afirmações que lhe foram atribuídas, o referido médico-veterinário foi peremptório: “As acusações que têm sido feitas são falsas, assim como são falsas insinuações que me foram atribuídas. Relembro que é da nossa responsabilidade retirar da rua os animais com doenças infecto-contagiosas como é o caso da Leishmaniose, extremamente perigosa para as pessoas, e que em Amarante, devido à proximidade do rio, tem uma incidência de cerca de 63% nos animais abandonados."

 

Como já foi referido nas Redes Sociais por alguns dos intervenientes, foram estabelecidos contactos, há já vários meses, entre a Autarquia e alguns munícipes [que se estão a organizar no sentido da criação de uma associação local de defesa dos animais], com vista à criação de um Abrigo para acolher os animais abandonados de Amarante.

 

Neste sentido, o Município de Amarante vem expressar o seu repúdio pela falsidade levantada, nas redes sociais, à volta deste assunto, reiterando que a decisão de construção do abrigo municipal está tomada e que este será executado tão brevemente quanto possível. É, de resto, um paradoxo que esta polémica surja depois de, finalmente, o Município de Amarante assumir medidas concretas em defesa dos animais. No entanto, tal facto só reforça a convicção da necessidade deste investimento.»

OOO

 

O que me ocorre dizer aos representantes do Município de Amarante

 

Não fui das que tomei parte no “desarrazoado” de que fala o representante do Município de Amarante.

 

Estou a ter conhecimento do assunto, neste momento (9h30, do dia 30 de Outubro de 2014).

 

Mas a verdade é que todos os animais não-humanos sofrem horrores às mãos de criaturas que se dizem humanas, mas não passam de gente de plástico, bastamente cobarde para abandonar e maltratar cruelmente seres tão sencientes.

 

No caso de cães abandonados na via pública, compete, de facto, às Câmaras Municipais acolhê-los e tratá-los com a dignidade e humanidade que lhes é devida.

 

Porém, a maior parte das vezes, não é isso que acontece, dada a cultura da morte e da violência e da crueldade que se pratica em Portugal, a coberto de leis completamente absurdas e primitivas; e devido também à indiferença da Ordem dos Médicos-Veterinários que é cúmplice das maiores barbaridades que se cometem contra os animais nos matadouros, nos circos, nas arenas, nas ruas, nas lutas, na caça, na pesca desportiva, no tiro aos pombos, etc., etc., etc..


Por isso, não é admirar que os animalistas se preocupem com o destino dos animais que vão para os canis municipais, normalmente para serem abatidos com crueldade (e digo isto com conhecimento de causa), onde nem sempre existem veterinários competentes e acima de tudo cumpridores do juramento que fazem ao receber o diploma de “Médicos”, que nem todos são.



Um animal doente, que é retirado da rua, não merece a morte. Antes da morte assistida, tem o direito de ser avaliado pelo MÉDICO-Veterinário, e se houver modo de lhe salvar a vida, salvá-la. Não é isso que se faz aos animais humanos?


Pois é isso que todos os veterinários que, acima de tudo, devem ser MÉDICOS e não carniceiros (que os há por aí…) têm o dever de fazer.


Se o senhor veterinário da Câmara Municipal de Amarante é MÉDICO deve saber exactamente o que deve fazer com os animais abandonados nas ruas, por energúmenos que deviam estar na prisão (e esta parte será da competência da PSP).

 

As leis injustas devem ser repudiadas.

 

Mas as leis justas devem ser aplicadas, principalmente a Lei Natural, que é a Lei da Vida, de qualquer vida…



Isabel A. Ferreira

 

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 10:05

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Domingo, 28 de Setembro de 2014

Morte do Touro na arena

 

Uma atitude de cobardes, psicopatas, atrasados mentais, incultos, inviris, mentecaptos, imorais, e todos os adjectivos maiores que classificam a inferioridade do (ani)mal dito humano.

 

Touro de cara no chão.jpeg

 

Por Vasco Reis (Médico-Veterinário)

 

A morte na arena é extremamente sofrida, sem atordoamento, raramente acontece com uma estocada certeira e mesmo se o for, há sempre uma agonia longa e dolorosíssima para a vítima.

 

A estocada é repetida com grande frequência, até "acertar".

 

Para disfarçar a agonia para o público e paralisar movimentos da vítima, espetam, cortam a espinal medula na região da nuca do touro.

 

O animal, em plena consciência e sofrimento, asfixia no próprio sangue, que lhe invade os pulmões.

 

Corte de orelhas e cauda acontece, muitas vezes, ainda em vida.

 

A morte na arena não é um acto simples, mas sim complexo e acompanhado de enorme sofrimento e aplaudido delirantemente pelos aficionados!!!

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 18:03

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Quinta-feira, 23 de Agosto de 2012

«Vacadas e garraiadas»

 

 

Observe-se bem o ESTADO DEPAUPERADO em que se encontra este desventurado animal, que foi levado à força para servir de joguete, a um bando de bêbados...

 

Um testemunho valioso e didáctico para aqueles quem ainda pensam que um animal é uma simples “coisa”...
 
Por Dr. Vasco Reis (Médico-Veterinário)

 

«Na tauromaquia são várias as modalidades de abuso de bovinos, tanto em âmbitos privados, como em espectáculos organizados para diversão, desde touradas até garraiadas, vacadas, etc..

 

Para quem não saiba do que se trata, pode informar-se por vídeo no YouTube.

 

Sofrimento começa na captura e possível “preparação” do bovino para o espectáculo com acções, intervenções para enfraquecer o animal. Prossegue no transporte causador de pânico, claustrofobia, desgaste, até chegar à arena.

 

O sofrimento prossegue aqui com susto, provocação por muita gente, ludíbrio por muita gente, violência física por muita gente, esgotamento anímico e físico, ferimentos (por vezes morte). Prossegue depois com mais violência na recolha, no transporte, etc.

 

Em algumas intituladas garraiadas, acontece o cravar de bandarilhas, farpas.

 

É fundamental argumentar científica, ética, cultural, socialmente ou seja, civilizadamente, para justificar o ponto de vista dos respeitadores dos animais e opositores da tauromaquia e, assim, contribuir para diminuir o sofrimento provocado pelo Homem sobre os animais não humanos.

 

É muito fácil rebater os argumentos do lobby tauromáquico, que para branquear o espectáculo cruel, faz uso de afirmações fantasiosas e não respeita o senso comum, a ciência e a ética.

 

Plantas são seres sem sistema nervoso, não sencientes e sem consciência.

Animais são seres dotados de sistema nervoso mais ou menos desenvolvido, que lhes permitem sentir e tomar consciência do que se passa em seu redor e do que é perigoso e agressivo e doloroso. Este facto leva-os a utilizar mecanismos de defesa, ausentes nas plantas. Portanto, medo e dor são essenciais e condições de sobrevivência.

 

A ciência revela que a constituição anatómica, a fisiologia e a neurologia do touro, do cavalo e do homem e de outros mamíferos são extremamente semelhantes.

As reacções destas espécies são análogas perante a ameaça, o susto, o ferimento.

 

Eles são tanto ou mais sensíveis do que nós ao medo, ao susto, ao prazer e à dor.

 

Descobertas recentes confirmam que animais, muito para além de mamíferos, aves, polvos, são seres inteligentes e conscientes.

 

O senso comum apreende isto e a ciência confirma.

 

É, portanto, nosso dever ético não lhes causar sofrimento desnecessário.

"A compaixão universal é o fundamento da ética" - um pensamento profundo do filósofo alemão Arthur Schopenhauer.

 

Na tourada, o homem faz espectáculo e demonstração de arrogância, de poder, de "superioridade", mas também de crueldade, provocando, fintando, ferindo com panóplia de ferros que cortam, cravam, atravessam, esgotam, por vezes matam o touro, em suma lhe provocam enorme e prolongado sofrimento, para gozo de uma assistência que se diverte com o sofrimento de um animal nesta aberração designada por arte, desporto, espectáculo, tradição. O cavalo sofre enorme ansiedade, que por vezes lhe provoca a morte por paragem cardíaca, é incitado e castigado pelo cavaleiro para que enfrente o touro, sofre frequentemente ferimentos, que até lhe podem provocar a morte.

 

 

Mas nesta “arte” não são somente touros e cavalos que sofrem.

 

São muitas as pessoas conscientes e compassivas que por esta prática de violência e de crueldade se sentem extremamente preocupadas e indignadas e sofrem solidariamente e a consideram  anti educativa, fonte de enorme vergonha para o país, lesivo de reputação internacional, obstáculo que dissuade o turismo de pessoas conscientes, que se negam a visitar um país onde tais práticas, que consideram "bárbaras", acontecem!

 

Muitos turistas aparecem nestes espectáculos por engano e por curiosidade.

De lá saem impressionados e pensando muito negativamente sobre o que presenciaram e sobre a gente portuguesa que, neste nosso permissivo país, tal coisa apoia.

 

Vacadas e garraiadas contribuem para insensibilizar, habituar e até viciar crianças e adultos no abuso cruel exercido sobre animais, o que pode propiciar mais violência futura sobre animais e pessoas. Por isso, elas não devem sequer realizar-se onde já não são novidade e, muito menos, em sítios onde não existe tradição, como é o caso de Estoi, freguesia de Faro, na sua Feira do Cavalo.

 

A utilização de animais juvenis submetidos à violência de multidões, não pode ser branqueada como “espectáculo que não tem sangue e é só para as crianças se divertirem". Mesmo que não tenha sangue, é responsável por muito sofrimento dos animais. Contribui, certamente, para a perda de sensibilidade de pessoas, principalmente de crianças, e para o gosto pela cruel tauromaquia. É indissociável de futilidade, sadismo, covardia.

 

A brincar, a brincar, se viciam pessoas, como sabemos.

 

Até serve a estratégia dos tauromáquicos visando a manutenção e a expansão da tauromaquia.

 

Vasco Reis,

Médico-veterinário

Aljezur

21.08.2012»

publicado por Isabel A. Ferreira às 14:54

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