De Tiago Pedro Toste Vieira, Secretário do Gabinete de Apoio ao Presidente e Vereadores da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, recebi a seguinte mensagem:
«Exm.ª Senhora,
Relativamente à Vossa comunicação sobre o assunto em referência, encarrega-me o Senhor Vereador Guido Teles de vos informar que a Autarquia de Angra do Heroísmo recebeu vários protestos escritos devido ao apoio que decidiu conceder para a realização do evento mencionado em epígrafe neste concelho.
Enquanto instituição pública que representa a vontade maioritária dos angrenses, esta edilidade, ciente do enraizamento profundo da tauromaquia nos seus munícipes, considerou que esta manifestação cultural popular devia ser encarada como uma atividade de interesse municipal.
Na verdade, quem conhece verdadeiramente a realidade deste município, não pode deixar de reconhecer a importância económica, turística e cultural que esta tradição tem para a grande maioria da sua população.
Nestes termos, independentemente do respeito pelo julgamento individual que possa recair sobre a tauromaquia, a Autarquia de Angra do Heroísmo não pode deixar de sublinhar que a liberdade de expressão constitucionalmente prevista é recíproca.
Cumprimentos,
Tiago Toste Vieira»
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O que tenho a dizer ao senhor Tiago T. Vieira é o seguinte:
Exmo. Senhor Tiago Toste Vieira
Recebi de V. Exa. uma mensagem/resposta a um texto que enviei à autarquia de Angra do Heroísmo, numa tentativa de apresentar a realidade que vai pelo mundo fora, muito arredada dessa Ilha fechada em si mesma, e que desconhece que os conceitos de cultura mudaram, e de que houve evolução de mentalidades.
Diz o Senhor Tiago:
«Relativamente à Vossa comunicação sobre o assunto em referência, encarrega-me o Senhor Vereador Guido Teles de vos informar que a Autarquia de Angra do Heroísmo recebeu vários protestos escritos devido ao apoio que decidiu conceder para a realização do evento mencionado em epígrafe neste concelho.»
- Pois se a autarquia de Angra do Heroísmo recebeu vários protestos escritos, devido ao apoio que decidiu conceder para a realização do “evento” mencionado em epígrafe, significa que algo está errado nessa autarquia.
Ninguém enviaria e-mails de protestos, se em vez dos dinheiros públicos terem sido esbanjados num “III Fórum de Cultura Taurina”, tivessem sido gastos num «III Fórum sobre Angra do Heroísmo» onde fosse abordada, por exemplo, a importância histórica da capital da Ilha Terceira, considerada Património Mundial pela UNESCO.
«Esta ilha portuária e antigo forte do século XVI foram de importância estratégica para mercadores e comerciantes portugueses e espanhóis, ao longo dos séculos, que usavam o porto abrigado da ilha como ponto de paragem entre África, Europa e as Índias Ocidentais e Américas»
Algo que talvez 90 % dos habitantes da Ilha não saibam, mas ficariam a saber se os autarcas tivessem um sentido de oportunidade apurado.
E diz mais o Senhor Tiago:
«Enquanto instituição pública que representa a vontade maioritária dos angrenses, esta edilidade, ciente do enraizamento profundo da tauromaquia nos seus munícipes, considerou que esta manifestação cultural popular devia ser encarada como uma atividade de interesse municipal.»
- Pois enquanto instituição pública a autarquia angrense, deveria dar o exemplo e proporcionar ao povo inculto a oportunidade de sair desse marasmo e evoluir, oferecendo-lhes, não algo que já não faz mais sentido (a não ser para os poucos que enchem os bolsos com a tortura de bovinos), mas proporcionando-lhes eventos culturais, concertos, teatro, cinema, sessões de poesia, lançamentos de livros, enfim, algo que tirasse esse povo do meio das ruas, cobertas da bosta dos bovinos em pânico, e das tascas onde se embebedam até cair.
Isto não faz parte de cultura alguma e o que diz sobre “enraizamento profundo da tauromaquia” significa tão-somente o “esticar da corda de algo tido como um costume bárbaro, introduzido na ilha pelos também bárbaros espanhóis. Uma actividade que apenas afugenta os turistas cultos. E o turismo não vive só de belas paisagens.
E o Senhor Tiago continua:
«Na verdade, quem conhece verdadeiramente a realidade deste município, não pode deixar de reconhecer a importância económica, turística e cultural que esta tradição tem para a grande maioria da sua população.»
- Pois estão muito enganados, ou fazem-se. Porque quem conhece verdadeiramente a realidade desse município sabe que é um dos mais atrasados de Portugal, no que respeita à educação, ao ensino à cultura, à assistência social, e o que diz sobre a “importância económica turística e cultural” é uma grande falácia, pois só apenas uns poucos lucram com a tortura de bovinos, os turistas estrangeiros nem sequer aí colocam os pés, ou se colocam vão ao engano e não regressam, e culturalmente Angra é de uma pobreza franciscana, e os outros (o que diz ser a maioria da população) divertem-se bacocamente, sendo a chacota do mundo evoluído, por nem sequer saberem o que é a verdadeira “cultura”.
E termina o senhor Tiago:
«Nestes termos, independentemente do respeito pelo julgamento individual que possa recair sobre a tauromaquia, a Autarquia de Angra do Heroísmo não pode deixar de sublinhar que a liberdade de expressão constitucionalmente prevista é recíproca.»
Cumprimentos,
Tiago Toste Vieira»
- Pois muito se engana a autarquia de Angra do Heroísmo se coloca nestes termos a realização de um fórum onde se trata de tortura de bovinos, como se se abordasse a história gloriosa da Ilha Terceira e do papel relevante que ela já teve, mas não tem mais, nas relações com o mundo exterior.
Angra do Heroísmo, ao “elevar” a tourada à corda ao nível de “cultura”, reduziu-se à insignificância de uma terreola que tem um divertimento bacoco como expoente máximo, e que não tem nada a ver com “liberdade de expressão”, porque a tourada à corda não é uma questão de julgamentos individuais, mas de actos bárbaros, condenáveis aos olhos do mundo evoluído.
E se não querem continuar a ser alvo de protestos, permitam que a evolução entre na Ilha.
Saiam das cavernas. Entrem na Luz. Deixem os bovinos em paz.
Um vídeo que deve ser visto por todos os que ainda não se aperceberam de que nós também somos animais como eles…
UM VÍDEO OBRIGATÓRIO VER ATÉ AO FIM...
SENHORES DEPUTADOS ACORDEM PARA A REALIDADE!
SEJAM LÚCIDOS. TENHAM BOM SENSO.
OU ENTÃO DEMITAM-SE.
PORTUGAL NÃO PRECISA DE GOVERNANTES INAPTOS.
PORTUGAL PRECISA DE GOVERNANTES CAPAZES DE VER A LUZ E NÃO AS TREVAS...
Como é possível que as autoridades permitam tal desconchavo?
VEJA-SE O QUE É UM VERDADEIRO ESPECTÁCULO – PRIMOROSO, ACTUAL, CULTO, EXTRAORDINÁRIO, CATIVANTE…
A diferença entre um e outro?
É que o primeiro é protagonizado por gente que vive nas trevas, e o segundo, por seres de Luz, que a civilização fez evoluir.
Texto de Rozana Salles
«Por muitos e muitos anos sobrevivi desconhecendo o AMOR da raça humana. Quando envelheci e adoeci, pois não tinha mais nenhuma serventia para o meu "dono", fui covardemente, cruelmente abandonada na calçada; descartada como se minha vida não valesse NADA. Ali permaneci horas e horas observando a todos e a tudo, pois até então, desconhecia aquela nova realidade.
As pessoas que ali passavam me enxergavam como um monte de lixo fétido, e muitas se desviavam de mim humilhando-me; chamando-me de cadela sarnenta.
Quantas vezes tentei me levantar para livrar-me de águas sujas que corriam em meu corpinho franzino e cansado? Nem me lembro! Mas, enfim, já não tinha forças e os meus ossos estavam todos doloridos.
Quando, quase entregue à fatalidade, subitamente, como um derradeiro apelo de minhas carências, surge um Ser que reluzia um brilho em seu olhar. Cuidadosamente e carinhosamente me pegou em seus braços levando-me para sua casa.
Naquele momento eu conheci um sentimento o qual eu nunca recebera. Chamava-me lindamente de Vivi! Acobertava-me de carinho e beijos! Alimentou-me com comidinha gostosa, bainho quente, caminha macia e cheirosa... E remedinho para que eu não sentisse mais dor. Parecia um sonho!
Mas não era! Os meus amiguinhos despertavam-me com os seus latidos, faziam me ver que eu estava vivendo uma realidade jamais imaginada. Eu estava feliz!!! Eu estava sendo amada pela primeira vez. E os dias foram passando...e muitos humanos vinham me ver e traziam consigo Luz a qual me iluminava e alimentava a minha Alma.
Era o AMOR que por mim fora tão almejado e esperado. Já não sobrevivia mais, mas sim VIVIA intensamente com alegria cada dia.
Mas, numa madrugada percebi que meu corpo se manifestara de uma forma na qual senti que a minha jornada terrestre chegara ao fim e que faria a minha viagem astral. Suportei as dores físicas, pois nenhuma dor impediria de ver o amanhecer, de poder me despedir, de traduzir através de meu olhar a minha eterna gratidão por minha mãezinha Marta que me deu o DIREITO À VIDA! O DIREITO DE SER FELIZ!
E vocês Seres Humanos especiais, são os meus Irmãos de Luz que me deram em 27 dias o que eu nunca havia recebido em 16 anos de sobrevida: o de SER AMADA!!! E este tão pouco tempo que é compreendido por todos, para mim foi uma eternidade, portanto, eu lhes peço: ENXUGUEM SUAS LÁGRIMAS, pois, não foi a morte quem me rompeu os dias nesta trajetória, mas, sim, foi a vida quem me elevou para uma nova e maravilhosa realidade!!!
Afinal, o espírito é eterno e apenas fiz uma viagem para uma dimensão superior e sagrada onde TODOS os merecedores um dia se encontrarão. Meu corpo já não está entre vós, mas a minha porção Divina estará sempre presente em vossos corações! Fiquem em Paz!
Vivi»
Fonte:
Os pró-tourada transformam a harmonia que se vê nesta imagem de luz, numa poça de sangue
e chamam a isso “cultura”...
Eis uma carta do Dr. Vasco Reis, único médico veterinário português que vejo dar a cara pela Causa da Abolição das Touradas, a propósito de declarações patéticas da PRÓTOIRO, como esta: «o Bloco de Esquerda é um partido extremista e que não aceita a cultura portuguesa».
CULTURA PORTUGUESA? A tortura de Touros? Nunca em tempo algum isso foi cultura, mas tão só o resultado de uma ignorância crassa, entranhada numa fatia da população portuguesa, que ainda vive nos tempos pré-históricos. É o que é a vossa tauromaquia.
Já o disse e repito: eu não tenho de ser politicamente correcta com gente que massacra seres vivos, para se divertir e ganhar dinheiro.
O vosso protesto é um protesto que diz muito da vossa insciência. Não têm a noção do ridículo? Ainda não deu para verem que estão isolados na vossa obstinação em considerar “cultura portuguesa” a tortura de Touros e Cavalos? Isso é a DESONRA PORTUGUESA. Isso sim.
E falam também em LIBERDADE?
Não, não têm nem DIREITO, nem LIBERDADE de torturarem Touros e Cavalos. A lei está do vosso lado? Mas quando as leis são injustas, não temos obrigação de as seguir. Está nos códigos da humanidade.
As vossas ideias não nos dizem nada. Os vossos actos, sim. E os vossos actos são bárbaros e sangrentos. E ainda se atrevem a julgar-se no direito de se indignarem? Pobres Touros e Cavalos, esses sim, é que têm de indignar-se com a vossa falta de lucidez.
Transcrevo aqui a carta do Dr. Vasco Reis, por concordar inteiramente com o seu conteúdo, e por nunca ser demais chamar a atenção para o grande equívoco que é a tauromaquia.
Água mole em pedra dura tanto dá até que fura. Temos esperança de que mais dia, menos dia, essas cabeças duras abrir-se-ão para a realidade: a de que A TAUROMAQUIA É PURA COVARDIA.
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«Exmo Senhor Paulo Baldaia, Dgmo. Director Editorial da TSF,
paulo.baldaia@tsf.pt
A PRÓTOIRO afirma que o Bloco de Esquerda é um partido extremista e que não aceita a cultura portuguesa, tentando por todos os meios destruí-la. Aconselha a que seja mostrada indignação partilhando o post que disponibilizam pelo "Sim às Touradas" e que se dirijam ao diretor editorial da TSF paulo.baldaia@tsf.pt colocando a seguinte mensagem:
“Manifesto a minha indignação pelo facto de estarem a divulgar a notícia do projeto do Bloco sem ouvir e expressar a posição dos taurinos, num exemplo de pseudo-jornalismo, claramente anti-taurino e anti-cultura portuguesa ”.
Recomenda, ainda, que se espalhe aos quatro ventos a oposição a este tipo de ideias extremistas e anti-cultura portuguesa e anti-liberdade e que todos vão defender a nossa CULTURA, IDENTIDADE E A LIBERDADE!! e que PARTILHEM!!!!."
A propósito disto, eu, Vasco Manuel Martins Reis, na qualidade de médico veterinário, devo aqui lembrar/informar o que é fundamental para que se esclareça e se possa tomar partido, contra ou a favor da corrida de touros, inclusive, se publicite ou se negue publicitar:
- Os touros e os cavalos são seres vivos sencientes, capazes de sentir dor e prazer, físicos e psicológicos, bem como sentimentos de angústia, stress e ansiedade, atracção ou repulsa, de modo comparável em elevadíssimo grau aos seres humanos, pois anatómica, fisiológica e neurologicamente estas três espécies, bovina, equina e humana, são muito semelhantes e os ADN são muito equivalentes.
De facto, o BE defendeu o fim dos apoios públicos aos espetáculos tauromáquicos e a alteração à lei da televisão para impedir a transmissão destes eventos nos canais do serviço público, a bem da «exigência ética» do Estado.
A deputada do BE, Catarina Martins, afirmou em conferência de imprensa no Parlamento:
«Fazemos a escolha de considerar que hoje, face ao que são as evidências científicas, não se pode negar que há sofrimento dos animais nas touradas e, portanto, não há razão nenhuma para excluir as touradas do que é a prática legislativa portuguesa em relação aos espetáculos que inflingem sofrimento animal», alegou.
A deputada bloquista referiu que «Portugal tem financiado, seja através de dinheiros comunitários, seja através de orçamento das autarquias e do Orçamento do Estado, espetáculos tauromáquicos» e que, em 2009, o Estado gastou «na ordem de um milhão de euros» com eventos deste tipo.
Catarina Martins criticou que se gaste "bastante dinheiro público para espetáculos destes" e disse que já houve notícias de fundos europeus "para a agricultura e pecuária" que foram utilizados em gastos relacionados com a tauromaquia.
A parlamentar do BE defendeu ainda que a RTP deixe de poder transmitir touradas, "à semelhança do que acontece já com a TVE, na vizinha Espanha".
"Porque é o serviço público de televisão e, naturalmente, quando falamos de exigências éticas, de padrões éticos de sociedade, as exigências para com o serviço público são naturalmente maiores, é isso também que define o serviço público", sustentou.
Com os melhores cumprimentos, em nome da ciência, da cultura, da compaixão, da ética
Vasco Manuel Martins Reis, médico veterinário».