Nós vamos cobrar esta aCção, doutor António Costa.
E o primeiro-ministro disse mais esta coisa dúbia: considerou que esta é uma aposta de “afirmação da individualidade e da diversidade» …
Querem saber? Banzei-me, porque a treta não diz nada, nada, nada com a careta.
Absolutamente nada.
«No dia 08 de junho, o poeta português Manuel Alegre foi eleito o novo ganhador do Prêmio Camões de Literatura, principal comenda do mundo literário em linguá portuguesa. Instituído em 1988, o Prêmio tem o objetivo de consagrar autores de língua portuguesa que tenha contribuído para o enriquecimento do patrimônio literário e cultural da nossa língua». (***)
Origem da imagem e do pequeno texto:
http://praxis.com.br/manuel-alegre-e-o-vencedor-do-premio-camoes-2017/
*** (Será esta linguagem que António Costa defende para Portugal? É que já estamos neste caminho, e bastante adiantados. E isto não se faz às crianças portuguesas: obrigá-las a escrever à brasileira!)
E querem saber por que não diz a treta com a careta? Porque ou António Costa está a gozar connosco, porque até agora não mexeu uma palha em defesa da Língua Portuguesa (que saibamos, mas como há muita coisa que se faz às escondidas, no Parlamento…!) ou quando se referiu à Língua Portuguesa queria dizer “grafia brasileira”, e fugiu-lhe a boca para a verdade, porque a verdade é que em Portugal a Língua é a Portuguesa. E a isto chama-se individualidade. E não há cá esta coisa de português europeu e português brasileiro. Até porque o Português não é outra coisa senão europeu. PONTO. O que há é a Língua Portuguesa e as suas variantes: brasileira, angolana, moçambicana, cabo-verdiana, são-tomense, timorense, guineense, macaense, goense… E onde mais fôramos, mais tivéramos… E a isto chama-se diversidade.
Pois se António Costa quer afirmar a individualidade, fiquemos com a nossa Língua Portuguesa, e atire-se ao lixo o AO90, como o Brasil atirou ao lixo a Convenção Ortográfica Luso-Brasileira de 1945, que assinou, mas não cumpriu.
E se António Costa quer afirmar a diversidade, pois deixemos que cada país lusófono fique com a sua especificidade linguística, para que os escritores citados: Luís de Camões, José Craveirinha, Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Guimarães Rosa, Luandino Vieira, José Saramago, Arménio Vieira, Jorge Amado, Baltazar Lopes, Cecília Meireles, Mia Couto e Manuel Alegre, possam ser lidos diversamente, e não somente à moda brasileira.
Porque haveria Luandino Vieira (Angola) ou Mia Couto (Moçambique) ou Arménio Vieira (Cabo Verde), ou Alda do Espírito Santo (São Tomé e Príncipe) ou Odete Semedo (Guiné-Bissau) ou Luís Cardoso de Noronha (Timor-Leste) ou Luís de Camões (Portugal) serem lidos segundo a cartilha brasileira, ou Jorge Amado ser lido segundo a cartilha portuguesa?
Qual o interesse de unificar algo que é absolutamente impossível de unificar, se António Costa pretende afirmar a diversidade, como declarou?
Então para quê mutilar a ortografia portuguesa, para a avizinhar da ortografia brasileira nos vocábulos em que existem consoantes mudas e hífenes e acentos, mesmo assim, com excePções e bastantes abortinhos ortográficos por parte dos portugueses, que se metem a ser mais “papistas do que o papa” por pura ignorância?
A verdade é que o servilismo do governo português aos mandos brasileiros é notório e vergonhoso e repugnante.
Mas ainda há mais. Lê-se na notícia:
«António Costa falava momentos antes de entregar, juntamente com o embaixador do Brasil em Portugal, Luís Alberto Figueiredo Machado, e na presença do ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, do ex-líder parlamentar socialista, Alberto Martins, e do presidente do PS, Carlos César, entre outras personalidades, ao poeta e ex-candidato presidencial Manuel Alegre, o Prémio Camões 2017, numa cerimónia que decorreu na passada sexta-feira, no Palácio da Ajuda, tendo o primeiro-ministro reafirmado o compromisso do Governo com a língua portuguesa, “com os seus valores e as suas valências”.
Duas observações a fazer:
Primeira: como teria sido elegante convidar os embaixadores dos restantes países lusófonos, para esta cerimónia, uma vez que o Prémio Camões destina-se a distinguir autores que tenham contribuído para o enriquecimento do Património Literário e Cultural da Língua Portuguesa, apesar de o prémio ter sido instituído pelos governos do Brasil e de Portugal em 1988!
Mas não será esta a festa maior da Língua Portuguesa, escrita e falada também por Angolanos, Moçambicanos, Cabo-verdianos, São-Tomenses, Guineenses e Timorenses, que pertencem aos PALOP, aos países ditos lusófonos? E que em 29 atribuições, apenas cinco foram para autores africanos, e mesmo assim para apenas três países (Moçambique, Angola e Cabo Verde)? Por que teriam sido excluídos os embaixadores dos outros países? Por quê esta exclusividade brasileira? É que aqui há muita água suja no bico.
Isto pareceu uma cerimónia luso-brasileira, tal como o é o AO90, mais brasileiro do que português, pois de português só tem Malaca Casteleiro, parcveiro de Antônio Houaiss, o paridor-mor desta tragédia linguística.
Segunda: se o primeiro-ministro reafirmou o compromisso do Governo com a Língua Portuguesa, “com os seus valores e as suas valências”, porque se continua a desvalorizar a Língua Portuguesa e a impingir às crianças portuguesas a valência brasileira?
Bem, e António Costa disse mais: segundo ele «num mundo onde se observa um “crescente “risco” de massificação, uniformização e de hegemonização, a língua é um instrumento e uma “condição insubstituível” de afirmação da individualidade e da diversidade».
Que conversa é esta, senhor primeiro-ministro?
Impingem ao país a individualidade ortográfica basileira, e pretendem afirmar a diversificação? Em que ficamos? Ou percebi mal?
Nesta cerimónia luso-brasileira, António Costa fez ainda questão de vincar a importância da Língua Portuguesa e da prioridade que o Governo dá à sua difusão, defendendo que cada língua representa por si mesma um mundo e uma “visão desse mesmo mundo”, uma “singularidade e uma pluralidade”, reiterando a vontade do Governo que lidera de “reforçar, ampliar e de modernizar” uma política de língua “mais activa e mais eficaz”, de modo a tornar a língua “mais partilhada e mais presente”.
O que é que isto significa, senho primeiro-ministro?
Não é verdade que o governo português (porque hei-de escrever "governo" com letra maiúscula e Fevereiro com letra minúscula?) dá prioridade à difusão e defesa da Língua na sua singularidade e pluralidade. Não é verdade. Se desse, já teria acabado com esta fantochada de introduzir em Portugal a ortografia brasileira. Deixaria correr livremente a pluralidade… Ou percebi mal?
E o desafio que defendeu, o de «que não deve ficar apenas no âmbito do Estado e das suas instituições, mas um desígnio que tem de ser assumido igualmente pelo “conjunto da sociedade civil” e por todos os “luso falantes”, saudando a propósito os povos, países e comunidades dispersas pelo mundo que falam o português, defendendo que todos e cada um deles “são representantes dessa comunidade maior” que fala a língua de “Luís de Camões, de José Craveirinha, de Carlos Drummond de Andrade, de Fernando Pessoa, de Guimarães Rosa, de Luandino Vieira, de José Saramago, de Arménio Vieira, de Jorge Amado, de Baltazar Lopes, de Cecília Meireles, de Mia Couto e de Manuel Alegre”, é atirar areia para os olhos dos Portugueses.
Porquê?
Simplesmente porque os luso-falantes, dispersos por todo o mundo, estão-se nas tintas para o AO90 que os governos português e brasileiro querem impingir aos demais povos lusófonos, estando esses luso-falantes a contestar fortemente esta ditadura ortográfica, que pretende, à força de um objectivo torpe, que Luís de Camões, José Craveirinha, Fernando Pessoa, Luandino Vieira, José Saramago, Arménio Vieira, Baltazar Lopes, Mia Couto e Manuel Alegre, estejam “afêtos” à cartilha de Carlos Drummond de Andrade, Guimarães Rosa e Jorge Amado.
Fonte da notícia: https://shar.es/1NOC4R
***
Ouvi o discurso de Manuel Alegre, e pareceu-me que ele esteve-se nas tintas para a defesa da Língua Portuguesa. Poderia ter aproveitado a ocasião para mandar um recado ao governo de António Costa, mas não mandou. Por vezes penso que estes prémios literários, que são atribuídos a certos desacordistas, servem para os calar. E o pior é que eles CALAM-SE. Com isto não quero dizer que Manuel Alegre não merecesse o prémio, mas podia ter feito algo mais pela Língua Portuguesa, sugerindo ao seu camarada António Costa que desista de abrasileirar a ortografia portuguesa, porque isso não é defender a diversidade, nem a Língua Portuguesa.
Para finalizar sugiro a leitura deste texto onde José Saramago, Padre António Vieira, Marguerite Yourcenar, Séneca e Jaime de Magalhães Lima falam daquela «cegueira que faz com que não reconheçamos o que temos à frente…»
Os olhos são inúteis quando a mente é cega
Isabel A. Ferreira
Recuso-me a aplicar o AO90. Primeiro, porque não sou obrigada, uma vez que não faço parte da máquina estatal. Só esses serão (não são) obrigados a tal, porque se tiverem coragem e brio não o aplicam.
Segundo, ainda que fosse, usaria do meu direito à desobediência civil. Portanto, jamais usarei este acordo ortográfico, que não passa de uma falta de respeito para com a Língua Portuguesa.
Uma coisa é a evolução natural de uma Língua. Outra coisa é transformá-la num aborto ortográfico, sem o mínimo nexo, a partir de uma negociata política, que envolve os subservientes governantes portugueses e os governantes brasileiros, que andam a lutar pela vidinha deles.
E querem impor-nos, à força de uma casmurrice sem precedentes, esta aberração ortográfica, mal concebida e altamente lesiva da Língua Portuguesa.
Eu recuso-me, terminantemente, a escrever MAL a Língua Mãe de Portugal, de Camões e de Fernando Pessoa. E também minha Língua.
A única coisa que neste texto está desactualizada é o facto de os ministros serem inteligentes (*), escreverem BEM e discursarem com cortesia e pura dicção… Os actuais ministrio falham nestes três pontos.
(*) Ser inteligente implica tomar decisões inteligentes, o que em Portugal é algo raríssimo.
O resto está intocável desde 1867, altura em que este texto foi escrito, por um Homem que soube HONRAR a Língua Portuguesa.
Isabel A. Ferreira
Shame on you, José Fonseca e Costa.
Bullfight is a barbarian costume. It is not culture.
(A tourada é um costume bárbaro. Não é cultura.)
It is ignorance. It is the black spot of Lisbon.
(É ignorância. É a nódoa negra de Lisboa.)
The barbarians torture bulls in name of stupidity.
(Os bárbaros torturam touros em nome da estupidez).
Please don't put Fernando Pessoa and campo pequeno (a bloody place of torture) at the same level.
(Por favor, não coloque Fernando Pessoa e campo pequeno - um lugar sangrento de tortura - ao mesmo nível).
Be civilized.
(Seja civilizado).
Don't fool the tourists.
(Não engane os turistas)
Recebi de alguém que dá pelo nome de Miguel Pereira o seguinte comentário, que passo a transcrever tal e qual me chegou:
Miguel Pereira disse sobre "prótoiro", basta de tanta estupidez! Façam as malas e desandem para uma ilha deserta! na Quarta-feira, 24 de Outubro de 2012 às 09:50:
«Isabel após leitura deste seu texto fiquei com a seguinte duvida a Isabel tem mesmo um filho deficiente mental?
É que se é verdade que tem um filho deficiente mental a senhora por aquilo que escreveu demonstra que não tem capacidades mentais e morais para sêr mãe.
A Rita Silva dizer as anormalidades que diz é normal pois a Rita Silva além de sêr uma pessoa completamente básica não é mãe portanto há certos sentimentos que a Rita Silva desconhece mas a Isabel como pessoa que se diz tão cheia de compaixão e sensibilidade e ainda por ser mãe de um deficiente mental achar seja em que contexto for que um touro e uma criança com qualquer deficiência sejam a mesma coisa das duas uma a Isabel é mentirosa e não tem nenhum filho deficiente ou a Isabel é uma pessoa má e trata o seu filho como um animal irracional».
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Este comentário, pelo modo como foi “elaborado”, não me merece nenhuma consideração, portanto não irei responder.
Gostaria apenas de aqui deixar um texto muito interessante (tirando o raciocínio que está no último ponto: «é racional a crença em um ser que...» com o qual absolutamente discordo), que talvez explique os motivos do irracional miguel pereira, para escrever o que escreveu,
Só lamento que o Miguel Pereira NÃO VÁ ENTENDER o raciocínio do autor.
«Animal racional? Tem certeza?»
Por Daniel Bohn Donada
«Aristóteles disse, no século 4 a.C., que o ser humano é um animal racional. Será mesmo? Particularmente eu discordo, eu considero que o ser humano é um animal igual a qualquer outro.
Sim, o homem é um animal! O Homo Sapiens (nome científico da espécie humana) é um animal, pertencente ao grupo dos mamíferos e à família dos primatas. O que diferencia o homo sapiens dos outros animais é que o seu raciocínio não se baseia exclusivamente os seus instintos. Isso possibilitou que a espécie evoluísse e prosperasse, desenvolvendo as diversas áreas do conhecimento, ciência, filosofia, agricultura, geografia, matemática e etc…
Mas isso não faz do homem racional? Não! Pelo menos não automaticamente. Afinal, se o homem é tão racional assim, por que então vemos tanta gente, a esmagadora maioria da população, diria eu, agindo contra a razão? Discordam? Então respondam-me:
Acredito que a maioria das pessoas vai responder não, à maioria destas perguntas. Mas a pergunta mais importante é: algum animal que não seja o animal humano faz alguma destas coisas? Posso estar errado, mas o homem é o único animal que faz este tipo de coisa.
Reparem que os animais “irracionais” não perdem tempo com este tipo de coisa, eles apenas se preocupam em fazer a sua moradia (toca, ninho ou seja lá o que for), conseguir alimento, reproduzir, cuidar dos seus filhotes até que estejam crescidos, enfim… viver em harmonia com a natureza e com o seu ambiente.
Por que motivo, então, o Homo Sapiens se considera melhor ou mais racional do que os outros animais? Se alguém souber a resposta, por favor diga-me.
Como disse anteriormente, eu discordo da definição de ser humano proposta por Aristóteles… prefiro a definição de ser humano de Fernando Pessoa:
“O ser humano é um cadáver adiado”.
Fonte: http://livrespensadores.net/artigos/animal-racional-tem-certeza/